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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-09-21

ALQUIMIA 1992

eaa-1>manual>saude>autoterapia - roteiro – acetatos

O COMPLEXO MECANISMO DO METABOLISMO FOSFO-CÁLCICO(*)

28/9/1992 - Demonstrando como é complexo o estudo das carências minerais e doenças por eles provocadas, o Dr. Hilaire Charles Geffroy abre uma linha de investigação rodeada da maior prudência crítica. Ele domina o suficiente a vivência do metabolismo humano para não cair nas soluções simplistas e nos excessos, quer dos que desvalorizam a importância das carências na patologia humana, quer dos que sobrevalorizam essas carências.
Tratando-se de elementos minerais, Geffroy mostra que, mais uma vez, a questão é de equilíbrio e que no bíblico «quantum satis» reside, mesmo etimologicamente, a dose exacta.
Outros itens convergentes sobre efeitos mineralizantes e desmineralizantes:
- Campanha de fluorização - Louis-Claude Vincent
- Mongolismo - C. Louis-Kervran
- Raquitismo - Prof. Delbet
- Calcificações patológicas – In «Política Preventiva do Cancro» , Delbet, Denoel, 1939
- Vitamina D (colecalciferol) (**)
- Cálcio medicamentoso
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(*) Comentários a um artigo de Hilaire Ch. Geffroy, in revista «La Vie Claire»
(**) Ver descrição pormenorizada da vitamina D in « Manual de Medicina Ortomolecular», de Ana Paula Ivo – Editorial Estampa – Lisboa – 1996
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PROGRESSO 1990

1-2-metafora > 4490 caracteres - coeficiente de originalidade ou ineditismo ****
-ct de hernâni lopes, ministro das finanças - ecologia na perspectiva do realismo


A METÁFORA DA DOENÇA NA LEITURA ECOLÓGICA DA REALIDADE SOCIAL - O PROGRESSO DO CANCRO

+ 3 PONTOS

21/9/1990 - Entendida a sociedade como um corpo orgânico e os «males sociais» como doenças desse corpo, abre-se um método de diagnóstico social que tem provado, na perspectiva do realismo ecológico, uma interessante fecundidade.
Mau grado os que possam ver nesse método reminiscências de um organicismo que, segundo eles, fez época e está ultrapassado, mau grado a aparente falta de rigor que uma metáfora pode conter, a verdade é que, na prática, a «metáfora predilecta» - crise como doença e doenças como sintoma dela - se tem mostrado, além de útil, de grande rigor.
Se o sintoma nos leva até às causas, a démarche é científica. Isolar o sintoma e combatê-lo como tal, a jusante, é anticientífico, pouco progressista e nada revolucionário.
Se a poluição, o desemprego, a inflação, o terrorismo, a desabitação, o cancro, o bairro da lata, o hospital, a delinquência, a criminalidade, o suicídio, a droga, o alcoolismo, [todos os indicadores, enfim, contidos na lista elaborada e publicada pela «Frente Ecológica» ] nos servirem como aviso que são para uma leitura ecológica da realidade, quer dizer, se nos remeterem, enquanto sintomas às causas que os provocam, o diagnóstico da doença está certo e é possível.
É provável que a terapêutica resulte certa também.
[Aliás o discurso oficial usa parcialmente a mesma nomenclatura, visto que fala em diagnóstico e terapêutica. O Ministro das Finanças do IX Governo, Ernâni Lopes, largamente tem glosado o tema das terapêuticas leves, de choque, radicais ou mesmo sintomáticas...]
II
A questão política é evidentemente uma questão de diagnóstico. E o que distingue uma ecopolítica de uma política tout court, à Esquerda, à Direita ou ao Centro, é que uma leitura ecológica teima em ir às raízes, ainda que saiba nem sempre poder aplicar uma terapêutica causal ou radical.
Se incluirmos o tabagismo, por exemplo, na lista dos sintomas, consequências, avisos ou indicadores, não só se corrige a relativa hipertrofia que tem sido dada, por uma certa retórica-propaganda pseudomoralista e predicante, a esse sintoma entre outros -polarizando na luta antitabágica as energias que podiam aplicar-se em lutas bem mais incómodas para o sistema - como se notará melhor a atrofia que outros sintomas, bem graves, sofrem junto da opinião pública.
Como acontece com todos os consumos provocantes - e é nesta categoria que o tabaco deve ser lido, interpretado, diagnosticado, compreendido -, muito mais que a vontade ou deliberação do consumidor, são as leis do mercado o que está em causa, o modo como esse produto é consumido e as modas que o determinam.
Cada produto ou consumo provocante é acompanhado por toda uma mitologia de felicidade paradisíaca, o que a propaganda e a publicidade naturalmente executam com «marketing» e «savoir faire».
III
O «novo» e a «moda» são os mitos, os motores míticos que conduzem o cidadão a consumir tudo o que o mercado lhe vende.
Se desses consumos resultam doenças (doenças do consumo são outros tantos indicadores do estado geral do sistema) é muito possível que a propaganda acabe por demonstrar que essas doenças são saúde ou, na variante, que essas doenças são o «preço a pagar» pelos paraísos artificiais e até, in extremis, que determinadas doenças, exactamente porque exigem consumos caros específicos da classe rica, se poderão exibir em sociedade como um sinal de status.
Daí que a moral da quantidade abranja também a própria doença, as próprias doenças provocadas por consumos: mais, mais, mais, é sempre para o sistema um sinal de progresso. Mais doença sê-lo-á também, ou mais armas, mais bombas, mais centrais nucleares, mais desastres, mais catástrofes, mais acidentes rodoviários.
Como Philippe Saint Marc notou, os desastres rodoviários são considerados pela engrenagem logarítmica um «progresso» porque aumentam o produto nacional bruto e tudo o que aumente o produto nacional bruto, na perspectiva desenvolvimentista e na visão estritamente economicista, é progresso. Até hoje, os adeptos do PNB como critério de progresso, ainda não responderam satisfatoriamente a esta questão. Ou seja: se devem ou não sentir-se orgulhosos do progresso que representa o cancro e todas as doenças da civilização.
Progresso é progresso. E coerência deve ser coerência.
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YIN-YANG 1979

