ORDER BOOK

*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2005-12-27

DEEP ECOLOGY 1987

mit-esqª> repescado em 11/1/1992–os dossiês do silêncio-intuições avançadas em (??)e repescadas em 1987 por afonso cautela - textos que a autocensura me podia ter cortado, porque demasiado «inéditos» na época e, portanto, impublicáveis - atenção a certos mitos do esquerdismo estudantil 68-realismo ecologista e esquerda utópica

MITOS (OU EQUÍVOCOS) DE ESQUERDA

27/12/1987 - Se é um facto indiscutível o contributo dado à corrente ecoalternativa do realismo ecológico pela revolta estudantil polarizada em Maio de 1968, também tem de se reconhecer a necessidade de uma reflexão autocrítica sobre o que esse movimento trouxe de equívoco e fonte de intermináveis equívocos, para a revolução cultural tal como ela se pode entender hoje, 1987[ ou hoje, 1992]
Se há aquisições universais e irreversíveis trazidas pelo movimento de contestação juvenil -- que o sistema nunca desistiu de denegrir, aliás, o que é bom sinal -- manda a experiência que se esteja atento a alguns mitos do esquerdismo que o movimento juvenil colocou na crista da vaga mas que mais não fazem hoje, segunda metade dos anos setenta, do que desacreditá-lo no que ele tem de irreversivelmente libertador e de fermento da marcha histórica tal como o ecorealismo a vê. Atenção, portanto, a mitos como:
- o trabalho assalariado e tudo o que no campo da Bionergia só faz aumentar a Entropia tal como o sistema quer:
- o feminismo
- o aborto
- o orgasmo como filosofia sexual avançada
- a libertinagem sexual
- algumas tese reichianas como de vanguarda sexual
- o neo-maltusianismo
- o hedonismo moderno a que aderem tão respeitáveis ideólogos ditos de esquerda
- etc-
- Teremos de fazer uma releitura crítica dos mestres de pensamento que estiveram na génese do movimento, tal como Wilhelm Reich e Herbert Marcuse, sem pretender no entanto arrumá-los na prateleira como pretendem os adeptos da Unideologia tecnocrática.
[Conclusão provisória em 27/12/1987: foi principalmente no campo da Ecologia humana que o esquerdismo fracassou, mesmo quando se adaptou rapidamente, e tantas vezes por oportunismo , a algumas teses de ecologia política e económica. ]
***

ECO-EQUÍVOCOS 1980

80-12-27-fe

OS VERDES À PORTUGUESA 
ESTÃO CADA VEZ MAIS VERDES 
E O TECNO-BUROCRATA A RIR-SE...

27/12/1980 - Desde que se situem no campo dos bons votos piedosos, as declarações dos «ecologistas» entre aspas não deixam de ser largamente reproduzidas pelos órgãos da comunicação social, na medida em que traduzem as boas intenções destes também.
Desde que pacifistas, desde que moralistas, desde que humanistas, enfim, desde que perfeitamente inócuos do ponto de vista político, eis que os pontos de vista e as «bocas» dos «ecologistas» até à TV chegam e ecoam por montes e quebradas.
Acima de tudo, pretende-se dizer, com isto, às populações que os ecologistas são isso: um grupinho de bem intencionados que, tal como Cristo há 2000 anos, continuam pregando no deserto os bons princípios da sã virtude. Princípios que os homens realistas e com os pés bem assentes na terra dos seus impérios, se vão encarregando de esmagar e desrespeitar, está claro.
Nesta linha, reformista-conformista, foi escrita a Declaração Universal dos Direitos do Homem que diariamente é violada exactamente pelos homens e pelas superpotências que mais badalam a «moral» dos direitos do homem.

OS TEMAS QUE INTERESSAM À MORAL PÚBLICA

Por esta amostra «verde» do Natal, portanto, se vê que «ecologistas» são como os chapéus: há muitos. E cada um diz a sua.
Neste momento, de natalícias badaladas, entenderam algumas associações que se reclamam de ecologistas, alertar a opinião pública para as «gravíssimas» questões que são os pinheirinhos de Natal, as iluminações de Natal e - cruzes, canhoto! - os brinquedos bélicos de Natal que tanto «deseducam» as crianças.
Aí está: os ecologistas glosam os temas que exactamente interessam à moralidade burguesa. Daí que os órgãos respectivos logo ecoassem (dessem eco a) tão boa oportunidade de fazer abonar a moral burguesa pela voz, agora tão na moda, dos senhores verdes.
Só nos faltava esta: pioneiros, brinquedos e luminárias, como alvos da luta ecologista.
Quando não podem combater a ecologia por outros meios, nada melhor do que aproveitar o ridículo em que alguns ditos ecologistas se metem. E francamente ridículo é fazer de pinheiros, brinquedos bélicos e luminárias o inimigo número 1.
Os criminosos e tenoburrocratas lambem-se de gozo, com «ecologismos» destes. E pedem mais. E, claro, nas próximas quadras festivas, os eco-à-portuguesa la vão mandar vir mais uns protestos em honra da burguesia e sua moral reformista cristã.
Os criminosos folgam e riem-se, enquanto pela frente tiverem «verdes» de facto assim tão verdes.

PSIQUIATRAS DEFENDEM -SE

Relativamente aos brinquedos bélicos, que mereceram comunicado a um grupo de Coimbra , não tardou que um bando de psiquiatras, aparentemente ofendidos mas no fundo profundamente satisfeitos com o dito comunicado, viessem logo à estacada «em defesa do brinquedo bélico».
Porque, de facto (e não é preciso ser psiquiatra oficial para o saber) não é por aí , pelo brinquedo de guerra, que o gato vai às filhozes. Não é por brincar com tanques e aviões que o menino se tornará um torcionário, um eurocrata, um tecnofascista. Tudo isto está implícito no sistema que forma os meninos e fabrica criminosos e não numa manifestação perfeitamente secundária, marginal, aleatória desse sistema, quer sejam brinquedos, pinheiros ou luzinhas.
Dizer que o brinquedo influi no carácter homicida do cidadão é uma visão idealista e esclerosada que, conduzindo à moralidade beata, nada tem a ver com uma atitude ecologista , que é materialista, que é dialéctica, que é de contestação radical, que é revolucionária.
O mesmo se diga do famigerado pinheirinho, que tanto ofende alguns ecologistas entre aspas. Já com os arbustos da Gulbenkian foi a mesma droga de conversa. Enquanto o plano arboricida nacional prossegue triunfante, é de protestos destes, bastante verdes, que os assassinos da natureza gostam. Dá impressão que eles até só arrasam pinhais pelo Natal. se, afinal, o maior arraso é no pino do verão, com os incêndios provocados, e com o objectivo de lá plantar milhões de eucaliptos, porque são agora também os verdes com a hipocrisia dos pinheirinhos invernais?

VOLTAI, IRMÃOS, AOS BONS COSTUMES

Finalmente, a tolice das luminárias. Como se o busílis fosse das luzinhas no Rossio e arredores. Como se os gastos colossais e a contradição vergonhosa dos electro-burocratas fosse essa de pintar a manta pelo Natal. Como se os erros e contradições não estivessem antes a um nível de corrupção electro-nuclear que mete num chinela estes gastozinhos da Baixa lisboeta.
Os «ecolo» entre aspas continuam a errar a pontaria. Não dão uma na muge. O acessório e o fortuito e até o folclórico toma o lugar das denúncias de fundo aos grandes crimes contra a vida, a natureza e a humanidade que se praticam sobre todo o Planeta Terra. Não há ecologistas regionais e provincianos. Ecologismo vai à raiz a ao coração dos problemas.
As brincalhotices destes pseudo começam a chatiar, francamente. E é de pedir aos verdes que amadureçam, ou que vão cantar com os padres curas a missa do galo do «amai-vos uns aos outros.»
Para completar o coro, nesta missa de Natal 1980, só faltaram anti-tabagistas ferrenhos e o exército de salvação entoando pregas e protestos contra o «pecaminoso vício que tantas vidas vai ceifando ».
O crime encontra sempre destes gloriosos aliados que o tornam, afinal, vício. Quer dizer: um precalço na vida de homens que até são honestos e boas pessoas. Não é na classe tecnoburocrática, afinal, não é nos imperialismos e seus dirigentes, não é na tecnosteurura homicida do sistema que destroi ecossistemas, que está o busílis e o inimigo principal.
Não é na exploração do homem pelo homem, não é na manipulação do homem pelo homem que está o inimigo principal.
É no «vício». Que desvia afinal a juventude do bom caminho e dos sãos princípios de conduta que os tecnoburocratas ensinam.
***

HOLÍSTICA 1986

1-28-Revisão +- cuidada-meh-1-12 - ideias para a nova idade de ouro–tese de noologia

A MEDICINA NATURAL À LUZ DO NOVO PARADIGMA EM CIÊNCIAS HUMANAS
MANIFESTO DE ECOLOGIA HUMANA

Bem pode servir de meu testamento ecológico este merge doc de files wri seriados meh- manual de ecologia humana

meh-1

HOLÍSTICA E MEDICINA:CADA UMA NO SEU LUGAR

A Medicina é a ciência do combate à doença,
Holística é a conservação da saúde, a arte (técnica) de conservar a saúde.


27/12/1987 - Situada no ponto de confluência de várias disciplinas, ciências e técnicas, que têm a pessoa humana como objecto de estudo, é essa mesma circunstância - interdisciplinar ou multidisciplinar - que torna a Ecologia Humana inassimilável pelos vários destinatários ou pelos que dela se dizem subsidários.
Carrefour de múltiplos caminhos, a Ecologia Humana torna-se maldita em todos os quadrantes e por onde quer que a gente se volte. Este tabu mostra, afinal, a diminuta importância que a pessoa humana - sua vida, saúde e segurança - têm no contexto das sociedades ditas civilizadas, arrogantes na muita ciência profana que acumularam.

- Vejamos alguns sectores da sociedade que, em princípio, poderiam adoptar a Ecologia Humana como disciplina básica, mas que o não fazem por ignorância, preconceito ou má fé. Mas, principalmente, por medo e receio de desagradar à omnipotente medicina e à omnipotente «sociedade de consumo» que a EH estruturalmente põe em causa.
Em cena para disputar essa «honra», estariam se estivessem:
- Política oficial do ambiente
- Medicina, nomeadamente nos ramos chamados «medicina preventiva», «medicina psicossomática» e «saúde pública»
- Toxicologia
- Defesa do Consumidor
Analisemos, um por um, cada um desses sectores potencialmente vocacionados para adoptar a EH mas até agora incapazes de o fazer por inércia do próprio sistema que rejeita aquilo que o pode criticar ou minimamente pôr em causa - como é, obviamente, o caso da Ecologia Humana.
A política oficial do Ambiente, que por vezes e abusivamente se intitula de ecológica e mais abusivamente de ecologista , demonstra a sua total incapacidade em absorver o principal capítulo da ecologia que é a EH, ao deixar de fóra toda a temática e problemática específica, ou seja, a que respeita às relações do ser humano com o seu ambiente.
O próprio ecologismo, enquanto movimento de fundo, conforme o define Dominique Simonnet, num conspecto histórico e crítico, só dificilmente consegue apanhar e acompanhar os temas específicos da Ecologia Humana, tais como:
Fisiologia do stress
Fisiologia das radiações ionizantes
Fisiologia dos consumos tóxicos e perigosos
Fisiologia das emoções e dos sentimentos
Fisiologia do Trabalho e das Doenças do Trabalho
Fisiologia da Iatrogénese (doenças da medicina)

Quanto à Toxicologia, todos os anos se atrasa e desactualiza mil vezes como ciência do homem, já que nada consegue saber, em tempo útil, dos efeitos que sobre o ambiente e, portanto, sobre a fisiologia e a bioquímica humana, têm mil novas substâncias lançadas pelas fábricas no mercado dos consumos correntes.
A Ecologia Humana sugere apenas que a actualização se faça e que a Toxicologia, como ciência, não se demita de ser o que é, como até agora tem acontecido, e que se mantenha a par dos tóxicos que vão sendo produzidos e lançados no meio ambiente humano. Manter actualizada a «lista negra» dos poluentes e respectivos efeitos é o menos que se pode pedir a uma ciência que tão arrogantemente se reclama de o ser.
- A defesa do consumidor tem-se aparentemente candidatado a ramo de actividade sócio-política capaz de absorver e assimilar a EH, já que a chamada «qualidade de vida» teria que ver, na perspectiva da política oficial do Ambiente, com o nível e quantidade dos consumos. Se há expressões que têm sido capazes de significar tudo, até e principalmente o seu oposto, «qualidade de vida» é uma deles. Associando-se a «consumos» e sendo hoje os consumos o que se sabe, há quem pergunte como pode, ultrapassando o poder económico da publicidade e da indústria, proteger-se a vida e a segurança do consumidor.

