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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-09-29

CONSUMIDOR 2002

1-2 - 02-09-29-ah> ac dos projectos - perguntas> regressos

29-9-2002

PARA AS 100 PERGUNTAS (INDISCRETAS) DO FRANCO-ATIRADOR - PRÉMIO DO INDC - III

Pergunto: ficaria vivo o jornalista que pusesse cá fora, não tudo o que sabe mas um bocadinho só do que consegue saber?
Pergunto: o que sucederia ao jornalista que respondesse, ponto por ponto, a perguntas como as que seguem?
Eis só algumas:
Quem manda fabricar hoje os sismos mais destruidores? De uma vez por todas e definitivamente , quem demonstra a relação causa-efeito obviamente existente entre os testes subterrâneos com bombas termonucleares e a actividade sísmica acrescida?
Quem continua a manobrar para que o nuclear entre no Plano Energético Nacional?
Quem continua a teimar em produzir hexaclorofluoretos que destroem a camada de ozono da alta atmosfera e que desde há 15 anos alguns raros (ecologistas?) têm denunciado?
Quem arrendou o país às multinacionais da celulose?
Quem impede a solução democrática e prática do chamado problema da habitação?
Quem continua a pôr no mercado produtos comprovadamente cancerígenos?
Quem se responsabiliza pelo cancro profissional e ocupacional que até já tem esse nome?
Quem teima em pôr no mercado alimentar produtos refinados , carenciados e portanto pré-cancerígenos?
Quem faz diagnósticos deliberadamente errados de apendicites, otites e amigdalites, para provocar de imediato operações cirúrgicas que depois se verificam ser perfeitamente desnecessárias?
Quem responde pelos péssimos transportes colectivos que Lisboa tem e terá, na sequência da política que deliberadamente as empresas públicas promovem no sentido de pressionar o governo à sua privatização?
Quem ilude o facto de que se estão a juntar, num banco de dados central, todas as informações que, a pretexto de modernização informática, se continuam armazenando sobre os cidadãos portugueses até ao último pormenor da sua vida privada?
Quem finge ignorar esta e outras violações dos direitos humanos no seio da democracia portuguesa?
Quem fiscaliza a carne de porco vinda de animais engordados em cativeiro na base de hormonas, sulfamidas e antibióticos e abatidos com doenças que todos esses produtos mascaram?
Quem está interessado em consentir que seja promulgada a lei destinada a incluir as terapêuticas livres, as artes que curam nas actividades paramédicas, subordinando-as assim à autoridade médica e anulando assim a natureza autónoma dessas terapêuticas?
Quem trava a lógica política de combate ao desemprego que consiste em antecipar idades de reforma, reduzir horários de trabalho e prolongar férias?
Quem está interessado em prorrogar a servidão do trabalhador? Quem são os cronófagos que nos vampirizam?
Quem responde pelas cheias diluvianas da América do Sul, provocadas pela destruição maciça das grandes florestas como as da Amazónia? Que países e lobbies madeireiros estão implicados na exploração e extermínio dessas florestas?
***

