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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-08-24

AUTOTERAPIA 1994

fc-1>astrid-1>manual>saude> - autoterapia alimentar

FARMÁCIA CASEIRA

- SELÉNIO -- Existe em Oligoelemento. Ao trabalhar conjuntamente com a Vitamina E, o Selénio torna esta mais eficaz. O Selénio é anti-oxidante e destruidor dos radicais-livres. Ajuda a antagonizar o Mercúrio e o Cádmio enquanto metais pesados que entram no organismo através do cheiro da tinta, dos alimentos, etc. Uma deficiência de Selénio está associada com uma diminuição das células B, originando baixos níveis de anti-corpos.

- CEBOLA - Tem grande teor de Silício, que possui a prerrogativa de fazer com que as artérias se tornem mais elásticas. A Cebola é Vermífuga, tal como o Alho. Se necessário, macerar algumas horas a Cebola em azeite de Oliveira, tornando-a mais tolerada por organismos sensíveis.

- VITAMINA D - Leite materno como o de vaca é pobre em Vitamina D

- MANTEIGA DE AMENDOIM - Se no frasco a manteiga aparecer separada do óleo, é bom sinal: significa que não tem «estabilizador físico» adicionado. Contém 26% de proteína e 50% de gordura. A película que reveste o amendoim é rica en Vitamina B. Meio quilo de manteiga de amendoim possui tanto valor energético como um quilo de bife, 3,7 litros de leite ou 32 ovos.

- BERINGELA - Diminui o colesterol e reduz acção das gorduras sobre o fígado. Frutos de cor escura e arroxeada. Remédio para estômago, baço e fígado. Pare afecções hepáticas: ferver fruto e folhas, 30/40 gramas para um litro de água, bebendo cada dia uma porção do caldo. É laxante e diurética.

- VITAMINA A (chamam-lhe um Biocatalizador) - As farinhas brancas são responsáveis pelo enfraquecimento dos órgãos de visão, pois encontram-se desprovidas de Enxofre e Vitamina A. Também os Óleos Vegetais perdem, em frituras sucessivas, esta Vitamina, gerando a Acroleína -- antivitamina A -- que inibe as próvitaminas A e as Vitaminas A dos frutos, legumes e cereais. Dose exagerada de Vitamina A, sintética ou separada do alimento, pode ser tóxica, acumulando-se no fígado. Mesmo alimentos como a Cenoura não devem comer-se em excesso, por esta razão. Nada melhor do que incluir os aportes de Vitamina A ou outras, num conjunto vatamínico como são os rebentos (ou germinados) de Soja. Em caso de excesso de Vitamina A sintética, nota-se Apatia, Fadiga, Doenças da Pele, Insónia, Queda do Cabelo, Gengivite, Dores espontâneas nas pernas. A Vitamina A encontra-se em: Farinhas completas, Salsa, Couve verde, Couve roxa, Taraxaco, Nabo, Trigo, Amêndoa, Noz, Cenoura. A Roseira Brava (em tisana) é muito rica em Vitamina A, favorecendo a visão nocturna.

- AGRIÃO -- É desopilante do fígado. Tem Iodo, Ferro, Cobre, Fósforo e outros sais. Tem cinco vezes mais ferro do que a Couve e a Alface. O seu suco, de preferência com Cebola, combate Bronquite, Tosse e outras situações catarrais. Devem comer-se também os talos, onde se encontram as suas substâncias em maior quantidade. Não confundir, ao apanhá-lo nas águas, com a Cicuta (Venenosa).
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cabelos>tele> autoterapia – fichas de reflexão e pesquisa - acetato

CENTRO DE PESQUISA ORTOMOLECULAR - CARÊNCIA DE MINERAIS REVELA ESTADOS PATOLÓGICOS

30/8/1994 - Ainda que não seja praticado entre nós, por falta de aparelhagem própria e por desinteresse dos especialistas relativamente às novas técnicas da medicina, o diagnóstico capilar já foi assinalado como um dos mais seguros na revelação de carências minerais do organismo.
Um artigo publicado na revista britânica «Science», revelava a experiência realizada por um grupo de investigadores britânicos das universidades de Aston e de Leeds. Eles teriam demonstrado que doentes com deficiências mentais apresentam, nos cabelos, determinados elementos de composição que oferecem uma ampla gama de factores de análise.
Segundo estes médicos, os esquizofrénicos têm menos cádmio e magnésio no cabelo e mais ferro e chumbo do que as pessoas consideradas normais, enquanto as pessoas que sofrem de mongolismo possuem baixos níveis de cálcio, cobre e manganês no cabelo.
Face a estas descobertas, os especialistas em oligoterapia sentem-se, mais do que nunca, como peixe na água, sabendo que estão numa das vias terapêuticas modernas mais eficazes, mais necessárias (dada a carência generalizada em sais minérios) e até, em certo sentido, mais urgentes. Como os casos extremos de doença mental, assinalados pelos médicos britânicos, vêm confirmar.
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fc-5> ast-vaºs>prontuar> - guia do terapeuta - farmácia caseira com coisas naturais –autoterapia alimentar

