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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-06-27

VEGETAIS 1992

8574 caracteres - 3 páginas - sucos> - «fichas de cura» - «fichas alimentares» 8493 caracteres -sucos> revista> dicionario>prontuario>

27-6-1992

[falta fazer revisão de léxico técnico]

OS SUCOS VEGETAIS COMO OBTÊ-LOS E CONSERVÁ-LOS (*)

Recuperar a riqueza original dos alimentos biológicos que a industrialização degradou é a tendência geral das novas terapêuticas que nasceram ou renasceram exactamente com o advento da sociedade industrial e seu cortejo de poluições, tóxicos, venenos, biocídios, agressões contra a vida.
«Vegetais em ampolas bebíveis» aparecem assim no mercado dos produtos dietéticos, porque se tornaram indispensáveis nos muitos casos de carências em sais e vitaminas que, mesmo uma alimentação renovada e rica, já não vai a tempo de colmatar.
As carências provocadas por absurdos regimes alimentares do «comer em pé» ou do «comer enlatado», exigem que se produzam, para administração intensiva, sucos ou sumos de produtos vegetais correntes, como é o caso da cenoura e da beterraba.
Ao êxito da terapia pelos oligoelementos, ao renascimento dos produtos integrais e biológicos, à fitoterapia com plantas aromáticas e medicinais, aos produtos de neuralterapia com base em alcaloides, fito-hormonas, enzimas, vitaminas, etc., seguem-se agora as ampolas bebíveis de sumos ou sucos vegetais, como forma de compensar os desequilíbrios que uma alimentação cada vez mais degradada e degradante provocam.
Enquanto não pudermos ter uma agricultura biológica e alimentos sãos, dignos de gente, benvindos os sucos e sumos à mão de semear, para urgências e casos graves de profunda carência nutritiva.
O trabalho que a seguir apresentamos beseia-se em artigos publicados na revista francesa «Plantes et Médecines», um texto de Marcel Bernardet e outro de André Caudron, presidente do Instituto Regional de Plantas Medicinais, de Nord-Pas-de-Calais.

«O suco ou água metabólica de uma planta, representa toda a parte líquida que se pode extrair dela, deixando apenas como resíduos as fibras celulósicas. O emprego de sucos frescos representa a verdadeira terapêutica da terra porque os elementos contidos no líquido são digeridos e incorporados na célula viva como alimento e fontes de energia. A digestão é fácil e a assimilação rápida devido à ausência de fibra vegetal.
Os sucos contêm todos os elementos vivos: sais minerais, oligoelementos, vitaminas, glúcidos e diástases. Constituem quer a seiva ascendente quer a seiva elaborada depois da acção clorofilina.
Os sucos vegetais são líquidos extraídos por esmagamento e compressão das diversas partes dos vegetais frescos. A extracção de suco das partes verdes - folhas - consiste em parti-las e submetê-las a pressão. A clarificação processa-se por filtragem em papel de filtro, salvo os sucos destinados a medicamentos cuja preparação necessita de calor. Neste caso, só são filtrados depois de terem sido elevados à temperatura de ebulição. Devem ser preparados no momento do consumo.

VANTAGENS - Muitas plantas perdem parte das propriedades quando secam. Isso explica-se pelo facto de ser o suco dessas plantas que contém o maior valor terapêutico. Os sucos têm a vantagem sobre outras formas galénicas, principalmente as tinturas-mães. Com efeito, estas contêm álcool a 60º. Alguns médicos hesitam em prescrevê-las às crianças justamente por causa do álcool.Mas aconselhariam, sem dúvida, um suco vegetal se este processo estivesse mais divulgado.

INCONVENIENTES - O maior inconveniente reside na conservação. Podem conservar-se os sucos por adição de glicerina (8 para 100 partes). Todavia, este processo não é satisfatório. O valor terapêutico dos sumos está limitado pelo tempo. O segundo inconveniente reside na necessidade de dispor de plantas frescas constantemente. Devem utilizar-se, de preferência, exemplares que não tenham sofrido tratamentos químicos (herbicidas, derivados cloretados, etc,), plantas selvagens recolhidas em locais distanciados das fontes de poluição.

EXTRACÇÃO DE SUCOS VEGETAIS POR ESMAGAMENTO E PRENSAGEM - As células da planta submetidas a uma pressão mecânica libertam o suco. Primeiro, deve lavar-se a planta para desembaraçá-la de impurezas, humedecê-la e cortá-la depois. Em seguida, colocamo-la num triturador e juntamos, pelo menos, 10% do seu volume de água, para facilitar o esmagamamento. Assim que esteja reduzida a uma pasta, transfere-se para um centrifugador para extrair o suco libertado. Filtra-se num filtro de papel para reter os detritos vegetais.

