ORDER BOOK

*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-04-01

SUICÍDIO 1991

eu-sui-2>- esquema viável para inventário e conto aberto

O PRAZER DO SUICÍDIO

2/Abril/1991 - A engrenagem hedonista vira os olhos e põe um lençol por cima do suicida, do suicídio, o qual é, como se sabe, um autêntico tabu. Para quem entroniza o prazer, de facto, o suicida incomoda e chateia. Vem alterar o ritmo dos consumos e do lucro. Recua às cavernas. É contra o progresso. Morde a corda. Empata. Exonera. Exagera. Faz cabecear de sono os heróis sem sono da Bolsa e da ganhuça arreganhada. Fornica a tabela de Wall Street, Tóquio, (...), Lisboa. E nem o índice «Jornal das Nove» lhe fica invulnerável. Maldito suicídio, maldita cocaína.
Hedonistas de todo o Mundo, uni-vos. Só tendes a perder um tiro nos cornos e -- claro -- o vosso orgasmo. Mas, como queria o outro, que inventou o guião do filme, a condenação pior do que a condenação à vida é, no outro mundo, ficar obrigado a consumar um orgasmo permanente. Como dizia o outro, mais vale um na mão do que dois a voar. Aí, hedonistas, porque não tendes o gozo, o prazer, o ousio de levar até às últimas consequências, até ao clímax a vossa teoria do quanto mais melhor. Fartar, vilanagem. E merda para os suicidas.

ANARCA 1958

eu-ana= eu-anarquista - merge novo word de 7 files wri da série eu-ana -> série a destruir quando houver coragem

 NÓS, OS DOS 20 ANOS:  
MONÓLOGO EM JEITO DE MANIFESTO
IGUAL A ZERO 
E/OU COISA NENHUMA

 A FALTA DE CRISTANDADE DOS CATÓLICOS

Évora, 3/4/1958 – Isto é falar de individualista, dirão aqueles para quem só os planos quinquenais são caminho de reforma do homem. Chamem-lhe o que quiserem. Para os da esquerda, serei individualista, conservador, liberal, talvez anárquico; para os da direita, serei socialista, comunista, de ideias avançadas e subversivas, um anarquista também...
Mas só o que sou, um homem do povo, um pobre aprendiz do que importa, que se não resigna à servidão, à indignidade e à injustiça, que procura a liberdade, a dignidade e a justiça dentro de si e dos que estão próximos de si, isso é que ninguém quer ver que sou.
Julgam os ricos da minha terra que eu e outros como eu lhes querem arrombar os cofres! Qua falta de cristandade a dos católicos ricos e a dos ricos católicos da minha terra!
+
2597 caracteres - [Rigorosamente inédito]

# Textos AC datados
# Notícias da resistência
# Papéis subversivos
# Páginas polémicas
# Manuscritos da juventude
# Dossiê do refractário
# Fala um jovem de 20 anos antes de entrar na tropa
# Desabafos de um recruta em Vendas Novas