1-2 - yin-yang-1- aventuras da dialéctica yin-yang – exercícios de yin yang

AS INSÓNIAS 
E AS CORRENTES DE ENERGIA YIN-YANG

21/9/1979 - Em artigo da revista norte-americana «Fortune», Lawrence A. Mayer traça um panorama das actuais investigações de laboratório sobre o significado e mecanismo do «sono», mistério que a ciência do Ocidente se confessa ainda incapaz de compreender em toda a complexidade.
Um facto se reconhece, porém: o sono é uma função do ser vivo em estreita correlação com o ritmo dia-noite (ou ciclo circadiano) que lhe condiciona o comportamento. O mesmo já estava dito, há 600 séculos, pelos médicos chineses, que consideram a circulação da energia no organismo conforme as 24 horas do dia (24 = 7 x 3).
Embora relutante em interpretar os fenómenos da vida à luz desta condicionante «astronómica», a ciência neurofisiológica acaba por reconhecer que os astros têm de entrar na equação e que, no caso do sono, o astro solar o comanda de maneira decisiva. Acaba por reconhecer também que o sistema endócrino é diferentemente afectado conforme a hora do dia ou da noite (só recusa, é claro, a ligação entre sistema endócrino e meridianos condutores de energia).
Embora relutante em aceitar as hipóteses e teorias com que trabalha a Bioenergia da Medicina oriental, a verdade é que a investigação acaba por aceitar, implicitamente, esses princípios. A ciência não considera o yoga um processo «científico», mas vai coincidir com as verificações práticas do yoga, sempre que procura avançar na compreensão de mecanismos globais como o do sono: ou na cura das suas manifestações conhecidas sob a designação geral de insónias.
A insuficiência no conhecimento do sono é a insuficiência que a ciência parcelar e analítica sempre mostra pela compreensão de todos os processos de carácter global.
Relutante em aceitar a hipótese bioenergética, que considera o organismo humano percorrido por correntes electromagnéticas alternas (a corrente Yin e a corrente yang), constata que de noite há órgãos mais afectados mas não considerará «científica» a Medicina Chinesa que aponta, um por um, os órgãos mais afectados nocturnamente por essa alternância de correntes.
Os próprios fracassos da terapêutica, quase sempre química - ou então meramente anedótica -deviam fazer reflectir a Fisiologia ordinária sobre a sua incapacidade de compreender o que ultrapassa os seus próprios limites de ciência pró-conceituosa.
O psiquiatra Anthony Kales, que em 1963 fundou a primeira clínica de sono para tratamento dos doentes, verificou que muitas pessoas com insónia sofrem de problemas psicológicos que causariam a dificuldade de dormir. Causas da insónia, segundo Kales, seriam ainda doenças como artrite crónica, tumor maligno e achaques da velhice.
É confundir causas com sintomas de uma só causa. De um ponto de vista bioenergético global, com efeito, a insónia acompanha um estado geral de desequilíbrio energético que, por sua vez, é também terreno onde a artrite, o tumor e outros achaques podem proliferar.
Por seu turno, toda a terapêutica química, específica, vai sempre agravar aquele desequilíbrio energético, pelo que só aparentemente e fugazmente o doente «melhoraria» da insónia: a curto e médio prazo, se a causa de fundo persistir - o desequilíbrio energético - a insónia regressa, e cada vez com menos hipótese de ser debelada.
Teimando em hipóteses meramente neurofisiológicas - as únicas que considera rigorosas - constata afinal a sua insuficiência e limitação.
Como diz Lawrence A. Mayer - no já citado artigo da Fortune - «há muitos fenómenos neurofisiológicos relacionados com o «sono e ninguém sabe o que eles significam». E o articulista da Fortune acrescenta:
«Contudo, a maioria dos especialistas acredita que os centros de controle onde os fenómenos principais se desenrolam estão localizados na parte do cérebro que se segue à medula espinal».
Qualquer terapêutica bioenergética, inspirada na Medicina Oriental do princípio único e da corrente alterna yin-yang, não pode no entanto ser ministrada como se ministra um sedativo ou um soporífero, ou em mistura com qualquer tipo de droga química. Não há yoga, nem relaxação, nem «training autogéneo», nem hipnoterapia possível enquanto se estiver enchendo o doente de medicamentos químicos que constantemente introduzem alterações de fundo no seu terreno psico-somático.
É impossível tratar uma insónia estando a super-agravar aquilo que, segundo a medicina oriental, está fundamentalmente na base dessa insónia: um desequilíbrio bioenergético.
É aliás bem conhecido dos psiquiatras que nos indivíduos clinicamente deprimidos, os soporíferos nada adiantam, apenas agravam o seu estado.
Segundo uma classificação anterior a Freud, há duas categorias principais desta depressão: as endógenas e as reactivas. A depressão endógena «parece provir do nada, emergindo misteriosamente (sic) da vida e personalidade do doente por razões ocultas(?) e frequentemente obscuras(?)».
«A depressão reactiva é motivada por acontecimentos como desastres financeiros, reveses profissionais, ferimento com mutilação, etc.»
Note-se que a depressão «endógena» põe também alguns problemas à Medicina Bioenergética do yin-yang, embora não seja assim um fenómeno tão oculto, obscuro e misterioso como parece ser para a medicina analítica das drogas.
Em princípio, o estado depressivo é o extremo estado yin. Logicamente esse estado depressivo geral provocaria sono e não insónia. O que acontece, porém? Na perspectiva yin-yang, acontece que qualquer dos extremos se pode mudar, no limite, no seu contrário. Por isso, se há depressão e, simultaneamente, insónia, isso significará (para um observador atento) não que a perspectiva yin-yang errou, mas que o doente se encontra num estado extremo yin, de carácter profundamente patológico.
De qualquer maneira, não será nunca com sedativos (mais yin) que se poderá fazer com que o doente readquira o equilíbrio yin-yang, cada vez mais difícil pela soma de factores yin.
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(*) Publicado no semanário «Madeira Hoje», 21/9/1979
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PETRÓLEO 1979