- Adiando para as calendas um Banco de Dados sobre Produtos Perigosos, os políticos e eurocratas que se dizem preocupados com o consumidor, expressam, eles também, a incapacidade para digerir dados simplistas e óbvios como estes:
«O cancro está no ambiente»,
«O cancro está nos consumos», depois de se saber que ele também está no Ar, na Água, nos Solos, etc.

- Mal ou bem, com maior ou menor coragem, ainda é no âmbito da Saúde Pública que os múltiplos temas da EH acabam por ser abordados, embora de maneira ínvia e nem sempre crítica.
De facto, matérias a integrar num futuro «Manual de Ecologia Humana» que ainda não existe - para uso universal e não só universitário - podem ser recompiladas dos cursos de pós-graduação em Saúde Pública destinados a médicos de clínica geral e ministrados na Escola Nacional de Saúde Pública. (Ver documento anexo).
O plano de formação de médicos de clínica geral em saúde pública, publicado no «Diário da República», II série, de 29/8/1984, subdivide-se em duas partes:
na 1ª, um curso de cuidados de saúde primários
e na 2ª , cursos monográficos em cuidados de saúde primários.
Na perspectiva de um futuro «Manual de Ecologia Humana» que ainda não existe, importa assinalar :
na 1ª parte , problemas de saúde da população portuguesa
na 2ª parte, interessariam eventualmente à EH os seguintes cursos monográficos:
e) Nutrição
f) Economia da saúde
g) Saúde escolar e de adolescentes
h) Epidemiologia e controle das doenças crónico-degenerativas
i) Educação e promoção da saúde
j) Saúde materna e infantil
l) Factores ambienciais na saúde individual e comunitária
m) Saúde mental
n) Saúde ocupacional
De tal maneira alguns temas são coincidentes com os de EH - - nomeadamente o da alínea l - que nos perguntamos: afinal porque é a nossa medicina tão pouco humana e tão pouco ecológica, apesar de tão largamente pós-graduada?
Ou o curso como o que acima se refere ainda não foi suficiente e ainda não houve tempo de criar uma nova geração e uma nova mentalidade para que se pudessem sentir os seus efeitos sobre os cuidados de saúde primários?...
- Ao definir o próprio campo de acção, a EH orienta os seus esforços em 3 sentidos convergentes :
1 - Demarcar-se da medicina que trata a doença, procurando definir-se exclusivamente no campo da saúde a que se deverá chamar «campo holístico» ou «campo unificado».
2 - Demarcar-se das múltiplas correntes e disciplinas que têm vindo a reclamar-se da Natureza e das forças terapêuticas da Natureza, expurgando-as de tudo o que seja misticismo religioso, crença, fé ou convicção moral e prédica moralizante: holística e EH é uma questão de ciência.
3 - Em resultado dos dois pontos anteriores, a Holística ou EH aposta na listagem, desenvolvimento e aperfeiçoamento do que chama «tecnologias apropriadas de saúde», não se imiscuindo assim nas técnicas médicas e no «acto médico» que a medicina reivindica para si, nem nas intermináveis polémicas de índole ideológica e moralista, do tipo vegetarianismo/ carnivorismo, tabagismo/antitabagismo, etc.
Nas «tecnologias apropriadas de saúde», a EH recenseou não só as que já estão perfeitamente testadas e consolidadas , até pela sua antiguidade (caso da Acupunctura), mas as que se encontram ainda em fase de investigação (grafodiagnóstico, por exemplo) ou de redescoberta (astrodiagnóstico, por exemplo).

- Quando a ciência médica pretende justificar as suas desinteligências com as correntes que desafiam a sua ortodoxia imobilista, o argumento geralmente utilizado é a falta de «qualidade científica» do discurso que se reclama do naturovitalismo, da escola neo-hipocrática, do higienismo, do vegetarianismo, do naturismo e de outros ismos.
É assim que, pelo menos desde 1985, consta - sem que se saiba nada de concreto - que uma equipa de médicos em Portugal, provavelmente em concordância com a Ordem, estaria interessada em dotar de «estatuto científico» as medicinas naturais.
11 anos decorridos, ainda não se tornou pública nenhuma atitude, nem sequer consta que esse «estatuto científico» já se encontre elaborado ou em vias de.
O que prevalece, entretanto, do lado da instituição médica, para lá da política de silêncio e silenciamentos que há muitos anos a caracteriza, é a acusação pré-histórica de «charlatanismo» lançada contra tudo o que não tenha o beneplácito da referida ordem médica.
A julgar pela lista divulgada em 1983 pela OMS («Médecine Traditionnelle et Couverture des Soins de Santé», O.M.S., Genève (ver em anexo) - uma centena de práticas e técnicas (que a medicina ignora, hostiliza ou calunia) seriam «charlatanismo».
Que a OMS tenha dado aval e luz verde a tanto charlatanismo, dá que pensar.
É pena que a acusação de charlatanismo feita sobre os «naturologistas» seja tão unilateral , como se da parte da ciência e da prática médica fosse tudo isenção, objectividade e rigor, como se, na prática médica, não houvesse conceitos, preconceitos e procedimentos bem mais graves (para a saúde pública) do que as «ingenuidades» em que, no pior dos casos, se esgota o discurso naturologista, quase sempre «naif».
- Compete à EH meter-se pelo meio e, com equidistância e equanimidade, distribuir o mal pelas aldeias, dando a césar o que é de césar e a deus o que é de deus, reconhecendo que charlatanismo existe dos dois lados e que não é exclusivo dos ingénuos ou inocentes naturólogos.
No campo das ciências médicas e biomédicas, basta referir, por um lado, o discurso biocrático e seus delírios triunfalistas e, por outro, o total silêncio sobre o fenómeno do «biocídio» generalizado na sociedade industrial, os crimes diariamente praticados contra a vida, a saúde e a segurança das pessoas, biocídio em relação ao qual , de facto, não vemos as ciências médicas assumindo uma atitude, que mais não fosse em defesa do doente.
Ao facto de a EH ter, por definição, que analisar exactamente esses aspectos e factores do ambiente que condicionam a saúde humana, é que muitos atribuem o anátema de maldição que sobre a EH pesa e porque continua ela a ser a ciência-tabu por excelência, e a ciência dos temas-tabu por excelência (basta consultar a lista de itens de EH, em anexo, para confirmar esta tese).
- Biocracia e biocídio foram conceitos e palavras que o realismo ecologista se viu obrigado a cunhar, como neologismos, usando-os pela primeira vez através das edições «Frente Ecológica».
De pouco serviu, aliás, pois ainda ninguém dos alegados ecologistas pegou na questão «vital» que é o biocratismo imperante na tecnocracia contemporânea, resultante directa do Biocídio da sociedade industrial.
Que alegado ecologista, aliás, defrontou aqui a tecnocracia, ou sequer se lhe referiu nos sereníssimos discursos proteccionistas, conservacionistas e reformistas em que se tem comprazido o alegado ecologismo à portuguesa?
Ecologismo sem crítica à Tecnocracia é apenas «une bonne merde».
No entanto e entretanto, o discurso da ciência biocrática
o da Imunoterapia,
o dos Vírus,
o da SIDA,
o da Transplantologia,
o da Manipulação psíquica em laboratório,
o dos Reflexos condicionados,
o das chamadas Biotecnologias , etc , constitui hoje um domínio de tal maneira avassalador, óbvio, provocante e até escandaloso, que brada aos céus não haver uma só palavra, do lado ecologista ( como não há do lado dos tecnocratas) denunciando, para lá dos crimes de Biocídio, o discurso do triunfalismo biocrático que continua proclamando o sofisma de sempre: ou seja, que a tecnologia vai resolver no futuro os problemas que foi a própria tecnologia a agravar ou a criar, e que nunca soube resolver.

- Este é o âmbito da discussão que a EH propõe a todos os responsáveis mas que, da parte de todos os responsáveis (políticos, médicos, sociólogos, universitários, etc) só tem recebido o silêncio da arrogância e da ignorância. E, claro, o silenciamento dos órgãos mediáticos, que para outra coisa não foram feitos.
Quando, in extremis, resolverem «sentar-se à mesa das conversações», não deverá ser para abordar falsos problemas marginais, como os do corporativismo da classe médica, mas para abordar o que é fundamental para o ser humano, nos termos amplos e correctos em que a EH entende a dialéctica saúde/doença, vida/qualidade de vida: equidistante do charlatanismo naturovitalista e naturovegetariano e do charlatanismo igualmente vigente do biocídio e da biocracia.

É natural que o sistema médico use meios drásticos de contra-ataque quando alguma coisa, mesmo vaga e distante, aponta para a diminuição do seu imenso poder e da sua patente de exclusividade sobre o cidadão, ao qual a medicina pitorescamente chama «paciente».
Qualquer simples beliscadura no seu imenso poder, faz com que a ordem médica reaja da maneira mais contundente.
De facto, os últimos dez anos têm sido férteis em acontecimentos , conceitos, novas ciências e novas tecnologias que têm, em comum, a diminuição da zona de influência da medicina. A saúde é hoje assunto de uma enorme quantidade de técnicos - técnicos de saúde - e nem só um assunto exclusivo de médicos, como acentua a OMS.
Mas, principalmente, a saúde é hoje assunto das próprias pessoas, que para isso, aliás, são solicitadas por uma pressão dos órgãos mediáticos e por livros e livros de reputadas editoras, livros que, muitas vezes, e ao contrário do que acontecia a princípio, já nem sequer se dão ao cuidado de referir, em nota de rodapé, que, em caso de dúvida sobre a sua própria doença, o melhor para o leitor é ...consultar um médico.

- Lenta mas inexoravelmente, a «democratização da saúde» aponta para um «cura-te a ti mesmo», na linha daquela moda que tem produzido vários livros do estilo «Faça você mesmo».
Só que o «cura-te a ti mesmo» não é uma moda de construir gadgets mas um dos mais antigos princípios das grandes medicinas sagradas ou medicinas eternas.
Um postulado eterno da lei eterna universal.
Todas as técnicas e organizações holísticas de saúde, - mais antigas ou mais modernas, preventivas ou profilácticas por definição - reafirmaram e continuarão a afirmar o «cura-te a ti mesmo» como princípio de ouro.

- Se as doenças estão no ambiente e para as debelar é preciso mudar o ambiente, ou reforçar as defesas naturais do doente contra o ambiente - como diz a EH - o médico é uma parte diminuta no processo de combate à doença, quando não é uma parte agravante da doença e retardadora do estado de saúde.

