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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-08-07

VÍRUS 1994

dlj-1-diario& = desabafos de um leitor de jornais - MEIN KAMPF 9/AGOSTO/1994

OS VÍRUS 
NÃO SÃO CAUSA MAS EFEITO 
DA IMUNODEFICIÊNCIA

9/8/1994 - Se em vez do vírus, se explicasse o fenómeno da imunodeficiência pela promiscuidade aliada à pobreza e à fome, não seria, ao mesmo tempo, mais realista e mais científico?

O tropel de medicamentos (Ver «Público», 9/Agosto/1994) que estão em estudo  nem um só se destina, óbvia e logicamente, a reforçar a imunidade. Com a fantasia  do vírus, só se procura rentabilizar o último sintoma da decadência biológica: através de uma série de medicamentos que, um atrás de outro, serão dados como impotentes para debelar o vírus. Como poderia ser de outra maneira, se o vírus começa e acaba por não existir?
Há 50 mil epilépticos em Portugal, diz o «Diário de Notícias» de hoje (6/9/1994). E assalta-me uma inquietante interrogação: se, como tudo indica, a causa profunda da epilepsia é uma deficiência na transmissão do influxo nervoso entre as células, e se os metais alquímicos estão na base dessa transmissibilidade de informação intermolecular, e se a terapia dos metais através do Pêndulo é um facto adquirido, eu pergunto-me o que significaria para Portugal e para a Humanidade, a adopção desta terapia para todos os casos em que esteja em causa a transmissão informativa entre neurónios. Se o simples uso do Pêndulo iria curar a maior parte desses epilépticos, eu pergunto-me se de facto o paraíso está ou não está ao alcance de nós. E se a estupidez humana, coberta pela cupidez e ganância dos poderosos, não será afinal a única doença de que teremos de nos tratar.

O Professor Rego de Aguiar, o conhecido divulgador televisivo de alimentação racional, veio ao «Correio da Manhã» apoiar a acção de um novo antioxidante que ataca os radicais livres. O composto - betacaroteno(gerador de vitamina A), Vitaminas E e C e selénio - vem assim com o mais alto apoio oficial, talvez porque seja vendável em Farmácias. Ainda bem. Os naturovegetarianos, especialmente os que se trataram pelo método metabólico de Serge Jurasanas, sabiam isso há pelo menos uns vinte anos.
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MORTE 1971

1 - 71-08-09-ie-bd> = ideia ecológica = bibliografia doméstica - scan - segunda-feira, 18 de Novembro de 2002

ADIANDO A MORTE (*)

