MODA 1993
moda1>tele>
UM PROJECTO DE TRABALHO «À MODA ANTIGA»
+ 3 PONTOS
9/8/1993 - 1 - Com base em gravuras de outros tempos, propõe-se um projecto de publicação que deverá interessar as novas gerações, atraídas pelo desenho de computador, mas, ao mesmo tempo, e sem que haja nisso contradição, se sentem fascinadas pelos estilos e modas de épocas passadas. É o que chamam «moda retro» e o que sobressai na voga que antiquários e «filmes de época» ganharam nos últimos anos. Os salões de antiguidades são uma novidade relativamente recente, embora os leilões de peças antigas já datem de há vários anos. O pequeno objecto de há 100 anos pode ser para um jovem «designer» uma fonte de inspiração e os melhores costureiros nem sempre escondem que vão inspirar as novas tendências da próxima época em fatos dos anos 20, 30, 40.
2 - Sobre usos e costumes, artes e ofícios, actividades de ócio e de trabalho, enfim, sobre aspectos da vida quotidiana, existe em Paço de Arcos, em uma arca antiga, um espólio bastante pesado de revistas antigas, gravuras da época, restos de publicações que se consideram extraordinariamente evocativas. A ideia é aproveitar, seleccionando, muita dessa matéria documental, para uma publicação denominada «À Moda Antiga», cuja paginação assentasse em um jogo de contrastes entre as linhas mais recuadas do gosto quotidiano - ao nível dos consumos pessoais, por exemplo - e as mais recentes linhas de gosto inspiradas pela tecnologia dos computadores. Não se trataria de explorar os grandes estilos da história da arte mas muito mais ao nível da gravura anónima, naif e kitsch, que pode ir desde o anúncio publicitário em uma revista de 1893, a uma ilustração anónima de um livro de leitura da primeira classe, ou a uma ilustração igualmente anónima das Fábulas de Fedro, ou a uma daquelas imagens religiosas que se vendiam em feiras de província. O gosta da gravura antiga, nomeadamente a preto e branco, faria assim contraste com o esplendor policromático que as televisões e as revistas multicoloridas em papel couché puseram em voga mas que, por isso mesmo, está em vias de saturar o consumidor. Um pouco de bric-à-brac, um pouco de Feira da Ladra, um pouco de casa de antiguidades, um pouco de ambiente de alfarrabista, de tudo isso se faria o encanto evocativo desta publicação.
3 - «À Moda Antiga» seria uma publicação extremamente versátil, procurando, por exemplo, na rotina do quotidiano aqueles motivos que na actualidade podem ter imagens comparativas de outras épocas. Exemplo: no já referido arquivo documental de Paço de Arcos, existem gravuras (nomeadamente postais ilustrados) sobre cidades, vilas, aldeias e lugares de Portugal. Parece um filão a explorar, publicando, lado a lado, uma fotografia sofisticada do lugar e a gravura de há mais de um século, ou de há 50, 40 ou 30 anos. O jogo de contrastes entre imagens de épocas diferentes continuaria a ser a receita para fazer a diferença e o atractivo desta publicação. Sem pretender demonstrar nada, mas ficaria evidente que a todas as épocas corresponde um estilo próprio e de que uma sensibilidade actual não pode nem deve desprezar nem menosprezar o que foi a sensibilidade de outras épocas e lugares.
9/Agosto/1993
***
UM PROJECTO DE TRABALHO «À MODA ANTIGA»
+ 3 PONTOS
9/8/1993 - 1 - Com base em gravuras de outros tempos, propõe-se um projecto de publicação que deverá interessar as novas gerações, atraídas pelo desenho de computador, mas, ao mesmo tempo, e sem que haja nisso contradição, se sentem fascinadas pelos estilos e modas de épocas passadas. É o que chamam «moda retro» e o que sobressai na voga que antiquários e «filmes de época» ganharam nos últimos anos. Os salões de antiguidades são uma novidade relativamente recente, embora os leilões de peças antigas já datem de há vários anos. O pequeno objecto de há 100 anos pode ser para um jovem «designer» uma fonte de inspiração e os melhores costureiros nem sempre escondem que vão inspirar as novas tendências da próxima época em fatos dos anos 20, 30, 40.
2 - Sobre usos e costumes, artes e ofícios, actividades de ócio e de trabalho, enfim, sobre aspectos da vida quotidiana, existe em Paço de Arcos, em uma arca antiga, um espólio bastante pesado de revistas antigas, gravuras da época, restos de publicações que se consideram extraordinariamente evocativas. A ideia é aproveitar, seleccionando, muita dessa matéria documental, para uma publicação denominada «À Moda Antiga», cuja paginação assentasse em um jogo de contrastes entre as linhas mais recuadas do gosto quotidiano - ao nível dos consumos pessoais, por exemplo - e as mais recentes linhas de gosto inspiradas pela tecnologia dos computadores. Não se trataria de explorar os grandes estilos da história da arte mas muito mais ao nível da gravura anónima, naif e kitsch, que pode ir desde o anúncio publicitário em uma revista de 1893, a uma ilustração anónima de um livro de leitura da primeira classe, ou a uma ilustração igualmente anónima das Fábulas de Fedro, ou a uma daquelas imagens religiosas que se vendiam em feiras de província. O gosta da gravura antiga, nomeadamente a preto e branco, faria assim contraste com o esplendor policromático que as televisões e as revistas multicoloridas em papel couché puseram em voga mas que, por isso mesmo, está em vias de saturar o consumidor. Um pouco de bric-à-brac, um pouco de Feira da Ladra, um pouco de casa de antiguidades, um pouco de ambiente de alfarrabista, de tudo isso se faria o encanto evocativo desta publicação.
3 - «À Moda Antiga» seria uma publicação extremamente versátil, procurando, por exemplo, na rotina do quotidiano aqueles motivos que na actualidade podem ter imagens comparativas de outras épocas. Exemplo: no já referido arquivo documental de Paço de Arcos, existem gravuras (nomeadamente postais ilustrados) sobre cidades, vilas, aldeias e lugares de Portugal. Parece um filão a explorar, publicando, lado a lado, uma fotografia sofisticada do lugar e a gravura de há mais de um século, ou de há 50, 40 ou 30 anos. O jogo de contrastes entre imagens de épocas diferentes continuaria a ser a receita para fazer a diferença e o atractivo desta publicação. Sem pretender demonstrar nada, mas ficaria evidente que a todas as épocas corresponde um estilo próprio e de que uma sensibilidade actual não pode nem deve desprezar nem menosprezar o que foi a sensibilidade de outras épocas e lugares.
9/Agosto/1993
***
<< Home