Ou será que ainda esperamos alguma coisa de alguém? Será que ainda cremos no futuro, na carreira, nos filhos, na felicidade? Será que ainda temos vergonha de ter vergonha? Será que ainda temos ideais? Será que ainda não notámos o  que nos cobre ? Será que, depois de tudo nos ter sido negado e sonegado, censurado e proibido, vaiado e esvaziado, ainda sonhamos a liberdade? Será que ainda acreditamos na acção, depois de nos amarrarem e manietarem? Será que ainda cremos na salvação do mundo (da pátria)? E nas pátrias do mundo? Será que esperamos ainda alguém? Ou alguma coisa? Será que ainda não estamos suficientemente saturados, informados, convencidos do máximo divisor comum do que nos cerca? Será que ainda não vimos de onde vem e até onde vai a ditadura - a da plutocracia e a da burocracia, a da aristocracia e a da democracia, a da teocracia e a da tecnocracia? Será que ainda desconfiamos de uns para confiar nos outros? Será que ainda queremos falar a surdos?  Será que não temos coragem de, entre teólogos e políticos, líricos e críticos, estetas e juízes, banqueiros e legistas, militares e papas, dar apenas o nosso virar de costas?
Nós, apenas nós, os dos vinte anos, temos direito a legislar. Não procuramos amigos, mas cúmplices: o camelo neste deserto, o desertor de todas as guerras que não forem a nossa, o fora da lei do presídio nacional e internacional, o homem de coração nesta sacristia, em qualquer parte do mundo ou da eternidade, o irmão do mesmo sangue e do mesmo espírito. Nós, apenas nós, os dos vinte anos, temos direito à revolta. revolta que não é, com certeza, a do político, disto, daquilo ou daquiloutro; revolta que não é revolta com isto mas conformismo com aquilo, que não é crítica aqui e apologia acolá; revolta que vale por três porque é contra três estados de coisas - nacional, capitalista e humanista. Nós, apenas nós, os dos vinte anos, podemos dizer: estamos na luta, mas não estamos na lua: e isto em todas as línguas, em todas as latitudes, em todas as políticas. Não vamos reformar coisa nenhuma, porque não somos reformistas. O reformista reforma, o revoltado revolta-se. Nós, os que não somos profissionais da história, nada temos a reformar: nem pátrias, nem europas, nem ocidentes. Apenas subverter.
+

# Para a história de uma estranha perestroika
# Para o Dia do Juízo Final
# Diário de um Vencido incurável
# Crónica de uma Resistência Crónica
# Crónica dos Anos Sombrios
# Diário do Gulag
# Forum dos Aflitos: Queixas de um pequeno-burguês
+
eu-ana-4

O BOCEJO NACIONAL - ESSE SUICÍDIO QUE É SER ANARQUISTA - DEUS PERDOE AOS DONOS DO PODER

30/Dezembro/1989 - O poder tem medo. Tem medo das abstenções. Tem medo do desinteresse e do bocejo. O poder tem medo que se saiba: o povo está farto do poder.
Por isso o poder obriga, multa, constrange. Por isso faz de uma festa cívica - o recenseamento - um acto drástico. Por isso torna um direito - o direito de votar - num dever coercivo.
«Hão-de pagar multa que se lixam...»
O mínimo de inteligência crítica é assim incompatível com a política.
A política é, de facto, o grande campo onde se torna obrigatório aceitar jogos que repugnam ao mínimo de consciência moral e de lucidez mental.
É o reino deles. Mas eles sentem-se sós e querem o rebanho lá. Por isso obrigam o rebanho, sob pena de pagar multa. Multa-se o rebanho para o obrigar a ser rebanho.
Delito em Mediocracia é ter personalidade. Há que pagar multa por não ser medíocre.
Que lindas são as tiranias da liberdade. Que lindos os direitos do homem transformados em obrigações. Que lindas demagogias e que lindo funeral é tudo isto a que chamam entrada no Mercado dos Nove. Mais que mercado, feira. 
Ser anarquista não resolve nada - dizem os desanarquistas. Mas foi a incurável aberração dos políticos profissionais - vejo agora bem - que empurrou milhares de pessoas para esse beco, para esse suicídio que é ser anarquista. É-se anarquista por não poder mais suportar os poderosos.