EXTRACÇÃO DOS SUCOS VEGETAIS POR ETERIZAÇÃO - O éter tem aqui um papel mecânico, pois favorece a rutura das paredes das células vegetais e, por consequência, a libertação do suco. A extracção é realizada num ampola de decantar. Depois de cortada em fragmentos pequenos, introduz-se a planta na ampola até meia altura, tendo o cuidado de comprimi-la ligeiramente. Deita-se o éter até um centímetro acima do nível da planta. Ao fim de algumas horas podem distinguir-se duas fases. A fase superior etilizada, com coloração verde devido à clorofila ter sido dissolvida pelo éter. O suco de cor castanha, por ser mais denso que o éter, permanece na parte de baixo da ampola. Recupera-se o suco por decantação abrindo a torneira (?) da ampola. Este processo interessa sobretudo no caso das plantas alcalóides. Com efeito, ao controlar, por cromatografia, os sucos preparados por trituração, percebe-se que certa quantidade de alcaloides ficava nos detritos vegetais após a centrifugação. Perdia-se assim uma parte razoável de princípios activos da planta. Outra vantagem deste método é que o sumo obtido é límpido, não precisando de filtragem. Por outo lado o éter protege o suco do ar, logo de todas as oxidações e fermentações. Preparando-o com antecedência, pode permanecer na ampola durante meses sem perder as propriedades terapêuticas. O éter é recuperável e servirá para muitas outras extracções. Convém assinalar que os sucos preparados com antecedência devem ser consumidos de imediato por já não conterem clorofila, um dos elementos de conservação dos sucos ao ar.

SUCOS MAIS UTILIZADOS
SUCO DE DIPLOTAXE - fluidificante das secreções brônquicas
SUCO DE GERÂNIO ROBERTO - Reconhecido muitas vezes como um hipoglicémico eficaz
SUCO DE MERCURIAL ANUAL - É considerado o melhor inibidor da secreção láctea na dose de 50 gr por dia
SUCO DE MARROIO - NEGRO FÉTIDO - combate o colesterol e ajuda nos problemas nervosos da mulher no período da menopausa (100 gr por dia)
SUCO DE ORTIGA PICANTE - Muitas vezes eficaz no tratamento de diarreias, asma e reumatismo
SUCO DE ERVA-MOIRA NEGRA - Excelente analgésico na esclerose em placas, na dose de 1 colher de sopa de manhã e à noite
SUCO DE ONAGRA - Parece dar óptimo resultado nos casos de eczema alimentar (Dose : 1 colher de sopa uma vez por dia)
SUCO DE CALÊNDULA - Aplicações em eczemas da cabeça e feridas que carecem de cicatrização
SUCO DE ALIÁRIA - Para lavar as feridas das úlceras varicosas difíceis de cicatrizar

ORIGEM DOS SUCOS VEGETAIS
A fonte dos sucos frescos são os legumes, os frutos e as plantas medicinais. Dividem-se em:
Sucos doces - beterraba, ácer ou bordo, cana de açúcar, alcaçuz e frutos
Sucos herbáceos: legumes como agrião, chicória, cocleária e plantas como a borragem e fumária ou erva-moleirinha
Sucos ácidos: saião, azedas, espinafre, tomate, pimentão e frutos como damasco, uva, groselha, limão, laranja, pamplumossa, tangerina, pêssego, marmelo, cereja, amora, framboesa, maçã, cássis e pera
Estes sumos contêm diversos ácidos como o ácido málico, cítrico, tartárico, acético, fórmico, etc. e são muito ricos em vitaminas hidrosolúveis (B1, B2, B6, C, P, PP). Contêm também proteínas sob a forma de albuminas vegetais, glúcidos, pectinas, substâncias aromáticas e corantes naturais
Sucos gordos: os sumos gordos ou óleos vegetais, chamados cientificamente óleos fixos, são outra espécie de líquido extraído de vegetais, sobretudo de sementes.
São constituídos por misturas de ácidos gordos e glicerina e contêm vitaminas liposolúveis dissolvidas: A, D, D1, D2, D3, E, F, K e U. A proporção de vitaminas é variável segundo a planta de origem e não aparecem todas no mesmo óleo. Podem classificar-se em três categorias:
Alimentares: azeite, óleos de amendoim, girassol, soja, germen de trigo, germen de milho, pevide de uvas, gergelim
Medicinais: rícino, crótano, amêndoas doces, etc.
Industriais: colza, linhaça, papoila, palma, palmito, coco, etc.

(*) Ideias e Práticas Ecológicas para o Ecodesenvolvimento autosustentado e democrático de Cabo Verde: Importar Menos, Produzir Mais
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OCDE 1996

qualidad>notícias do futuro

DA ECOLOGIA HUMANA À HOLÍSTICA:A QUESTÃO CENTRAL - QUALIDADE DE VIDA OU MODELO DE DESENVOLVIMENTO?