- Como Ivan Illich, na sua obra «Némésis Médicale» (1975), demonstra de maneira documentada, exaustiva e definitiva, «a medicina cria mais doenças do que as que trata».
Tragédias como a da Talidomida e a geração de talidomizados, deixaram marca profunda nas populações e a iatrogénese é hoje motivo de inquietação constante não só de catedráticos que escrevem livros monumentais mas das populações e , até, diariamente dos órgãos mediáticos.
Medicina é a ciência do combate à doença,
Holística é a conservação da saúde, a arte (técnica) de conservar a saúde.
Com este princípio fundamental da EH, os campos separam-se e deixa de fazer sentido que a Holística vá pedir conselho à medicina ou que a medicina ataque ou critique a Holística.
Como diz o povo: cada macaco no seu galho e tudo irá bem na sociedade dos humanos.
- Se conservar a saúde é uma arte e uma técnica, essa arte e essa técnica deverá ser sistematicamente ensinada a toda a gente, para que toda a gente saiba fazer as opções certas no momento certo.
Uma nova figura profissional surge: o educador ou professor de saúde, designação que foi introduzida entre nós e muito bem pela Instituto Kushi.
Um mercado crescente de produtos e equipamentos holísticos vem reforçar com argumentos «económicos» uma actividade que já não vive na clandestinidade mas que é uma força comercial das sociedades de consumo ou ditas de «mercado aberto».
A própria dificuldade que as ciências do ambiente têm em «digerir» a área de interface onde o Ambiente se choca com a saúde humana, é significativa da encruzilhada em que o explosivo sector da saúde se encontra: já não podendo conter-se nos limites tão estreitos da «actividade clínica» e do famoso «acto médico», a saúde exorbita e torna-se «multidisciplinar», apanhando em cheio a área da Ecologia, já que a dialéctica saúde/doença está obviamente no centro das relações entre o ser humano, o ser vivo e o seu ambiente.
Curiosa e espantosamente, os ambientalistas e alegados ecologistas ainda não conseguiram digerir a EH, talvez porque a ciência do ambiente não queira fazer à ciência médica a ofensa de lhe retirar o seu tradicional monopólio da por eles chamada «saúde» mas que, se virmos bem, é sempre e simplesmente doença.
Jamais a medicina se ocupa da saúde: ocupa-se, sim, da doença e de um combate sintomatológico, marginal, artificioso à doença. O que não tem nada a ver com saúde, conservação de saúde, artes e técnicas de conservação da saúde.
EH é assim o ponto de viragem, o coração do problema, a encruzilhada onde chegam ciências de várias procedências mas que, ao avistar Dona Medicina no seu castelo roqueiro, monopolizando saúde e doença, chamando saúde à doença, depositam armas e recuam, assustados.
Com o poder da medicina - poder de vida ou de morte sobre nós todos - qualquer se assusta.
Outras portas, entretanto, além da EH, a medicina tem fechado para manter aquilo a que chama a «saúde» aferrolhada no seu castelo medieval.
A chamada Saúde Pública, por exemplo, já citada em ponto anterior, é a expressão indecisa para designar «Higiene Pública».
A Toxicologia, outro exemplo, fica limitada aos tóxicos usuais há 20 ou 50 anos, como se não entrassem, todos os anos, no ambiente, mil novos tóxicos químicos (ver ponto acima).
O banco de dados sobre produtos perigosos continua esperando que os comités de consumidores pressionem as autoridades, nada resolvidas a verificar, premindo o botão, que de 20 em 20 segundos, alguém adoece ou morre por intoxicação químico- medicamentosa.
Assim cercada, a medicina chega a meter dó.
Mas não pensemos que a sua conduta é de «castelo sediado», antes pelo contrário: são muitos os alibis, ainda, nomeadamente as urgências hospitalares em geral e as urgências traumáticas em particular, os casos-limite, a cirurgia traumática, que dão uma imagem de absoluta necessidade social da medicina.
É com os desatinos da sociedade industrial que a medicina ainda tenta encontrar algumas justificações da sua acção e da sua existência.
Cortar órgãos por doenças que não soube curar, ou reparar órgãos traumatizados por uma sociedade industrial criminosa , ou responder a casos crónicos porque não deu resposta aos estádios agudos, tudo isto são os alibis que a medicina deve reivindicar para já.
Fora disso, a prevenção, por exemplo, nada tem a ver com Vacinas: pelo que este, o da prevenção é outro dos campos brutalmente arrebatados ao monopólio da medicina. Prevenção ou profilaxia é sinónimo de meios naturais de conservar a imunidade, é sinónimo de holística, nada tendo a ver com as chamadas «medicina curativa» e a chamada «vacinoprofilaxia».
+
meh-2>

QUÍMICA E BIOQUÍMICA:UM CASAL FELIZ

Paço de Arcos, 10/1/1987 - A bioquímica, como ciência do Establishment, teria em princípio muito a ver com a Ecologia Humana. Teria mas não tem.
Na realidade prática o que se passa?
Química da Vida, como o nome indica, ela estaria em posição privilegiada para detectar as relações entre a vida, nomeadamente a vida humana, e o ambiente químico que nos rodeia, no ar, na água, nos solos.
Departamentos de Bioquímica vão aparecendo pelas universidades de todo o Mundo e Portugal já tem também um, pelo menos, na Faculdade de Ciências Biomédicas, ao Campo Santana, em Lisboa.
Esse departamento publica uma revista especializada com o resultado das investigações realizadas por cientistas portugueses e estrangeiros.
Especializada em alto grau, supõe-se que a revista será um órgão da maior importância para os bioquímicos portugueses (quantos são?) mas principalmente para os bioquímicos estrangeiros: é mesmo uma revista para ler lá fora.
Um leitor vulgar , que julgava poder ir encontrar na Bioquímica e nos bioquímicos um contributo de algum valor - uma ajuda - aos seus problemas ecológicos de todos os dias 8 problemas ecológicos são os que resultam da relação entre vida e ambiente , nomeadamente ambiente químico) não consegue compreender o que lá vem.
A alta ciência especializada - já o sabemos - nunca é feita para a gente vulgar comprrender e aproveitar dela, nem para servir a ecologia humana que é a arte de suportar a diária poluição química que nos cerca e agride.
Poluição química que, vinda de todos os lados e infiltrando-se em todas as nossas células, nada tem a ver com a bioquímica teórica, alta ciência da química da vida acima das baixezas da química de morte.
A ciência considera-se analítica e neutral, acima das fraquezas e podridões humanas, não dá confiança a leigos, é só para especialistas se entreterem entre si.
Entretanto, os bioquímicos e nem só, continuam a pedir dinheiro ao Orçamento para as suas investigações, que vão progredindo a passo de caranguejo e que podem, um dia destes, ser motivo de galardão nacional ou internacional, notícia que a revista de qualquer semanário bem-pensante, dos que proliferam na praça, logo dará a cores e com grande aparato.
O serviço público da ciência vai até aqui - à notícia do glorioso feito - e fica assim cumprido.
Recatada nos seus laboratórios, a Bioquímica tem a ver com a Química que nos mata mas, enquanto alta ciência, não tem a ver com a química que nos mata, nem com a vida, nem connosco, nem com o ser humano, nem com nada. Conada.
+
meh-3>

DA HIGIENE À ECOLOGIA HUMANA

Paço de Arcos, 1986 - A Higiene seria, em princípio e enquanto disciplina organizada, o antecedente histórico mais directo da actual Ecologia Humana e Holística.
Enquanto a medicina se especializou a combater a doença, a Higiene sempre disse preocupar-se com a conservação, prevenção e profilaxia da saúde.
Segundo esta linha de raciocínio, a actual Holística seria apenas o desenvolvimento da antiga higiene individual e pública.
Um pequeno-grande pormenor, porém, faz com que a Higiene, tal como hoje se entende, nos meios científicos e sanitários, possa significar exactamente o inverso da Ecologia Humana e Holística.
Perversão histórica ou não, o facto é que, em nome da Higiene, se praticam hoje alguns atentados mais correntes contra a saúde do consumidor.
De facto e por exemplo, as vacinas são consideradas um acto de higiene, profilaxia e prevenção, quando podem estar a ser a origem de epidemias modernas como a Alergia, a SIDA, etc.
A verdunização pelo cloro da água de beber é outro exemplo de poluição química em nome de uma medida higiénica, poluição com eventuais consequências na saúde dos consumidores da água de abastecimento público.
Aditivos e corantes químicos nos alimentos são exemplo de outro hábito dito de higiene aplicado em nome da «defesa do consumidor» mas cujos efeitos no organismo dos mesmos consumidores constituem hoje, na melhor das hipóteses, matéria de grandes dúvidas.
Embalagens de plástico aparecem para corrigir - diz-se - a tão cantada «imundície» e falta de higiene das vendas avulso em pequenas mercearias e até em tendas de rua, mas está por provar a inocuidade dessas embalagens plásticas, atribuindo-se mesmo virtudes cancerígenas às embalagens de polivino usadas principalmente em garrafas e garrafões.
Os próprios pesticidas são considerados benefícios em prol da humanidade e contra a fome no mundo - diz-se - mas fazem lista as doenças que podem ocasionar e os perigos que deles resultam para todos os seres vivos e o meio ambiente.
Os medicamentos, esses, são sempre para «salvar vidas» mas já hoje se escrevem tratados com centenas de páginas denunciando os efeitos adversos dos medicamentos ou iatrogénese.
Entre os produtos da higiene doméstica contam-se, como indicam as estatísticas de acidentes reveladas por organismos como o Centro Anti-Venenos, alguns dos químicos mais virulentos, tóxicos e perigosos, como é o caso do célebre Xilofene, recomendado para conservação de madeira.
Mas os produtos de higiene doméstica são outra gama infindável de produtos alergénicos, perigosos e tóxicos, que exigem o máximo de cuidados à dona de casa para que não ocasionem desastres.
Dizem as estatísticas que as intoxicações com produtos domésticos, especialmente em crianças, se encontram à cabeça na lista das causas de hospitalizações urgentes.
O mesmo nível de riscos para a saúde se pode apontar em dezenas de produtos químicos para higiene e toilette pessoal como lacas, tintas de cabelo, cremes, sprays, etc.
A limpeza e a beleza à base de produtos químicos tornou-se, de facto, o conceito dominante de higiene moderna, conceito que à luz das mais elementares exigências de ordem ecológica, se mostra pouco compatível com aquilo que sempre definiu a higiene: conservação, prevenção e profilaxia da saúde.
Vemos assim de que maneira a Ecologia Humana e Holística, candidata a herdeira dessa antiga disciplina que é a Higiene, tem também que se distanciar e dissociar dela, e da maior parte dos conceitos e teorias que no domínio da higiene se instalaram: é o caso da teoria microbiana de Pasteur, responsável pelo aparecimento das vacinas, propositadamente confundidas com «medicina preventiva».
+
meh-4>