Pobres deles a quem foi distribuído tão triste papel neste triste palco da vida. Que Deus lhes perdoe. E só Deus sabe como um anarquista acredita em Deus.
*
Responsáveis não respondem
Responsável é, por etimologia, o que responde. Ou devia ser.
Em Portugal,  o responsável, regra geral, não responde. Mudo e quedo, só no palco dos grandes momentos solenes, bota palavra, desinibe o pio. Pergunta mais indiscreta ou mais directa que vá das populações até lá - ao trono - leva «sopa».
Vamos, por isso, nesta profissão bisbilhoteira de perguntar como é, para contar como foi, coleccionando «perguntas que ficaram sem resposta». Já fazem lista, nos nosso arquivos implacáveis. Sem que os responsáveis acusem o toque ou, como seria obrigação, respondam.
Deixo algumas interrogações enviadas para as estrelas (na esperança de que sejam os extra-terrestres a responder), deste tonto Planeta Terra e já que por aqui os responsáveis são, solene e silenciosamente, irresponsáveis.
(Ver «Perguntas ao Poder» ).
*
Começou a época da caça. Os «caçadores» são a imagem do heroísmo português. E os acidentes de inocentes crianças com armas de fogo dos caçadores, o triste fado do nosso triste fado de cada dia.
*
A neutral objectividade do noticiarista.
Mais uma rapariga de 14 anos colhida na Linha do Estoril, desta vez na passagem de nível de Santo Amaro de Oeiras.
Mais um facto banal, de rotina, que o jornalista deve noticiar seca e objectivamente, sem fazer comentário nem literatura. A morte, para o jornalista, é a vida dele de cada dia.
É a rotina. E quanto não lhe agradecem os outros  tão profícua e obediente objectividade? Manuais progressistas do jornalismo a ensinam. Está, a letras de oiro, no livro de estilo da ANOP. Tomar partido, é só para quem tenha partido. Tomar partido pela consciência é fazer literatura, é sectarizar a notícia, é imiscuir opinião nos factos.
*
A morte nas passagens de nível deixou de ser escândalo. Providencialmente já conquistou o estatuto de rotina, para isso ajudou o noticiarista a que chamam jornalista. A morte continua, nas passagens de nível e nem só, mas se não fosse a morte diária do que iríamos viver?
*
Banalizemos a morte
Continuam a desaparecer crianças de Portugal e um conhecido semanário foi sensacional a descrever pormenores de tão inocente tráfico.
Mas os raptos continuam e o Poder, inocente, lava como Pilatos as suas mãos. E quando um facto deixa de ser sensacional, deixa de ser manchete, entra na rotina.
O rapto de crianças portuguesas exportadas para o Estrangeiro está a tornar-se rotina.

Do escândalo à rotina: banalizemos a morte!
+
eu-ana-5

DIÁRIO POLÍTICO

Lisboa, 25/6/1992 -
***

TANATOLOGIA 1994

1-3 - 94-04-03-iv = interlocutor válido - 7146 caracteres fs-cartas-adn - CARTAS A FS

LÉXICOS HÁ MUITOS, CHAPÉUS AINDA HÁ MAIS - PRIORIDADE ABSOLUTA À TANATOLOGIA

Lisboa, 3/Abril/1994

O que me parece, meu caro FS, é que tu continuas a desperdiçar o teu melhor e mais precioso tesouro: o direito que ganhaste à tua parte nobre, por via de um caminho de sofrimento. Acho que não estás a gerir esse capital que te foi doado (oferendado) da melhor maneira, mas é óbvio também que não tenho nada a ver com isso, pois cada um sabe de si e Deus sabe de todos.

Sobre a morte e como ensinar os vivos (ou moribundos) a morrer, eis o meu programa de vida, actualmente, do qual só as patifarias do consumo e as necessidades de atender às exigências da sobrevivência me distraem.
Só que, quanto a projectos, eu encontro-me numa fase em que toda a cautela é pouca: não se pode projectar nada enquanto não se integrar. E estando em Nigredo puro (desestruturação completa e violenta do suporte) não posso aspirar já a qualquer reestruturação projectiva, a qualquer forma assumida.
Estou, creio, na fase de «mescla» em que a decantação está longe ainda de fazer-se. Não quero converter ninguém a nada. Quanto muito, converter cada um a si próprio.
Já Nietszche preconizava «ser o que se é», repetindo o Sócrates do «conhece-te a ti mesmo» o Sócrates que, por sinal, escreveu pouco - ou nada, o que faz suspeitar de que era analfabeto. Graças aos deuses (gregos), era analfabeto, pelo que nos falou a linguagem universal, herdada do egípcio Hermes Trimegisto, via Pitágoras. Penso, neste momento, que devo partir de uma assumido analfabetismo, sem saber quando vou aprender e se vou aprender a nova «linguagem vibratória de base molecular».
Admiro é Ivan Illich que conseguiu dominar aí umas oito línguas, inclusive o rebarbativo português.