EM CASO DE HIPERTENSÃO (OU SANGUE ESPESSO E ÁCIDO)- INDICAÇÕES PARA TODOS OS DIAS

Tão importante como o Alho, algumas indicações que há vantagem em não esquecer, pois vão todas no sentido de dispensar os médicos e medicamentos, quer dizer, as situações críticas ou de emergência.
Relembro para ir tomando sempre, pouco de cada vez, mas sempre:
- Alho - meio dente por dia, o mais disfarçado possível no meio da comida
- Boldo - tisana para ir bebendo em vez de água
- Shitaki - Cogumelo japonês - 1 por dia - Ajuda a tirar depósitos de sal e gordura
- Radis Noir - 1 ampola por dia - ajuda a descongestionar o fígado e é o fígado -- não esquecer -- que elimina mais ou menos resíduos, conforme o seu estado
- Lecitina de soja - 1 colher por dia - Se uma das causas da hipertensão for a arteroesclerose (do que tenho algumas dúvidas), a lecitina é indispensável, sempre, regularmente
- Choucroute - regularmente, juntar a tudo o que é gordura para evitar depósitos
- Rebentos de Soja - Todos os dias, disfarçados na sopa e outras comidas ou em salada
- Vitamina E - duas cápsulas de 100 ui por dia, pode ser uma sugestão equilibrada
- Tâmara - 2 a 3 por dia - Muito rica em Magnésio mas, como é doce, nada yang
- Chá de vegetais doces - 2 vezes por semana - Para mineralizar sem ianguisar
- Algas - Embora levemente yangs, uma ou duas vezes por semana não aumentam a tensão
- Tofu - Uma ou duas fatias por dia, para ir substituindo os lacticínios, especialmente os que afectam a vesícula (requeijão) e os que têm sal dissimulado (queijo, manteiga)
- Sésamo - O sésamo moído sem sal, em vez de gomásio (que tem sal) é óptimo porque é yin, porque tem vitamina E, porque dá gosto sem recorrer a sal, etc.
- Shoiu - Para utilizar em comida que se cozinhe sem sal, de forma a dar gosto - 2 a 3 pingos
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TERRA 1993

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A SAUDE DA TERRA

30/8/1993 - 1 - A composição quantitativa e qualitativa da terra influi, através da alimentação, que vem da terra, no desenvolvimento e estado de saúde do organismo humano
2- A engrenagem industrial e técnica, quer pela poluição directa quer pela desorganição indirecta provocada no meio vivo, afectou a composição do meio ambiente: ar, água e terra
3 - O preço que a humanidade está a pagar por este «progresso» traduz-se nas chamadas «doenças da civilização», que têm o nome com elas (ex: cardiovasculares, cancro, insuficiência imunitária, alteração de estrutura e funções do cérebro, doenças profissionais e alérgicas, doenças iatrogénicas, obesidade, diabetes, úlceras do estômago e duodeno, neuroses, psicosomáticas, stress, sistema respiratório, depressão, agressividade, consumos tóxicos, alcoolismo, etc)
4 - Na maioria dos casos, estas doenças devem-se a factores de ambiente
5 - Um dos factores de ambiente mais negativos é o empobrecimento das terras em oligoelementos ou bioelementos, tais como: magnésio, zinco, cobre, ferro, iodo, selénio, lítio, etc, sem os quais - e nas microdoses exactas - não existe sequer vida, quanto mais saúde
6 - A taxa de doenças cancerosas é proporcional à industrialização da agricultura, da alimentação,
7 - O magnésio é um dos oligoelementos hoje em maior carência nos solos e alimentos: a dieta pobre em magnésio induz cancro em animais de laboratório, reduz resistência às enfermidades, etc
8 - O magnésio actua antagonisticamente em relação ao chumbo, facilitando a sua eliminação do organismo (e viceversa): ora sabe-se que o ar das cidades está hiperpoluído de chumbo, proveniente dos gases de automóveis que queimam gasolina com elevadas percentagens de chumbo
9 - O selénio é outro elemento protector contra tumores e cuja concentração no solo é cada vez menor, devido à presença de metais pesados aportados por adubos e pesticidas
10 - O Lítio é outro microelemento que condiciona o estado emocional e cuja escassez (na terra, nos alimentos e no organismo) se relaciona com estados depressivos, alcoolismo, etc
11 - O Sal integral, rico em oligoelementos(cerca de noventa...), poderia corrigir estas anomalias mas, curiosamente, é submetido a refinação, ficando reduzido a cloreto de sódio, que pela desproporção quantitativa, se torna tóxico e corrosivo
12 - Já Plínio escrevia que não há nada mais útil do que Sol e Sal.
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OZONO 1987