petróleo-8> os dossiês do silêncio – texto de 5 estrelas

PETRÓLEO OU OCEANO? (*)

21/9/1979 - Poço de petróleo arde no Golfo do México desde 3 de Junho. O oceano é parte integrante da bioesfera da Terra. Entretanto, dizem todos que não podemos passar sem petróleo. E sem oceano, iremos poder?
Pesava 750 quilos a tartaruga-gigante que apareceu viva, no passado dia 4 de Julho, junto da Apúlia (Esposende). Foi capturada pelo pescador Manuel Torres Sá, que teve de a matar primeiro para conseguir dominar os seus poderosos movimentos.
Dias antes, aparecera em Vila Chã (Vila do Conde) outra tartaruga que se presume pertença ao mesmo cardume. Muitas outras apareceram depois.
Sinais dos tempos? Sintoma de que algo se passa de grave no equilíbrio dos ecossistemas marinhos?
Ninguém se atreve a tirar ilações. Mas há factos:
1 - Tartarugas não são fauna própria destas paragens e de longínquos habitats vieram;
2 - Desde 3 de Junho que o Mar das Caraíbas, rico em crustáceos, está a ser inundado de petróleo, à razão de 30 mil barris por dia, por ali se ter declarado incêndio numa plataforma submarina sem que haja possibilidades humanas de o apagar e, portanto, estancar a saída de petróleo para o oceano.
Centenas de pescadores mexicanos viviam da apanha de crustáceos na área marinha adjacente à plataforma de «offshore» incendiada. Aí nada se salvará.
Mas o problema que três meses depois se levanta já não é local. E as tartarugas que, quais transatlânticas, percorrem tão enorme distância (para fugir do petróleo) deixam entrever todos os outros animais de menor porte que não tiveram fôlego nem barbatanas para tão grande percurso.
Exiladas do seu meio ecológico, atordoadas e cansadas, as tartarugas logo foram alvo, na costa portuguesa, das atenções. E da caça, evidentemente. A que se destinava ao jardim Zoológico deixaram-na morrer por asfixia. Além de uma certa angústia, este episódio do mundo oceânico deixa-nos algumas reflexões:
- O desastre com o petroleiro «Amoco-Cadiz» que o ano passado poluiu totalmente a Costa da Bretanha, desencadeou uma onda de notícias e primeiras páginas na Informação Mundial. É estranho que um poço, a debitar 30 mil barris por dia, tão poucos telexs provoque. E mesmo esses, ignorados da Imprensa.
Há perguntas:
No âmbito dos derrames petrolíferos, não será este incomensuravelmente maior do que os outros duzentos sucedidos com cargueiros?
A que se deve a ausência de relevo dada ao facto?
Por ser o primeiro (e inesperado) acidente do género?
Por suceder num País do Terceiro Mundo que pode «bem» sofrer tudo em silêncio?
Por não haver solução técnica que combata o incêndio e estanque o derrame?
Assumirá o facto tais dimensões que os próprios especialistas foram os primeiros a entrar em pânico, constatando que nada havia a fazer, optando por não dizer nada?
Para lá dos prejuízos materiais que o México sofre (3 milhões de dólares por dia), no ponto de vista ecológico a catástrofe será tão circunscrita e localizada como as escassas notícias querem fazer ver?
Que silêncio é este no mundo do silêncio?
E o Plano das Nações Unidas para o Meio Ambiente, com sede em Nairobi?
E a Rede internacional Amigos da Terra?
E tantas organizações de Protecção à Vida Animal?
Como é possível que 3 meses após este espantoso desastre, não haja uma palavra, um aviso, um alerta? Mais: um apelo a que todas as forças do Mundo se conjuguem para tentar, in extremis, evitar o pior? Vai deixar-se correr o poço até à eternidade? Vai encher-se todo o oceano de petróleo? Entre milhões de técnicos e especialistas, não haverá um que indique a solução?
Ligar tudo a tudo - máxima da Ecologia como do yoga - não será uma perpétua angústia que esmaga as forças humanas? Quem apaga o poço, quem nos socorre?
Técnicos de todo o mundo, uni-vos ! É a 26ª hora. Digam-nos, ao menos, que não há perigo nem motivo de angústia. Garantam-nos que as tartarugas não percorreram o Atlântico. Assegurem-nos que o poço do Golfo do México será apagado. Mobilizem o mundo inteiro, se for preciso, para apagar este incêndio. Exigimos explicações técnicas que evitem o pânico.
Queremos uma esperança que acalme o desespero de alguns, como Cousteau, mais conscientes do que se está passando no abismo dos abismos submarinos, onde a Moby Dick de Herman Melville - Jeová dos Tempos Difíceis, Bíblia dos Ecologistas, símbolo da Natureza eterna contra a efemeridade humana - será a última e única a resistir.
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(*) Publicado no jornal semanário «Madeira Hoje», 21/9/1979
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NOVAS MEDICINAS 1991