NOOLOGIA YIN-YANG
CIÊNCIAS DA NUTRIÇÃO: INSTABILIDADE E TRANSITORIEDADE

Quase todos os dias são anunciadas descobertas no campo da Bioquímica, da Nutrição Humana, da Medicina Biótica ou da Medicina Metabólica, nomes diferentes mas afins para significar praticamente o mesmo.
Quase todos os dias, órgãos prestigiados da investigação científica, como a revista inglesa «Nature», anunciam a descoberta de um novo enzima, de uma nova vitamina, de um novo sal mineral relevante para a saúde, de um novo gene, até de uma nova célula ou grupo de células que se julga desempenharem funções no organismo humano até então ignoradas.
Nessas «descobertas» do metabolismo humano e da química do organismo, porém, teremos de considerar vários aspectos que interessam a uma abordagem ecológica e holística da realidade, do universo humano:
Essas «descobertas» são hipóteses ou teses de trabalho, sujeitas a posterior verificação e durante um certo tempo sujeitas a polémica - uns que dizem, outros que desdizem, uns que defendem outros que atacam... - mas passam à prática, quando passam, como se fossem dogmas e verdades definitivas;
Essas «descobertas» , que enchem os tratados de nutrição, bioquímica, medicina metabólica e medicina biótica, têm sempre um carácter aleatório e transitório, conduzindo a práticas terapêuticas marcadas, elas também pela aleatário ou transitório;
No conjunto destas ciências ditas «humanas», a permanente instabilidade criada por constantes e sucessivas «descobertas» é a única coisa estável, transmitindo-se também à terapêutica e à prática diária dos utentes (doentes ou pacientes) a mesma sensação de transitoriedade, de instabilidade;
Os médicos, de facto, quando se permitem utilizar os conhecimentos adquiridos em ciência da nutrição, ou porque têm a especialização de «médico nutricionista» (raríssima, aliás, como se sabe) ou porque se abrem, enquanto clínicos gerais, minimamente à causalidade ambiental das doenças (caso também raríssimo) servem-se na prática de uma franja muito pequena das ciências da nutrição, pois na realidade só os pressupostos básicos (roda dos alimentos e pouco mais) podem ser levados à prática diária do consumidor.
Ciências ditas «humanas» como as que foram citadas - Bioquímica, Nutrição, Medicina Metabólica - poderiam ser, sem dúvida, suportes de uma Ecologia Humana e Alimentar, se não fossem como são simples teoria, teoria que aliás é intrínseca ao modelo ocidental da ciência, caracterizada por três parâmetros fundamentais: teórica, dualista e, portanto, desumana, não holística.
Como todas as ciências do modelo ocidental, a Bioquímica e seus anexos nunca se dá por completa, todos os dias se fazem «descobertas» novas, encontra-se sempre em actualização, pelo que as soluções práticas e úteis são sempre adiadas indefinidamente para as calendas (carácter aleatório dominante na ciência ocidental).
Esta característica - a moda que muda, nada permanecendo - a que poderemos chamar «aleatório», é a permanente «desculpa» para que a ciência ainda não consiga ...curar uma gripe, desculpa que, com o tempo, se faz eterno alibi.
A esta inoperância no passado, no presente e no futuro, a esta instabilidade permanente, responde a Ecologia Humana com os postulados da lei universal e da lei natural, procurando através dos sistemas estáveis, nomeadamente os mais antigos e milenarmente testados pela prática(é o caso do taoísmo), pontos de referência seguros, certezas, cuja estabilidade não possa ser, todos os dias, posta em causa.
Podemos traduzir isto em duas colunas, à esquerda a ciência e suas constantes, à direita a Ecologia Humana e suas características:


CIÊNCIA ECOLOGIA HUMANA

Instabilidade Estabilidade

Aleatório das soluções Soluções práticas imediatas

Hiperanálise Sínteses globais

Moda e mudança Permanência

Desconfiança do utente Confiança do utente

Prioridade à teoria Prioridade à prática

Verdade abstracta Eficiência concreta

Sintomatologia Causalidade


Observação que a Ecologia Humana também não pode deixar de fazer à moderna ciência da nutrição é o caos de produtos a que conduz.
Ora Vitamina C, ora Lecitina, ora Folatos, ora Magnésio, os suplementos alimentares são constantes alvos de campanhas comerciais que criam a confusão nos utentes e... na bolsa das famílias. Específico atrás de específico, o mercado dos produtos naturais ainda está longe do oceano dos medicamentos químicos, mas parece apontar para uma idêntica e caótica confusão.
Já se viu o número de embalagens com Vitaminas? Com sais minerais? Com sumos, extractos, enzimas?
Que todas essas coisas estejam no mercado, ainda bem. É melhor alimentos que medicamentos. E, uma vez por outra, até fazem falta.
Mas para orientação do consumidor interessa saber duas coisas:
- A indústria dos mil e um suplementos alimentares prospera e prosperou porque a industrialização química da agricultura retirou dos alimentos os seus elementos vitais;
- Apesar de tudo, há processos mais expeditos, holísticos e globais, de satisfazer necessidades nutricionais humanas.
É para estes processos mais expeditos que aponta a Nutrição Macrobiótica, método cujo carácter globalizante e ecológico é uma das suas principais recomendações.

CIÊNCIA ANALÍTICA E VARIÁVEIS INDIVIDUAIS

Dividindo e subdividindo o mundo vivo - que só existe vivo - a ciência vai descobrindo, lentamente, que o factor A, B, C, X ou Y é responsável por determinada função que até agora constituía, para a mesma ciência, um mistério.
Assim tem sido, paulatinamente, com vitaminas, sais minerais, enzimas, hormonas, etc.
Ninguém duvida que a ciência se esforça por acertar e que, na maior parte dos casos, acerta. No seu contexto, na sua lógica analítica e sintomatológica, acerta.
Nada custa aceitar que a Prolactina, por exemplo, é a «hormona que participa nos fenómenos de regeneração dos tecidos e torna as células mais sensíveis aos estímulos eléctricos no organismo.»
Quem diz Prolactina, diz qualquer das dezenas de vitaminas, sais minerais, enzimas, que a ciência vai descobrindo.
Um pequeno problema de metodologia, porém, pode surgir neste panorama e neste grande esforço científico. Há as incontroláveis variantes individuais a toldar sempre o luminoso panorama do estereotipo.
De facto, não está ainda claramente estabelecido que todos esses factores possam agir «isolados» do seu contexto global de nutrientes. Falta à ciência definir esse contexto, que resultará sempre de uma equação a várias incógnitas.
Entretanto a palavra sinergia ganha relevo na medicina metabólica.
Depois, não é só o problema do contexto a dar «n» variáveis. É também o problema de método, a individualiddade ou tipo humano ou diátese onde o fenómeno ocorre: a Vitamina C terá efeitos diferentes conforme o tipo constitucional da pessoa em questão.
+
meh-5>

A SUBDIVISÃO EM CIÊNCIAS HUMANAS:DIVIDIR PARA REINAR

«Escrever um tratado (sobre terapêuticas comportamentais) está para além das capacidades de um só homem; para além disso, acabado de escrever já está ultrapassado.»
Isto escreve Ovide Fontaine, no prefácio de um livro sobre terapias comportamentais, campo da ciência psicológica onde se tem verificado uma proliferação de ramos verdadeiramente «cancerígena».
Mas não é a única ciência nem a única terapia a sofrer esse processo de infinita automultiplicação. Se juntarmos todas as ciências hoje existentes e em cada uma o princípio da proliferação for o mesmo, obtém-se o cenário da super-proliferação.
A proliferação das ciências e suas sucessivas subdivisões, o mito de que a ciência progride e tem que progredir em direcção ao infinito é, como a proliferação de medicamentos, produtos químicos e bens de consumo em geral, um serviço inestimável prestado ao lucro capitalista, que a engrenagem socialista , pelo que sabemos, também não desdenha.
Uma ciência como a Acupunctura, por outro lado e por exemplo, que atingiu definitivamente a perfeição há mais de 5000 anos, que continua a ter como único tratado de referência o «Nei King», não pode ter, evidentemente, qualquer aliciante para uma engrenagem que vive de multiplicar, pela hiperanálise, as necessidades mais ou menos supérfluas do consumidor.
Se não foi a engrenagem dita científica a inventar o método da proliferação e da super-especialização, há-de reconhecer-se, que, pelo menos a posteriori, não podia inventar-se nada melhor para um sistema que vive de ir multiplicando e empolando necessidades , um sistema que vive de ir matando os ecossistemas por sobre-exploração dos recursos naturais disponíveis.
É ainda o autor citado, Ovide Fontaine, que, no mesmo livro, fala em «proliferação das teorias psicológicas».
A ciência, de facto, desdobra-se em «teorias» o que lhe permite 3 coisas:
- Nunca estar suficientemente actualizada
- Estar constantemente desactualizada
- Nunca parar a investigação para a qual exige dos orçamentos de Estado verbas sempre crescentes
A classe científica não pode morrer nem acabar - é uma instituição eterna e, por isso, cuida dos seus mecanismos de autoreprodução, entre os quais a «teoria» é um dos mais reprodutivos.
Teorias são aproximações da verdade e, quantas mais elas são, menos próximo está o estudioso da verdade.
No caso da Psicologia, essa proliferação evidencia algumas constantes que fazem das psicoterapias ocidentais, quase todas, muito mais psicomanipulação do que terapias.
Desde a Psicanálise à Hipnose ou Sofrologia, da Antropoanálise às Terapias de grupo - sem falar da anacrónica e ultrapassada Psiquiatria - é a dominante da manipulação «behaviorista» que se torna quase exclusiva e, para alguns, asfixiante.
Se há ciências que servem bem o establishment de exploração, as chamadas ciências psicológicas servem mais que bem.
- Psicologia e Sociologia são, em princípio, ciências humanas, como tal classificadas nos quadros taxonómicos que compendiam o chamado «saber».
Sendo ciências humanas, teriam a ver com Ecologia Humana, como diria La Palice.
Em teoria do óbvio teriam, na prática verifica-se que não têm nada. Existem de «costas voltadas».
Como se descartam, então, estas e outras ciências ditas humanas , do grande incómodo que é terem a palavra «humano» agregada ao nome?
Da maneira mais simples e expedita: ao abrigo do sofisma «neutralidade» que é, na sofística científica, o seu mais sólido alicerce.
Ao abrigo da «neutralidade» e da «subdivisão de tarefas», eis que psicólogos e sociólogos se lançam, salivantes, sobre os temas e problemas mais quentes ou sangrentos do pesadelo chamado «vida quotidiana» e os escalpelizam como se nada tivessem a ver com eles (os problemas).
De facto, como a ciência diz que trata do «como» e nada tem a ver com os «porquês», e muito menos com os «para quês», estes ficam para os moralistas caturros ou para algum filósofo desgarrado, out-sider ou franco-atirador do tipo Ivan Illich, que acha interessante questionar o humano e o desumano em tudo o que é humano.
«Separando vai a ciência reinando» é outra face do mesmo sofisma da neutralidade.
Separando vai a Sociologia e a Psicologia - dois bons exemplos - dizendo que a responsabilidade é de outra especialidade (outra face do mesmo sofisma: «uma especialidade para cada um e a responsabilidade para nenhum»).
Psicólogos e sociólogos debruçam-se, com efeito, sobre «prementes problemas» de ecologia humana mas fazem-no sempre separando, dividindo, subdividindo, excluindo e com as luvas assépticas da célebre objectividade ou neutralidade ditas científicas.
A ciência, mesmo humana, não tem que se importar com o humano.
-Falam do Cancro, por exemplo, com a mesma serenidade com que podem falar da Bolsa de Lisboa ou de férias na estância de Tróia (é a objectividade);
A Publicidade, por exemplo, factor de ecologia humana e de condicionamento das energias humanas, tem para eles aspectos «bons» e «maus», mas escolher entre o «bom» e o «mau» compete a educadores, pais de família, moralistas, assistentes sociais, sacerdotes, não compete aos cientistas que, planando nos cimos da objectividade, não têm que descer às planuras da subjectividade;
O Suicídio, outro exemplo, de problema ontológico Número 1, traduzem-no os sociólogos em números estatísticos e pronto, fica liofilizado o assunto;
Aliás a «estatística» é outra face ainda do mesmo sofisma (as dores de cabeça que a estatística poupa aos políticos!).
E assim por diante, em relação aos outros problemas de EH, «prementes» problemas do nosso dia a dia:
Aditivos alimentares
Alcoolismo
Alienação
Chumbo na gasolina
Criminalidade
Fumos Negros dos Escapes
Hormonas na Carne
Iatrogénse
Químicos cancerígenos
Repressão de minorias
Stress
Toxicodependência
Etc.
Tomar posição em relação aos chamados «fascismos quotidianos» não é com a ciência, que não se mete em políticas, mas apenas para marginais, movimentos ou raros franco-atiradores de cunho ecoanarquista ou anarcoecologista.
A ciência, aliás, embora não o dissesse, viu com bons olhos esses movimentos, pois a isentavam a ela de tomar posição crítica sobre temas e problemas cada vez mais incómodos de uma sociedade industrial de poluições e crimes proliferantes.
Sociólogos e psicólogos depositam a «parte odiosa» nos maluquinhos da frente ecológica, para isso eles cá estão, para isso eles ainda cá andam.
Em Maio de 1968 e paradoxalmente em relação aos interesses de futura classe dirigente os estudantes universitários são, os estudantes universitários franceses tiveram um rebate de consciência, e a consciência aguda da sofística científica , aconselhando então, em cartazes proliferantes pelas ruas de Paris, que se enforcasse o último psicólogo nas tripas do último sociólogo.
Maio de 1968 já lá vai, há quase 30 anos, enquanto sociólogos e psicólogos continuam, de cátedra, cada vez mais prolíficos.
+
meh-6>