27/6/1996 - Definir «qualidade de vida» não é impossível mas tem-se mostrado, até agora, difícil.
Está por fazer ainda o inventário dos factores de risco que interferem na saúde/doença das populações e do cidadão , cujos efeitos são sofridos ao nível da vida quotidiana.
O grau de subjectividade inerente a conceitos como o de «bem estar» ou de «felicidade» ou mesmo de «saúde» é invocado quase sempre como obstáculo intransponível para uma formulação objectiva do que é ou não é qualidade de vida que, na melhor das hipóteses, surge à opinião pública como amontoado incongruente de serviços, ciências, especialidades, disciplinas, problemas, vindos de quase todos os sectores da Administração Pública e de todos os quadrantes das ciências conhecidas.
À imagem de enciclopedismo soma-se a do ecletismo, espécie de saco sem fundo para onde vai tudo o que os outros não querem. Em certo sentido , a filosofia também foi , na história da cultura, esse «saco sem fundo» e esse «ornamento sem funções» para onde ia o que os outros rejeitavam.
Nos países onde a qualidade de vida deu nome a um ministério, secretaria de estado ou direcção geral, cedo se verifica que esse departamento administrativo deveria «superintender em tudo ou quase tudo», pois qualidade de vida é somatório de várias políticas sectoriais, que vão do saneamento básico à saúde e ao desporto ou à segurança rodoviária em campanha contra o alcoolismo.
Em Junho de 1974, a reunião interministerial da OCDE reconhece que os indicadores até então utilizados pelos analistas na definição da felicidade ou qualidade de vida dos povos, estavam viciados de origem.
Por exemplo: se um país é tanto mais feliz quanto maior número de médicos e hospitais tem, é evidente que, aumentando o número de acidentes rodoviários , por exemplo, aumenta o Produto Nacional Bruto! As estatísticas acusarão maior actividade de internamento hospitalar, maior necessidade de médicos e enfermeiros, maiores «gastos com a saúde»(!!!!) e tal facto deve ser considerado um progresso em termos de produto interno bruto , logo de bem estar , segurança, felicidade e qualidade de vida.
Philipe Saint Marc, autor da obra clássica «Socialização da Natureza», foi um dos que denunciou , com mais vigor, em França esta perversão lógica mas alguns anos passaram para que os estatísticos reconhecessem finalmente a evidência.
E a evidência é: o Produto Nacional Bruto não chega para classificar um país de desenvolvido, os indicadores meramente económicos conduzem a resultados grotescos por contraditórios e o famoso crescimento industrial não só não é proporcional ao bem estar e qualidade de vida como até se prova que os compromete.
A OCDE decide em 1973 reconhecer a evidência e considerar outra lista de indicadores.
País desenvolvido já não é o que bate o recorde de hospitalizações mas aquele em que sucede exactamente o contrário.
Outra noção que a pouco e pouco foi sendo alterada e passou de uma elite pensante para os organismos internacionais com poder de pressão ou de decisão, foi a de saúde.
Ter saúde, segundo os indicadores tecnocráticos dos economistas do crescimento industrial, era consumir medicamentos e médicos. Quanto mais médicos e medicamentos, melhor saúde.
Como não é isso o que acontece, antes pelo contrário (quanto mais medicamentos, mais doenças há) algo tem que ser alterado nesta noção «científica» que se chocava com a lógica e o simples bom senso da experiência prática do dia a dia.
E viu-se então que:
1 - A saúde não depende da medicina, dos médicos e dos medicamentos
2 - Médicos, medicina e medicamentos destinam-se, na melhor das hipóteses, a combater a doença (e jamais a conservar a saúde)
3 - A saúde depende de vários factores ambientais conjugados e convergentes, quer do ambiente endógeno (as pessoas e seu comportamento) quer do ambiente exógeno ( ar, água, solos, alimentos, etc.)
4 - A medicina tornou-se , no limiar do século XXI, uma ciência ecológica e social e é sinónimo de medicina preventiva e/ou profilaxia natural
Estas evidências, ainda não conhecidas da minoria médica que em Portugal bloqueia a saúde dos portugueses, levam à seguinte conclusão:
O médico pode e deve entrar como agente de saúde na medida em que combate a doença: mas antes e depois dele, outros agentes ou profissões têm que ver com a saúde dos povos e das pessoas, tais como:
Dietistas
Enfermeiros
Fitoterapeutas
Higienistas
Naturoterapeutas
Nutricionistas
Paramédicos.
Professores de Saúde
Psicoterpeutas
Sanitaristas
Técnicos de Saúde

A saúde de pessoas e povos é um bem demasiado precioso para que esteja na dependência de uma única classe profissional, que ainda por cima em matéria de «manutenção da saúde» é zero.
Acima de tudo, a saúde deve ser um encargo cívico de cada cidadão, uma responsabilidade, um trabalho, um direito e um dever de cada um - direito e dever que é matéria consagrada no artigo 64 da Constituição da República.
A saúde como um dever e direito constitui um conceito novo introduzido na política de saúde aconselhada por organismos como a OMS, pelo menos desde o início da década de 70.
E nada adianta querer tapar o sol, ignorando esse conceito e a sua vigência num futuro cada vez mais próximo.
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MEDICINAS 1991

secções>

27/junho/1991

TÍTULOS PARA SECÇÕES DA REVISTA «NOVAS MEDICINAS»