secções>

27/Junho/1991

TÍTULOS PARA SECÇÕES DA REVISTA «NOVAS MEDICINAS»

Alimento da Terra (agricultura biológica)
Calendário holístico - Agenda dos Acontecimentos
Boa Ideia
Montra de Novidades
- mercado da saúde em revista
- como vai o mercado dos produtos naturais
Ronda dos Restaurantes
Trate da sua Apólice
Avisos a Saudações
Grupos em Movimento
Guia de Endereços Úteis
Intercomunicador - Notícias das actividades naturoterapêuticas
Ecoforum
Saúde é Consigo, Segurança é Connosco - conselhos de higiene, segurança e prevenção alimentar
Honra ao Mérito - Homenagem aos pioneiros das ecomedicinas
Selecção mensal
- O mundo das ecoalternativas em revista
- Medicinas suaves em foco
Diálogo Oriente-Ocidente -Ao encontro de duas culturas:
-Fontes originais da ecologia moderna
-A ecologia nas medicinas orientais
-A sabedoria yin-yang na cultura ocidental
-O despertar yin-yang da consciência ecológica
Desabafe Connosco - O leitor aponta coisas que estão mal
Saúde-Magazine
O Mundo da Saúde
Mundo Alternativo - Holística no Mundo
O Mundo das Novidades
Autógrafos ecologistas
O mundo da holística
Movimento editorial - Livros na Mão
- Notícias da Edição
- A Estante do Técnico Holístico
- A nossa Estante
- Os livros de Pronto Socorro
- A Saúde na Nossa Estante
- Actualidade editorial
- Novidades da Edição Portuguesa
- Estante de Ecologia Humana
- Estante do investigador
O Mundo da Ecoedição
O Mundo das Ecoterapêuticas
O Mundo das Ecoactividades
Pequenos Anúncios - Grátis para o Leitor
Conheça a lei que defende a sua saúde
Primeiros socorros
Pronto-socorro
Prontuário
Centro Holístico Responde - Informação ao Consumidor
Conserve-se em forma - Técnicas básicas de manter a saúde
- Conselhos úteis para guardar
- Técnicas alimentares de manter a saúde
Guarde que lhe pode Fazer Falta - Fichas de informação enciclopédica
Correio
Duas palavras ao leitor
Conselhos Médicos
Entrevista de fundo
Inquérito-relâmpago
Ronda dos Restaurantes
Revista de Imprensa
Quadro da Qualidade - Escolhemos para si
Reportagem in loco
Direito à palavra
Documento 90
Em Agenda
Testemunho
Opinião
Dossier
Artes de Curar
Higiene e Segurança no Trabalho
Defesa do Consumidor
Parto psicoprofiláctico
Educação Física
Artes Marciais
Inspecção Alimentar
Alimentação Racional

Títulos para secções de AC:
Ecos e Sublinhados
Econotícias
Bloco-Notas
Unidade, Universo yin yang
Em Campo
Toda a Causa tem um efeito - Todo o Efeito tem uma causa