1-2 domingo, 19 de Janeiro de 2003 - ozono-1-ie>

LA PALICE E O PROFESSOR PANGLOSS:UMA HISTÓRIA DO APOCALIPSE (*)

30/8/1987 - Quando a actualidade noticiosa, nomeadamente a informação televisiva, retoma técnicas de manipulação ideo1ógica que se julgavam mortas e que foram, várias vezes, crismadas de "alarmistas", o observador imparcial fica apreensivo: quando, há 10, 15 ou 20 anos, certos fenómenos de amplitude planetária começaram a ser denunciados por franco-atiradores mais angustiados com o próximo futuro da Terra e das espécies, incluindo a espécie humana, logo um clamor se levantou para os calar, considerando-os perigosos e desnecessariamente apocalípticos. Eles inseriam-se mesmo, segundo porta-vozes da Panglosseria, na onda de obscurantismo que persegue a humanidade em luta desesperada para sair das trevas e da caverna.
Recuperado pelo sistema o "ecológico" como especialidade científica sectorial, como uma das ciências biológicas, recuperados os movimentos independentes, nucleares e alternativos por partidos ao serviço das grandes potências nucleares, esperava-se que os temas incómodos do tal Apocalipse desaparecessem do mapa para deixar todo o palco aos Panglosses e usufruidores do Festim.
Assim não foi, assim não tem sido. Os temas de há 10, 15 ou 20 anos são retomados pelo sistema estabelecido, que já não os considera obscurantistas nem apocalípticos nem alarmistas.
De tal modo que até o Tele-jornal de domingo (30 de Agosto de 1987) sai com uma apocalíptica notícia sobre a destruição do Ozono na alta camada da atmosfera.
Investigadores norte-americanos estariam já na Antárctida para averiguarem se a percentagem de ozono destruído se mantém nos 2/3 ou se já vai a caminho do total.
A imparcialidade tranquila - o neutralismo olímpico - com que estas notícias são transmitidas, anda de par com o optimismo da personalidade convidada a depor naquele telejornal de domingo, Eurico da Fonseca, que chamou então as atenções para os gases utilizados em instalações frigoríficas e também para os atomizadores ou aerossois ou sprays. Mas dos aviões a jacto, nada.
Eurico da Fonseca deve concordar com a tese da Organização Meteorológica Mundial (OMM) que, em Novembro (dia 25) de 1978, proclamava publicamente, urbi et orbi, em Genebra, que "os aerossois são mais perigosos para a camada de ozono da estratosfera do que os aviões super-sónicos" (sic).
Tudo é relativo, como diria La Palice, primo irmão do Dr. Pangloss, mestre espiritual de quase todos estes cronistas do Planeta Terra, para os quais o futuro, mesmo com dois terços do ozono a menos, continua risonho e franco.

Segundo notícia publicada no jornal «A Capital» (25/11/1978), a OMM garantia assim que os aerossóis são mais perigosos para a camada de ozono do que os superjactos:

«Os aerossóis são mais perigosos para a camada de ozono da estratosfera do que os aviões supersónicos, segundo acaba de revelar a organização Meteorológica Mundial, em declaração publicada em Genebra.
Situada na estratosfera, entre 10 e 45 quilómetros de altitude, a camada de ozono tem grande importância para a vida na Terra, por filtrar parte da radiação ultravioleta solar.
A Organização Meteorológica Mundial lançou um alerta contra os perigos da utilização de certos gases nos atomizadores e nos sistemas de refrigeração, principalmente no que respeita aos clorofluorometanos, cujo lançamento na atmosfera destrói a camada de ozono.
Determinou-se que esta última sofrerá uma rarefacção global de 5 a 15 por cento dentro de 20 anos, caso os referidos gases continuem a ser utilizados ao ritmo actual.
Em contrapartida, os aviões supersónicos não apresentam praticamente quaisquer riscos para a camada de ozono, ao contrário do que habitualmente se afirma.
Efectivamente, segundo a Organização Meteorológica Mundial, .uma frota importante de aeronaves supersónicas, voando a altitude inferior a 25 quilómetros, não terá efeitos significativos sobre a quantidade global de ozono da estratosfera.»