ASMA 1990

aliment1> - inéditos ac 1990 - ecologia alimentar

REGIME ALIMENTAR PARA DESFAZER ACUMULAÇÕES CATARRAIS (ÁCIDOS GORDOS)E CURAR A ASMA E OUTROS PROBLEMAS RESPIRATÓRIOS

Lisboa, 29/9/1990 - O estado de asma - e outras dificuldades respiratórias - tem a ver com uma situação catarral agravada, com depósitos fixos de ácidos gordos, a que se juntam os que eventual e diariamente se vão formando no organismo.
Não há forma de combater a asma sem uma reconversão total do sistema alimentar, reconversão que tenha exactamente por objectivo:
- Desfazer os depósitos mais ou menos profundos de ácidos gordos, que se encontram bloqueando as vias respiratórias e outros canais de eliminação ( fígado, rins, intestinos, pele);
- Desfazer, dia a dia, os catarros que dia a dia se vão formando e acumulando;
- Combater a acidez generalizada dos tecidos, consequência dos ácidos gordos acumulados;
- Reequilibrar o pH muito ácido, com uma alcalinização intensiva a princípio e moderada depois( com muita cebola, por exemplo);
- Reencontrar o equilíbrio yin-yang, indispensável para que as crises de asma vão diminuindo de intensidade;
- Reforçar a elasticidade das paredes e mucosas, particularmente sensíveis nos casos de asma, sensibilidade a que a medicina costuma chamar « alergia».
Como base alimentar para conseguir aquele objectivo, é condição sine qua non seguir à risca a Macrobiótica, nomeadamente em todos os alimentos que a Macrobiótica restringe ou completamente elimina: açúcar, bebidas alcoólicas, gelados, bolos, fritos, águas gaseificadas, etc. .
Mas a Macrobiótica terá que ser muito complementada para que, num caso difícil como a asma, se obtenham resultados significativos.
Há que enfatizar, por exemplo, no período inicial, tudo o que estimula as reacções enzimáticas do organismo, o que pode e deve ser conseguido por reforço de lacto-fermentados ( ácidos de reacção alcalina) como picles naturais ( feitos só com água e sal, portanto sem vinagre) e «choucroute», maravilhosos dissolventes de gorduras.
Mas também o rabanete, o nabo e toda a família do rábano, são aconselháveis para desfazer depósitos ácidos. Sem falar do «radis noir» (rábano negro), que se pode obter em ampolas de importação e que é um produto verdadeiramente miraculoso.
A presença do elemento enxofre é também indispensável para limpeza do fígado e vesícula, sobrecarregados de catarros( ácidos gordos) a que se deve juntar, para o mesmo efeito, tisana da planta medicinal boldo e alcachofra ( sob a forma de extracto, quando faltar o próprio fruto).
No capítulo das vitaminas, as liposolúveis são particularmente importantes no caso do «metabolismo das gorduras» como é a asma.
À cabeça, a supervitamina E, pedra angular de todas as reacções que se verificam no sistema endócrino e glandular. Não esquecer que a asma passa por dois pontos fulcrais desse sistema, as supra-renais e os próprios pulmões que devem ser encarados como glândula que também são.
A vitamina E preside a todas as funções glandulares e, no entanto, é a Vitamina de que se verifica maior carência na alimentação corrente, dado que se encontram refinados e, portanto expoliados dessa vitamina, todos os óleos alimentares que à partida a continham.
As muitas sementes oleaginosas de que se extraem óleos de cozinha, têm Vitamina E. Só que essa Vitamina é perdida na manipulação industrial do óleo, chegando este à mesa sem vestígios daquela preciosa vitamina.
Os médicos ja não hesitam hoje em irem até uma dose diária de 1000 unidades internacionais de vitamina E.
Outros alimentos como o grão de trigo, a semente de Soja e de Amendoim, têm em quantidade essa vitamina E.
Mas todas as vitaminas liposolúveis são necessárias ( e raras nos alimentos) pelo que deve haver um suplemento de oleaginosas as mais variadas ( amêndoas, nozes, caju) bem como de óleo de fígado de bacalhau.
Não esquecer, entre as oleaginosas, esse maravilhoso Gergelim, chamado também Sésamo, de que se faz uma «manteiga» saborosa, como aliás do amendoim, amêndoa e outras oleaginosas, dando assim resposta aos que se queixam de não ter, na alimentação, com que substituir os famigerados lacticínios e margarinas.
