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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-04-17

PROGRESSO 1999

1-1 -99-03-17-nn-ba> = balanço do ano -tese-11>

O PROGRESSO DOS RETROCESSOS

17/3/1999 - Pista a despistar em naturologia, via Internet ou bibliografia selecta, é a das «grandes descobertas científicas» deste século XX, que já estão completamente esquecidas.
Nomeadamente no campo das ciências médicas e biológicas, os prémios Nóbeis que passaram à História são matéria interessante para o historiador em fase de realizar o balanço crítico que, em naturologia, nos deveria animar para seguir, como é inevitável, em frente e rumo ao novo paradigma.
Repetindo os quiproquos do velho, não iremos lá.
Como não iremos lá, com a nomenclatura obsoleta nas ciências biológicas,
com o dogma da especialização
com as nomenclaturas bárbaras que reduzem o real ao virtual
com as lutas pelo poder a que está hoje reduzido o poder universitário
com a hipocrisia dos regulamentos que asfixiam a criatividade, a qualidade, a evolução e o progresso
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INFORMAÇÃO E CONTRA-INFORMAÇÃO EM NATUROLOGIA

17/3/1999 - As novas patologias constituem um capítulo importantíssimo da Nova Naturologia.
Deverá proceder-se a uma investigação da cronologia das doenças e tentar saber , a partir de quando surgem determinadas doenças , como as designadas de auto-imunes, como o lupus, o lisosoma e as alergias.
A investigação está por fazer, nesse campo, porque , à partida o principal suspeito de ser o causador das novas patologias é a medicina química deste última metade do século XX.
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MEP 1993

restos13>diario>cartas>- restos desdatados de diário com endereços:- notícias da frente

PARA A HISTÓRIA DO MEP

17/9/1993 - Drª Deolinda (directora da revista «Linda»): Dos nosso dois dias em Évora, procurei colher o máximo de informação sobre 3 temas afins:
Biogás - Energia solar - Agricultura biológica
Acontece que, quanto a contactos, fomos muito bem sucedidos no Biogás, de que trazemos fotografias variadas e sugestivas. Acontece que o assunto está a crescer, em Portugal, de maneira espectacular, sem que, no entanto, se tivesse ainda banalizado do ponto de vista jornalístico. Em certo sentido, ainda é caixa. Acontece que um dossiê temático «Biogás» parece-me um «boom» jornalístico ainda possível, se for mesmo panorâmico e exaustivo do que já existe montado. Acontece ainda que é possível, com mais duas penadas, conseguirmos essa panorâmica, visto que de Évora trouxemos a parte maior. Relativamente ao artigo que deve adiantar, pôs-se-me assim uma dúvida quanto a qual das duas formas devo dar prioriade: 1) Ou reportagem onde mesclasse o Biogás, a energia solar e a bioagricultura, vistos em Évora; 2) Ou uma reportagem exclusiva sobre Biogás: tudo o que já existe em Portugal. Bastaria para isso uma ida rápida (um dia ida e volta) a Leiria e outra a Montijo. Claro que Vila Nova de Cerveira é a primeira produção de biogás em Portugal, há 27 anos, seria óptimo para uma panorâmica mesmo completa: mas a distância torna a ida lá (suponho) impeditiva. Portanto, sugiro a minha ordem de aprontar trabalhos:
1 - Tudo sobre Biogás em Portugal até hoje
2 - Alguma coisa de energia solar que se está incrementando
3 - Um pouco da pouca bioagricultura que se pratica
Estas duas últimas iriam sendo preparadas com mais tempo, implicando algumas visitas intercalares ligeiramente mais demoradas
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BIBLIOTECA PARA OS TEMPOS DIFÍCEIS