Títulos para secção de temas do realismo fantástico:
Clube Mágico
Clube do Fantástico
Clube dos Mundos Paralelos
No Mundo dos Mundos Paralelos
No Reino do Incrível
Figuras do Fabuloso
Ficheiro dos mágicos
Teste à sua Memória
Desafio à sua imaginação
Factos insólitos que o leitor nos conta
Arquivos do Impossível
Ajuda bibliográfica
No Mundo vibratório
Cultiva as suas virtualidades ignoradas
O real do fantástico - Iniciação aos segredos da bionergia
Pistas do Maravilhoso
Clube do Fantástico e do Maravilhoso
Nos Limites da Natureza Humana
Caminhos do Maravilhoso
Horizontes da Bionergia

Algumas secções discriminadas:
MOVIMENTO EDITORIAL - Noticiário crítico de livros e revistas que se publicam em Portugal, Brasil e outros países
NO MUNDO DAS ALTERNATIVAS - Noticiário(ilustrado) sobre acontecimentos, actividades, cursos, escolas, colóquios, instituições, clínicas da área holística no Estrangeiro
ROTEIRO DOS RESTAURANTES - Reportagens e entrevistas ilustradas sobre restaurantes vegetarianos em actividade
QUADRO DA QUALIDADE - A ESCOLHA É SUA - Quadro com a classificação dos produtos segundo a sua qualidade biológica, preço, rotulagem e dados de garantia
CONSULTÓRIO ABERTO - Resposta da perspectiva macrobiótica às questões elementares de saúde e alimentação formuladas por leitores e utentes do mercado mecrobiótico.Esta secção deve estar estreitamente ligada à criação de um telefone-com-gravador para atendimento permanente
OS NOSSOS COLABORADORES - Colunistas com artigos de opinião, assinados e com fotografia
PERFIL HOLÍSTICO - Mande-nos a sua fotografia e terá em casa o seu «retrato» - diagnóstico visual elementar feito mediante informações pessoais dadas pelo leitor
GENTE EM FOCO - Entrevistas sobre temas holísticos com personalidades de grande relevo público: não será difícil descobrir, entre vedetas do espectáculo, televisão, desporto, política, cinema, quem tenha simpatias pela macrobiótica e artes operativas orientais
ENTREVISTA - Falar com especialistas em Medicina, Bioquímica, Cancerologia e outras ciências estabelecidas sobre factores ambientais em geral e alimentares em particular que determinam as chamadas doenças degenerativas, doenças da civilização, doenças do ambiente industrial, doenças dos consumos, etc. (despistagem ambiental da doença ou diagnóstico ecológico como lhe chamou Michio num seminário em Portugal).
ALIMENTOS-REI, UM A UM - Fichas informativas completas sobre os mais importantes alimentos, escolhendo aqueles que oferecem maior consenso a todas as correntes dietéticas (indicação da várias marcas ou embalagens comerciais existentes no mercado)
CULINÁRIA MACROBIÓTICA - Receitas práticas de refeições macrobióticas
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M. KUSHI 1978

1-6 -78-09-21-yy> - michio-2> 16488 caracteres - merge doc de um único file wri do mesmo nome - diário de um consumidor de medicinas

É TUDO AO CONTRÁRIO,MEUS SENHORES

Lisboa, 21/9/1978 - Não é a ciência universitária que vem examinar a íris dos macrobióticos, a dizer se servem, mas são os universitários - se quiserem - que terão de se reciclar, porque vão precisar disso quando chegar a hora H (fígado, diabetes e outras aflições muito domésticas, pouco universitárias) da medicina, em que a sua ciência acredita, os mandar para casa, acusando-os de incuráveis.
São os universitários que têm de baixar a arrogância e reciclar nomenclatura, não são os praticantes macro que têm de lhes fazer a vontade utilizando o calão tecnocrático.
Não é favor os órgãos de comunicação social falarem do fenómeno macro ou do fenómeno eco (ficando a gente babada de gratidão) mas é a macro e a eco, enquanto serviços de utilidade pública (e de salvação nacional...) que exigem a serviços, ministérios, direcções, governos e Estado que cumpram, perante o povo português, esse dever cívico: quer dizer, informar o País da verdade, para isso paga o contribuinte em geral e o da rádio e tv em particular.
Não somos nós, os marginais, coitadinhos, pior que ciganos (sic) a gemer no gueto a nossa singularidade de desintoxicados e reequilibrados; marginais são todos os que, drogados de farinhas brancas, de cereal refinado, de margarinas e óleos saturados, de vacinas e antibióticos, de todo o tóxico, aditivo, corante, veneno ou desalimento físico - que afinal provoca um quadro físico perfeitamente patológico e anormal - melhor merecem o epíteto de alienados a uma sociedade de consumos alienatórios.
Não é a medicina que tem de dizer amen às eco-terapêuticas e medicinas naturais; é a medicina natural - e a medicina do yin yang em especial - quem tem de fazer greve geral à medicina da doença.
Não sou eu que tenho de pedir desculpa do meu shiatsu, do meu yoga, do meu arroz integral, do meu yin-yang, da minha bionergia, nem sou eu que tenho de usar eufemismos e mudar a nomenclatura para não desagradar ao engenheiro e ao professor catedrático; são eles, se quiserem, que têm de pedir desculpa do lapso e licença para entrar, à porta do templo, deixando os sapatos no corredor...
Com desculpa de vocelências, mas eu cá por mim já não faço mais pedagogia cívica e não concordo nada com os objectivos expansionistas de propaganda que animam hoje os dirigentes das hostes macrobióticas.
É bom crescer - e para isso se nasce - mas no tempo devido. Injecções de adubo potássico não estão dentro da lei do Princípio Único do Yin-Yang.
Com desculpa de vocelências mas vou parar por aqui a campanha de alfabetização de adultos que mantenho desde 1974: sózinho - com a ajuda de alguns bons amigos - paguei do meu bolso a campanha de alfabetização ecológica deste país e só tenho é desgostos. O meu amigo José Leal, director deste jornal, aconselhou-me até a resolver o problema pela raiz, com um tiro nos miolos.
Não dou mais informação, agora se quiserem vão comprá-la à livraria.