Assunto encerrado, pois, e vamos pôr os clorofluorometanos no banco dos réus, já que as indústrias de frigoríficos é que têm de ser reconvertidas e não, obviamente, as indústrias que fabricam aviões supersónicos.
(*) Texto provavelmente inédito

MEDICINA 1980

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QUANDO A CIÊNCIA MÉDICA NÃO QUER MESMO SABER

Lisboa, 30/8/1980 - A regra da fingida ignorância é uma das constantes em que o discurso oficial da ideologia dominante se compraz.
Tacitamente atribuído ao céu, ao acaso ou às bruxas, determinado surto epidémico, o sistema mostra-se «surpreendido» perante determinados acontecimentos, nomeadamente doenças, que classifica então de raríssimas ou desconhecidas, ostentando fingida ignorância.
Uma onda de mortes verificada em Nápoles, entre Março de 1978 e Março de 1979 ( em que morreram 64 crianças durante 12 meses) é exemplo significativo de um sistema que, em Nápoles ou em qualquer outro ponto, reage por toda a parte de maneira idêntica e segundo os mesmos mecanismos.
O efeito «fingida surpresa» resulta apenas do método usado: é que, em vez de se investigar a causa ambiental, lógica e ecológica do surto patológico, paralisa-se a investigação com a hipótese do vírus, uma pura teoria de imediato transformada em dogma e ditadura.
O discurso repete-se a papel químico : «um novo vírus para o qual ainda não há vacina», «um novo vírus para o qual se investiga actualmente uma vacina», «um novo vírus para o qual ainda não se pode aplicar a vacina que está sendo investigada.»
*
Um outro facto de fingida ignorância da ciência médica, verificou-se nos Estados Unidos, estado de Atlanta, em 1980.
Graças aos arquivos relativamente mal organizados da «Frente Ecológica» e literalmente delapidados por falta de espaço, foi possível reunir, num conjunto, notícias do chamado «sindroma do choque tóxico», revelando o respectivo discurso, entretanto divulgado pelos jornais, as características típicas da fingida ignorância, usada e abusa pela ciência médica ao abrigo do eterno alibi que é o pressuposto de progresso seguido por toda e qualquer ciência, ignorante hoje do que promete ir saber amanhã.
Depois de morrerem 7 doentes das 55 mulheres afectadas, ainda a causa era «desconhecida», embora tudo apontasse para uma associação entre os tampões higiénicos utilizados pelas mulheres e os sintomas de febre alta, vómitos, diarreia, rápida progressão para tensão arterial muito baixa, choque, erupção cutânea, seguida de queda de pele.
Com todos estes sintomas, a única hipótese para a ciência médica era uma bactéria, o estafilococus aureus.
Notícias de Junho de 1980, davam o surto ainda como caído do céu e só em fins de Agosto já se atribuía o referido sindroma do choque tóxico ao uso de tampões para o ciclo menstrual, ou seja, a uma causa ambiental e de consumo.
A palavra sindroma, em substituição de sintoma, é bem típica de situações suficientemente complexas para serem lógica e ecologicamente atribuíveis a causas ambientais - e não só a causas unilaterais como a do vírus.
O alibi da fingida ignorância não se aplica apenas a sintomas da doença humana individual: aplica-se, principalmente, aos sintomas da doença planetária colectiva como são, por exemplo, os célebres «suicídios de baleias», a «tartaruga-gigante que deu à costa em Vila do Conde » (6/7/1981) , os «milhares de aves migratórias que se «suicidaram» em Assam» (23/9/1981) , as «detonações estranhas na Nova Escócia(que) não devem ser devidas ao Concorde...» (8/7/1978) , tudo isto segundo a terminologia usada por títulos de notícias de imprensa.

PANGLOSSES 1987

sistema-13> o sistema contra os ecossistemas – inédito ac de 1987 – tese de 5 estrelas