B) Dispondo o candidato de numerosa documentação para consulta e divulgação entre os interessados, quer em livros (centenas), quer em recortes de imprensa (milhares), quer em opúsculos e folhetos raros, quer em slides (dezenas), quer em artigos traduzidos de revistas especializadas, quer em edições do grupo Coordenador (ver catálogo em Anexo 1), encontra-se na disposição de colocar todo esse material, até agora privado, ao serviço da comunidade, desde que lhe sejam facultadas as infraestruturas mínimas indispensáveis: uma sala, estantes e material de escritório suficiente para o expediente de biblioteca com os consulentes. Este centro de documentação ecológica iria responder, fundamentalmente, a dois requisitos:
a) Servir de apoio didáctico ao curso-piloto de Ecologia Prática
b) Ficar aberto, em horário a combinar, a todos os que, adultos e jovens, estudantes e não estudantes, procuram cada vez em maior número o Movimento Ecológico e o Grupo Coordenador de Paço de Arcos, para obterem documentação sobre temas de ecologia, hoje obrigatórios em muitos estabelecimentos de ensino básico, secundário e universitário.
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A convite de Duarte Ferreira, coordenador do programa radiofónico «Em Redor do Microfone» e de Luís Filipe Costa, seu locutor-moderador, teve o autor do seguinte artigo a ocasião de participar num debate sobre a conquista espacial, vantagens e desvantagens, com mais dois camaradas da imprensa: José Maria de Almeida, jornalista do «Novidades» e Eurico da Fonseca, especialista de temas interplanetários.
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A partir deste número, «A Voz da Amadora» tem novo chefe de redacção. Na carta que escreveu ao director do nosso jornal, pedindo que o seu nome seja retirado da chefia, Afonso Cautela alega que não lhe foram concedidas as condições por ele consideradas «mínimas» para poder desempenhar com «coerência e consciência» aquelas funções[5/3/1982]
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NATUROLOGIA 1999

tese-11-13- tese-11

INFORMAÇÃO E CONTRA-INFORMAÇÃO EM NATUROLOGIA - O PROGRESSO DOS RETROCESSOS

17/3/1999 - Pista a despistar em naturologia, via Internet ou bibliografia selecta, é a das «grandes descobertas científicas» deste século XX, que já estão completamente esquecidas.
Nomeadamente no campo das ciências médicas e biológicas, os prémios Nobel que passaram à História são matéria interessante para o historiador em fase de realizar o balanço crítico que, em naturologia, nos deveria animar para seguir, como é inevitável, em frente e rumo ao novo paradigma.
Repetindo os quiproquos do velho, não iremos lá.
Como não iremos lá, com a nomenclatura obsoleta nas ciências biológicas,
com o dogma da especialização
com as nomenclaturas bárbaras que reduzem o real ao virtual
com as lutas pelo poder a que está hoje reduzido o poder universitário
com a hipocrisia dos regulamentos que asfixiam a criatividade, a qualidade, a evolução e o progresso

17/3/1999 - As novas patologias constituem um capítulo importantíssimo da Nova Naturologia.
Deverá proceder-se a uma investigação da cronologia das doenças e tentar saber , a partir de quando surgem determinadas doenças , como as designadas de auto-imunes, como o lupus, o lisosoma e as alergias.
A investigação está por fazer, nesse campo, porque , à partida, o principal suspeito de ser o causador das novas patologias é a medicina química deste última metade do século XX.
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tese-12>

INFORMAÇÃO E CONTRA INFORMAÇÃO EM NATUROLOGIA

Este é o tema e o projecto que me polarizará até ao fim dos meus dias:
a ele subordinarei a selecção dos recortes de imprensa
a ele subordinarei a selecção da bibliografia selecta (se possível nunca mais de 100 livros)
a ele subordinarei as prioridades na Escola Superior de Ciências Naturais e Homeopáticas
a ele subordinarei a tese que tenciono elaborar como candidato a estagiário assistente na mesma ESCNH
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tese-13>

NOVAS PATOLOGIAS
AS GLÓRIAS DA MEDICINA MODERNA

O MITO E O DOGMA EM CIÊNCIA

7/3/1999 - Um livrinho para crianças da editora Bertrand - «Diz-me Quando» - pode ser altamente informativo do estado a que chegámos em matéria de mitologia médica .
Não faltam ali os «grande avanços da medicina, a saber:
a cirurgia
a radioterapia
a circulação do sangue
os enxertos de órgãos
os antibióticos
a penicilina
o quinino

Vale a pena investigar, em Naturologia, o que foram avanços e o que foram retrocessos nos «progressos» da medicina. Vale a pena investigar, em Naturologia, a mitologia médica que alimenta modernamente a religião da ciência.
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QUÍMICA 1976

1-3 -73-03-17-ie> quarta-feira, 4 de Dezembro de 2002-scan

A IMORALIDADE COMEÇA NA VIOLÊNCIA E A VIOLÊNCIA COMEÇA NA QUÍMICA(*)

(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no livro edição do autor, «Contributo à Revolução Ecológica», Paço de Arcos, 1976