Perante isto - perante esta nova Torre de Babel - máximas universais como «ser o que se é», «o Verbo é Deus», «ama-te a ti mesmo» são meras banalidades de base, ditas através dos tempos e das culturas e que só aguardam o momento de ser integradas no dia a dia da custosa, penosa, vaidosa tragédia humana. Ecologia, por exemplo, se é que serviu para alguma coisa, veio ajudar a relativizar as coisas terrenas: e se a Ecologia nos diz que não há saída horizontal (porque não há mesmo, o tremedal é mesmo tremedal), é de acelerar então a saída vertical.
Deparamos com uma multidão de escolas, seitas, tradições, mas a gnose vibratória tem talvez a vantagem de apurar todas as técnicas (sem holismo nem ecletismo) e unificá-las em uma só. vou apagar memórias e apagar apegos, se der importância ao tal «Know-how»?

Academia de artes primordiais? Só vejo, nas artes primordiais, esta que é indicada pela retoma do Egipto faraónico, dos seus deuses, da sua sabedoria, da sua gnose. Com as ciências dele advindas: Teurgia, Numerologia, Astrologia, Magia, etc. Os orientais são porreiros, especialmente os que inventaram essa magnífica vassoura que é o Zen (aspirador dos detritos da alma), mas agora estou mais virado para o Oriente próximo. Até que a morte tenha a complacência de me levar.
Foi mesmo o acaso - que não existe - que nos fez encontrar aquele sábado, em que me emprestaste a revista «Caduceus» mas principalmente o artigo sobre Tanatologia e Música. Tanatologia, meu caro Sacramento, é quanto a mim a arte (primordial) de todas as artes: pelo que lhe estou dando neste momento prioridade absoluta. Dentro daquilo que a vida deixa, só a Morte me interessa.
***

IDEOLOGIA 1981

81-04-03-dm> = diário do militante frustrado – inédito ac de 1981 – texto e tese de 5 estrelas – os dossiês do silêncio

PORQUE ANDO NISTO, PORQUE ESTOU AQUI

3/Abril/1981 - Não sou professor, nem técnico, nem especialista, nem prático de nada.
Sou apenas uma pessoa humana que vê, dia a dia, cada vez mais comprometida a possibilidade de o ser humano ser.
De o ser humano ser criador, livre, pessoa. De o ser vivo, viver.
Na perspectiva dos Recursos em vias de extinção, a minha démarche tem sido o diagnóstico (análise) ecológico, por me parecer o instrumento de análise mais adequado à complexidade da situação criada pela guerra dos imperialismos em choque.
Antes de poder sugerir qualquer terapêutica, terei de confessar a minha perplexidade quanto ao rigor do diagnóstico.
E porquê?
Porque fundamentalmente são os mecanismos de análise, diagnóstico, compreensão da situação que começam e acabam por estar viciados ou monopolizados. Eu diria contagiados pela Doença.
Daí que me tenha já aventurado a afirmar: " Tudo começa e acaba na ideologia."
As chamadas instituições do saber, do ensino, da informação, da ciência, do conhecimento, transmitem e retransmitem, produzem e reproduzem apenas o que ao Sistema interessa para se manter e reproduzir.
Daí que o trabalho de pensar a realidade seja, antes de mais nada, um trabalho de repensar os próprios instrumentos ideológicos, os próprios métodos de pensamento que utilizamos. Daí que o trabalho de repor a verdade e combater a mentira seja por um lado ciclópico e por outro lado suicida.
Os verdadeiros, graves, importantes e decisivos problemas da vida individual e da vida colectiva são tabus.
Estamos dentro de um sistema totalitário cuja cúpula é o sistema informativo.
Qualquer démarche que se diga ecologista tem de começar por pôr em causa a veracidade desse sistema. Tem de começar por quebrar o sistema informativo que nos condiciona.
Resta saber se os ecologistas já realizaram ou pensam sequer em realizar essa démarche. Ou se, apesar das aparências, não estão funcionando inteiramente dentro do Sistema que nos aprisiona a todos.
Sistema que, no auge do cinismo e da perfeição, é capaz de produzir e provocar os seus próprios contestatários.
A pergunta que faço, enquanto ecologista, é esta: até que ponto sou e posso ser radical na crítica, na análise crítica que faço do Sistema Industrial (imperialista e totalitário ), até que ponto não estou ainda a ser manipulado pelo Sistema mesmo quando faço críticas ao carácter monopolista desse Sistema.
Não sei, portanto, se sou ou não Ecologista, sei apenas que ando nisto e estou aqui enquanto:
- Pequeno produtor de uma indústria - as ideias - que, mal montada e falida à's partida, não teria obviamente futuro, ainda por cima num País de idiotas;
- Cidadão que assiste, com certo nervosismo, à devastação deste País e do povo deste País em nome do Progresso, do Desenvolvimento, do Crescimento Industrial, enfim, de todo o tecno-fascismo que à Direita e à Esquerda nos assola;
- Cidadão do Mundo que vê, dia a dia, comprometida a capacidade natural deste Planeta para resistir à desenfreada pilhagem dos vários imperialismos industriais que, a Leste e a Oeste, à Esquerda e à Direita, sobre ele e nele chafurdam como varrascos no atoleiro.
***