MAIS PANGLOSSES E SOFISMAS

30/8/1987 - Quando a actualidade noticiosa, nomeadamente a informação televisiva, retoma técnicas de manipulação ideológica que se julgavam mortas e que foram, várias vezes, crismadas de "alarmistas", o observador imparcial fica apreensivo: quando há 10, 15 ou 20 anos, certos fenómenos de amplitude planetária começaram a ser denunciados por franco-atiradores mais angustiados com o próximo futuro da Terra e das espécies, incluindo a espécie humana, um clamor se levantou para os calar, considerando-os perigosos e desnecessariamente apocalípticos. Eles inseriam-se mesmo, segundo porta-vozes da Panglosseria, na onda de obscurantismo que persegue a humanidade em luta desesperada para sair das trevas e da caverna.
Recuperado pelo sistema o "ecológico", como especialidade científica sectorial, como uma das ciências biológicas, recuperados os movimentos independentes, anti-nucleares e alternativos por partidos ao serviço das grandes potências nucleares, esperava-se que os temas incómodos do tal Apocalipse desaparecessem. do mapa para deixar todo o palco aos Panglosses e usufruidores do Festim.
Assim não foi, assim não tem sido. Os temas de há 10, 15 ou 20 anos são retomados pelo sistema estabelecido, que já não os considera obscurantistas nem apocalípticos nem alarmistas.
De tal modo que até o Tele-jornal de domingo (30 de Agosto de 1987) sai com uma apocalíptica notícia sobre a destruição do Ozono na alta camada da atmosfera.
Investigadores norte-americanos estariam já na Antártida para averiguarem se a percentagem de ozono destruído se mantém nos 2/3 ou se já vai a caminho do total.
A imparcialidade tranquila - o neutralismo olímpico - com que estas notícias são transmitidas, anda de par com o optimismo da personalidade convidada a depor naquele tele-jornal de domingo: Eurico da Fonseca, que chamou então as atenções para os gases utilizados em instalações frigoríficas e também para os atomizadores ou aerossóis ou sprays; mas dos aviões a jacto, nada.
Eurico da Fonseca deve concordar com a tese da Organização Meteorológica Mundial (OMM) que, em Novembro (dia 25) de 1978, proclamava publicamente, urbi et orbi em Genebra, que "os aerossóis são mais perigosos para a camada de ozono da estratosfera do que os aviões super-sónicos".
Tudo é relativo, como diria La Palice, primo irmão do Dr. Pangloss, mestre espiritual de quase todos estes cronistas do Planeta Terra, para os quais o futuro , mesmo com dois terços do ozono a menos, continua risonho e franco.

SUBPRODUTO DO SISTEMA

Sub-produto do sistema que se desagrega sob a acção da crise planetária, os panglosses têm uma função precisa nos últimos anos que nos restam, assim explicitada:
1 - Obviar a que o alerta ecológico possa soar , com todo o realismo e com toda a sua clareza, urgência e nitidez, sem alarmismos de ocultistas e astrólogoe e sem alarmismos de tecnopalermas;
2 - Vender mais alguns gadgets anti-poluição, talvez alguns abrigos anti-atómicos, alguns preservativos anti-sida, alguns cintos de segurança para os pópós, alguns comprimidos psico-tranquilizantes, etc, etc, a lista do mercado protésico é praticamente infinita;
3 - Confundir e baralhar as mentes das pessoas, para que estas não possam lançar mão de todas as eco-tecnologias alternativas que podiam salvá-las e ao Planeta, eco-tecnologias que estão já acessíveis;
4 - Consolar os angustiados com o colapso do Planeta, pintando cenários cor-de-rosa para o futuro, a cargo das novas tecnologias que irão emendar (está-se mesmo a ver) os erros, abusos e crimes das antigas;

O "tecno-panglosse" ou optimista nato, pago para exibir optimismo, funcionário zeloso do sistema que vive de ir matando os ecossistemas, está sempre ao serviço, operacional e activo, para que nada transpire da crise profunda em que a Terra se afunda.
Crise ultrapassável pelas eco-tecnologias da Esperança mas nunca, jamais, pelas tecnologias do chafurdo e do terror e que ao chafurdo e ao terror nos levaram.
O fenómeno de cepticismo voluntário ou cego optimismo pode ser ilustrado com o caso do desequilibro térmico provocado pelo aumento de anidrido carbónico na atmosfera, que resulta, por sua vez, da desflorestação intensiva em áreas crescentes do Planeta, somada à queima de combustíveis fósseis por fábricas, caldeiras e fornos.
Uma simples variação de quatro graus - dizem eles - na temperatura média da atmosfera pode ser considerado insignificante pelos que não querem ver a realidade.
Essa variação não é, digamos, interna ao ecossistema atmosfera, correspondendo, por exemplo, às variações de temperatura entre estações ou entre latitudes diferentes, mas é uma alteração extrínseca e global de todo o ecossistema, que normalmente e enquanto mantém o equilíbrio se regula por uma determinada temperatura média.
Os cegos "panglosses" recusam-se a acreditar no efeito estufa, na fusão das calotes polares e na subida do nível dos oceanos.
O discurso panglossiano surge quando, perante o quadro apocalíptico de qualquer pilhagem aos recursos e equilíbrios da Terra, há a necessidade de impor um novo negócio no mercado protésico ou de preservativos , um novo campo de negócio para exploração de mecanismos ditos alternativos ao que já se esgotou e pilhou e delapidou. .
A cirurgia em geral, a transplantologia, a hemodiálise, inserem-se neste mercado "protésico" ou "preservativo", onde a tecnologia hiper-sofisticada vai gradualmente substituindo órgãos, atributos e recursos naturais.
Típico discurso panglossiano é assim o que aparece a promover os recursos minerais no fundo do Oceano , quando estes já escasseiam em terra firme (Ver artigo de Max Wilde, ''Jornal de Noticias").
Típico discurso panglossiano é o que preconiza a chamada "luta biológica" contra as pragas, no termo do processo vicioso e infernal da decadência agroquímica.
Típico discurso panglossiano é , pois, o que promove soluções tecnológicas para a decadência que a própria tecnologia provocou.
Sofisma largamente difundido pelo discurso tecno-burrocrata oficial e pela utopia tecnológica é o de que "o excessivo alarmismo dos eco-radicais conduz à inacção e ao desespero."
Sofisma, de facto, porque são os eco-radicais a preconizar, há mais tempo, a vida da vida e da esperança mais viável, mais democrática, mais adequada que é a das tecnologias leves alternativas não poluentes, criadoras e não alienantes.
Sofisma é continuar ignorando fingidamente essa proposta dos ecologistas radicais - a vida das alternativas e as alternativas de vida - que até o gato já conhece.
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VACINAS 1973