COMER FRANGO

E isto, porquê?

Porque, de repente, os grandes senhores da informação gabam-se do grande favor que é dar um lugarzinho às práticas alternativas, neste caso a macrobiótica como alternativa ecológica à medicina química.
Antes e depois, o poderoso órgão despeja o spot publicitário incitando a malta a comer frango, massas alimentícias (sic), margarina que torna tudo mais apetitoso, ovos e outros concentrados puros de colesterol, enfim, a lista de bons conselhos que alienam, envenenam, intoxicam e poluem a cabeça dos contribuintes.
Mas escândalo por escândalo, misturar alhos com bugalhos, macro com frango, ecologia com mafus matadores, parece-me cebolada indigesta demais.
Macrobiótica não alimentará recordistas em estruturalismo. A menos que surja uma nova classe dirigente, os «tecno-burocratas da macrobiótica». Que os há, prontos a tomar de assalto a fortaleza.
Por enquanto, a Macrobiótica acontece a quem a merece. E de nada serve metê-la pela boca abaixo do telespectador que acabará então por comer arroz por lebre.
Modelo de fantasmagoria ideológica, rosário de sofismas e contra-sensos, exemplo do (pior) discurso economicista, produtivista e desenvolvimentista, foi a intervenção do Dr. Mário Baptista na já célebre Mesa Redonda da RTP sobre macrobiótica, dias 19, 20 e 21 de Setembro de 1978.
Se, como ele confessou, lera muito pouco sobre macrobiótica, que admira? A culpa, no fim de contas, não foi dele mas de quem o obrigou a preparar a lição tão à pressa.
Com que então a fome no Mundo, esse disco já tão partido?
Com que então os economistas do desperdício e da deseconomia estão muito preocupados?
Com que então a malta cresce e fornica cada vez mais de modo que (sic) «vai haver fome e da rija»?
Pois é: a fome que vai haver. Como se - pasmai - não houvesse já a fome que tem havido. Com o abono e cobertor dos economistas, agrónomos e fomocratas da FAO.
Pois é, a fome, o quadro que perturba os sonos destes infatigáveis zeladores da exploração do homem pelo homem, do terceiro Mundo pelos imperialismos.
Tantos milhões de criancinhas de barriga inchada.
O comovente quadro, que tanto comove os seus autores, colaboradores, coniventes, ideólogos e funcionários em geral - querem ver que são os macrobióticos os culpados disso tudo? Não foi a pílula já responsabilizada pelo cancro? E a hóstia? Pois é a altura de se meter também a macro em tribunal.
E quem terá autoridade para isso senão os que, há tantos e tantos anos, alimentam a fome mundial? Os que, com a ajuda das multinacionais adubeiras, não querem que a humanidade saia da escalada para a ruína, a miséria e a fome que é a tal Economia do Desperdício.
Querem ver que é a economia da Reciclagem e do bom senso, querem ver que é o proposto ecodesenvolvimento, querem ver que é a economia macrobiótica, baseada na economia budista em que fala Schumacher, quem terá de ajoelhar e pedir desculpa perante os senhores e autores do desperdício, da miséria, da fome e do ...crescimento industrial infinitos?
Isto já não é arroz com frango de aviário. Calma aí.
Isto é simplesmente a questão de fundo: a maré que sobe é uma consciência planetária que se apercebe do logro do Desperdício e começou já a praticar a economia económica (assim mesmo, pleonástica) do eco-desenvolvimento e das eco-práticas (macrobiótica na vanguarda).
Como defende Josué de Castro e ao contrário do que gritam a FAO e a ONU e etc, a causa primeira da explosão demográfica é a Fome.
Causa primeira da Fome: a exploração capitalista do Terceiro Mundo e a pilhagem imperialista sobre subdesenvolvidos e em vias de desenvolvimento.
Causa segunda da fome: o modelo de crescimento industrial e tecnológico dos povos, na exploração dos solos, matérias-primas, recursos naturais e mão de obra desses países que coloniza tecnologica e industrialmente.