17/Março/1973 - Como se não bastassem todas as "frentes" consuetudinárias onde a resistência defronta o Monstro - a Tecnocracia com seu mau cheiro, seu visco, seus dejectos químicos, seus tentáculos repressivos - aparece-nos diante, em outra esquina, um súbito e ocidentalizado representante da "ataraxia nirvânica". (Que de ataraxia e de nirvana, evidentemente, pouco tem).
Não sei mesmo se não aparecerá um iluminado discípulo de guru, ou de mahatma, exalando prédicas sobre o abandono dos bens deste mundo, enquanto viaja de jumbo-ject e se locomove num Rolls Royce provido de motorista fardado.
Se há uma coisa que a Resistência tem como dogma indiscutível é a necessidade e a licitude da via iniciática, tão largamente caluniada pelos funcionários da Tecnocracia, tão vilipendiada por todos quantos vêem numa verdadeira meditação, numa verdadeira vida espiritual, numa introspecção criadora, o diabo em figura de gente.
Se há coisas que a Resistência necessita e respeita e defende, é o ioga, o zen, a suspensão do raciocínio no momento próprio.
Mas isto não significa que a Resistência omita definitiva e permanentemente o raciocínio, sua única arma defensiva no meio de tantos atacantes.
Por muito que o Resistente admire e pratique o zen, o abstencionismo nirvânico, a verdadeira dialéctica ecológica, no momento em que defronta o Inimigo tem que ter desperto o sentido crítico, a arma da inteligência, o anticorpo da lógica antinómica.
De outra maneira dissolve-se como uma pretensa dialéctica, a última e única defesa do Resistente, ao pretender seguir, numa fase de luta, os princípios da meditação.
Ponho um exemplo.
O ruído constitui, para quem quer preservar algo da sua vida espiritual, uma faina de Resistência diária. Como agressão perpétua, como impedimento à necessidade de meditação e de enriquecimento pessoal, como obstáculo à qualificação da existência quotidiana, o Ruído é um permanente oposto. 0 Ruído e, evidentemente, toda a forma de Poluição produzida por um habitat que, se não está feito para homens, nem sequer para cães está feito.
De repente, vem um iluminado fabricado à pressa pela varinha mágica de qualquer guru e começa a perorar:

"O ruído é a tua obsessão. Deves encarar todos os opostos como necessários. A lama existe para que exista o lótus. Etc.."

Quer dizer: o convite à desistência de uma atitude crispada de contra-ataque, contra o que (nos) ataca.
Foi isto o que chamei a outra e inusitada frente da Resistência. Já não nos bastava o ataque sistemático, a agressão contínua da Química e seus sequazes. Faltava-nos agora o pseudo místico de beatice cristã, acenando com a dialéctica, a dizer-nos que todo o mal é bom e que o devemos suportar estoicamente sem um gemido.

DESISTÊNCIA DA RESISTÊNCIA

É urgente interpelar esta errónea interpretação da dialéctica nirvânica que nos aconselha desistência da Resistência. E por uma razão, que não é moral, nem filosófica, nem teórica, mas concreta, material, causal, ecológica: a Resistência, o protesto, a revolta, é a única arma que o Resistente possui para conseguir continuar a manter alguma sanidade mental no meio de um habitat de alienados: não só produtor de loucos, de esquizofrénicos, de neuróticos e psicóticos, mas perfeitamente inabitável.
Só o que reage, protesta, muge, ruge, grita contra o absurdo da Agressão - o que Resiste - tem alguma chance de não se deixar submergir pela onda de colectiva sandice.
E não há via iniciática, nirvana místico, dialéctica criadora, vida espiritual, paz interior, etc., sem essa base de sanidade.
A Resistência e não a desistência é condição sine qua non de toda e qualquer experiência de cariz iniciático ou iluminístico.

A DIALÉCTICA DOS CONTRÁRIOS

Ainda quanto à necessidade de continuar resistindo à invasão homicida, há que proclamar, sublinhar e acentuar o principio inamovível de toda a ética ou axiologia ecológica: a vida e o respeito pela vida.
Dentro da vida e do que vive, de acordo: a lama é necessária ao desabrochar do lótus, a noite é inevitável para que a madrugada rompa, a vida não existe sem a morte, o amor sem o ódio, a esperança sem o desespero, a prática sem a teoria, o sacrifício sem a covardia.