IDEOLOGIA 1991

<91-04-03-dc> ilegitim -diario91> ecos-1>

COERÊNCIA IDEOLÓGICA E AUTORIDADE MORAL NO DISCURSO CRÍTICO

3/4/1991 - Uma das dominantes do nosso modus vivendi nacional, quanto a ideologia política, é a «ilegitimidade dos discursos críticos».
Quer dizer: para se ser de esquerda, direita ou centro, para se criticar o governo ou a oposição, para se apelar à subversão armada ou à objecção de consciência ou à contestação ecológica, é preciso «background», é preciso um mínimo de antecedentes e de curriculum, é preciso que haja um mínimo de coerência entre a bota e a perdigota.
O que a maior parte dos cronistas da nossa Imprensa, por exemplo, não tem é precisamente essa legitimidade, essa coerência, esse «background», falando, como usurpadores, daquilo para que os seus antecedentes lhes não dão autoridade moral.
Aqui vale a pena falar de ética em política. Não é de um minuto para o outro que se começa a tecer ditirambos ao Ambiente, às espécies ameaçadas e à querida natureza, só porque tudo isso se tornou repentinamente moda. Geralmente, os antecedentes de quem enceta esse discurso são literalmente o inverso do que esse discurso pretende subentender.
+
imprensa>diario>linhas>manifesto>ecos-2>

[data: por altura dos «ecos da capoeira» in «barlavento»

IMPRENSA PORTUGUESA: METADE PROPAGANDA, METADE PUBLICIDADE

Quando mataram «O Século», convenci-me de que todos os graves problemas da Imprensa Portuguesa tinham sido resolvidos e, por extensão, os do País.
Além de «O Século» ainda abateram mais alguns e então, sim, veio a salvação da Pátria.
O público é que debandou. Os jornais estão orfãos de leitores e a Imprensa transformou-se em uníssono numa carpideira perpétua: o público desertou porque os preços do jornal aumentaram, é um facto; mas os leitores fugiram também e principalmente pela monocórdica surdez dessa Imprensa aos problemas do País, transformada toda ela em grotesca crónica mundana dos senhores que se agitam entre Belém e São Bento.
O Povo e o País, que se lixe. A ANOP chega para os cobrir. Não há tempo, não há espaço para mais nada do que para o discurso (ou o mero arroto) político-partidário.
Já não digo que a Imprensa educasse, o que seria, nas presentes circunstâncias, exigir que o quadrado fosse redondo.
Mas, ao menos, que informasse. Que não escamoteasse 80% da informação importante. Que mergulhasse com amor no País Real e não viesse com queixas tolas de que o público desertou. Ou seria a Imprensa que desertou do País?
Como quer ela que o público compre, se a metade que não é propaganda é publicidade e a metade que não é publicidade é propaganda?
DIÁRIO TOTAL DA GUERRA TOTAL
***

NOOLOGIA 1998

12367 caracteres - 5 páginas - myy-1 = medicina yin yang - 19 vezes a raiz - peça obrigatória e antológica (5 estrelas) para física das energia - manual técnico de noologia terapêutica - 14208 bytes medicina yin-yang

3-4-1998

MEDICINA ECOLÓGICA(ENERGÉTICA), 
PORQUÊ?