[9 de Agosto de 1971] - Simpósios não faltam neste nossa mundo ocidental e cristão. Agora que a poluição nos ataca de frente e à retaguarda, reúnem-se os técnicos e especialistas por esse mundo fora a debater a grande vaga de lixo que nos atola e que vai, gradualmente, alterando o frágil, imperceptível equilíbrio biológico entre o ser vivo e o meio ambiente.
Perceptível só quando se transforma em desequilíbrio.
E a Ecologia - nova ciência - organiza-se, subdivide-se, institucionaliza-se. Discursam os especialistas. E tiram conclusões (moções). Depois voltam aos cochilos, aos laboratórios, às cátedras. Afinal, que mudou?
É esta hipocrisia - este desfasamento entre teoria e prática - que alguns grupos da contestação decidiram denunciar. E entram na prática. Enquanto nos simpósios se discursa e discute, os rebeldes praticam, efectuam, realizam o salto. São a reviravolta, sem falarem de revolução.
Um pouco gauche, a acção destes grupos out. Mas de certeza: com mil hesitações e erros: os jovens não têm, claro, nem a experiência, nem os mecanismos, nem o dinheiro da geração madura. Não têm poder. Não têm universidades, cursos e o poder do saber. Por isso, tão mal vistos são pelos que podem.
Depois, há também que enfrentar a polícia. E a força das mitologias. E a repressão, ora de cacetete, ora disfarçada de paternalismo.
Uma coisa é certa, porém, para eles e para a civilização que eles inauguram: a era dos simpósios está a findar. Em vez de magnas reuniões para tanta gente célebre ser ainda mais célebre e importante, e tanta gente importante ser ainda mais importante e célebre, os grupos de resistência, no anonimato, praticam a. reviravolta.
Antes disso, apenas um ou outro poeta visionário. Agora acontece que os poetas se agrupam, se amam, se unem, confraternizando e tornando-se, sem querer, uma força. Uma força poderosa que não quer o Poder para nada.
E quem diz simpósios, diz mesas redondas, seminários, congressos, falatório, parlatório, sempre. Ou «medidas de emergência» que deixam tudo na mesma, com a agravante de iludirem as populações a quem se convence de que tudo agora vai melhorar, vai mudar, vai ser diferente com os «remendos» aplicados.
Quanto à poluição, já se sabe: pequenas obras de fachada, «purificadoras» do ar, e pronto.
Outra maneira característica da «civilização» resolver os seus muitos apertos: mede ou manda medir. Desde que meça, parece que está tudo resolvido.
Como o doente que se julga ver livre da febre medindo-a com o termómetro, os agentes poluidores e seus agentes arranjam uns complicados mecanismos que medem a poluição, publicam os complicados resultados das complicadas e completas medições, arranjam uns complicados cronistas na Imprensa que vão dando uns complicados quadros mensais ou semanais da medição, e tudo se resolve por aí.
Característica inolvidável desta civilização: publicam-se nos jornais as estatísticas do cancro e todos ficam contentes porque um número (a magia de um número) resolve o que na prática, na realidade, no terreno efectivamente ficou na mesma e por resolver.
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(*) Este texto de Afonso Cautela foi publicado no jornal diário «Notícias da Beira» (Moçambique), na sua coluna habitual «Notícias do Futuro», em 9 de Agosto de 1971

MODA 1993

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UM PROJECTO DE TRABALHO «À MODA ANTIGA»

+ 3 PONTOS

9/8/1993 - 1 - Com base em gravuras de outros tempos, propõe-se um projecto de publicação que deverá interessar as novas gerações, atraídas pelo desenho de computador, mas, ao mesmo tempo, e sem que haja nisso contradição, se sentem fascinadas pelos estilos e modas de épocas passadas. É o que chamam «moda retro» e o que sobressai na voga que antiquários e «filmes de época» ganharam nos últimos anos. Os salões de antiguidades são uma novidade relativamente recente, embora os leilões de peças antigas já datem de há vários anos. O pequeno objecto de há 100 anos pode ser para um jovem «designer» uma fonte de inspiração e os melhores costureiros nem sempre escondem que vão inspirar as novas tendências da próxima época em fatos dos anos 20, 30, 40.

2 - Sobre usos e costumes, artes e ofícios, actividades de ócio e de trabalho, enfim, sobre aspectos da vida quotidiana, existe em Paço de Arcos, em uma arca antiga, um espólio bastante pesado de revistas antigas, gravuras da época, restos de publicações que se consideram extraordinariamente evocativas. A ideia é aproveitar, seleccionando, muita dessa matéria documental, para uma publicação denominada «À Moda Antiga», cuja paginação assentasse em um jogo de contrastes entre as linhas mais recuadas do gosto quotidiano - ao nível dos consumos pessoais, por exemplo - e as mais recentes linhas de gosto inspiradas pela tecnologia dos computadores. Não se trataria de explorar os grandes estilos da história da arte mas muito mais ao nível da gravura anónima, naif e kitsch, que pode ir desde o anúncio publicitário em uma revista de 1893, a uma ilustração anónima de um livro de leitura da primeira classe, ou a uma ilustração igualmente anónima das Fábulas de Fedro, ou a uma daquelas imagens religiosas que se vendiam em feiras de província. O gosta da gravura antiga, nomeadamente a preto e branco, faria assim contraste com o esplendor policromático que as televisões e as revistas multicoloridas em papel couché puseram em voga mas que, por isso mesmo, está em vias de saturar o consumidor. Um pouco de bric-à-brac, um pouco de Feira da Ladra, um pouco de casa de antiguidades, um pouco de ambiente de alfarrabista, de tudo isso se faria o encanto evocativo desta publicação.