ECONOMIA MACROBIÓTICA

Economia macrobiótica e ecodesenvolvimento coincidem neste ponto: desmistificar os mitos maltusianos com que nos intoxicam a paciência e, através de todas as práticas alternativas de carácter ecológico, multiplicar unidades de auto-suficiência energética e produtiva, capaz de ir safando os povos à ditadura do imperialismo militar, económico, cultural, político, etc., inclusive ir safando o campo à ditadura da cidade, a província à ditadura da capital.
Quem vai ganhar ou perder, pouco importa. Importa é saber se o caminho escolhido, leva à sobrevivência ou à catástrofe. Importa é saber se se caminha com os tecnocratas tresloucados do desenvolvimento imperial-expansionsta, de lógica exponencial e logarítmica, rebentando com todos os travões e limites ecológicos da economia ou se, em função desses limites, se produz uma prática e se pratica uma produção que, limitada, austera, racional, yin-yang em vez de logarítmica, é o caminho da sobrevivência da Terra, dos ecossistemas, da Vida.
Quer vá ou não vá a tempo de vingar, é o caminho certo que qualquer pessoa que seja uma pessoa seguirá.
Que a Fome do Terceiro Mundo impressione muito os seus ideólogos, autores e economistas encartados, não nos impressiona.
Importa é estar firme e dizer a todos: as práticas alternativas ecológicas são as únicas a poder resolver o problema e a quebrar os ciclos viciosos, os becos sem saída dos desenvolvimentos neo-maltusianos.
Acusações, se as há, aos adeptos da Macro, é à sua inércia relativamente àquilo em que acreditam. E de que se recusem ao trabalho de reflexão sobre os fundamentos económicos (porque ecológicos) da sua filosofia produtiva yin-yang. Filosofia que chega às mesmas conclusões da ecologia, sem que os macrobióticos o suspeitem. Ecologia e conclusões muito necessárias, quando salta à nossa frente um Dr. Mário Baptista, espécie de economista que eu julgava já extinta.
No plano mais comezinho, a Macro é prática de greve - por enquanto intermitente mas depois permanente quando atingir a auto-suficiência comunitária para que tende o movimento. Na medida em que sistematicamente reconverte os milhares de supérfluos em 5 ou 6 consumos fundamentais.

MESAS REDONDAS

A isto se chamou - na Mesa redonda da RTP - reconhecendo o óbvio, «racionalização» dos consumos.
Mas eu penso que o júri e muitos espectadores ficaram a pensar na famosa «alimentação racional», que tantas vítimas tem feito e que tantos adeptos tem trazido à macrobiótica, na sequência de naturismos e vegetarianismos tão folclóricos e reformistas como interesseiros.
É, no entanto, essa calamitosa «alimentação racional» que se propôs e ainda propõe como falsíssima alternativa ou eco-táctica ainda mais falsa à tirania dos consumos hiperenvilecidos do mercado comum.
Macro é outra coisa: é uma radicalização dos consumos e se «racionalidade» há - como tanto agradou ao Prof. Delgado Domingos reconhecer - é uma racionalidade em termos de economia e bioenergia.
Não é uma racionalização com base em guerra de miligramas, vitaminas, proteínas, sais, enzimas, percentis.
Aqui há também um salto qualitativo - e uma armadilha terminológica ... - que leva a Macro a distanciar-se mais da «alimentação racional» e das dietas «lacto-ovo-vegetarianas» do que das próprias dietas correntes.
Quer dizer: as dietas «racionais» são ainda reformas in extremis de um sistema que não quer perder o negócio de certos consumos e que para isso está disposto a reconvertê-los. Muda-se para ficar tudo na mesma ...
As dietas racionais, como todas as viragens do sistema para se recuperar a si próprio e sobreviver mais anos, são mais perigosas socialmente do que as próprias dietas irracionais, cuja irracionalidade já todos vão sentindo no corpo e nas doenças em série.
Além de Michio Kushi, ninguém na Macro se ocupa em definir o que talvez seja a sua função principal no Tempo-e-Mundo do Apocalipse: como nos vamos arranjar neste Planeta que treme por todos os lados e se esbarronda em todas as latitudes?
A resposta alternativa ao Apocalipse inclui a Macro - mas não se limita a ela - e é disso que se trata. Aviar a resistência e a imunização (à Dor, à Doença, ao Sofrimento, à Alienação) a este mundo onde a guerra entre potências é apenas o biombo (chinês) para tapar a profunda e verdadeira guerra santa que as potências coligadas, em coexistência e em santa aliança, movem contra a Humanidade em geral, Terceiro e Quarto Mundo em especial.
É Terceiro e Quarto Mundo (povos, espécies, rios, ecossistemas, culturas, etnias, países em vias de extinção) quem tem de preparar a defensiva a esta ofensiva do imperialismo das potências, nucleares e nem só.
Para este trabalho de resistência, tal como o povo vietnamita na sua resistência às bombas ianques - não se pode evidentemente comer carne e beber vinho. Só a classe exploradora tem acesso e poder de compra para esses luxos supérfluos, para os prazeres da carne e as delícias do álcool.
A resistência, a luta, a contra-ofensiva ao invasor exige rijeza física e lucidez de reflexos: condições que a Macro resolve.
Buda vem ajudar a justa luta dos povos pela emancipação e envia-nos Oshawa, instrumento nas mãos de uma providente Previdência.
Mas é a Buda que eu devo gratidão e satisfações. Se errar, é Buda que me perdoará e a quem eu devo explicações. Não é aos emproados senhores doutores da Universidade: que isto fique claro e que não me obriguem a calar que sou budista, para não escandalizar os senhores doutores, vendilhões e fariseus que invadindo estão o Templo.
Não é um Torquemada que me obrigará a ser cristão novo.