Tudo isto tem o objectivo de poder dispensar, na totalidade, todo e qualquer lacticínio. Nenhuma asma poderá ser curada ou melhorada, se se continuar a consumir qualquer tipo de Leite ou de seus derivados, sejam eles quais forem - queijos ou manteiga. Pela simples e boa razão, se outras não houvesse, de que o Leite é o principal indutor de alergias no organismo, devido ao número de aditivos químicos ( desde hormonas a antibióticos e pesticidas) que entram hoje na sua composição.
Margarinas - as pseudo «gorduras vegetais» de que a mentirosa publicidade enche a boca - escusado será dizer que não devem entrar em casa de ninguém civilizado, quanto mais no frigorífico e na boca.
Lecitina de soja - Um suplemento indispensável para uma substancial melhoria do «metabolismo das gorduras», é a lecitina de soja, vitaminas do complexo B indispensáveis às reacções necessárias para obter, entre outros resultados, um despessamento do sangue, o que permitirá não só uma circulação mais perfeita e portanto ume melhor irrigação dos tecidos, nomeadamente dos pequenos vasos que, no caso da asma brônquica, tanta importância têm.
Para este efeito de tornar o sangue mais liquefeito e menos espesso, concorre também a Vitamina E, que é, inclusive, estimulante de glóbulos vermelhos e, portanto, da imunidade e, portanto, da vitalidade.
Chamam à Vitamina E a vitamina da vitalidade, associando a ideia, principalmente, a uma reactivação dos centros genésicos e, portanto, do amor. Não é uma metáfora - visto que a actividade genésica depende directamente das glândulas em geral e das glândulas endócrinas e sexuais em particular, que a Vitamina E vai alimentar.
Nesta perspectiva do metabolismo das gorduras, a Macrobiótica tem a sopa de Miso (pasta de soja fermentada com cereais) que deve ser usada com discernimento, no caso da asma, dada a sua qualidade relativamente salgada, bastanta yang e, portanto, constritiva.
Como contributo enzimático à reactivação do metabolismo - problema central do asmático, que se poderá dizer que sofre de «metabolismo preguiçoso», o Miso e a sua famosa sopa é altamente valioso e foi chamado, por Michio Kushi, o «detergente» do organismo. Para quem sofre de catarros gordos acumulados - como é o caso do asmático - a sopa de miso é de não rejeitar, atenuando embora o seu habitual teor de sal.
Resumindo e concluindo:
o órgão que deverá estar particularmente em foco, no caso da asma, é o fígado e a vesícula, glândula sua associada.
Se pensarmos na vesícula em termos de glândula, compreenderemos de imediato a importância deste órgão em casos de asma e também o que há de comum a manifestações aparentemente tão diversas como serão:«vesícula preguiçosa», «preguiça intestinal», «tumor da próstata», «asma» ou «hemorroides».
Tudo o que beneficiar, estimulando ou massajando, o fígado, deverá estar no topo da terapêutica de qualquer daquelas enfermidades, nomes diferentes que a medicina aplica a efeitos da mesma causa, nomes que variam conforme o órgão onde esses efeitos surgem.
Nesta perspectiva, serão literalmente proibidos:
- fritos
- gorduras de má qualidade (todas as gorduras industrializadas)
- gorduras animais de difícil assimilação
- falsas gorduras vegetais (margarinas)
- leite e lacticínios em geral
- bebidas alcoólicas
- refrigerantes, especialmente pelo teor «mortal» de açúcar que contêm
- gelados
- doces e bolos (açúcar industrial)
- qualquer tipo de fermento industrial
Serão particularmente recomendados, entre outros:
- planta medicinal Boldo ( verdadeiro «detergente» dos ácidos gordos)
- alcachofra.
- rábano negro.
Com todas as restrições e correcções apontadas, não há hipótese de fazer um regime minimamente correcto e terapêutico, ao mesmo tempo que nutritivo, energético e sem carências, que não seja o sistema da macrobiótica. Que será dado, portanto, como base indispensável, embora com os suplementos específicos que a asma exige, sendo como é, talvez, a doença mais difícil e complexa de todas as doenças. Que só uma macrobiótica feita inteligentemente consegue curar.
***