Alimento da Terra (agricultura biológica)
Calendário holístico - Agenda dos Acontecimentos
Boa Ideia
Montra de Novidades
- mercado da saúde em revista
- como vai o mercado dos produtos naturais
Ronda dos Restaurantes
Trate da sua Apólice
Avisos a Saudações
Grupos em Movimento
Guia de Endereços Úteis
Intercomunicador - Notícias das actividades naturoterapêuticas
Ecoforum
Saúde é Consigo, Segurança é Connosco - conselhos de higiene, segurança e prevenção alimentar
Honra ao Mérito - Homenagem aos pioneiros das ecomedicinas
Selecção mensal
- O mundo das ecoalternativas em revista
- Medicinas suaves em foco
Diálogo Oriente-Ocidente -Ao encontro de duas culturas:
-Fontes originais da ecologia moderna
-A ecologia nas medicinas orientais
-A sabedoria yin-yang na cultura ocidental
-O despertar yin-yang da consciência ecológica
Desabafe Connosco - O leitor aponta coisas que estão mal
Saúde-Magazine
O Mundo da Saúde
Mundo Alternativo - Holística no Mundo
O Mundo das Novidades
Autógrafos ecologistas
O mundo da holística
Movimento editorial - Livros na Mão
- Notícias da Edição
- A Estante do Técnico Holístico
- A nossa Estante
- Os livros de Pronto Socorro
- A Saúde na Nossa Estante
- Actualidade editorial
- Novidades da Edição Portuguesa
- Estante de Ecologia Humana
- Estante do investigador
O Mundo da Ecoedição
O Mundo das Ecoterapêuticas
O Mundo das Ecoactividades
Pequenos Anúncios - Grátis para o Leitor
Conheça a lei que defende a sua saúde
Primeiros socorros
Pronto-socorro
Prontuário
Centro Holístico Responde - Informação ao Consumidor
Conserve-se em forma - Técnicas básicas de manter a saúde
- Conselhos úteis para guardar
- Técnicas alimentares de manter a saúde
Guarde que lhe pode Fazer Falta - Fichas de informação enciclopédica
Correio
Duas palavras ao leitor
Conselhos Médicos
Entrevista de fundo
Inquérito-relâmpago
Ronda dos Restaurantes
Revista de Imprensa
Quadro da Qualidade - Escolhemos para si
Reportagem in loco
Direito à palavra
Documento 90
Em Agenda
Testemunho
Opinião
Dossier
Artes de Curar
Higiene e Segurança no Trabalho
Defesa do Consumidor
Parto psicoprofiláctico
Educação Física
Artes Marciais
Inspecção Alimentar
Alimentação Racional

Títulos para secções de AC:
Ecos e Sublinhados
Econotícias
Bloco-Notas
Unidade, Universo yin yang
Em Campo
Toda a Causa tem um efeito - Todo o Efeito tem uma causa

Títulos para secção de temas do realismo fantástico:
Clube Mágico
Clube do Fantástico
Clube dos Mundos Paralelos
No Mundo dos Mundos Paralelos
No Reino do Incrível
Figuras do Fabuloso
Ficheiro dos mágicos
Teste à sua Memória
Desafio à sua imaginação
Factos insólitos que o leitor nos conta
Arquivos do Impossível
Ajuda bibliográfica
No Mundo vibratório
Cultiva as suas virtualidades ignoradas
O real do fantástico - Iniciação aos segredos da bionergia
Pistas do Maravilhoso
Clube do Fantástico e do Maravilhoso
Nos Limites da Natureza Humana
Caminhos do Maravilhoso
Horizontes da Bionergia

Algumas secções discriminadas:
MOVIMENTO EDITORIAL - Noticiário crítico de livros e revistas que se publicam em Portugal, Brasil e outros países
NO MUNDO DAS ALTERNATIVAS - Noticiário(ilustrado) sobre acontecimentos, actividades, cursos, escolas, colóquios, instituições, clínicas da área holística no Estrangeiro
ROTEIRO DOS RESTAURANTES - Reportagens e entrevistas ilustradas sobre restaurantes vegetarianos em actividade
QUADRO DA QUALIDADE - A ESCOLHA É SUA - Quadro com a classificação dos produtos segundo a sua qualidade biológica, preço, rotulagem e dados de garantia
CONSULTÓRIO ABERTO - Resposta da perspectiva macrobiótica às questões elementares de saúde e alimentação formuladas por leitores e utentes do mercado mecrobiótico.Esta secção deve estar estreitamente ligada à criação de um telefone-com-gravador para atendimento permanente
OS NOSSOS COLABORADORES - Colunistas com artigos de opinião, assinados e com fotografia
PERFIL HOLÍSTICO - Mande-nos a sua fotografia e terá em casa o seu «retrato» - diagnóstico visual elementar feito mediante informações pessoais dadas pelo leitor
GENTE EM FOCO - Entrevistas sobre temas holísticos com personalidades de grande relevo público: não será difícil descobrir, entre vedetas do espectáculo, televisão, desporto, política, cinema, quem tenha simpatias pela macrobiótica e artes operativas orientais
ENTREVISTA - Falar com especialistas em Medicina, Bioquímica, Cancerologia e outras ciências estabelecidas sobre factores ambientais em geral e alimentares em particular que determinam as chamadas doenças degenerativas, doenças da civilização, doenças do ambiente industrial, doenças dos consumos, etc. (despistagem ambiental da doença ou diagnóstico ecológico como lhe chamou Michio num seminário em Portugal).
ALIMENTOS-REI, UM A UM - Fichas informativas completas sobre os mais importantes alimentos, escolhendo aqueles que oferecem maior consenso a todas as correntes dietéticas (indicação da várias marcas ou embalagens comerciais existentes no mercado)
CULINÁRIA MACROBIÓTICA - Receitas práticas de refeições macrobióticas.
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GINKGO BILOBA 1996