3 - «À Moda Antiga» seria uma publicação extremamente versátil, procurando, por exemplo, na rotina do quotidiano aqueles motivos que na actualidade podem ter imagens comparativas de outras épocas. Exemplo: no já referido arquivo documental de Paço de Arcos, existem gravuras (nomeadamente postais ilustrados) sobre cidades, vilas, aldeias e lugares de Portugal. Parece um filão a explorar, publicando, lado a lado, uma fotografia sofisticada do lugar e a gravura de há mais de um século, ou de há 50, 40 ou 30 anos. O jogo de contrastes entre imagens de épocas diferentes continuaria a ser a receita para fazer a diferença e o atractivo desta publicação. Sem pretender demonstrar nada, mas ficaria evidente que a todas as épocas corresponde um estilo próprio e de que uma sensibilidade actual não pode nem deve desprezar nem menosprezar o que foi a sensibilidade de outras épocas e lugares.
9/Agosto/1993
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TEMAS EH 1992

1-3 - 92-08-09-eh-ah> = ecologia humana = anuário holístico - 92-08-09 -artigar1> cab-ver>anexos> 3396 caracteres

9-8-1992

TEMAS DE ECOLOGIA HUMANA PARA DESENVOLVER EM ARTIGO COM BASE NA DOCUMENTAÇÃO DA «FE»:

-Dar oportunidades ao mercado fitoterapêutico
-Remédios naturais contra radiações ionizantes
-Semana de 30 horas - a revolução em paz
-Sistemas de saúde inadequados para combater doenças de consumo
-A desmistificação da saúde
-Que pode fazer por nós a hidroterapia?
-Medicamentos multiplicam acidentes de automóvel
-Medicina tibetana volta à actualidade
-Várias teorias sobre saúde numa entrevista com Santos Lucas
-O nosso organismo nunca dorme
-Estranha psicoterapia - o misterioso efeito placebo
-André Gernez: pioneiro na despistagem ambiental do cancro
-Insucesso escolar contribui para suicídio infantil
-Jovens morrem cada vez mais na estrada
-Mães podem falar com os filhos no ventre
-Paciência e vontade para deixar de fumar
-Povos que vivem sem doenças
-Casas cancerígenas não é mito
-Reumatismo nas crianças - um flagelo intolerável
-Menopausa dos homens chama-se andropausa
-Protesto mundial em Porto Rico: Crianças são vítimas de experiências com hormonas
Temas de ecologia alimentar:
-Tudo é alimento, tudo é energia, tudo é ecologia
-Modelo alimentar para os anos 90
-Poluentes alimentares
-Comer porco é porcaria?
-Doenças do ambiente alimentar
[-Doenças por erros alimentares]
-Desperdícios alimentares e o mito da fome
-Declaração sobre ética alimentar
-Guia prático de oligoelementos
-Alumínio e louça vidrada - cuidado na cozinha
-Agricultura biológica: Tirar da terra produtos mais saudáveis
-Virtudes curativas da alface do mar (Alga)
-Aproveitar ao máximo a dádiva dos legumes
-Aprenda a comer pão - mais qualidade e menos quantidade
-Germinar grãos de cereais - vitaminas sempre em casa
-Análise energética mostra que fome mundial é provocada
-Alimentos-rei por descobrir: alho, castanha, cogumelo, fava, soja,

NOVOS HÁBITOS ALIMENTARES DESEDUCAM NOVAS GERAÇÕES:
-Aditivos químicos e conservantes
-A confusão dos gelados
-Margarinas não são vegetais
-Hamburgers sem confiança
-Concentrados de tomate
-Comida de aviário (fast-food)
-Comer em pé
-Pronto a comer
-Devemos confiar na coca-cola?