PESTICIDAS 1979

1-5 - mercúrio-1-ie-eh = ideia ecológica do ac = ecologia humana - os dossiês do silêncio – os mitos da fome

PESTICIDAS PELA FOME

À parte a sanha macrobiótica contra as queridas laranjinhas, mesmo com mercúrio, este texto continua perfeitamente actual e é cem por cento verdade o que nele se afirma. Portanto, passei-o no scanner, a partir do manuscrito dactilografado, sem ter, até agora, a certeza de alguma vez ter sido publicado. Só se nos cadernos de 100 exemplares de tiragem. Em jornais, não me parece. A confirmar.

ENVENENADO COM MERCÚRIO - O MITO AMARELO DAS LARANJAS

[29/9/1979] - As laranjas de Jaffa que Israel exporta dos seus kibbtuzs para prósperos países europeus de grande nível alimentar, foram muito faladas em 1977.
De facto, cinco crianças holandesas da cidade de Maastricht adoeceram e estiveram hospitalizadas 24 horas, após comerem laranjas envenenadas.
Se fossem crianças do Paquistão que tivessem morrido às dezenas, não tinham os telex piado: como eram holandesas, bastaram duas no hospital para dar título a três colunas e primeira página.
Segundo o relatório do Ministério holandês da Saúde, comunicado ao Centro Antiveneno de Paris, o mercúrio injectado nos frutos não era tóxico, visto tratar-se de mercúrio-metal, substância totalmente inerte e que ainda por cima é facilmente observável por causa da aparência cinzenta-prateada do fruto quando "tratado" com aquela substância.
Para que existisse um perigo real, seria preciso consumir pelo menos 15 quilos de laranjas - revelava ainda o relatório.
Como se pode constatar, as informações não são claras e deixam margem a muitas dúvidas. De que mercúrio efectivamente se tratava?
É esse mercúrio ou não uma substância habitualmente usada para "tratar" os frutos?
Se é efectivamente um produto usado habitualmente, porque se fala no relatório em "injecção" e porque foi atribuído o envenenamento a um comando palestiniano, que teria reivindicado a proeza?
Quem pode embarcar na versão do envenenamento provocado, se, no mesmo dia, a France Press e a Reuter informavam que laranjas provenientes de Israel não eram as únicas envolvidas no caso de envenenamento pelo mercúrio?
De facto, laranjas idas de Espanha, também tratadas com mercúrio, foram descobertas em Heldenheim, perto de Ulma, na Alemanha Ocidental, segundo indicara a Policia criminal, tendo o Ministro Federal da Saúde convidado os consumidores a alertar a esquadra da Polícia mais próxima, nos casos duvidosos.



+ 9 PONTOS

Chamando a polícia, resolve-se o caso do mercúrio nas laranjas.
A isto chama-se "defesa do consumidor".
Outras laranjas virão, envenenadas, mas o consumidor continua defendido: basta chamar a polícia. As questões que as laranjas de Jaffa levantam, porém, são de outra ordem:
1 - As quantidades de pesticidas mercuriais continuam a aumentar e as ocorrências escandalosas como esta, desde que as vítimas sejam entre a burguesia dos países ricos, também serão noticiadas com maior frequência;
2 - Com a chamada da polícia ou idênticas manobras de distracção (como foi a de atribuir
o envenenamento a um comando palestiniano...), procura-se desviar as atenções da questão de fundo que é mesmo o calamitoso uso de produtos mercuriais, altamente tóxicos, em consumos alimentares;
3 - A exportação de laranjas aumentará, enquanto o mito da vitamina C se mantiver fresco como quando o Nobel Linus Pauling o pôs a circular: e enquanto aumentar a exportação e a produção, maiores terão que ser sempre as doses de insecticidas para fazer face às crescentes pragas nesta árvore de fruto exótica;
4 - Temos de lembrar que a laranja é uma árvore de fruto ecologicamente imprópria para consumo das pessoas dos nossos climas, sujeita portanto a pragas ou a ser, ela própria, uma vez transplantada e obrigada a crescer, uma praga;
5 - Fruto essencialmente entrópico, interessa muito a sua difusão para tornar o consumidor mais dependente dos poderes e instituições que o tiranizam. Sujeito já a outros tantos produtos que o metem no abismo da auto-dissolução, eis que a laranja contribui, com boa dose, para o afundar ainda mais: daí que o sistema faça tantos elogios à laranja e não faltem, na televisão, anúncios que se lambem todos de laranjas e derivados dela engarrafados ou enlatados;
6 - Para lá de um luxo, de um supérfluo, de um desalimento, sob o ponto de vista nutritivo e de um desastre sob o ponto de vista bioenergético, a laranja ainda pode ser um concorrente de todos os produtos entrópicos que enxameiam a sociedade de consumo, ou um veículo de intoxicações e de calamidades alimentares, como se viu atrás;
7 - Pelo gasto que faz de pesticida mercurial, no entanto, a laranja continuará a ser um dos produtos mais alardeados pelo sistema de consumo, todo ele interessado em tudo quanto gaste quantidades industriais de praguicida: quanto mais ecologicamente inadequado, mais pragas sofre um fruto;
8 - No caso das laranjas de Israel - citado acima - o envenenamento por mercúrio foi logo virado do avesso e aproveitado politicamente para lhe retirar a claro sentido de crime industrial: serve a política para acoitar os crimes que a indústria provoca; nas laranjas de Isreal apareceu logo uma organização-fantasma, a reivindicar o acto como sabotagem palestiniana contra Israel... Ainda por cima "gozam" com o consumidor, depois de lhe darem veneno com laranja.
9 - No campo dos consumos e da guerra contra o consumidor, repete-se a refinada técnica do terrorismo inventada com Reichstag: provoca-se a crime, gafe, incêndio ou envenenamento e depois é só atribuí-lo ao inimigo. Depois, é só desencadear um "progrom" de perseguições sabre o inimigo.