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27-6-1996

VIVEM E CRESCEM NUM JARDIM - DOIS DINOSSAUROS EM LISBOA

Texto de Afonso Cautela

Dois dinossauros do reino vegetal vivem e crescem num jardim de Lisboa, felizmente ignorados do Dr. Galopim de Carvalho. Se os descobrisse, já os tinha embalsamado e recolhido no museu da Faculdade de Ciências.
São dois exemplares da espécie Ginkgo Biloba, que se diz ter abrigado do sol escaldante os dinossaurios de há 150 milhões de anos. Lá estão calmos, não identificados, atestando que o ADN da célula vegetal é muito mais resistente à barbárie humana do que os animais propriamente ditos. E de que o gigantismo, no reino vegetal, não constitui ameaça à sobrevivência da espécie. Já todos repararam, com certeza, que uma árvore cresce para o céu, o que lhe dá uma postura idêntica mas superior à do ser humano.
Os dois Ginkgo Biloba mostram às gerações futuras que a informação primordial continua ao nosso alcance, basta ir lá com uma câmara.
Foi o que fez o fotógrafo de «A Capital», sob a condição de não identificarmos o local onde vivem, na paz de Deus, os dois magníficos exemplares.
Segundo reza a lenda, os mais velhos e estranhos Ginkgos Bilobas vivem na China, onde ultrapassam os 40 metros, atingem 10 metros de perímetro e aproximam-se dos 4000 anos.
Mas o caso mais espantoso aconteceu no Japão, em Hiroxima, depois da célebre noite de 6 de Agosto de 1945, em que os seres humanos quiseram mostrar à posteridade até que pontos de barbárie podiam chegar.
Anos mais tarde, do meio dos escombros, emergia o tronco calcinado de uma árvore. O rebento cresceu e hoje é um Ginkgo Biloba adulto, disposto a enfrentar outra bomba atómica.

Dois sexos

Diz a ciência botânica que o Ginkgo não floresce, existindo os pés femininos e os pés masculinos, que os especialistas diferenciam pelo porte da ramagem, tipo de ramificações e aspectos dos rebentos. Pela lógica da vida sexual que regula esta espécie - na fronteira entre o vegetal e o animal - tudo indica que os dois Ginkgo fotografados num jardim de Lisboa constituem um casal apaixonado e inseparável. Um bom observador poderá reconhecer o sexo do animal, esperando pelo Outono, quando as árvores femininas se cobrem de «frutos» semelhantes aos abrunhos.
Frutos entre aspas, pois, como avisam os cientistas, esta árvore não produz um verdadeiro fruto, no sentido botânico do termo mas um óvulo, mais parecido com um ovo de galinha, conjunto composto de envólucros protectores de substâncias de reserva para alimentar o embrião em caso de fecundação da célula reprodutora feminina.
A história genética do Biloba é outro espanto: constitui só por si um género (Biloba), uma família (ginkgoáceas), uma ordem (ginkgoálias) e uma classe (ginkgoras). Esta posição única na hierarquia vegetal não se deve a nenhuma mutação recente mas a uma constância genética perfeitamente invulgar.
Quando o Ginkgo servia de guarda sol aos dinossauros, os recenseadores teriam verificado uma dúzia de espécies, repartidos por todos os continentes do Planeta. Assistiu a todas as épocas geológicas: primária, carbonífero, secundária, terciária. A partir do quaternário, depois de uma enorme razia, ficou confinado ao leste da China, onde é, obviamente, objecto de culto. O sagrado em estado alquimicamente puro já vai sendo raro. Mas com as figuras do Coa e os Ginko de boa saúde, não há que ter receios.