dm-1- leituras morais - antologia para as escolas

VANTAGENS SÓCIO-CULTURAIS DAS VACINAS

[Um texto com 30 anos!]

Itens de arrumação com afinidades:
Textos arriscados nos anos 70 - Intuições de Ecologia Humana - Carta à OMS - Crónicas do Planeta terra que me foram censuradas - Inventários do tecnoterror - Grelhas abertas -Memórias de um jornalista  - O quotidiano sempre vivo - Meditação de um alentejano que ama a humanidade

30/8/1973 - ( in «Diário do Alentejo») - Vendo as vantagens sócio-culturais da vacina contra o sarampo, vantagens que me são anunciadas no folheto copiografado concedido à imprensa no decorrer da reunião em que se anunciava a campanha de vacinação em massa contra o sarampo, lendo atentamente, meticulosamente todo esse folheto, fico a pensar, melancólico e pesabundo, porque não haverá também vacinas para tanta outra coisa terrível que nos ataca: vacina contra o ruído, vacina contra o medo, vacina contra o desespero, vacina contra a estupidez, vacina contra a maldade, vacina contra a exploração, vacina contra as experiências nucleares, vacina contra o vazio das nossas vidas, vacina contra a tristeza, vacina contra os aditivos nos alimentos (cancerígenos),  vacina contra a guerra, vacina contra a fome, vacina contra o congestionamento urbano, vacina contra o surménage-o-cansaço-e-o-stress, vacina contra os óleos queimados e o fumo de Lisboa, vacina contra o retinir dos telefones, vacina contra a insalubridade de habitações e locais de trabalho, vacina contra a opressão, a poluição, os engarrafamentos, a asfixia urbana, vacina contra os mitos e sub-mitos que nos envenenam a alma, contra os pesticidas e herbicidas, contra desfolhantes e napalm,  contra a publicidade e os mitos da violência, as técnicas de aviltamento e os recordes, os gigantismos, as maratonas (espacial, atómica, supersónica), vacina contra a moda e a ditadura da moda, vacina contra o experimentalismo e o concretismo, os testes psicotécnicos e as técnicas de violação da vida privada, vacina contra o desemprego, o desconforto, o enervamento dos transportes e telefones públicos, uma vacina (até) contra a falta de trocos e a falta de dinheiro mais grado

[ espaço para o leitor escrever o que falta das muitas coisas que faltam e mereciam uma vacina preventiva].

Nos últimos tempos, várias campanhas de prevenção têm sido anunciadas: prevenção rodoviária para não deixar morrer os que se querem matar e matar os outros, prevenção contra os mortos nas praias, prevenção contra o sarampo para uma campanha de vacinação em massa (5000 contos num ano), prevenção contra o mau estado dos olhos, prevenção contra os acidentes de trabalho e as doenças profissionais (o Congresso do Porto reuniu 600 participantes), prevenção contra o ruído (que nunca mais fez ruído, o que significa ter sido um êxito)

[ espaço para o leitor escrever todas as campanhas de prevenção que ainda falta implementar]

Perante tanta campanha boa, humanitária, filantrópica, o meu coração que de humanitário, lírico, filantrópico e romântico tem muito (ah! sim, esta severidade é só aparência, no fundo sou um sentimental e um chorão), treme de fervor fransciscano à ideia de contribuir com o meu óbulo de jornalista de serviço das grandes causas contra os acidentes de trabalho, contra os mortos nas praias, contra o sarampo e o sarampelo, contra a cárie, contra a miopia, contra tudo o que é mau e feio, torto e zarolho, suicida e homicida.
[ espaço para o leitor deitar outros itens adequados ]

«Não tens vergonha de não fazer nada para evitar tanta morte, tanta doença, tanto sofrimento?»
Injustas más línguas insinuam para aí que eu, jornalista insigne. estaria contra a vacina. Que ideia, eu podia lá estar contra a indústria da vacina - se sou pelo progresso e até sou progressista.