Dizem os jornais:
«Israel exportou, em 1977, fruta cítrica no valor de 180 milhões de dólares (cerca de 7 milhões e 200 mil contos), 70 por cento da qual era constituída por laranjas. Os citrinos representam quase 10 por cento das exportações totais do país.
Na Holanda e na Bélgica, várias redes de distribuição retiraram do mercado as laranjas provenientes de Israel.
Todavia, o caso das laranjas envenenadas parece não ser muito grave...»
+
1972-1973 : UMA  VAGA DE MORTOS COM INSECTICIDAS

Quando a FAO se diz preocupada com a saúde e a nutrição do povo, como poderemos acreditar nas suas tão humanitárias intenções?
Sendo a FAO o principal instigador do uso de pesticidas, vejam só uma pequena lista de escândalos entre os milhares que podiam ser inventariados.
Aviso prévio: quando as notícias a seguir inventariadas falam de "ingestão de pesticida" nem sempre se terá verificado tal. Certos pesticidas, e certas "fornadas" deles, atingem tal dose tóxica (dentro das recomendadas pela OMS) que basta a simples inalação para matar: a maior parte das notícias, portanto, mentem e as que são inventariadas ao longo de 1972-73 - um número assombroso de casos em ano e meio! - revelam ao observador(que não seja cientista, técnico ou engenheiro) que tipo de pesticidas andavam nessa altura à solta no mercado.
Inventariemos: Ì
7-7-1972 - MORRE EM CASTRO DAIRE UMA RAPARIGA DE 11 ANOS QUE INGERIU PESTICIDAS
15-9-1972 - PESTICIDAS TERÃO MORTO DOIS GAROTOS EM BRAGA
9-3-1973 - A INGESTÃO DE PESTICIDA FOI A CAUSA DA MORTE DA ESTUDANTE DE VILA REAL
26-6-1973 - MORREU EM OLIVEIRA DO HOSPITAL UM HOMEM DE 53 ANOS VITIMADO POR INSECTICIDA
4-7-1973 - INGESTÃO FATAL (EM VIEIRA DO MINHO) DE INSECTICIDA
20-7-1973 - 15 CRIANÇAS MORREM NO LESTE DA TURQUIA COM INSECTICIDAS
31-7-1973 - INTOXICAÇÃO EM ALCÁCER DO SAL COM INSECTICIDA
1-8-1973 - PESTICIDA MATA UMA JORNALEIRA E DEIXA MUITO MAL OUTRAS SEIS
3 -8-1973 - MAIS UM CASO DE ENVENENAMENTO POR INSECTICIDAS EM CASTRO DAIRE
5-8-1973 - 16 MORTOS E 39 HOSPITALIZADOS EM MOÇAMBIQUE POR TEREM INGERIDO GAFANHOTOS MORTOS COM INSECTICIDAS
11-8-1973 - 3 CRIANÇAS HOSPITALIZADAS POR TEREM COMIDO MAÇÃS COM INSECTICIDA
27-8-1973 - ENVENENADA COM INSECTICIDA, JULGANDO TRATAR-SE DE AZEITE
31-8-1973 - OUTRA MORTE POR ENVENENAMENTO COM INSECTICIDA EM CASTRO DAIRE
16-10-1973 - PESTICIDA MATA BÉBÉ
Fora deste período de 1972-73, os casos tornam-se mais raros, embora não deixem de continuar a surgir nos jornais. Esta e outras vagas maciças de morte por pesticidas, teria abalado a segura consciência de cientistas, técnicas, engenheiros, que lentamente se começam a interrogar - através dos seus órgãos e cronistas bem pagos - sobre os "perigos" deste e de outros produtos derivados do petróleo ...
+
Em 1 de Outubro de 1975, a revista que se publica no Porto " O Lavrador" interrogava-se em título de artigo:
" Até que ponto são perigosos os resíduos dos pesticidas?"
O estilo da pergunta já deixa entrever o estilo de resposta que o artigo se dispunha a dar...
O artigo começava por considerar os pesticidas como "a maior arma do homem no combate à fome".
"Eliminados os pesticidas" - esclarecia ainda o artigo - " num ano a produção cerealífera diminuiria 30%."
Como eles sabem estes números tão certos, tão científicos!
Suspeita-se que tão alta ciência estatística seja fornecida aos terrestres por extraterrestres.
Mas é claro que só cientistas, técnicos e engenheiros ainda têm dúvidas sobre os "perigos" dos pesticidas.
Quem não seja analfabeto e leia habitualmente os jornais, vai constatando os factos e elaborando uma listinha de mortos e feridos que não é evidentemente científica. Mas é espantosamente informativa e eloquente.