Sim, universalmente, a ética ecológica manda amar tudo quanto vive, excepto... Excepto o que mata tudo quanto vive. E que por se situar fora da cadeia viva é a personificação de um possível princípio do Mal de um possível maniqueismo.
Sim, talvez só existisse Bem (quer dizer, Vida) sobre a Terra, se não existisse, por exemplo, a Química que mata. Uma vez que a química já fez a sua erupção sobre a Terra depois de Buda, há que actualizar Buda.

É assim que talvez houvesse agora a fazer uma rectifição à terminologia metafórica normalmente usada: quando, por exemplo, se fala de "onda excrementícia" para designar em grande parte o rio da porcaria tecnocrática, não se está a ser justo, nem, de um ponto de vista ecológico, exacto.

O MAL ESPECÍFICO DA TECNOCRACIA

Admito. Excremento, dejecto, não são termos próprios, nem seus sinónimos, para designar o Mal especifico da Tecnocracia. De qualquer modo, o estrume biológico é ainda fonte de terra e de vida. O biodegradável contém-se dentro do ecossistema, é um elo de vida. Mais correcto para designar o Mal absoluto, o oposto irredutível (porue há o oposto complementar), o verdadeiro e irreconciliável inimigo é a expressão hecatombe química, homicídio, ecocídio, biocídio.
Admito que a terminologia "excrementícia" cai sob a alçada da mesma crítica que se faça à palavra "poluição" como cómodo biombo para ocultar a verdadeira palavra: biocídio.
O excremento ainda é moral. A imoralidade começa na Química.

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(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no livro edição do autor, «Contributo à Revolução Ecológica», Paço de Arcos, 1976
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CONTINUUM 1999

1-2 - 99-03-17-ls-hv> = leituras da hipótese - hfv-1> nota de leitura

17-3-1999

PESQUISANDO O SAGRADO NO MUNDO NATURAL - I - O MUNDO VEGETAL, PARA COMEÇAR - A) O CONTRIBUTO DE HENRIQUE VIEIRA FILHO

DICOTOMIAS INTELECTUAIS NO CONTINUUM ENERGÉTICO

Ao falar de «somatização» , Henrique Vieira Filho está a aceitar a dicotomia da ciência moderna entre o que ela chama «psíquico» e o que ela chama o «somático». Muito do nosso mal estar, resulta dessa dicotomia. E os florais, restabelecendo o continuum energético, são capazes de operar terapeuticamente.
O que os sistemas de astrobiologia (ou cosmobiologia) , desde os mais remotos aos mais recentes, fazem é restabelecer a unidade de um continuum energético, onde a divisão artificial entre somático e psíquico e outras dicotomias inventadas pelo intelecto humano, se esbatem ou desaparecem.
Também nesse sentido, o contributo de Henrique Vieira Filho, é um avanço significativo no estudo das essências florais. A sua visão «mitológica, etimológica e arquetípica» subtítulo do seu livro «Florais de Bach», ultrapassa as visões psicologísticas de toda ou quase toda a vasta bibliografia existente sobre florais, incluindo os próprios textos de Edward Bach.
Ele abre ao sagrado, sem tabus nem preconceitos, o estudo das flores mas, principalmente, de todo o mundo vegetal onde as flores e as árvores são raínhas. Esta ampliação vem corrigir a mutilação que a floralterapia, de uma certa maneira, operara na globalidade holística do sagrado e, portanto, do universo (do ser) humano.
Dito de outra maneira, o contributo de H.V.F. ,abrindo-se ao sagrado que se esconde no mundo profano e natural, abrange o potencial energético ou vibratório do ser humano, como mais nenhuma outra terapia, incluindo a homeopática, o fizera nos tempos recentes.
A unidade entre Cosmos e Ser Humano aparece óbvia. Entre Macro e Microcosmos.
O potencial vibratório e os níveis vibratórios de consciência , estudados por Etienne Guillé, são assim a outra face das terapias particulares, demasiado limitadas em técnicas particulares de aplicação prática e totalmente encerradas num único corpo energético, o corpo físico.