Segredos da Longevidade

Lição qua o homem e todas as espécies em vias de extinção deviam aprender quanto antes, é o que faz a megalongevidade do Ginkgo:a resistência à seca e ao frio (20 graus centígrados negativos), por exemplo, permite-lhe subsistir hoje desde a Dinamarva à América do Norte.
A longa persistência da maturação sexual - entre o vigésimo e o milésimo anos de vida - coloca-a ao abrigo das mutações genéticas e assegura a estabilidade da espécie.
A resistência aos insectos, faz com que alguns povos o tivessem aproveitado como insecticida: quando secas dentro de um livro, as folhas asseguram a sua conservação.
Mas é conhecida também a resistência da Ginkgo aos fungos, aos vírus e a todos os factores patogénicos da sociedade industrial. Por cada árvore que a poluição matou, bem podiam os municípios plantar um Ginkgo.
Os fabricantes de produtos naturais ficaram muito gratos, já que se encontra em plena laboração o fabrico de produtos terapêuticos: o fruto, sedativo e expectorante, é indicado para asma, bronquite crónica e tuberculose.
A noz do fruto teria uma acção tubercolástica.
A folha entra na composição de numerosas receitas que asseguram a longevidade dos monges tibetanos. Diz-se que Mao Tsé Tung ter-se-ia mantido jovem e potente até provecta idade, grças ao Ginkgo... O que lhe permitiu mandar chacinar os tibetanos a tempo e horas. Salazar também parece que provou extracto da planta.
Em emplastros, as folhas previnem o cieiro. E os nós das ramificações - diz-se - favorecem o surto do leite na mulher.
Alheios a tanta vantagem profiláctica, os dois exemplares continuam crescendo em Lisboa, à espera que a Expo98 os descubra para plantar, de estaca, nos estaleiros de Cabo Ruivo.
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D. DOMINGOS 1973

1-4 - 73-06-27-ie-mk-terça-feira, 3 de Dezembro de 2002-scan

CARTA DE AFONSO CAUTELA AO PROF.DELGADO DOMINGOS (*)

Lisboa, 27 de Junho de 1973

Ex.mo Senhor Prof. José Joaquim Delgado Domingos

Se a «crise do ambiente» é fundamentalmente a irredutível oposição, o abismo, a guerra aberta entre quantidade e qualidade, inorgânico e orgânico, material e imaterial, inumano e humano, não creio que seja possível dialogar sobre Ambiente quando se assume um dos termos dessa dicotomia e a ideologia que lhe corresponde, ideologia que não iludo a ninguém e engagement que não oculto.

Triplamente surpreendido, pois, me deixou a sua carta:

1.° - Não sabia que o meu artigo fora publicado no «Diário de Lisboa».
Tratava-se de uma carta que escrevi ao José Saramago, à qual acrescentava um texto de emergência em apoio da atitude que ele, em Notas do Dia, mantivera perante os sofismas dos que vão dirigir mais um inquérito epidemiológico, dos que vão proceder a mais uma experiência in vitro nos crematórios do Barreiro, carta que não fora escrita com a ideia de a ver publicada; fora apenas um dos muitos textos que vou lançando para o cesto (gueto) das minhas solitárias reflexões de indesejável, de ignorante auto-didacta, de marginal, de revoltado (despeitado, dizem os diplomados) maltrapilho e out-sider;

2.° - Os termos em que esse texto estava escrito não convidavam de maneira nenhuma ao diálogo; por demasiado acintosos e provocantes, antes pretendiam acentuar o abismo, a crise, a guerra; admirado fiquei, pois, do «fair play» demonstrado pelas suas palavras e pela sua carta, muito mais cordial do que eu poderia esperar e do que a minha atitude podia permitir;

3.° - É insólito, raro, para não dizer inédito, que um professor catedrático se digne responder a um jornalista, ainda por cima tratando-se de um assunto «vital» para ambos, onde automaticamente se é vitima ou verdugo (sem terceiro termo).

Enfim, mal refeito da tripla surpresa, aqui estou, como manda a boa educação, agradecendo a atenção e respondendo à carta de V. Ex.a.
Havia efectivamente uma referência à memorável Mesa Redonda no Laboratório. Essa - mais redonda do que mesa e menos mesa do que redonda - é que para mim não foi surpresa. Já sabia o que lá iria ouvir e (caso curioso) foi a primeira vez que o ofício me levou a entrar nesse templo da ciência experimental portuguesa... Conheço melhor os crematórios e cobaias e jaulas cá de fora!

Mas creia o sr. Prof. que não pretendi apenas atingir a sua intervenção: todo e qualquer tecnicismo me provoca brotoeja. É uma pura questão alérgica, tal como o horror ao Ruído.
É natural: o meu empirismo (subjectividade) provoca brotoeja aos técncios. Amor com amor se paga.
O meu texto (como tudo o que infatigavelmente escrevo para a gaveta) visava a mentalidade dominante em todas as intervenções, que é não só a tónica de todos os discursos sobre poluentes como a de todos os discursos com que a ciência nos brinda desde que ficou autorizada a ir matando os homens em nome dos seus sagradas princípios.

Sejamos justos: a intervenção de V. Ex.a não me chocou mais do que a do director-geral de Saúde, que a contra-gosto enunciou ali uma tese de Medicina Ecológica (a única revolucionária e a única humanista), anti-sintomatológica, quando três dias antes o ouvira eu, com estes dois que a terra há-de comer, em conferência de Imprensa, proclamar com a mesma imperturbável calma, a campanha de vacinação contra o sarampo, outra forma crónica de reformismo sintomatológico, outra das muitas formas de terror nazi-fascista com que a Medicina oficial coadjuva o crime organizado e sistemático.