AGRICULTURA DINÂMICA

A propósito de compostagens e de energia cósmica na agricultura biodinâmica, o Prof. Delgado Domingos criticou a nomenclatura usada pelos macrobióticos e convidou-nos a falar em termos mais «legais». Quer dizer: científicos. Quer dizer: mais à vontade da ciência que ele, professor, representa e da qual ciência a Macro, enquanto sistema de Sabedoria, representa a rebelião e uma das alternativas radicais.
Quer dizer: a revolução tem que pedir licença à contra-revolução para entrar.
Quer dizer: a subversão tem que se camuflar com a linguagem e as aparências do establishment.
Quer dizer: não é suficiente para o júri catedrático que examinou a menina macrobiótica, termos feito a revolução alimentar e biológica, já.
Ainda temos que adaptar a nossa linguagem às exigências da ciência oficial, entre as quais ciências está a medicina que mata para (pasme-se!) não escandalizar doutores, professores e outros representantes da ditadura científica. Nós é que temos de nos adaptar àquilo que subvertemos e iremos subverter.
Tem sua piada esta exigência termodinâmica.
Mas enquanto o dr Mário Baptista, por exemplo, usa e abusa dos chavões economicistas e desenvolvimentistas clássicos, enquanto repete sofismas e cripto-factos de inspiração OMS, FAO, UNESCO, MIT, ninguém do júri lhe exige que recicle a linguagem e actualize (ao menos) a nomenclatura anacrónica.
Eu não digo que certa linguagem da macrobiótica não deva ser limada e reelaborada. Mas é com vista a um rigor e a uma coerência interna, não é para agradar aos forasteiros e paraquedistas ou a senhores universitários de um jurado.
Quando falo de energia cósmica ou Bionergia, sei muito bem do que falo, escusam os termodinâmicos de me vir emendar o dicionário.
Escusam de exigir que mude o yin-yang para um termo mais ocidental e «científico»: a lei da simetria , querem ver?
Desiludam-se dessa. Se o yin-yang fosse traduzível em toda a subtileza e dinamismo era sinal - linguagem trai ideologia - de que havia equivalente na ciência ocidental: e não há. E não há porque toda a ciência ordinária - mesmo de tecnocrata competente - se baseia num dualismo canceroso que exclui o monismo dialéctico expresso pelo yin-yang, que é uma palavra só e não duas como eles julgam.
Usamos e usaremos yin-yang, sem concessões ao gostinho especial destes senhores que fazem o especial favor de nos examinar as tripas, mas tão pouco com as concessões ao exótico que estas chinesisses atraem.
Não será Einstein que me obrigará a emendar os tantras. Era o que faltava!

O SALTO DIALÉCTICO

Temos, entretanto, a dizer aos colegas macro que, por exemplo, a tradução feita em alguns autores do yin-yang para positivo-negativo é uma gigantesca asneira que está na origem de muitos equívocos que têm manchado as primícias da arte e da prática macrobiótica (hoje indústria como a RTP mostrou e talvez só por isso tivesse mostrado...).
Em nome da verdade e do rigor - que tudo no budismo exige - havemos de corrigir a língua, oh irmãos macro. Mas nunca para agradar a suas excelências que cultivam o positivo e o negativo na escala das dicotomias paranóicas a que o padrão cultural que servem os leva e sempre levou.
Mas porque o salto qualitativo da prática Yin-Yang passa por esta ultrapassagem da nomenclatura, armadilha que ainda engoda muita gente.
Mas não há-de ser nada e o arroz nos ajudará a ir des-cobrindo, pensando (pres) sentindo, intuindo em termos cada vez mais dialécticos - yin yang - e menos dualistas.
Sendo, ao fim e ao cabo a démarche iniciática - de que a Macro é só a basesinha dietética correspondente - não vamos já exigir que tudo esteja afinado. Mas convém ir evitando as fífias... especialmente se há universitários de palmatória de cinco olhinhos na mão, à espreita das nossas gagas fraquezas.
Desta vez a menina macrobiótica passou no exame. É preciso que das próximas não reprove.
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(*) Este texto de Afonso Cautela, foi publicado no «Jornal da Via Macrobiótica», em data que neste momento não posso exactamente identificar , sabendo apenas que foi em 1978
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