EPIDEMIOLOGIA: UM SIMULACRO (FALHADO) DE ECOLOGIA HUMANA

Serão os problemas de saúde um problema de educação?
Será uma política de saúde indissociável de uma política educativa : ou seja, ao planear uma política de educação, não se teria de indagar primeiro as condições sine qua non, os condicionalismos históricos, políticos, económicos, sociais, alimentares e físico-climáticos que, através dos anos, deram ao quotidiano português determinadas características psicopatológicas e biopatológicas?
Em suma: não terá a epidemiologia muito a ver com a educação? E a educação com uma reconversão dos consumos básicos, nomeadamente alimentares? E uma reconversão dos consumos não será, por seu turno, um trabalho de reeducação e de reciclagem?
Diz-me o que consomes, dir-te-ei quem és.
Diz-me o que comes, dir-te-ei quem és.
Eis mais um postulado de Ecologia Humana e Alimentar.
- Ensina a Ecologia que «Tudo está ligado a Tudo».(Mais um postulado básico da lei universal)
Ensina a ecologia que «tudo anda interligado», que «tudo se deve religar», que «tudo se inter-relaciona» e que os ciclos, equilíbrios ou ritmos vitais se submetem a uma rigorosa dialéctica de balança, a uma dinâmica viva:
onde quer que se verifique um excesso logo em outro lado se nota uma falsa (postulado dos vasos comunicantes);
onde quer que o fiel da balança se incline para um lado, logo do outro lado se notará uma oscilação simétrica e de sinal contrário.
Esta dialéctica ecológica vem, modernamente, na linha de antigas cosmosofias que ensinavam, precisamente, a interdependência e a interligação de tudo a tudo, do todo às partes, das partes entre si, etc.
- Do micro ao macrocosmos, tudo está sujeito à mesma lei (da gravitação) universal. O ser humano é sempre um ser cósmico, mesmo quando é, apenas, na sociedade tristemente mercantilista,
uma máquina de produzir trabalho,
uma máquina de consumir,
uma máquina de comer,
uma máquina de dejectar,
uma máquina de prazer,
uma máquina.
Mesmo quando se transforma em frango de aviário, nas supercidades, o ser humano não perde a sua intrínseca condição de ser cósmico. Quer dizer: de ser ecológico, rodeado, como cascas de cebola, de múltiplos e diversos ambientes.
- Educar um povo será então desaliená-lo, torná-lo menos escravo, dar-lhe técnicas de independência e autosuficiência, enfim, gradualmente tentar retirá-lo do aviário.
E como se sabe que ele está ainda em regime de aviário?
Pelas doenças endémicas típicas do aviário humano. Pelas epidemias. Pelas pestes. Pelas doenças dominantes na capoeira, no estábulo, na pocilga.
Espaço fechado é fábrica de endemias, doenças, patologias.
Homem domesticado (urbanizado) é homem doente.
Educar um povo será diminuir progressivamente o número de doenças ou o seu carácter endémico.
Educar um povo será diagnosticar os seus males dominantes específicos, através dos sintomas que são os sinais patogénicos, endémicos ou epidémicos.
Num espaço concentracionário - cultura agrícola, exploração pecuária ou aglomerado urbano - qualquer manifestação endémica (peste de aviário, peste suína africana, piolho do trigo, gripe ou cancro) denuncia apenas que alguma coisa vai mal na respectiva população: seara, rebanho, aviário, cidade, etc.
- Com as populações humanas, o pudor impede-nos de interpretar os surtos patogénicos com o mesmo critério e rigor de causa a efeito e de efeito a causa, numa cadeia que não pode sofrer desmentidos.
Esse pudor impede-nos, por exemplo, de relacionar o Cancro
com a verdunização das águas,
com as bombas de cobalto em meio hospitalar,
com as desmineralizações e avitaminoses generalizadas,
com as populações humanas, o pudor impede o cientista de fazer a relação tão clara, evidente e óbvia entre meio ambiente patogénico e situação de doenças predominantes nas populações ( animais, plantas ou homens).
com o ambiente nervoso, ruidoso e stressante das cidades concentracionárias como aviários e respectivas cinturas industriais mais semelhantes a pocilgas.
com o aumento da radioactividade na atmosfera,
com o hábito das radiações, por tudo e por nada raios X,
com o Plutónio lançado no ambiente pelos detritos das centrais nucleares,
com os aditivos e corantes químicos postos na maioria dos alimentos embalados do supermercado,
com os depauperantes orgânicos do solo,
com os escapes do automóvel e todo o tipo de fumarada tóxica (onde o cigarro, afinal, é bem pouca coisa) ,
com os hidrocarbonetos queimados dos escapes,
com os medicamentos violentos (antibióticos, cortisonas, vacinas),
com os nossos consumos alimentares habituais,
com os óleos alimentares tratados a altas temperaturas,
com os pesticidas e adubos da agricultura,
com os produtos alimentares industrializados(desvitalizados, carenciados),
- Se a Cólera, por exemplo, é originada no circuito hídrico contaminado, bem como a febre tifóide, a hepatite ou algumas manifestações gastro-intestinais, todo o tipo de doença - fatalmente - se intercala num circuito ecológico qualquer, em qualquer ponto e de qualquer modo contaminado também.
- Dir-se-á que tudo isto são banalidades. E são. Só um pobre de espírito, só um curioso que nunca tenha frequentado escolas ou universidades, só um homem capaz de desaprender as ciências todas que aprendeu, só um eterno aprendiz da vida e de tudo, pode chegar a tão óbvias evidências.
No nosso tempo e mundo, trata-se de mostrar que é óbvio o que óbvio já é.
Somos um tempo não só truculento e de violência institucionalizada, de terror multifacetado e diversificado, como somos um tempo em que é preciso lutar para demonstrar as coisas intuitivas, óbvias, evidentes.
Porque - prosseguindo a metáfora - os frangos do aviário estão condicionados pelos mitos dominantes na capoeira: libertá-los dos mitos seria simultaneamente libertá-los das doenças típicas da capoeira.
A epidemiologia, como ciência prometida, seria esse campo onde a ciência também disse que ia pesquisar a evidência: as relações de causa efeito, entre ser humano e seu ambiente.
Se a uma causa corresponde um efeito, todo o mistério , todo o enigma será decifrado.
No entanto, é preciso - para o reconhecer e levar até às últimas consequências no nosso comportamento diário - perder o amor à pele, arriscar, sofrer hostilidades, ir, em suma, contra o arame farpado (da capoeira) das mitologias em vigor, as quais mitologias completamente barram o caminho à luz das evidências e à intercausalidade científica.
- Veja-se, no entanto, porque barram as mitologias o caminho à evidência científica: porque os grandes negócios , empórios e monopólios vivem dessas mitologias.
No dia em que o Cancro - enquanto epidemia típica da sociedade tecnoterrorista da violência - for pura e simplesmente denunciado como o mais perfeito e acabado produto dessa famosa «civilização ocidental», é óbvio que toda a famosa civilização ocidental ficaria em causa aos olhos dos frangos da capoeira.
Convém despistar o frango, o canceroso, o pré-canceroso, dizendo-lhe que o cancro vem de um vírus, que é uma fatalidade, que é uma maldição vinda dos céus, que é inclusive efeito do terrível tabaco . O tabaco será, na emergência, um bom bode expiatório para isentar o sistema na totalidade.
Um certo fatalismo teológico costuma atribuir a deficiências congénitas, por exemplo, a causa de certas doenças. Prefere esse fatalismo fadista de não atribuir causas, de não aplicar ao caso das doenças congénitas o critério lógico e ecológico da causalidade, limitando-se antes a supor que certas doenças, certas deficiências e anomalias são mandadas por (castigo de) Deus e caem do Céu aos trambulhões.
- Até se saber a origem da Cólera, também se imaginava que fosse praga enviada por Deus.
No campo das deficiências congénitas - bem como no dos caracteres genéticos básicos, nos «sinais rácicos», - a grande ciência ocidental mostra-se tal qual é, uma teologia bárbara e obscurantista , incapaz de corresponder à clara ordem causal da ordem do Universo.
Ora o critério ecológico aplicado a este largo ramo das anomalias hereditárias reivindica uma total revisão no método de análise e pesquisa das causas da doença.
Sejam crianças cegas, sejam crianças ditas deficientes mentais, sejam paralíticos ou paraplégicos, o critério ecológico exige uma explicação necessariamente retrospectiva do caso; e não aceita que a cegueira seja fatalismo cego do destino, maldição, anátema, acaso. Dizer «de causa congénita ou hereditária» equivale a dizer tudo isso.
Nenhum caso de doença congénita se explica só por ser congénita: há que investigar das causas ambientais - alimentares , económicas, sociais, de habitação, de consumo, de água, de ar, de constituição genética, de terreno orgânico, de resistência dos progenitores e do seu meio ambiente.
Há que averiguar a multicircunstância condicionante da gestação, porque esse - o ventre materno - é o primeiro habitat, o primeiro ambiente do ser humano e o mais decisivo.
Das doenças congénitas às inexplicáveis
Extrapolando das anomalias congénitas para os surtos endémicos «inexplicáveis», de novo temos em confronto um critério cego que se interroga perante as causas do mal e não avança nenhum método explicativo. Resigna-se. Paralisa a investigação.
O que o critério ecológico preconiza é que a pesquisa não se fique pela localização de uma aparente «causa»: bacilo, vírus, vibrião, etc, que na maior parte dos casos é efeito.
Quando se diz que o tabaco provoca o cancro, está-se a dizer, ao mesmo tempo, uma verdade e uma mentira. Pode o tabaco , como toda e qualquer causa desencadeante, ser factor ao lado de outros factores, mas a causa das causas é sempre mais remota, subtil, profunda e antiga.
Substituir o critério da causa imediata por um critério de causa profunda e remota é ainda avançar um critério ecológico na génese das doenças.
O tipo de discurso que normalmente acompanha estes surtos endémicos «sem explicação» ajuda a compreender um tipo de mentalidade sintomatológica que urge remover para que a mentalidade causal ( lógica, ecológica e não teológica) da ciência se possa impor contra o obscurantismo fatalista do destino.
- Impressionante no tipo de discurso com que são dadas as notícias sobre «doenças desconhecidas», é o desvio da causalidade profunda (ecológica) para as causas acidentais, imediatistas, fortuitas: até o «centro de medicina desportiva de Leiria onde faltam macas», ou «a falta da ambulância dos bombeiros no local», ou o «estádio da bola» podem servir de alibis...
+
meh-7>

MANIFESTO DE EH 1986 - PALAVRAS FORTES OCORRENTES NO MEH:
Aleatório
Biocídio
Biocracia
Campo Holístico = Campo Unificado
Causalidade
Hiperanálise
Iatrogénese
Instabilidade
Interdisciplinar = Multidisciplinar
Neutralidade científica
Prevenção = Profilaxia
Professor de Saúde
Psicomanipulação
Sinergia
Sintomatologia
Sofística científica
Tecnocracia
Tecnologias apropriadas de saúde
Transitoriedade

Itens recolhidos das folhas de original, antes de rasgar:
- Sociólogos e Psicólogos no tribunal da EH
- Ecologia Humana face à Sociologia e à Psicologia
- Na proliferação das ciências está a proliferação do lucro
- Do Biocídio à Biocracia: quem discute quem?
- Ecologia Humana, a Ciência Proibida
- Manifesto Holístico Contra a Medicina
- O equívoco das Ciências Humanas
+
meh-8>

ECOLOGIA HUMANA, CIÊNCIA MALDITA

Paço de Arcos, 25/10/1987 - Será que a Ecologia Humana existirá algum dia como ciência organizada?
Será que se trata de uma expressão vazia de sentido e sem qualquer conteúdo?
Será que a Ecologia Humana serve apenas de refúgio ou refugo de outras ciências, acolhendo aqueles temas que a ciência ordinária ainda não reconhece ou que implicam métodos de análise e de investigação menos ortodoxos?