Contradições são sempre contradições e tanto me obnubilam umas como outras.
No meu franciscanismo panteísta, místico, pacifista, empirista e subjectivo - melodramático lhe chamam alguns, - no meu horror aos sofismas da ciência organizada em crime sistemático, no meu pavor dos dogmas económicos, políticos, tecnológicos, de que sou vítima diária na minha qualidade de diplomado em qualidade (eles dizem «em ignorância»), só disponho dessa arma, que em mim sofre portanto de hipertrofia crónica: o raciocínio, a inflexível lógica dialéctica, minha única especialidade, minha arte e técnica. Desgraçadamente nenhum raciocínio dos meus coincide com os estabelecidos.

Sessões como essa no Laboratório de Engenharia Civil são, ainda por cima, por obrigação profissional, o meu pão de cada dia, o meu vietname, a minha resistência.
Vivo, pois, em permanente estado de choque, não falando da latrina de Ruídos em que se transformou Portugal Continental.
Traumatizado, torturado por um ambiente que desde a raiz sinto inabitável, insuportável, intolerável, é impossível que possa aceitar sem protestos que façam desse ambiente cómoda matéria de estudos científicos, e a nós cobaias dos seus laboratórios de engenheiros mais ou menos nada civis. Se estamos em guerra, trata-se de engenharia «militar» sempre.
Para mim só existe um enigma: porque é que ainda não me suicidei, alegria que nunca mais dou aos meus numerosos amigos, adeptos e adoradores do Número. Daí os sucedâneos do suicídio que são certas intervenções como essa do «Diário de Lisboa», em que sei estar a enfrentar um exército regular, totalmente só e desguarnecido, totalmente exposto às feras.

Lamento mas não fui eu a declarar a guerra, eu que até sou pacifista de raiz e de estrutura. De Gandhi a Linus Pauling, de Lanza del Vasto a Danilo Dolci, de Bertrand Russell a Barry Commoner e a Pierre Fournier... faço o possível por me escudar do Grande Exército.

Lamento mas não fui eu a declarar a crise, a tornar o abismo intransponível e o diálogo inviável. Limito-me a fazer o que posso para impedir que me matem (especialmente a Medicina que é, entre todas as ciências nobres, a arte e a técnica legais de matar a domicílio ou pelo telefone), embora talvez não possa impedir que a minha filha de 10 meses venha a receber as três vacinas obrigatórias deste País, primeiro estigma que os guardas do concentracionário lhe deixarão no corpo de cobaia e na inocência.

É só isto, sr. Prof., e neste pé (a que os amigos chamam melodramático) não deixo de considerar interessante, embora me pareça inverosímil, qualquer diálogo entre as partes interessadas.
Com os meus cumprimentos,
Lisboa, 27 de Junho de 1973
Afonso Cautela

PS.: Acabo de receber a separata sobre «A Crise do Ambiente», que me anuncia na sua carta e que li atentamente. Parece-me, porém, não vir alterar substancialmente a irredutibilidade de posições a priori existente.
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Uma eventualidade me parece relevante: reconheço que a filiação profissional de alguém não o condena necessariamente a ser membro activo do Sistema e seus abusos, da Abjecção e seus crimes.
Quando vi em teatro «O Dossier Oppenheimer» chorei com o amargo destino sofrido pelo pobre e perseguido sábio...
Sicco Mansholt foi a (re)conversão mais sensacional, quase bíblica, do ano passado, e a outras, e cada vez mais, iremos assistir nesta década apocalíptica.
Acredito piamente que não é fatalidade nascer-se físico, químico, médico ou jornalista, assim como se nasce zarolho ou talidomídico. Haverá sempre viabilidade, por um enorme esforço de reciclagem, de escapar aos crimes obrigatórios da profissão por uma boa e periódica lavagem de consciência.
Mas um tal esforço de resistência e revolta, de inconformismo e contestação, eu pergunto quantos irão manter-se firmes e levar esse esforço até limites de algum alcance prático. Enquanto a sociedade de consumo nos bandarilhar com as suas tentações de berliques e berloques, quem está disposto a perder o emprego, a seguir o desafio que o mensário Le Sauvage (Le Nouvel Observateur-Ecologie) na capa do seu número três provocadoramente lançava: «travailleurs de tous les pays, reposez-vous»?

Para mim a profissão de jornalista é uma sífilis tão vergonhosa como a profissão de sábio atomista, de químico, de médico ou de guarda de concentracionário.
Aproveito todas as ocasiões para o dizer e, pondo em cheque o emprego, pôr à prova a capacidade de tolerância e poder de encaixe da empresa a que me vendo.
Mas não vou por isso considerar-me herói, isento e de consciência limpa (para um ecomaníaco todos os problemas são morais). Ser jornalista é uma das formas mais sujas de cooperar com a Porcaria, daí talvez a necessidade de umas purgas cíclicas. Nessa qualidade, concorri descaradamente ao prémio da Gáslimpo com dezenas de artigos e nem falo das mirabolâncias necessárias para conseguir infiltrar a problemática ambiente nesta Imprensa lisboeta, sofrendo de virose desportiva crónica, reaccionária até à raiz e até nos espaços em branco.
Concorri porque precisava dos 10 mil escudos (hélas!), em grande parte para financiar as fotocópias daqueles artigos que a Imprensa recusa, que a Censura corta e em que tento avisar as pessoas do que as mata, de quem as mata.
Mas o distinto júri de ilustres diplomados em Meio Ambiente, entendeu dar os 10 mil escudos a licenciados (que beberam com eles mais uns uísques) e humilhar-me, castigar-me, insultar-me com três menções honrosas, como se uma não bastasse!