PISTAS

As pistas apresentadas por H.V.F. , nomeadamente na breve mas selecta bibliografia que apresenta, abrem horizontes de vastidão infinita, mostrando que, de facto, não se pode avançar sem enfrentar o grande tabu (problema metodológico...) do sagrado e das nossas relações com ele .
Para um ecologista - ateu, laico e republicano - será este um sapo que terá de engolir, mais tarde ou mais cedo, quer a galeria dos materialistas e ateus aplauda ou pateie.
A abordagem ecológica, embora estrita, já fora um sacrilégio e neste momento a ecologia encontra-se restrita às co-incinerações e outros becos sem saída da sociedade industrial, justificando assim o ordenado de políticos, industriais e economistas que vivem exactamente desses becos sem saída (em medicina chamam-se ciclos viciosos), recusando-se a engolir os resíduos que alegremente andaram a produzir , naquele espírito de ganância que a todos serviu enquanto consumismo mas agora se rejeita , com indignação e com as vozes grossas de ilustres professores catedráticos e /ou de ilustres deputados pelo círculo de Coimbra.
Depois da abordagem ecológica, em breve atrofiada na famosa e famigerada anti-poluição, a nova indústria em escalada , foi o calvário da abordagem holística .
Ainda hoje, o global e o holístico faz nervoso miudinho, mesmo aos ecologistas mais convictos e convencidos. Holística é uma palavra bonita, retirada da astrologia medieval, mas que também tem contribuído pouco para abrir o túmulo onde o homem moderno está encerrado, com a profanação sistemática e selvática do sagrado.
Os exemplos mais recentes verificados em Portugal desta profanação, são de uma gravidade que assusta até os mais temerários .
Evitou-se a tragédia de afundar as figuras arquimilenares de Foz Coa mas, pelos vistos, e até ver, não se evitou a profanação dos tesouros megalíticos do Alentejo com a barragem de Alqueva.
Além da profanação, a nível humano, da Aldeia da Luz, que envergonha (deveria envergonhar) todos os que têm culpas neste cartório ( políticos, economistas, ecologistas). Que envergonha um país, Portugal. Que envergonha um povo, o português, ainda por cima pobre e mal agradecido. Dotado pelos deuses com alguns dos tesouros do sagrado mais fabulosos deste Planeta - lugares de sagrado e de equilíbrio cósmico - vamos alegremente dar-nos ao luxo de profanar esses lugares, esses pólos divinos com os quais devíamos ter uma relação, no mínimo, de gratidão, respeito, humildade e reverência.
As próximas gerações irão pagar caro por isso, mas será tarde e só Deus sabe quem poderá ainda proteger-nos de tamanho sacrilégio.
Tão pouco já se lembrarão, para serem julgados, os nomes dos responsaévis desta obra-prima de destruição que é a barragem de Alqueva.

CICLOS CÓSMICOS

Abrindo-se aos ciclos cósmicos , através da cronobiologia chinesa, H.V.F. estabelece outra das ligações que faltavam no estudo das terapias em geral e da terapia floral em particular , demasiado encerradas (limitadas) num interesseiro e às vezes ganancioso culto do ego.
Para superar esse ego dominante na cultura moderna (onde assume foros de neurose colectiva) , H.V.F. socorre-se de Carl Jung, outra rutura histórica com o túmulo psicanalítico de Freud e que concorreu para a estrada larga do que é hoje conhecido por «psicologia transpessoal». Foi outro momento de consciência em que alguns sentiram a necessidade vital de religar o microcosmos humano com o macrocosmos das estrelas e dos planetas.
Mais uma vez, o trabalho já estava em grande parte feito, e bem feito, pela cosmobiologia chinesa dos 5 elementos , a que H.V.F. recorre e que era, até ele, a grande lacuna da floralterapia - incapaz de encontrar aplicações florais para órgãos e vísceras. A «psicosomática » dos 5 elementos chineses o faz, com uma impressionante naturalidade.

RITUAIS SOFT

Antropologistas e etnólogos , têm-nos mostrado ritos e rituais do sagrado, alguns dos quais, pela sua crueldade, horrorizam a nossa sensibilidade de «civilizados». E com alguma razão nos horrorizam, embora isso não impeça que, como civilizados, tenhamos também os nossos rituais de crueldade em larga escala.
O acesso ao sagrado pelas energias florais, faz o contraste com a crueldade de ritos e rituais de passagem de algumas culturas.
As peregrinações do estilo - a Mecca ( Ka'bah) , a Allahbad (Índia) , a Santiago, a Lurdes e a Fátima - serão, apesar de tudo, das mais suaves e aceitáveis.
Mas todos estes rituais de passagem são ultrapassados pelos métodos soft de iniciação , entre os quais o yoga tibetano, o método de Etienne Guillé e os florais são, além de eficazes, dos mais lindos a que podemos recorrer. E, claramente, os mais civilizados.
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MARAVILHOSO 1984