DESCONFIAR SEMPRE

Desconfiar sempre da ciência anti-poluição é regra de ouro.
A maior parte dos tóxicos não aparecem sob forma de poluição, não são resíduos, nem fumos, nem efluentes, nem esgotos. São os próprios produtos manufacturados para beneficio humano, como acontece aos pesticidas .
Quando o caso atinge o escândalo, então o sistema toma medidas:
1 - Chama a polícia;
2 - Chama um técnico;
3 - Manda o escriba de serviço escrever um artigo ;
4 - A Sociedade para a Investigação da Qualidade pede ao governo que «sejam definidos os níveis máximos de pesticidas residuais autorizados nos produtos alimentares» ;
5 - A OMS decreta os níveis máximos e todos descansam, pois passam a matar segundo os cânones emitidos da OMS:
6 - As revistas agroquímicas da especialidade perguntam: "Até que ponto são perigosos os resíduos dos pesticidas"?
7 - A Direcção de Saúde manda usar luvas, afivelar máscara, lavar as mãos e não deitar o DDT na sopa.
Este é o quadro dos que defendem heroicamente os nossos direitos à saúde, à vida e à qualidade de vida.
Podemos ou não confiar neles?

A FOME PROVOCA A EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA:NÃO É A EXPLOSÃO DEMOGRÁFICA QUE PROVOCA A FOME

Quando a FAO diz que, no biénio 1972-74, existem 455 milhões de pessoas subalimentadas no Mundo, saibamos que a FAO não está nada interessada em diminuir o número dos esfomeados, porque apenas está interessada em continuar a promover o negócio multinacional dos adubos e pesticidas, com a sua política agroquímica, com a sua estratégia desenvolvimentista, com a sua histérica falta de respeito pelas mais elementares leis da economia energética dos solos e nem só.
Aliás, os consecutivos fracassos que a FAO confessa terem sido as suas consecutivas campanhas de super-adubos e super-insecticidas, demonstram na prática o que a ciência eco-energética já tinha largamente reconhecido.
Não só a FAO nunca alimentará ninguém com a sua política, como está contribuindo para a destruição do planeta como guarda avançada dessa destruição dos solos.
Quando a ONU promove congressos dizendo que a Fome no Mundo é devida à explosão demográfica, desconfiemos e saibamos que a Fome no Mundo é devido à exploração do homem pelo homem, dos Pobres pelo Clube dos Ricos, do Terceiro Mundo pelos imperialismos multinacionais.
E que o sr Josué de Castro - médico, demógrafo, sociólogo, etc. - já demonstrara, cientificamente, de uma vez por todas, que a fome proteica é que produz explosão populacional e não a inverso.
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