ECOPRIORIDADES PLANETÁRIAS DE ECOLOGIA HUMANA PARA DESENVOLVER EM ARTIGO COM BASE NA DOCUMENTAÇÃO «FE»:

-Buraco de ozono na atmosfera
-Chuvas ácidas
-Arrasamento de florestas tropicais
-Efeito estufa
-Cancro ocupacional e cancros provocados pelos consumos
-Intromissão na vida privada dos sistemas informáticos

ORGANISMOS EM PORTUGAL QUE PODEM DAR INFORMAÇÕES SOBRE TEMAS DE ECOLOGIA HUMANA E ALIMENTAR:
-Instituto da Qualidade Alimentar
-Instituto Ricardo Jorge
-Autoridade Técnica de Riscos Industriais Graves (ATRIG)
-Instituto de Medicina Legal (exemplo:infanticídio em Portugal)
-Comissão Técnica dos Novos Medicamentos - Direcção Geral dos Produtos Farmacêuticos
-Associação Portuguesa de Alimentação Racional e Dietética
-Instituto Nacional do Ambiente
-Centro de Estudos de Nutrição

TEMAS DE ECOLOGIA HUMANA COM MAIS INCIDÊNCIA EM PORTUGAL:
-Isopor e acidentes industriais de envergadura
-Fiscomania, fiscofascismo
-Rede de gasodutos ligados à rede europeia
-Prevenção da deficiência-Conselho Nacional de Reabilitação
-Acidentes com camiões-tanques de transporte de gases -Comissão
Permanente Internacional europeia de gases industriais
-Autoridade Técnica de Riscos Industriais(ATRIG) - Quem é? Que faz? Que diz?
-Riscos tecnológicos industriais - directiva comunitária pós-seveso
-Desertificação do território e eucaliptação selvagem ou monoculturas esgotantes
-Instalações de PCB por tudo quanto é sítio
-Fumos negros cancerígenos - Lisboa com recorde da Europa
-Seguros de vida nas empresas: informação ao trabalhador?
(...)
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BEHAVIOR 1993

moda-1> os dossiês do silêncio – como a imprensa nos manipula

9-8-1993

NOVA IMPRENSA FEMININA DESCOBRE BEHAVIOR(*)