12 POSTULADOS BÁSICOS EM NOOLOGIA MÉDICA 
DE ACORDO COM A LEI UNIVERSAL OU ORDEM DO UNIVERSO

1 - Se, como ensina a medicina tradicional chinesa, oriunda do taoísmo, somos alimentados por 3 fontes de energia - telúrica que vem da Terra, cósmica que vem do Céu e ancestral ou genética que vem da hereditariedade e carrega o nosso lastro cármico - parece óbvio que a medicina procure conservar a saúde, conservando e gerindo essas 3 energias - ou fontes energéticas - com a melhor qualidade possível.
Desta premissa resulta um dos principais postulados em medicina energética em geral e energética yin-yang em particular:
Prevenir vale mais do que remediar.
De um modo geral, em medicina natural, preferimos falar de profilaxia, higiene, prevenção, em vez de cura, tratamento ou ataque ao sintoma.
É resolvendo as causas que se removem os efeitos - outro grande postulado de medicina energética - e o combate à doença (ou sintomas) deve ser antecedido da conservação da saúde.
Por isso Holística se define como essa conservação da saúde, literalmente oposta àquilo que faz a medicina alopática em geral e química em particular: o ataque contra a doença.

2 - Analisemos em pormenor as consequências destes primeiros postulados noológicos.
a) Para as medicinas que curam, é mais importante a profilaxia e o diagnóstico preventivo (ou diagnóstico precoce) do que a terapêutica ou terapia.
b) É mais importante, em medicina holística ou ecológica, uma pedagogia da higiene alimentar do que todo o arsenal de equipamentos curativos (nomeadamente os chamados específicos) que pretendem ocorrer à extinção dos sintomas sem curar da causa que os produz.
c) À medicina energética incumbe - por definição - essa função profiláctica, preventiva, higiénica, ecológica e holística.

3 - Mas, ainda que as urgências ou emergências não sejam do seu âmbito ou vocação, as medicinas energéticas naturais também podem intervir em urgências, nomeadamente com os «tratamentos de choque» que são, por exemplo, na Macrobiótica o prato Número 7 (ou jejum alimentado), na escola de Indíveri Collucci o regime de sumos, na Acupunctura as técnicas de reanimação e analgesia, na Oligoterapia os oligoelementos contra-infecções agudas, etc
A medicina tradicional chinesa, embora também possa, através da Acupunctura, da Moxa ou da Auricoloterapia, desempenhar a função de medicina de urgência , não é nesse campo que poderá e deverá «medir forças» com o establishment médico.
Não se poderá culpar a medicina energética natural, no entanto, por ela não fazer cirurgia ou não utilizar cobalto. Seria, ironicamente falando, uma concorrência inútil e desleal com a medicina comum.
A cada medicina a sua vocação e o seu papel neste jogo de vida ou de morte: outro postulado básico do nosso estudo noológico.

4 - Por definição e à partida, as medicinas brandas ou leves não admitem métodos violentos (e há quem considere o jejum de sumos, por exemplo, da escola de Indíveri Collucci, uma violência face ao jejum alimentado do prato Nº 7 macrobiótico) deixando esse encargo à medicina traumática, cirúrgica, medicina que fez do ser humano - corpo, alma e espírito - um «paciente» , na pitoresca terminologia adoptada.
É na sua função específica, pois, que as medicinas alternativas terão que se impor,
prevenindo e precavendo,
evitando doenças em vez de combater sintomas,
espalhando, pedagogicamente, noções de higiene, profilaxia e prevenção,
ensinando as pessoas a conservar a saúde e a ser livres.
A medicina vulgar já tem muito em que se ocupar , combatendo a doença por ela própria provocada.