[ espaço para o leitor colocar os consumos que quiser ]

contra os aditivos e os pesticidas, contra os media e os jornalistas que tão bem os servem, etc

[ espaço para o leitor escrever todos os produtos da toxicologia moderna ]


todas as pestes, todas as Doenças desta doença chamada ambiente (subdesenvolvido ou hiperdesenvolvido) que deve fazer a minha humildade? Resignar-se também? Aceitar? Não apelar?

(Não haver instância suprema para a qual apelar, quando o terror nos afoga, não será um dos factos decisivos dessa opressão organizada?).
Não digo que a falta de uma teoria geral do Ambiente, de uma síntese das sínteses seja culpa da OMS e que haja da parte da OMS má fé voluntária em ainda a não ter escrito: simplesmente ainda não teve tempo ou funcionários à altura de escrever essa teoria, essa síntese.
Pois bem: daqui, de Lisboa, voluntário ,  isolado e desconfiado, muito metido comigo e tímido, sempre com medo de ofender seja quem for, daqui ofereço os meus fracos préstimos à prestimosa organização, a bem da saúde mundial, do Ambiente e das campanhas filantrópicas que, sem a Imprensa, nada são no dizer grato dos que as conduzem a bem do Povo e do País.
Daqui ofereço uma síntese das sínteses, uma teoria geral do ambiente que escrevi nas horas vagas de fugir à morte na cidade de Lisboa e nos intervalos de dois minutos que as motorizadas, os jactos, a construção civil me deixam silêncio para raciocinar, meditar, reflectir, ser útil ao  próximo.
Totalmente só no universo, remando contra a maré e lutando minuto a minuto contra a peste do Ruído (entre outras pestes), foi no meio da refrega diária, da «batalha da educação» que é o jornalismo diário, que consegui uma teoria geral do ambiente que está por fazer e a OMS bem precisa.
De duas, uma: ou se vacina tudo, ou não se vacina nada. Porque enquanto se erradica ou julga erradicar a varíola ( os sintomas que formam o sindroma designado varíola) recrudesce a cólera e quando se julga ter liquidado a cólera está recrudescendo a raiva e quando se julga ter combatido  a raiva está recrudescendo a varíola e quando...
AC, in «Diário de Alentejo», 30/8/1973
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MORTE 1994

6222 caracteres morte-1-fs-3-priori-diário de uma descoberta – diário de um aprendiz de radiestesia