1-4- 84-03-17-ie> = ideia ecológica - quinta-feira, 21 de novembro de 2002 – scan

“É INCRÍVEL” – À SEXTA-FEIRA PELAS 19 HORAS - O MARAVILHOSO MUDA DE HORÁRIO

[17-3-1984] - É incrível mas reconfortante que o melhor programa da R.T.P. seja em grande parte preenchido com "revelações" da mais antiga sabedoria tradicional, que só são incríveis para quem ainda acredita em bruxas e que tudo é obra do acaso.
Ora o acaso não existe, porque a Ordem do Universo é inalterável.
Inacreditável é que a ciência ocidental tivesse alguma vez acreditado no contrário, relegando a Ordem do Universo para o plano duvidoso das hipóteses místicas ou metafísicas. Desta perversão fundamental resulta o fracasso da ciência moderna, que se estarrece perante as mais elementares e óbvias manifestações do Logos universal.
A questão posta pela magia do chamado "insólito" - curiosamente antologiado nesse programa da R.T.P. - poderá traduzir-se nesta pergunta: como é que o mais científico se transformou, por magia da metafísica chamada ciência, em transcendente mística?
Este o mistério, este o insólito, este o incrível.
Outro mistério, mas esse indecifrável para todo o sempre, é porque o melhor programa da R.T.P passou de uma hora e dia nobres como lhe pertencia a uma hora e dia anodinos, às dezanove de sexta feira.

PODEROSOS E PIGMEUS

Alguns dos fenómenos maravilhosos ou insólitos que têm passado nesta Revista do pequeno ecrã, referem-se pura e simplesmente ao sistema científico do yin-yang, relacionam-se com os pontos chineses da Acupunctura ou (o que ainda é o mesmo) com o yoga da tradição budista e hindu.
Ao lado das maravilhas da ciência moderna, estas outras maravilhas da ciência antiga original não deixam de fazer boa figura. Sem sectarismo, eu diria mesmo que até fazem melhor figura.
Curar um cão com agulhas de acupunctura - como vimos na transmissão de 26 de Fevereiro - é tão normal como curar pessoas pelas mesmas agulhas de Acupunctura. Mas espanta os "incrédulos" que acreditam na medicina ocidental e por isso relegaram todas as outras que não integrassem o monopólio.
Quando os pigmeus da floresta africana - proeza vista na transmissão do dia 19 de Fevereiro - perseguem o elefante e com uma simples farpa no ponto mortal escolhido conseguem abatê-lo, apesar de pigmeus de nome, é ainda o sistema dos pontos chineses que funciona, sem os pigmeus naturalmente saberem disso, nem os grandes da ciência ocidental, que pigmeus na mentalidade também parecem ser.
O conhecimento dos pontos mortais fornecido pela Acupunctura permite não só espectaculares exibições de artes marciais como o Karate-do o Bu-Do ou o Judo, mas permite também que alguém, como os pigmeus, em aparente situação de inferioridade física, manifeste subitamente forças sobreHumanas e até "sobrenaturais”.
Quem conheça o sistema da Acupunctura considerará muito natural esse "sobrenatural".
Um mapa dos pontos especiais do elefante indiano, publicado em 1955 pelo Museu Nacional do Ceilão, dá uma pista elucidativa de que o sistema de energia vital conhecido há mais de 5000 anos pela Acupunctura do corpo humano, é extensível, pelo menos, a todos os mamíferos, incluindo o cão que o incrível programa da R.T.P. apresentou curado mercê das miraculosas agulhas.
"Miraculoso" é outro conceito que só revela a extensão da nossa ignorância. Toda a Natureza, afinal, é um permanente milagre para a ciência que decidiu estudá-la respeitando-a e colaborando com ela em vez de a tratar a pontapé.

OUTRAS MARAVILHAS DO REINO ANIMAL

Outras maravilhas do reino animal relatadas como insólitas podem igualmente relacionar-se com o sistema vibratório ou ondulatório que a energética oriental (yin-yang) estuda e aprofunda, sem esquecer nunca a prática imediata no concreto.
Por exemplo: a atracção que se estabelece pelo cheiro entre os dois sexos, na classe dos insectos, facilmente se identifica com a importância dada no Oriente aos cheiros e suas diferentes qualidades ou... comprimentos de onda.
Será uma grande novidade que a Aromoterapia, tal como a Homeopatia e a Oligoterapia (duas outras modalidades de medicina energética) surgissem há pouco tempo no Ocidente como grandes técnicas de cura?
Abra-se ao acaso um livro de Medicina Oriental, inspirado na cosmogonia Zen ou taoísta, e a linguagem é sempre em termos de realidade ondulatório, de ritmos, de vibrações e correntes energéticas.
Leia-se, por exemplo, o que Michio Kushi diz dos nossos cinco (?) sentidos à luz da ordem universal:

«Sendo o homem uma manifesta da infinita ordem do universo, dentro do universo infinito, alimenta-se de todas as coisas nele existentes.
Primeiro de acordo com a sua natureza biológica, o homem, tal como apareceu sobre este planeta, alimenta-se dos minerais e das águas da terra e de toda a vida biológica, como vimos no capitulo anterior.
Segundo, alimenta-se do ar e da atmosfera que envolve a terra, absorvendo-os através do sistema respiratório e de toda a superfície da sua pele.
Terceiro, alimenta-se de várias espécies de vibrações, desde as ondas longas, de baixa frequência, até às ondas curtas, de alta frequência, através dos seus receptores sensoriais e de toda a superfície ao seu corpo.
O sentido do tacto lida com as vibrações que se manifestam na matéria sólida; o sentido do gosto, com as vibrações manifestadas sob a forma líquida; o sentido do olfacto, com as vibrações que se manifestam sob a forma gasosa; o sentido da audição recebe vibrações transmitidas através da atmosfera; e o sentido da vista capta e interpreta as ondas luminosas. Estes alimentos, são alimentos sensoriais.»

SEGREDOS DO IOGA

E o programa maravilhoso continua.
O yogui que consegue parar, mais de meia hora, todas as funções orgânicas, metido numa caixa de vidro hermeticamente fechada, que por sua vez ainda pode ficar debaixo de água, deixa os ocidentais boquiabertos mas é apenas o limite máximo de um poder ou controle efectivo sobre o próprio corpo energético que o yogui consegue por técnicas espirituais de auto-gnose e auto-controle perfeitamente conhecidas, naturais e cientificamente comprovadas.
Não faltam os livros de cientistas ocidentais a dizerem, compenetrados, que o yoga é verdade, a acupunctura é verdade, a lei das 5 elementos é verdade, etc
Boquiabertos devíamos nós ficar, no entanto e entretanto, por saber que todo esse poder nos foi retirado por uma ciência e uma cultura escleróticas, raquíticas, caquéticas. Tratou-se, na cultura ocidental, de desapossar o homem dos seus poderes. Ficar 40 minutos numa caixa fechada sem ar, é apenas o aspecto circense de uma realidade que podia e devia ser rotina, se não tivéssemos tido o azar de haver uma coisa chamada Ocidente, Europa e etc
Boquiabertos, pois, parolos que somos, ficaremos a ver outras maravilhas do incrível programa.
O judoca que corta à mão um duro tijolo, como quem corta manteiga no Verão, ou suspende pesos de agulhas atravessadas no pescoço, igualmente está apenas a dominar técnicas rigorosas de auto-controle que derivam imediatamente dos pontos chineses e seu conhecimento, sua "manipulação" (passe o termo).
Os pontos vitais como os pontos mortais são tão conhecidos como os pontos de anestesia e nada teriam de incrível se incrível e colossal não fosse a nossa santa ignorância chamada ciência.

MARAVILHOSAS PROEZAS

Já com o horário do programa virado do avesso, assistimos às maravilhosas proezas de um vedor, no Arizona, que descobre água num ponto exacto em terra onde os hidrólogos juravam não haver água nenhuma. O “feiticeiro da varinha" conseguia ver onde os outros nada viam. E o casal deu saltos de contente quando viu jorrar água para a sua propriedade, logo que a perfuradora atingiu a profundidade de 80 metros.
No dia seguinte, sábado, "A Capital" publicava uma entrevista com o sr. Filipe Gomes, de Moçarria (Santarém), um dos vedores portugueses mais famosos. Um pouco de intuição, um pouco de experiência, mais vocação e alguma sorte produzem este "milagre": no fundo, trata-se de conhecer energeticamente a terra e a maneira como ela responde a um receptor previamente preparado, neste caso o vedor e sua varinha mágica.
A única diferença entre o feiticeiro português e o do Arizona, está na varinha: o nosso usa uma de aço, o outro de sabugueiro verde. Tanto faz: o sistema é imutável e funciona sempre.
Leva-nos tudo isto a concluir, mais uma vez, correndo o risco da redundância que o "incrível", na maior parte dos casos, deriva de um desconhecimento - ora deliberado e teimoso, ora involuntário - daquelas leis que a ordinária ciência ocidental desdenhou, embora agora não se coíba de recuperar de forma atabalhoada.
A ciência original, que se hostilizou e classificou com o anátema de mística, metafísica ou irracional, reaparece e faz negaças ao rigor da grosseira tecnologia que conseguiu lançar foguetões na Lua mas não conseguiu curar uma gripe ou aliviar uma ciática..
É óbvio o desafio subversivo que se contém nos fenómenos rotulados de insólitos, inexplicáveis ou incríveis. É óbvio de que maneira o formidável impacto de um programa como este se torna pedagógico e altamente educativo. É óbvio finalmente porque, após algumas semanas de pedagogia intensiva e subversiva, se pegou na série e meteu no buraco das 19 horas de sexta feira. E vá lá que não o afundaram de vez no canal 2.