198? - Há cerca de dois anos, a Imprensa portuguesa descobriu a "pólvora": o "behavior" oferecia uma temática quase infinita de grande interesse público e quem se resolvesse a explorar tão vasto e aliciante campo - o do "comportamento" - sem preconceitos vitorianos contra o corpo, faria um negócio chorudo e abriria à publicidade rios, oceanos de possibilidades. O mercado vibrou então com o ki ou bioenergia recentemente descoberta.
Estando a publicidade baseada nos instintos hedonistas do povo , concluiu-se que o mais conveniente para o manipular era não continuar a massacrá-lo só com os cifrões da Economia e o discurso enlatado ( cassetético) da política.
Perdendo a vergonha que a tolhia, ao longo dos anos, em que o cifrão dominava e a cassete predominava na formação das mentalidades, a Imprensa descobriu, com espanto por vezes bacoco, que nem só de economia vive o homem, que ele não vive mesmo de economia mas que, afinal, há pessoas. E que as pessoas eram seres humanos com vida emotiva, intelectual e volitiva, com privacidade e crises passionais, com sentimentos, com dúvidas e perplexidades, complexos , traumas, pesadelos, tiques, sistema nervoso.
Que o mundo psíquïco era não só mais vasto e aliciante do que o mundo material mas era também o centro do universo e não a Economia.
Que, sendo a Economia e os tecnocratas , por definição, uma chatice, as pessoas queriam quem lhes falasse antes dos seus grandes nadas quotidianos, pois estavam-se nas tintas para a política e o bla-bla dos políticos.
Descobriu-se assim que as pessoas dormiam, comiam, amavam, ressonavam, tinham emoções, órgãos genitais, acessos de raiva, ódio ou ternura, podiam sofrer de ciúme, saudade, expectativa, stress, tédio, depressão, alergia ao fisco.
As pessoas tinham, afinal, necessidades afectivas diárias e, uma vez por mês, sexuais. Se havia a menopausa para as mulheres, havia também a andropausa para os homens. Se havia machismo, havia também feminismo. Se as mulheres tinham o direito de interferir no mundo fechado dos hábitos masculinos, os homens também não lhes ficaria mal meterem-se a lavar a loiça ou a tratar do bebé.
As pessoas sabiam-se manipuladas pelos "media" mas continuavam a confundir sadomasoquisticamente prazer com dor e dor com prazer. Afinal, havia dor e prazer, irritação e calma, indiferença e paixão, o que era outra descoberta sensacional, depois de tantos anos em que a moral dizia não haver nada disso por causa das conveniências.
Mais: os sonhos eram interessantes, os sonhos e os dicionários que os interpretavam, mesmo os que a Barateira pioneiramente editara, há quase meio século.
Mais: os signos também eram uma coisa giríssima, as pessoas estavam sujeitas a estes influxos astro-ecológicos e holísticos, como as marés estavam à atracção da lua.
Mais: o biótipo e a biotipologia eram matéria de uma ciência fascinante, por vezes designada "psicologia diferencial", o autoconhecimento dos caracteres, das psicologias, dos temperamentos tornava-se matéria de secções semanais tanto como os biorritmos (vituperados na altura pelo jornalista Baptista Bastos, porque reaccionários).
Mais: os consultórios podiam voltar-se para o aconselhamento familiar , porque a família, imagine-se, também existia, e existiam os problemas familiares, o divórcio, as separações, a vergonha dos filhos dilacerados, o problema das várias toxicodependências.
Existia o sentido lúdico mas existia também o sentido trágico da existência. No meio termo da mediania e só para burgueses, continuaria a existir o sentido dramático.
Mais: a Acupunctura é uma arte de curar milenária mas actual, muito parecida com a medicina que mata por causa das agulhas (não hipodérmicas) que usa. E atrás da acupunctura, na calada da noite, chamam-se ao palco as outras artes de curar tradicionais, já abençoadas pela OMS mas ainda amaldiçoadas, no faroeste português, pelos Drs. Gentil Martins e Machado Macedo.
E atrás das artes de curar tradicionais, acabam por ser também uma simpatia as modernas tecnologias apropriadas de saúde, as eco-tecnologias que, do campo da saúde se estendem também ao da energia, do trabalho, etc sob o rótulo simpático de TA'S (tecnologias apropriadas).
A emoção volta a estar na moda e as novas revistas femininas chegam mesmo a proclamar que as lágrimas são próprias do homem e da mulher (tal como já se dissera do riso).
A Natália Correia viu-se ultrapassada nas suas teses militantes a favor de um neo-romantismo radical, com toda a malta aos abraços, quando as revistas ditas femininas apontam outra vez para essas coisas a que a tecnoburocracia do cifrão e da histeria bolsista relegara para o porão das doenças infecto-contagiosas e sexualmente transmissíveis (vergonhosas, portanto).
Incesto e homosexualidade, tantos anos censuradas pela moral católica e judaica, deixaram de ser tema de psiquiatras loucos para se tornarem temas quotidianos de público debate, nesta Imprensa que, gaguejando ainda com o impacto da novidade, empreende a viagem pelos novos territórios que no entanto já estavam descobertos desde o Príncípio do Mundo: era a descoberta pela imprensa da espécie humana, essa espécie em vias de extinção mas que, vista de Marte ou mesmo da Lua e abstraindo os cínicos do cifrão que parecem ratos mexendo-se no esterco, tanto carinho e ternura suscita.

Um bando de historiógrafos, em Paris, comandado por [???], descobre também a pólvora: e não hesitam em pôr os alunos todos a trabalhar para eles, na pesquisa da vida privada ou quotidiana desde o império romano até aos nossos dias (agora em tradução portuguesa ).
De caminho, a Imprensa também descobre , engasgada, como é interessante , como tem pinta a Ecologia Humana e como a defesa do consumidor até tem público
Há, é claro, aqueles aspectos horrorosos do Cancro e outras epidemias da sociedade industrial (essa porca), tudo assuntos deprimentes e sem público, mas aí a Imprensa tecnicolorida abstém-se ou pega-lhes com pinça. Tratando-se do cancro da Mama, essa imprensa pega-lhe com garfo e faca (uma vergonha ),
E o yoga tântrico, cuja versatilidade permite ter relações sexuais sem gastar energias no orgasmo, como é que as revistas femininas não se lembraram ainda de fazer nas suas páginas um curso acelerado para homens?
O hata-yoga, então, não é menos sedutor, pois ao mesmo tempo que dá boas fotografias em várias posições (posturas como diria o Eng. Hermínio Martinho), faz pressupor o Kamasutra uma brincadeira de crianças (salvo seja).
Para quem goste de sassaricar, não há nada como estas técnicas, com toda a vantagem de serem lúdicas e nenhuma das desvantagens de serem lúbricas (ainda o orgasmo delapidador de energias e de cálcio no organismo).