Colocada no centro de convergência de várias matérias e disciplinas, como interface ou ponto de encontro de várias especialidades, a Ecologia Humana vive, de facto, dilacerada entre a multiplicidade de disciplinas que abrange e que, com designações mais particularizadas, lhe usurpam matérias que são especificamente suas.
A globalidade genérica que define a EH, tende a esbater ou desfazer os seus contornos de ciência, passando ao campo da especulação filosófica ou da ética. O que também é verdade mas não é o único aspecto a considerar: depois de ser uma filosofia e uma ética, a EH é também uma ciência, ainda que não conhecida nem reconhecida pelo sistema que ela, sem querer, automaticamente subverte.
O aprendiz de Ecologia Humana vê-se assim constrangido e sem margem de manobra quando verifica dificuldades de método postas, à partida, pela estudo desta nova disciplina , que participa da ciência mas que, em muitos aspectos da ortodoxia científica, a ultrapassa.

E a pergunta repete-se:
Será que a Ecologia Humana existe mesmo?
A julgar pelos livros que se publicam expressamente com esse rótulo, a Ecologia Humana seria, por exemplo, sinónimo de Geografia Humana. E ponto final. É o mais longe que o sistema soube ir na institucionalização de uma ciência que visaria (visa) relacionar o ser humano com todos os ambientes que o rodeiam (e quando se diz todos, são mesmo todos).
Publicações de Medicina, por exemplo, noticiam congressos de âmbito nacional e internacional, em áreas que se deveriam reivindicar da «ecologia humana». Mas sem jamais referir a palavra maldita. Nem sequer a permitida «Saúde Pública» é matéria que ocupe ou preocupe a medicina, que se desculpa com a divisão das ciências e a especialidade que a cada um compete. É o conhecido pilatismo (lavar de mãos como Pilatos) em que é fértil a ciência em geral e a ciência médica em particular. Nunca nada é com ela.
O mesmo pilatismo e divisão de funções acontece em publicações de Higiene e Segurança do Trabalho, onde aparecem temas que igualmente figuram no âmbito da Medicina, mas sectoriais e separados, isolados, particularizados: dividindo e subdividindo, lá vão reinando.
Respigando as áreas temáticas desses congressos, podemos concluir que muitas delas são naturalmente capítulos de uma possível (mas impossível) ou eventual Ecologia Humana, ou seja, a ciência que estuda (estudaria?) as relações de interinfluência, interdependência e intercomunicabilidade entre o ser humano e o ambiente natural e industrial que o condiciona e lhe condiciona todo o comportamento.
Entre os temas parcelares e sectoriais, tratados em congressos internacionais - a provar que afinal a Ecologia Humana existe... mas não tem bilhete de identidade - respigamos, por exemplo, estes (ordem alfabética):
Acidentes de trabalho e doenças profissionais
Ergoftalmologia e Ergonomia da Visão
Medicina do Trabalho
Protecção sanitária das populações
Psiquiatria social
Radiação Natural e Meio Ambiente
Radioactividade e radiação natural
Resíduos Perigosos
Riscos e doenças profissionais na Indústria Química
Saúde pública
Uso racional (?) dos medicamentos

Por esta amostra, adivinham-se algumas das razões que fazem da Ecologia Humana uma ciência maldita, condenada a desaparecer antes de existir, fazendo desmoralizar os que tentam investigá-la, estudá-la, sistematizá-la, aprendê-la.
A desistência do estudioso pode ser provocada por uma ou mais de quatro razões principais:
a) A avalanche enciclopédica de matérias especializadas convergentes no universo humano (pois é disso, desse universo, que se trata em Ecologia Humana) torna-se impossível de dominar hoje por qualquer pessoa e o estudioso desiste;
b) As matérias que relacionam o ser humano com os ambientes cada vez mais destrutivos, tendem a tornar-se, como denunciadoras da sociedade industrial, proibidas e tabus;
O que, evidentemente, afasta do seu estudo global e holístico os mais prudentes, assustados com as consequências implícitas na denúncia dos crimes industriais: o aprendiz de EH percebe que fazer sistematicamente a relação entre ambiente e doenças, crimes, agressões, por esse ambiente provocadas no homem, é agitar constantemente um barril de pólvora.
c) Uma terceira razão que leva o aprendiz e investigador de EH a desistir do «ramo» é o carácter não neutral da problemática estudada.
Ora como a ciência ordinária tem tido como um dos seus dogmas a neutralidade, afasta-se de uma ciência (ou de um conjunto de ciências) que põe em questão e em causa todo o sistema que - à conta e à sombra da neutralidade científica - vive de ir matando os ecossistemas.
Este é o principal motivo pelo qual a Ecologia Humana será ainda e provavelmente sempre:
a) Ciência maldita
b) Ciência não conhecida pela comunidade científica
c) Ciência não reconhecida pelo sistema universitário
d) Ciência-espelho do canibalismo vigente

Mexer, nem que seja ao de leve, no pesadelo de um sistema opressivo e opressor,
mexer nas consequências sobre o ser humano e o ambiente da radioactividade «eterna» de Chernobyl,
mexer nas contaminações insidiosas, nos tele-efeitos diferidos no espaço e no tempo - tele-efeitos típicos da engrenagem industrial - é, quase sem querer, ter que concluir que o homem está cercado e que a saída é não só muito estreita (chama-se tecnologias apropriadas) como problemática.
Impossível é que a Ecologia Humana não seja polémica, ou que seja neutral.

d) Como quarta razão, o aprendiz de EH tende a desistir , constantemente acusado de «dramatizar», «assustar», «perturbar», acusado de masoquismo, acusado de alarmismo, acusado de pessimismo.

Recapitulando e concluindo:
Desde os «efeitos dos resíduos perigosos na saúde das populações» à «ergonomia da visão» (quando os ecrãs radioactivos atacam por todo o lado), passando pelas «doenças profissionais na indústria química», parece continuar a haver gente convencida de que a EH (infelizmente) existe, como existiu a Toxicologia;
que é uma disciplina autónoma e destacada de outras disciplinas como a Medicina, a Biologia, a Toxicologia, a Sociologia, a Geografia;
que devia no mínimo ser considerada uma das ciências do ambiente (nem isso) mas que, apesar disso, se encontra totalmente ausente dos que dizem cultivar essas ciências do ambiente só excitados, ao que parece, com a lontra, o lobo, a cegonha, o abutre, as zonas húmidas, só preocupados com poluições e lixos, só interessados na retórica habitual do ambientalismo populista (fácil e completamente inócuo para a engrenagem que nos continua triturando).
Em que é que tudo isso, todas essas disfunções ambientais, provocam, por exemplo, algumas da típicas doenças, epidemias ou endemias do nosso tempo,
isso não é matéria para ninguém,
nem ambientalistas, nem médicos, nem toxicólogos, nem doutores de saúde pública, nem higienistas, nem biólogos, nem sociólogos, nem geógrafos: mandam todos a bola uns para os outros, quando se trata de analisar e estudar os factores de ambiente que afectam e condicionam o universo humano.
O «humano» e os direitos humanos, em matéria de ecologia, desaparecem como se a Terra fosse povoada só de orangotangos.
E naturalmente é mesmo.
+
meh-9>

QUALIDADE DE VIDA: ÍNDICES PARA A DEFINIR

«Será a qualidade de vida um mero slogan, um oco verbalismo na boca de todos os que, mais socialistas ou mais capitalistas, têm por denominador comum a exploração da Natureza, sinónimo sempre da «exploração do homem pelo homem»?
- Felicidade que se vende
- Índice ecológico de uma sociedade
- Teste de qualidade
- Civilização ou barbárie
- Conceitos de progresso

Paço de Arcos, 27/12/1987 - Pode a felicidade medir-se?
Há um padrão de «bem estar» e de «conforto» que as autoridades possam impor às populações?
Será a subjectividadade de tais sentimentos traduzível nas estatísticas e números que o tecnocrata fornece?
Esta é uma questão sistematicamente esquecida dos meios ambientalistas (autodenominados ecologistas), embora seja uma das questões de Ecologia Humana que mais directamente condicionam o comportamento individual e colectivo.
Na perspectiva do realismo ecologista, é prioritário analisar e desmontar os critérios de felicidade que têm presidido à definição dos «valores» com que os tecnocratas nos condicionam e programam, «valores» que por isso presidem às estratégias de planeamento e desenvolvimento biocidas que nos impõem.
Inventando «padrões de felicidade» - quanto mais consumo, mais felicidade, por exemplo - o sistema justifica depois com a exigência dos «consumidores» as maiores atrocidades ambientais da sociedade de consumo, desde o petróleo à energia nuclear.
Pela boca morre o peixe, diz o provérbio.
Pela boca tem o sistema o consumidor acorrentado, diz a Ecologia Humana.
Também a questão das necessidades reais e das necessidades fictícias passa por aqui, sem que alguma vez tivesse passado nos discursos ambientalistas de ambientalistas e políticos .
A qualidade de vida cozinhada na cabeça dos políticos, à esquerda e à direita, pode ser e é quase sempre o contrário daquela qualidade de vida que, na perspectiva realista e portanto científica, podemos apurar como o conceito correcto.
Qualidade de Vida, em Ecologia Humana, passa inevitavelmente pela saúde que se conserva e não pelo aumento astronómico das despesas com a doença.
As despesas (astronómicas) com a doença são exactamente o índice revelador da baixa e abjecta qualidade de vida de uma sociedade.
Os índices de «felicidade» impostos pela OCDE aos países capitalistas são afinal semelhantes aos que vigoram em países do chamado bloco socialista.
Para saber se um país, um povo, uma comunidade «vive bem», atingiu um «certo grau de progresso», é «evoluído» e «civilizado», goza de «qualidade de vida» e os seus componentes são «felizes», o inquérito-sondagem a fazer seria totalmente diferente daquele que os tecnocratas, a Leste e a Oeste, até agora têm dado como único.
Entre os conceitos que este critério tecnocrático da felicidade ajudou a viciar está, por exemplo, o de «trabalho penoso».
Classifica-se de penoso o trabalho artesanal dos campos , por exemplo, mas oito horas numa fábrica à frente de uma cadeia de montagem já não será um «trabalho penoso», na perspectiva desses tecnocratas que medem a metro a felicidade das pessoas.
Mas são cada vez mais as vozes que se levantam a perguntar qual desses trabalhos é mais penoso e qual é o mais gratificante: aquele onde há um resto de criatividade pessoal, ou aquele em que tudo se automatizou e onde toda a criatividade desapareceu.
No âmbito de uma retórica sobre o subdesenvolvimento (outro exemplo), é costume pintar as pestes medievais com as tintas sombrias que o fenómeno efectivamente merece. Mas jamais se diz que o Cancro é uma das muitas pestes desta outra Idade Média a que, no entanto, chamam civilização moderna.
É a «análise dos valores», portanto, um dos trabalhos fundamentais num projecto que pretenda pensar e falar a verdade contra a mistificação e a mentira do imperialismo ideológico, a Leste e a Oeste, a que já chamei unideologia (e sobre a qual se incluirão algumas páginas neste livro).
A sociedade ecológica ideal não existe. E a utopia da sociedade ideal nunca foi, alguma vez, defendida por ecologistas responsáveis: não passa, isso sim, de uma fantasmagórica invenção dos tecnocratas para tentarem dar do ecologismo a imagem mais falsa e vulnerável .
A sociedade ecológica ideal seria, provavelmente, uma realíssima chatice, ainda pior do que esta.
Se se propusesse, alguma vez, indagar o índice de qualidade de vida numa sociedade, o que o realismo ecológico pretenderia saber - exactamente porque é realista, ecológico e portanto dialéctico - seriam índices de civilidade, civismo e civilização que existem ou não existem em cada sociedade. Os dinamismos que nela mantêm maior ou menor índice de qualidade ecológica.
É pelo índice ecológico que uma sociedade se classifica de mais ou menos civilizada, de mais ou menos bárbara.
De acordo com as respostas a algumas perguntas-padrão pode avaliar-se, numa sociedade, o seu índice ecológico ou de qualidade de vida.
Apenas como exemplo indicativo das perguntas que deverão constituir esse teste de qualidade, fornecemos algumas:
- Fazem-se transplantações cirúrgicas em geral e cardíacas em especial?
Os métodos de medicina natural são estimulados ou perseguidos?
Que percentagem relativa ocupa a agricultura biológica no contexto da produção agrícola global?
Qual a extensão relativa do sector cooperativista da economia?
Que atitude predomina na opinião pública em relação a minorias étnicas e religiosas ou mesmo sexuais?
Qual o consumo de medicamentos «per capita«? Que tipos de medicamentos se gastam mais?
Qual a incidência estatística das «doenças da civilização»?
Que se faz para evitar a poluição? E para a combater?
Que parte do Orçamento do Estado é atribuído como subsídio a grupos e movimentos alternativos?
Que sinais há da sociedade pós-industrial, como reciclagem sistemática e produção industrial de tecnologias leves?
No campo da competição desportiva e escolar , qual a parte concedida à solidariedade e a que subsiste de rivalidade? Qual das duas componentes é estimulada?
Qual o sistema de exames nas escolas?
Pratica-se uma pedagogia criadora, estimulante da imaginação, ou aposta-se na memória»?
A crítica é estimulada ou reprimida?
Como funciona a televisão e que grau de democraticidade têm os programas apresentados?
Como é o sistema prisional?
Os audiovisuais são considerados veículos de propaganda ou extensão dos meios educativos e culturais?
As cidades são habitáveis ou campos de concentração?
Os direitos do peão sobrepõem-se aos do automóvel ou o inverso?
Como se cumpre a legislação contra o Ruído?
Que relação há entre renda de casa e nível de vida?
Que medidas de segurança e protecção se usam na oficina , na escola, em casa, na rua, para defender o cidadão das agressões do Meio Ambiente?
Que importância se dá aos espaços verdes?