NO CAMPO DO MARAVILHOSO

Mas uma pergunta , entretanto, se impõe quanto à orientação filosófica de fundo seguida nesta bela série televisiva: é evidente que a ciência ocidental também apresenta ali as suas maravilhas e a técnica lá está a provocar a nossa admiração. Digamos que se procura um certo pluralismo no campo do maravilhoso, com cedências a dois sistemas culturais em princípio antagónicos.
Todos os casos que enumerámos e mais alguns que não tivemos ocasião de lembrar, provam que não há sectarismo nesta equipa e que o realismo fantástico ali exibido é de boa cepa, deontologicamente honesto, pelo menos.
No entanto, impõe-se a pergunta: porque não se refere o sistema cultural que explicaria muitos dos fenómenos ali mostrados como inexplicáveis.
A menos que se trate de preservar, a todo o custo, a áurea do maravilhoso e inexplicado, necessários como encenação do espectáculo, aceita-se mal que sistematicamente não digam nem explicitem as razões meramente físicas que explicam tão "transcendentes", "miraculosos", "sobrenaturais" ou "metafísicos" fenómenos e exibições.
Já agora, e porque já deu boas provas, esta bela antologia do maravilhoso podia ser um pouco mais séria do que aqueles livros de vulgarização que hoje correm no mercado aconselhando as pessoas a pressionar certos pontos do corpo para se tratarem mas totalmente omissos quanto ao sistema energético que permite tratamentos e curas por pressão de pontos determinados do corpo.
No mercado há hoje vários livros de Digitopunctura (massagem de pontos chineses) que aconselham o doente a massajar aqui e ali mas nada explicam do como, do porquê, do onde e de onde vieram esses pontos, que não caíram do céu por acaso nem funcionam por capricho do destino mas obedecem apenas à Ordem do Universo e suas imutáveis leis.
E voltamos à questão posta de início: fado, acaso, destino, parecem afinal noções derivadas de um deliberado ou involuntário desconhecimento das leis que regem o Universo.
Os povos educados na íntima e ancestral prática dessas leis imutáveis, desconhecem o acaso, o destino, o fado ...tão português.
Conhecer a Ordem do Universo e obedecer-lhe é, assim, condição sine qua non de não sermos dominados pelo destino, pelo fado, pelo acaso.
Conhecer a Ordem do Universo e obedecer às suas leis é a fonte do poder que se revela, com tintas de espanto, nessas maravilhas que correm perante os nossos olhos através do canal 1, dantes aos domingos das 18 às 19 horas e agora - cuidado, silêncio, perigo - muito escondidinhas à sexta feira pelas 19 horas.
Quando no dia 26, após a cura espectacular de um cão (com agulhas) se seguem algumas experiências com fumadores inveterados, aos quais se injectam violentas e mirabolantes substâncias anti-tabágicas (procaína?) faltou dizer que o desmame do cigarro em particular e da droga em geral são operações de rotina em desintoxicação por acupunctura.
É o que ainda não percebemos no ecletismo deste espectáculo televisivo, sem dúvida perturbante, sem dúvida pedagógico, sem dúvida fora do contexto sensaborão e chatíssimo da rotina televisiva: se não se explicam certas coisas porque o inexplicável se vende bem e o público compra, ou se de facto tão viciados estão os produtores da série que vêm o incrível em coisas que já estavam explicadinhas, com pontos e tudo, há mais de cinco mil anos.
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