5 - Na linha da «revolução» terminológica proposta em tempos pelo comandante Araújo de Brito - que sugeriu a palavra naturoterapeuta para substituir de vez esse  «Naturopata» ou o ainda mais horrível Naturólogo - proporíamos uma alteração complementar:
Mais do que naturoterapeutas, de que tanto precisamos, vamos precisar cada vez mais de Professores de Saúde, novo postulado noológico a juntar aos outros postulados já indicados e a indicar.
E é mais importante ao Professor de Saúde uma formação pedagógica, ecológica e humanista (diria mesmo filosófica) do que os tão proclamados conhecimentos de Anatomia, só necessária quando se deixam agravar os males até ao pormenor da patologia específica.
Em Holística, andaríamos bem se indagássemos de quais eram os conhecimentos anatómicos dos médicos chineses, que inventaram, com a medicina tradicional chinesa, um dos sistemas médicos mais poderosos e antigos da Terra.
Relativamente aos conhecimentos que um técnico de saúde deve ter, eles serão tanto mais complicados e exigirão tanto mais pormenor, quanto mais se perder a noção global e holística do ser humano, as suas relações com o meso-cosmos ou meio ambiente e com o macrocosmos ou ambiente cósmico.
O equívoco de se exigir a um Professor de Saúde conhecimentos de refinada tecnologia deve-se à seguinte circunstância contraditória: como a medicina vulgar, com todos os seus recursos tecnológicos de ponta, deixa afinal adiantar as doenças até fases desesperadas, acontece que afluem aos consultórios de naturoterapeutas os casos desesperados da medicina, os casos entre a vida e a morte que, de facto, já não teriam, logica e ecologicamente, grande cabimento neles.
Quando representantes do establishment médico acusam os naturoterapeutas de procedimentos anómalos - ministrar argila em caso de Cancro, por exemplo - esquecem que os casos clínicos super-complicados foi a medicina, por acção ou omissão, que os deixou complicar e que o naturoterapeuta apenas tenta, in extremis, com métodos suaves, suavizar situações de violência que a medicina não só não resolveu como agravou.
Só por humanismo e compaixão - budista ou cristã - a medicina que cura aceitará um doente que a medicina oficial levou aos apuros do sofrimento e mandou morrer para casa.

6 - As corrente neo-hipocráticas no mundo ocidental e a mais antiga medicina tradicional chinesa , baseada nos princípios da filosofia taoísta, concordam num ponto:
vale mais evitar que tratar e vale mais curar que tratar.
A cirurgia, como disse uma conhecida figura da escola naturopática espanhola - José Castro - é apenas a prova do fracasso da terapia médica.
No campo preventivo ou profiláctico, a higiene alimentar, por exemplo, tem uma função principal, atendendo a que é uma das energias essenciais de manutenção e, portanto, de conservação ou alteração dos estados de saúde.
Se nada se fizer para evitar a doença, se permanecerem inalteráveis factores claramente patogénicos, é evidente que, atacando apenas os sintomas, se está a préfabricar novas e mais complicadas doenças.

7 - Se 90% das doenças são logica e ecologicamente de origem ambiental, seria natural que se começasse a tratar os doentes por aí, mudando, dentro do possível, o ambiente patogénico que adoece e/ou traumatiza para um ambiente que cura.
O ruído, a cidade poluída, a agricultura química, os produtos farmacêuticos, as radiações ionizantes, os consumos tóxicos, venenosos e provocantes, os alimentos industrializados, refinados e carenciados de oligoelementos essenciais, enfim, o contexto ecológico do homem dito «civilizado» devia ser levado em consideração pela medicina e devia ser o primeiro réu a ser interrogado em «tribunal da saúde pública», o primeiro item numa lista de itens responsáveis pela patologia dominante num determinado grupo social, num determinado lugar e época (epidemiologia).
Curiosa e paradoxalmente, nunca é considerado esse contexto e os métodos de diagnóstico, mesmo os das medicinas ditas naturais, não incluem o eco-diagnóstico, ou despistagem de factores ambientais, ou análise da doença pelas causas ambientais.

8 - Se a remoção das causas ambientais que provocam doenças (por isso chamadas ocasionalmente doenças sociais, doenças do ambiente, doenças da «civilização» ou doenças do consumo) é, em grande parte, política (o que agora se chama «qualidade de vida»), não se deve no entanto utilizar isso como alibi para nada fazer nos consultórios, no sentido de combater as causas ambientais da doença.
O episódio de Pilatos em Ecologia Humana é o momento triste e deplorável em que todos - políticos, médicos, educadores, etc - «lavam daí as suas mãos», remetendo as culpas e responsabilidades uns para os outros.
Nesse sentido, em que todos fogem à quota parte de responsabilidade, a Ecologia Humana é um deserto de gente...Ninguém lá quer estar.