+
meh-10>

DA HIGIENE CLÁSSICA À ECOLOGIA HUMANA: UMA LONGA JORNADA DE TRABALHO

1 - Regra de ouro em Ecologia Humana é a observação.
Se há doenças, elas significam, com certeza, que alguma coisa no ambiente vai de molde a provocá-las, visto que não há efeito sem causa, como diria La Palice.
À luz da Ecologia Humana, a Higiene não pode acreditar em doenças sem causa ou de causa apenas desencadeante ou superficial.
A doença remete de imediato e necessariamente para uma análise ou observação do Ambiente, para um inventário das possíveis e prováveis causas.
É assim que a higiene se afasta cada vez mais de um realismo ecológico, na medida em que os factores causantes da doença, cada vez mais subtis, insidiosos e em maior número, são cada vez mais difíceis de captar e de identificar.
Basta citar as carpetes, o amianto de uso doméstico, o alumínio dos tachos, os detergentes, os medicamentos, os resíduos químicos nos produtos hortícolas e agrícolas, os conservantes e córantes químicos nos alimentos embalados, os refinados, para indicar alguns factores que passam tanto mas despercebidos quanto mais familiares e quotidianos são.
2 - O inventário de factores ou causas da doença torna-se hoje quase impossível de realizar e muito mais ainda de evocar a cada doença ou caso verificado.
Os desodorizantes químicos do ar provocam anemias.
Mas o chumbo da água dos canos também.
E o ar que se respira com óxido de carbono (mais chumbo) igualmente.
Há igualmente os medicamentos que podem determinar anemias ou leucemias; os contraceptivos femininos já foram acusados disso.
Difícil se torna, entre tantos factores causais possíveis, qual foi o determinante ; ou se foram alguns; ou mesmo se foram todos somados.
A roupa de fibra sintética, o sapato sem sola de cabedal ou o colchão de espuma, podem igualmente ser responsáveis domésticos por algumas alergias e alterações graves, quer específicas quer do estado geral.
Como inseri-las no diagnóstico?
Será possível um diagnóstico ecológico, mesmo de mera aproximação?
3 - Antecedentes históricos da perspectiva ecológica são, sem dúvida, a higiene, a profilaxia, a epidemiologia e a toxicologia.
A grande diferença reside na maneira «filosófica» de entender as relações do ser humano com o meio.
Já no princípio do século se faziam estudos epidemiológicos, afirmando, por exemplo, o dr. Buchanan (de Inglaterra) e o dr. Bowditch (Boston) que a tísica (como se dizia...) estava relacionada com a excessiva humidade do solo.
No seu manual de «Hygiene para as escolas», Arthur Newsholme recomendava:
«O nível da água do solo ou do subsolo tem de ser escrupulosamente verificado(...) «O pavimento inferior deve ser, pelo menos, de três pés acima do mais alto nível da água do solo».
Porque - advertia Arthur Newshole - «um solo em que esta for usualmente baixa, mas sujeita a súbitas variações de nível, é menos saudável(...).
Saudável era, no entanto, uma noção vaga. Tanto como hoje, são as noções de salubridade, sanidade e até de higiene.
A formulação unitária das várias perspectivas hoje dispersas por essas disciplinas - toxicologia, epidemiologia, profilaxia, higiene doméstica, escolar, do trabalho, da habitação, etc, etc - é talvez o que distingue uma visão ecológica das restantes visões parciais obtidas até à data.

4 - Da higiene individual à higiene planetária.
De 1900 até hoje, 1978, os manuais de higiene dão-nos a impressão de inocência.
Mesmo os de hoje, parecem ignorar o mundo tal como está; e de que a Higiene, para ter algum sentido, deverá começar nesse corpo, nessa casa, nessa rua, nesse bairro, nessa terra comum que se chama planeta Terra.
Ginástica respiratória (num ar poluído), yoga respiratório, alimentação racional (na base de agricultura de adubos químicos e pesticidas), edifícios (de betão) virados ao sol, as virtudes da natação (nas praias com colibacilos), as 8 horas de sono reparador (na cloaca de ruído que é a cidade) , a escova de crina para lavar os dentes (que restaram do açúcar desmineralizante número 1), a ventilação do quarto (numa de 3 assoalhadas ) posição correcta do aluno na carteira (em uma escola errada de alto a baixo), tudo isso são recomendações que, de tão sensatas, se tornaram clássicas. E vivem já no subconsciente das gerações embora aos bairros da lata essa higiene pequeno-burguesa tenha dificuldade em chegar...
Porque é esse o problema: estabelece-se uma higiene para espaços e habitantes de um extracto sócio-económico, de um país, de um bairro determinados, prescrevendo-se que deve ser assim urbi et orbi o que, desde logo, é contrariado pelo que, de facto e na realidade, não é assim.
A regra higiénica universal, hoje, portanto: como viver nos ambientes cada vez mais degradados e nos habitats cada vez mais inabitáveis, ora por miséria ora por abundância.
Haverá uma higiene individual que passou aos hábitos de quem os possa cultivar.
Mas existe uma higiene social e política - que às vezes dá pelo nome vago e pouco convincente de Saúde Pública - que consiste em perceber como nos ambientes reais existentes é possível subsistir vivo. Sobreviver.
Com esses ambientes reais duas atitudes se podem tomar:
- resignação a eles, pois o «homem adapta-se a tudo» (regra de ouro de uma moral fascista do quotidiano)
- Ou, através deles, uma ecopolitização geral das novas gerações.
Porque não se pode ensinar às novas gerações apenas o meio ambiente que usufruem a média ou alta burguesia ou bairro residencial onde está o menino: tem que se mostrar às novas gerações o ambiente ou habitat em que estão, na acepção unitária e planetária que lhe dá a a ecologia: rua, bairro, escritório, oficina, fábrica, vila, cidade, país ou planeta.
A atenção ao meio é uma prerrogativa da higiene enquanto ciência que se desenvolveu na primeira metade do século XX: mas foi precisamente essa noção de meio e de ambiente que mudou. Que tornou o Planeta um todo indissociável.
+
meh-11>