PRIORIDADE ABSOLUTA À TANATOLOGIA

30/8/1994 – Meu Caro F. S.: Sobre a morte e como ensinar os vivos (ou moribundos) a morrer, eis o meu programa de vida, actualmente, do qual só as exigências da sobrevivência me distraem. Gostaria de encontrar alguém com quem trabalhar nisto: que, para comprazer à parte material, teria também uma «vertente» de holodiagnóstico, um diagnóstico global ou «perfil holístico».
Tenho estado a preparar a m/ casa com vista a poder obter um espaço viável para esse efeito. Será um dia destes o momento de te dar conhecimento de alguns «files» que meti em computador - sobre esse projecto do «perfil holístico».
Só que, quanto a projectos, eu encontro-me numa fase em que toda a cautela é pouca: não se pode projectar nada enquanto não se integrar. E estando eu em Nigredo puro (desestruturação completa e violenta do suporte) não posso aspirar já a qualquer reestruturação projectiva, a qualquer forma assumida. Estou, creio, na fase de «mescla» em que a decantação está longe ainda de fazer-se.
Não quero converter ninguém a nada. Quanto muito, converter cada um a si próprio. Já Nietszche preconizava «ser o que se é», repetindo o Sócrates do «conhece-te a ti mesmo», o Sócrates que, por sinal, escreveu pouco - ou nada, o que faz suspeitar de que era analfabeto. Graças aos deuses (gregos), era analfabeto, pelo que nos falou a linguagem universal, herdada do egípcio Hermes Trimegisto, via Pitágoras.
Penso, neste momento, que devo partir de uma assumido analfabetismo, sem saber quando vou aprender e se vou aprender a nova «linguagem vibratória de base molecular». Entretanto e como «burro velho não aprende línguas», desisti de «aprender línguas», inclusive a mais aberrante de todas e com o diabo na alma que é a dos computadores. Ou essa língua de piratas e merceeiros que é o inglês. Ou essa outra de punhos de renda e rigores analíticos que é o francês.
Nunca vou é fazer carreira, se não aprender os léxicos todos que eles, os patrões, querem e adoram. Admiro é Ivan Illich que conseguiu dominar aí umas oito línguas, inclusive o rebarbativo português. Mas o que eu estou mesmo excitado em fazer é um apanhado divertido dos vários «léxicos» tecnocráticos com que os tecnocratas de todos os quadrantes nos divertem.
Aliás, um dos projectos que deixei em «stand-by» (este palavrão já aprendi) foi o de inventariar (listar) os palavrões dos modernos jargões com que nos «fodem» (fornicam) a paciência. Claro que o meu jargão é mais do Cais do Sodré e menos dos «yuppies» nova vaga e «new age» (outro palavrão que eu aprendi).
Não sei como se diz snobismo em inglês mas acho, por exemplo, que o Vasco Pulido Valente é um modelo de snobismo, mas os jornais em geral também e os do chamado «jornalismo económico», como tu bem sabes, é só de «flop» pra cima.
Perante isto - perante esta nova Torre de Babel - máximas universais como «ser o que se é», «o Verbo é Deus», «ama-te a ti mesmo» são meras banalidades de base, ditas através dos tempos e das culturas e que só aguardam o momento de ser integradas no dia a dia da custosa, penosa, vaidosa tragédia humana.
Ecologia, por exemplo, se é que serviu para alguma coisa, veio ajudar a relativizar as coisas terrenas: e se a Ecologia nos diz que não há saída horizontal (porque não há mesmo, o chafurdo é mesmo chafurdo, o tremedal é mesmo tremedal), é de acelerar então a saída vertical. Deparamos com uma multidão de escolas, seitas, tradições, mas a gnose radiestésica tem talvez a vantagem de apurar todas as técnicas (sem holismo nem ecletismo) e unificá-las em uma só.
Sem vampirizar o duplo de cada um, o que - diz-se - acontece a todas as formas manipulatórias de energia: ganha-se, nessas egrégoras, em satisfações materiais (ainda quando levam o nome de espírito, mas que diz respeito ainda ao corpo espiritual) o que se perde em natureza essencial.
Uma palavra que vou imediatamente integrar no meu léxico de sucesso é o «Know-how», cheio de ressonâncias e de consequências. Fizeste com que me apercebesse disso, nunca tinha pensado nessa vantagem. É sempre bom ter alguma coisa que nos possa pôr em posição de vantagem face à bicharada que dia a dia nos suga. Como se diz em inglês «bicharada»? Mas a palavra «know-how», tão simpática, tem conotações para mim antipáticas, muito ligadas a «sapos vivos» e a «vontade de vingança»: se der atenção a esse passado de memórias, acabo por ficar com os cabelos eriçados, agora que o Delgado Domingos lança a revista de ecologismo, por exemplo, com prefácio de Mário Soares e com o José Mattoso amigo do ambiente, sinto-me ainda mais insignificante e inútil do que quando a Maria Santos se candidatou ao lugar de deputada europeia.
Se vou a pensar em termos de «know-how» e reavivar memórias de «sapos vivos», nunca mais saio desse lodaçal. Nem consigo apagar memórias que me apegam à vida e, como te disse, a morte é agora, tem de ser agora a minha prioridade. Como vou apagar memórias e apagar apegos, se der importância ao tal «Know-how»? Aliás, se falo muito em escrever as minhas memórias, esta carta não vai chegar ao destino, como aconteceu à outra...Se tiver que voltar a narrar a crónica dos sapos vivos, já tenho file , e já lá deitei considerandos, a propósito de alguns sv mais recentes: eles não faltam nunca neste país, como sabes.
Academia de artes primordiais? Só vejo, nas artes primordiais, esta que é indicada pela retoma do Egipto faraónico, dos seus deuses, da sua sabedoria, da sua gnose. Com as ciências dele advindas: Teurgia, Numerologia, Astrologia, Magia, etc. Os orientais são porreiros, especialmente os que inventaram essa magnífica vassoura que é o Zen (aspirador dos detritos da alma), mas agora estou mais virado para o Oriente próximo. Até que a morte tenha a complacência de me levar. Foi mesmo o acaso - que não existe - que nos fez encontrar aquele sábado, em que me emprestaste a revista «Caduceus» mas principalmente o artigo sobre Tanatologia e Música. Tanatologia, meu caro Sacramento, é quanto a mim a arte (primordial) de todas as artes: pelo que lhe estou dando neste momento prioridade absoluta. Dentro daquilo que a vida deixa, só a Morte me interessa.
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