9 - Se o terreno é tudo e o micróbio nada ou quase nada ( novo postulado básico de Noologia) - como gostava de ensinar o prof. Araújo Ferreira, e como todas as grandes medicinas sagradas defendem, - há que fortalecer e imunizar o terreno orgânico para que possa resistir vitorioso às agressões do Ambiente .
Saúde é este equilíbrio dialéctico entre meio endógeno e meio exógeno.
Ao contrário do que se julga, mesmo num ambiente poluído, tóxico, irrespirável, é possível, através de uma alimentação menos carenciada, menos química, menos tóxica e menos desequilibrada do ponto de vista yin-yang, dar ao organismo resistências, imunidade e defesas naturais para combater eficazmente as agressões do meio.
É neste princípio das defesas naturais - outro postulado básico da Noologia médica - que se baseiam as terapias alimentares, nomeadamente a que se funda no princípio Yin-Yang e que no Ocidente Jorge Oshawa vulgarizou com o nome de Macrobiótica.

10 - A eventual admissão de drogas químicas de síntese na terapêutica é uma questão de ética médica, ou seja, de economia energética.
Imoral, em Noologia, é o que provoca Entropia. Ponto final, parágrafo.
Ganhar energia e evitar entropia é o princípio profiláctico fundamental em medicina energética e em energética yin-yang. Um novo postulado básico de Noologia médica.
A crítica aos medicamentos em geral e a alguns em particular - vacinas, antibióticos, corticóides - está implícita nesta moral de Noologia médica que manda ganhar energia e evitar entropia.
A ausência de um debate sobre assunto de tanta magnitude social e para o futuro das novas gerações - mergulhadas num vórtice vertiginoso de entropia e virtual - demonstra bem o estado de indiscutível decadência em que nos encontramos.
No caso citado dos medicamentos mais entrópicos , trata-se, em medicina energética, de substituir, por exemplo, a falsa imunização que as vacinas alegadamente dariam pela autêntica imunidade do equilíbrio energético yin-yang.
Na melhor das hipóteses, as vacinas deixam um rastro de doenças alérgicas, que por sua vez, mal combatidas por processos sintomatológicos errados, vão originar novas doenças.

11 - Se pela boca morre o peixe e somos afinal o que comemos (postulado de Noologia), a imunidade e defesa natural contra as doenças depende obviamente das orgias alimentares, maiores ou menores, que se fizerem.
Aí estão, como dois extremos,
a) as chamadas doenças da indigestão ou da pletora , por um lado, as doenças da fartura dos países ricos
b) e, por outro, as doenças da Fome, as doenças da miséria e das carências extremas, a dizer que, no que se come ou não come, assenta um imenso quadro patológico, do indivíduo e do grupo humano (epidemiologia).

12 - Recapitulando os postulados indicados, podemos sublinhar os seguintes:
- Prevenir vale mais do que remediar.
- Evitar a doença em vez de a combater
- Saúde é este equilíbrio dialéctico entre meio endógeno e meio exógeno.
- Realizar o diagnóstico em função do meio ambiente
- 90% das doenças são doenças do ambiente
- Exaurir o carma em vez de o carregar
- Descolonizar o doente, libertando-o de monodependências médicas e do assistanato
- A cada medicina a sua vocação e o seu papel neste jogo de vida ou de morte
- Ensinar a conservar a saúde em vez de combater a doença
- Preparar o ser humano para a Era do Aquário que já chegou
- Mais do que naturoterapeutas, de que tanto precisamos, vamos precisar cada vez mais de Professores de Saúde,
- Substituir a imunização artifical das vacinas pela imunização natural
- O terreno é tudo e o micróbio quase nada
- Viver em vez de vegetar agonizando
- Somos o que comemos
- Ganhar energia e evitar entropia
***