CONSUMIDOR DE MEDICINAS SOFRE E APELA À UNIDADE

Técnicas naturais de saúde, confirmadas por anos de prática - como a Iridologia , a Oligoterapia e a Homeopatia - ou por muitos séculos de experiência - como a Macrobiótica , a Acupunctura , o Shiatsu e o Yoga - encontram-se hoje ao alcance de todos , concretizando por um lado o objectivo de toda a verdadeira ética humanista - a autocura - e, por outro lado, dando conteúdo efectivo e sem ambiguidades à meta decretada pela Organização Mundial de Saúde «Saúde para todos no Ano 2000».
À luz de uma visão holística do Mundo e da Vida, «Saúde para Todos no Ano 2000» significará que todos, no Ano 2000, irão poder conhecer técnicas básicas para conservar a saúde por si próprios (Holística) recorrendo cada vez menos e só em última instância à instituição médica, seja ela alopática , seja ela homeopática, seja ela naturopática ou acupunctural.
O mundo, apesar de tudo e embora não pareça, caminha para a autosuficiência, por mais obstáculos e boicotes que se lhe coloquem.
E o assistanato tem os dias e horas contados...
Esta «apropriação da saúde »(como diria Ivan Illich), das tecnologias holísticas básicas por todas as pessoas, significa pelo menos duas coisas:
a) Uma viragem no regime de subserviência e monodependência relativamente à instituição, seja ela a medicina química , seja ela a naturopática;
b) Uma alteração radical na correlação de forças entre «produtores» e «consumidores», fazendo com que o prato da balança se incline a favor deste eternamente esquecido que é o doente consumidor de medicinas, e esquecido principalmente daqueles que dizem tratá-lo...
Face à esperança aberta à humanidade pelas «tecnologias apropriadas» (Ivan Illich) , verifica-se hoje, em Março de 1997 , uma situação paradoxal e algo estranha :
a) Ao poder das medicinas que tratam a doença, poder que ainda mantém a sua influência sobre uma fracção de consumidores, sucedeu-se nas últimas décadas, o poder das medicinas que conservam a saúde (holísticas), igualmente monopolizadas por grupos restritos de doutores e professores que, digladiando-se entre si na disputa do poder, unem-se, no fim de contas, na zona de cumplicidade que lhes convém manter, face ao monopólio da medicina institucional.
Enquanto os do poder se guerreiam entre si, o consumidor, mais isolado do que nunca, ignora e sofre: ignora, principalmente, que o caminho da sua libertação, estreito mas possível, está agora ao seu alcance, mercê de sistemas, métodos, técnicas, tecnologias e equipamentos que tornam sistemática a prevenção por meios naturais, não só contra as afecções comuns mas também contra as endemias consideradas mais mortíferas do nosso tempo.
Consumidor de medicinas sofre e não sabe muito bem como sair do impasse, do qual é também - por omissão e passividade - indirectamente um pouco culpado.
Não sabe que atitude tomar mas sabe que a união faz a força e que, em conjunto, é uma força colectiva e que só uma atitude colectiva poderá minimamente defender os seus interesses.
E pensa como era interessante que alguém tivesse a iniciativa de o convidar para uma associação de consumidores de medicinas, já constituída, instalada e em andamento.
Mas põe de parte esta ideia «colectivista» ao pensar que os tempos políticos do activismo militante já lá vão, nos idos de 1975, e não voltam mais.
Sorumbático e triste, mas apesar de tudo ainda esperançado, fica o consumidor de medicinas, ao verificar que tem por si o futuro e muitos dos ingredientes que irão construir a Nova Idade de Ouro.
Ou seja, a esperança sobrevive:
Ao verificar alguns postulados indiscutíveis, quer no campo das modernas ciências ecológicas, quer no campo das mais antigas tradições da sabedoria original e universal;
Ao verificar que uma unidade holística impressionante preside às mais antigas tecnologias das medicinas sagradas e às tecnologias modernas designadas «suaves» , «leves», «alternativas» ou «paralelas» - como são todas as reflexoterapias;
Ao verificar que as tecnologias apropridadas de saúde podem hoje ser apropriadas por qualquer pessoa (que delas milenarmente foi desapossada), tal como as técnicas básicas de saber ler, escrever e contar: trata-se, efectivamente, de «alfabetizar holisticamente os povos...»;
Ao verificar que só falta unir forças, energias e pessoas para conseguir demonstrar à maioria que pode ter na mão o controle da sua própria vida;
Ao verificar que tudo já se encontra escrito e rescrito, quer nos mais antigos livros da humanidade, quer nos moderníssimos tratados das ciências de ponta;
Ao verificar que só falta agora fazer a síntese entre o antigo e o moderno, o místico e o científico, o orgânico e o psíquico, o abstracto e o concreto, o geral e o particular, o macrocosmos e o microcosmos, o universo e a pessoas humana;
Ao verificar que nada falta hoje à humanidade para entrar em esplendor na era do Aquário, se nos reportamos ao campo do conhecimento e dos conhecimentos já conquistados pela humanidade;
Ao verificar o monopólio imoral que alguns estão fazendo de sabedorias, serviços, técnicas , produtos e equipamentos - sobre os quais ainda têm o arrojo de colocar rótulos de copyright, depois de os terem ido surripiar à Grande Tradição Viva do Sagrado;
Ao verificar que terá de ser o consumidor a tomar nas suas próprias mãos o poder (de curar) que os outros, sacerdotes e doutores, têm detido através dos séculos, por incríveis manigâncias de hierarquia.
Com todos estes considerandos a seu favor, é natural que os consumidores decidam, logo que as condições sejam de novo propícias, formar uma associação de terapias naturais. Associação se guiasse por alguns objectivos, tais como:
- Adquirir produtos de qualidade a preços abaixo dos preços praticados na generalidade do mercado dietético e fitoterapêutico;
- Adquirir, para uso colectivo, modernos equipamentos tecnológicos de Relax, Reflexoterapia, Moroterapia, Biofeedback, Musicoterapia, segundo um critério de selectividade que rejeite o ainda não comprovado para aceitar apenas o que já não suscita dúvidas quanto à eficácia dos resultados e ausência de efeitos secundários;
- Promover, em trabalho de equipa, a investigação que a maioria das técnicas terapêuticas ainda necessita e permite, refinando e aperfeiçoando, com sentido crítico, os métodos que melhor podem servir o utente e, como tal, dignificar a imagem de uma medicina natural cantonada tantas vezes em generalidades e empirismos pouco edificantes;
- Aconselhar, gratuitamente, as pessoas que desejam ser encaminhadas na via da autocura e das autoterapias;
- Editar um manual com as etapas da autocura que será também e simultaneamente um manual básico de ecologia humana;
- Investigar e consolidar os métodos naturais de diagnóstico;
- Criar um serviço de utilidade pública designado «perfil holístico» , com o retrato ou bilhete de identidade biotipológico de cada pessoa;
- Etc
+
meh-12>

TERMINOLOGIA TRAI IDEOLOGIA
CONCEITOS ECOLOGISTAS VIRADOS DO AVESSO

Paço de Arcos, 4/3/1997 - Note-se como alguns conceitos fundamentais do ecologismo foram rapidamente recuperados e postos em ministérios, serviços, direcções-gerais.
Qualidade, por exemplo, já está ou já esteve em Qualidade de Vida (Ministério da) , Qualidade Industrial (Direcção Geral), Qualidade do Ambiente (Director-Geral) .
Outro conceito da ecologia humana que se vulgarizou é o de segurança. Sem falar da Direcção Geral de Segurança que sucedeu à PIDE, temos (ou já tivemos) Segurança Nuclear num Gabinete de Protecção, temos Segurança no Trabalho numa direcção-geral, temos Segurança Social (Secretaria de Estado da) e temos, acima de tudo, Seguros, por toda a parte, companhias privadas que passaram a nacionalizadas , nacionalizadas que passaram a privadas, e um Instituto Nacional de Seguros. Desmentindo, portanto, que vivamos em geral insegurança quotidiana...
Vem a seguir a palavra prevenção, outro conceito privilegiado dos ecologistas que o sistema adoptou e deturpou : chama-se «medicina preventiva», por exemplo, à das vacinas...
Protecção e defesa são outros dois conceitos valorizados pelos ambientalistas e que o sistema resolveu adoptar, recuperando. O já citado Gabinete de Protecção e Segurança Nuclear, a protecção ao deficiente, à criança, à terceira idade e até à Natureza, o sistema está sempre a proteger, maternalmente, o que mata e destroi.
Defesa também anda sempre na berra, desde a Defesa Nacional até à do consumidor.
A higiene - um antepassado dos ecologistas - ainda vigora na Direcção Geral de Higiene e Segurança no Trabalho, embora esteja a cair em desuso. Não tem já a força de outros conceitos entretanto postos a circular pelos ecologistas, como por exemplo:
ecoalternativas
ecodesenvolvimento ou desenvolvimento sustentado
energias limpas
espaços verdes
produtos biológicos e qualidade biológica
reciclagem
tecnologias leves
tempos livres
etc
Note-se, entretanto, que saúde significa, para o sistema estabelecido, combate à doença e qualidade de vida significa atulhar o consumidor de consumos químicos e liofilizados.
Definir, na perspectiva do realismo ecológico, os conceitos básicos do ecologismo que ambientocratas usurpam, é tarefa um tanto académica mas que, no entanto, precisa de ser feita, atendendo a que a terminologia trai a ideologia.
Quando se chama à saúde doença e doença à saúde, é toda a unideologia que está em causa.
Pela terminologia se perde ou conquista um império.
Sabendo como a terminologia está ligada à ideologia, não é difícil compreender esse omnipoder das palavras.
Vendo, por outro lado, como os poderosos as manipulam, como eles lavam com palavras o cérebro às multidões, como eles, padres-curas dos meios electrónicos, condicionam pavlovianamente as almas, temos confirmado o motivo pelo qual as palavras estão no centro da Ecologia Humana.
Talvez por isso, a linguagem médica seja, de todas as linguagens técnicas, aquela que possui maior pletora de termos...

OS TABUS DO TRABALHO

Aos especialistas em Medicina do Trabalho, por exemplo, é impossível, no discurso que debitam para as revistas da especialidade, disfarçar o cinismo que esse discurso intrinsecamente denuncia.
Mais uma vez, a terminologia trai a ideologia.
Quanto mais amoral esse discurso se pretende, mais imoral resulta.
Em Ecologia Humana, não há possibilidade de aparentar a tão propalada neutralidade ou objectividade científica.
E quanto mais neutral ou tecnocrata o especialista em Medicina do Trabalho se pretende, mais gritante é o insulto.
Os riscos do trabalhador no local de trabalho, não têm assim meio termo:
a) ou se calam, se abafam e se tornam tema-tabu;
b) ou quando, tarde e a más horas, o escândalo vem à tona, pela pena depenada e desalmada de um qualquer tecnocrata do Trabalho, ressalta o seu carácter intrinseca e indiscutivelmente ecofascista.
Sem nuances nem atenuantes.
Este pode ser um dos comentários possíveis ao artigo publicado no semanário «O Médico» ( 20/Setembro/ 1984) assinado por José Carlos Couto Soares Pacheco, assistente de Psicologia Médica na Faculdade de Medicina do Porto e Pedro Lopes dos Santos , assistente da Faculdade de PCEUP e intitulado «Ansiedade, Obsessão e Absentismo» ( 24/9/1984)

ONCOLOGIA PEDIÁTRICA

Ainda o mundo das palavras.
Se ninguém se espanta com o significado social e humano de certas nomenclaturas, é porque de facto a humanidade atravessa uma fase de cegueira mental, fanatismo e intoxicação crónica.
Oncologia pediátrica e medicina nuclear são duas designações que falam por si. Qualquer pessoa mentalmente sadia recusará aceitar os pressupostos que essas designações implicam. Quando há um ramo da medicina para crianças cancerosas e um ramo da medicina que se designa de Nuclear, há que pôr toda a engrenagem em causa, porque é todo o sistema quer está em causa.
Mais uma palavra para o pletórico vocabulário médico: interacção farmacológica.
Em 1973 já se falava desta nova «descoberta», que se refere à potencialização ou neutralização de efeitos de medicamentos por outros medicamentos. Mais um capítulo ignorada da Iatrogénese que se ignora.

ECOLOGIA NAS CIÊNCIAS HUMANAS OU NAS CIÊNCIAS NATURAIS?

Noticiário de editoras, catálogos de bibliotecas, currículos escolares, colocam a Ecologia nas Ciências Naturais, o que é, desde logo, uma boa defesa contra a eventualidade de meter a Ecologia nas Ciências Humanas e Sociais.
Consciente ou inconscientemente, foge-se ao tremendo incómodo de considerar a ecologia uma ciência humana, ainda que isso vá contra todas as lógicas, nomeadamente a lógica ecológica.
A ciência empanturra-nos de conhecimentos, desde que esses conhecimentos não contenham, em si, elementos suficientemente denunciadores dos crimes e criminosos da classe tecnodirigente.
Ao ver, na Universidade Católica Portuguesa, uma Faculdade de Ciências Humanas que ministra cursos de licenciatura em três áreas -
a) Administração e Gestão de Empresas
b) Economia
e c) Direito -
é caso para perguntar se o conceito de «Ciências Humanas» é assim tão lato para caber lá isso tudo, quando afinal é tão estreito sempre que se trate de lá meter a ecologia que, por direito próprio, lá deveria estar: deveria ser, aliás, a ciência humana por excelência.
Se nas ciências humanas estabelecidas cabe apenas:
a) a manipulação de homens a que se chama gestão,
b) a Economia - tantas vezes ou sempre completamente ausente de qualquer componente humana -
c) e o Direito - disciplina controversa no papel que lhe cabe na fase cavernícola da espécie dita humana -
é caso para dizer que temos afinal as «ciências humanas» que merecemos.
Que a referida «Faculdade de Ciências Humanas» apareça incluída na Universidade Católica Portuguesa, apenas vê acrescida a sua responsabilidade de utilizar ciências e termos com o mínimo de ética e de correcção.

Cresce o número das disciplinas relacionadas com a vida e a física da vida, a tal ponto que é difícil fazer o inventário da nomenclatura que começa a aparecer nos órgãos de Comunicação Social.
Energética Muscular, por exemplo, é matéria de seminário promovido pelo INSEP, tratando dois subtemas: Aerobiose e Anaerobiose.
No campo da reabilitação pode especificar-se a reabilitação multidisciplinar.
A Biomecânica, por seu turno, aparece associada à medicina da Natação. Ligada a esta última temos a medicina do mergulho, estudando os parâmetros condicionantes do comportamento fisiológico que importa fazer ressaltar em Ecologia Humana.