Entretanto, a publicidade da cosmética (feminina e masculina), uísques, automóveis ligeiros de passeio, viagens turísticas, cruzeiros mediterrânicos, etc atinge as mais altas facturações, impulsionando, portanto, tudo o que é lúdico e hedonístico. Precisou, portanto, de uma Imprensa lúdica e hedonística que lhe desaguasse os slogans sedutores. Nada melhor do que uma Imprensa que tenha sabido, com os assuntos do "behavior", condicionar até á célula e ao inconsciente, o consumidor.
Através de um bom artigo sobre a ternura nas relações sexuais, o coração mais perto dos órgãos genitais, quantas marcas de perfume Ana Salazar, uísque Tripoli e automóveis Na Esgalha é possível impingir?

Dos Estados Unidos chegou a voar uma palavra mágica: Holística.
Era a resposta aos paranoicos e outros cientistas que tinham dividido o universo em diversos, ciências, gavetas, cacifos, sectores, secções, etc
Holística respondia à fome de unidade sindical e síntese que ataca o homem actual, feito em migas pela tecnologia de carregar pela boca. Holística torna-se a palavra de guerra com que se barricaram, depois de Maio 68, todas as aventuras humanistas de construir um mundo viável e vivável, sem psiquiatras, cães polícias, tecnocratas dementas e economistas no olho da rua.
- - - - -
(*) Este artigo, inédito, foi escrito dois anos depois de terem aparecido, em simultâneo, três revistas ditas femininas: Máxima, Marie Claire e (como se chama a outra?)
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NOOLOGIA YY 1998

5835 caracteres - 3 páginas - tnc-1> = tratado de noologia clínica - leituras de noologia - 7040 bytes = tratado de noologia clínica

9-8-1998

OS 5 ELEMENTOS CHINESES E O ALARGAMENTO DO ESPECTRO ENERGÉTICO

Entre as energias físicas, qualquer livro de ciência profana - física, química, ciências naturais, etc - nos pode indicar algumas das energias mais conhecidas e utilizadas.
A história da Humanidade, na sua fase de hipermaterialização crescente - que dura há 41 mil anos - é , segundo Michio Kushi, a história da utilização e desenvolvimento de algumas formas de energia condensada, mesmo no estado pétreo, típico desta era zodiacal do ferro.
Diz Michio Kushi nessa obra monumental e fabulosa que a editora Escorpião publicou com o título «O Livro de Macrobiótica»:
« A utilização do fogo tem aumentado numa proporção similar, conforme as fontes de energia passaram da madeira para o carvão vegetal, do carvão vegetal para a ulha, da ulha para o petróleo, do petróleo para a electricidade e da electricidade para a energia nuclear.»
Michio remata com uma afirmação lapidar:
« A crescente utilização da energia também acelera a mudança da sociedade humana na espiral histórica.»
Desta síntese retrospectiva das energias materiais podemos reter mais alguns vocábulos-chave para o nosso glossário de Noologia.
Recapitulemos:
Fogo
Madeira
Carvão vegetal
Ulha
Petróleo
Electricidade
Energia Nuclear
Destas 7 formas de energia material, sublinham-se as 2 primeiras - Fogo e Madeira -, 2 nomes dados pela tradição taoísta, pela filosofia de Empédocles e Aristóteles e pela astrologia medieval europeia, a algumas das grandes áreas de energia que nos colocam em interacção (intercomunicação) com o macrocosmos .
Nomeadamente o conjunto dos chamados «5 elementos chineses» da tradição taoísta e modernamente divulgados no ocidente pelas escolas de medicina tradicional chinesa. Esta grelha dos 5 princípios energéticos já mostrou constituir, com o binómio Yin-Yang, um precioso instrumento de trabalho como alargamento do espectro energético à disposição do ser humano.
Com uma dupla vantagem:
a) O quadro dos 5 elementos foi, antes de Etienne Guillé, o único guia seguro de estabelecer as famosas correspondências vibratórias entre macro e microcosmos, sendo macro o universo de 1ª instância (sistema solar, planetas, estrelas, galáxias, etc) e sendo o «micro» os binários órgãos/vísceras, que outras tradições conhecem por «esferas energéticas».
Com o pêndulo de Radiestesia Holística compreende-se a lógica dessas correspondências e verifica-se experimentalmente (testando com o pêndulo) que não são conclusões arbitrárias.
É o momento de recapitular os vulgarmente chamados 5 elementos chineses ou 5 princípios do universo incarnado:
Fogo
Madeira
Metal
Água
Terra (Solo)
Nunca se entenderá este quadro e esta nomenclatura, enquanto se vir apenas o significado literal das palavras:
Fogo
Madeira
Metal
Água
Terra
É evidente que se trata de princípios filosofais da energia. Recorde-se que também as palavras
Enxofre
Mercúrio
Sal
têm 3 leituras conforme o nível de consciência vibratória em que forem consideradas:
a) literal ou física
b) simbólica ou da alma
c) transcendente ou do espírito
Entendidos fisicamente os 5 elementos , as correspondências admitidas, nos diversos autores, para o microcosmos físico - corpo - são as seguintes:

Fogo:
Vasos sanguíneos
Intestino delgado/ Coração
Tacto

Terra:
Carne
Estômago/Baço
Gosto

Metal:
Pele
Pulmões/Intestino Grosso
Olfacto

Água:
Ossos
Bexiga/Rins
Audição

Madeira:
Músculos
Vesícula Biliar/ Fígado
Vista

Com mais ou menos variantes , é este o esquema básico admitido pelo quadro dos 5 elementos chineses.
A reter, algumas verificações curiosas:
a) cada um dos 5 elementos refere-se a um tecido de revestimento do organismo
b) cada elemento agrupa um casal de órgãos interrelacionados : Estômago/Baço, Pulmões/Intestino Grosso, Intestino Delgado/ Coração, Rins /Bexiga , Fígado/Vesícula Biliar.
c) cada elemento «fala» de um dos 5 órgãos dos sentidos

Esta simples associação - que para a medicina anatómica não tem qualquer significado - constitui, como muitos já sabem, um fabuloso guia no diagnóstico e na terapêutica energética.
Mais: a correspondência vibratória com o princípio Metal, por exemplo, vai dizer que um bom tratamento energético para pulmões e intestino grosso é um tratamento vibratório de ressonância com os factores do meio ambiente energeticamente equivalentes.
Estão hoje largamente divulgados em obras que tratam do Yin-Yang, os quadros de equivalências onde se pode, para o Metal, encontrar uma lista como esta:
4 e 9 (Numeral)
Acre/picante (Sabor)
Alho
Aveia
Branco
Cavalo
Circunspecção
Contração
Instinto
Interiorização
Justiça
Lágrimas
Lotus
Medo
Nariz
Odor (Órgão dos sentidos)
Oeste
Ouro (Metal)
Outono
Pele
Pelos
Pêssego
Pimenta
Pingo do nariz
Ré (Nota musical)
Safira (Pedra Preciosa)
Secura
Tristeza
Vénus (Planeta)
Com algumas variantes de uns para outros livros, muitas vezes originadas em traduções de várias origens, esta pode ser uma lista possível referente às correspondências do princípio energético Metal.
1ª grande consequência de ordem filosófica: a visão ecológica e holística do ser humano, entre macro e microcosmos, indica que o taoísmo e a medicina tradicional chinesa tinham uma concepção ecológica e holística da vida, muito antes de a ecologia estar na moda...
2ª grande consequência a nível prático: a imediata aplicação ao diagnóstico e à terapia do quadro de correspondências: se, por exemplo, se suspeita de problemas na esfera Pulmões/Intestino Grosso, poderá consultar-se o quadro para saber que alimentos interessantes dizem respeito a essa esfera, que sabor, que nota musical, que cor, que metal, que planeta, que pedra preciosa, etc.
Lisboa, 20/10/1996
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