Extrairei todo o simbolismo e consequências deste «affaire» pessoal, politizarei a canelada e farei da vingança a Vingança. E macacos me mordam (antes macacos do que júris) se não farei deste « «affaire» meu justificativo de radical até à raiz!

Dificílimo, Sr Prof., será pois desarreigar-me desta subjectividade toda, deste ódio a quem mata ou autoriza e que é, em mim, o correctivo do imenso amor por toda a criatura viva do universo conhecido, incluindo os golfinhos e os extra-terrestres, única hipótese em que acredito para detonar a mutação de última hora, o milagre in extremis que pode ainda salvar o resto que resta disto: Utopia ou Morte?
Só os irmãos extraterrestres, que me consta não saberem nada de finanças, nos ajudarão a escapar ao segundo termo da alternativa.
Não creio haver nenhum homem de Bem, nenhum especialista portanto, mesmo um Sicco Mansholt da Física, da Química ou da Medicina capaz de ir tão longe (ali à galáxia da esquina) no abandono dos mitos em que o Establishment o enredou.
Pungwash e Menton - estou atento à Reacção dos Sábios e não descobri nenhum, nem Russell, nem René Dubos, nem Commoner, nem Ehrlich, nem, nem, nem, que tivesse tido o arrojo de questionar desde a raiz os fundamentos da porcaria. Daí que seriamente duvide da viabilidade de um diálogo, embora esteja sempre mais aberto do que uma porta aberta a todos os impossíveis e inverosímeis, incluindo esse.

Ou este: formar já hoje (ontem, se possível) uma equipa que ponha em marcha um JORNAL DO BIOCÍDIO - já tinha título, Terra Queimada - para informar as pessoas se afinal o que as mata é o vinho a martelo, se a radioactividade, se tudo isso e o resto. Se tudo.
Seu
AC

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(*) Este texto de AC foi publicado no livro «Ecologia e Medicina», edição «Gazeta do Sul» (Montijo), 1977, por favor e gentileza do meu inesquecível e querido amigo Dr. Rocha Barbosa, a quem fiquei devendo mil atenções.
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BIOENERGIA 1995

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27/6/1995

Luís: Mesmo que fique sem resposta, sem «feed-back», tenciono não me limitar a esta carta que hoje te dirijo, na sequência de outras que tenho escrito a pessoas responsáveis do nosso meio bioenergético. E que tenho escrito, não para impor a minha verdade, ou dizer que a minha é mais bonita do que as outras, mas apenas para propor o diálogo holístico (!!!) entre escolas, posições, atitudes, terapeutas, que venho há três décadas preconizando, sem qualquer êxito, como se comprova pelos acontecimentos circundantes.
Foste tu o escolhido, desta vez, e apenas porque uma nossa comum amiga, a Paula, me falou de ti com grande ternura e no sentido de entreajuda que me agrada sempre entre as pessoas. Egoismos e egotismos, chega!
Disse-lhe logo que me parece difícil, porque «o Luís é aquele homem que sabe sempre tudo e melhor do que ninguém» e não tem nada a ouvir dos outros e de ninguém. Mas que ia tentar. Estou tentando. Tentando dialogar, contigo, sobre bionergias e não sobre fofocas.
Há sempre um momento nesta nossa vida incarnada em que precisamos de um guindaste mais forte para nos tirar do buraco. Desse guindaste precisei eu, em Março de 1992, para me tirar de um dos maiores buracos onde me meti. Buraco que, como é óbvio, tem a ver com sal e com o yang, os maiores buracos onde os macrobióticos se têm metido.
De um buraco anterior, foi a Macrobiótica, sem dúvida, que me tirou. Mas deste mais recente, em 1992, a Macrobiótica já não foi suficientemente forte, porque o buraco era maior e mais fundo. Andei um ano e tal «entretido» com o tratamento do terapeuta Manuel Fernandes - por sinal acupunctor antes de pegar no pêndulo: Melhorava, piorava, enfim, patinava.
Comecei a frequentar os seminários de «Radiestesia & ADN», no luxuoso Hotel da Lapa... E quando tive, nesses seminários, o primeiro com a Patrice Kerviel, percebi que estava na presença de uma poderosa energia, do tal guindaste forte que me tirasse do grande buraco.
Como, felizmente, providencialmente, nessa altura a Patrice ainda dava consultas sempre que vinha, de 3 em 3 meses, a Portugal, esteve 15 minutos comigo, 10 dos quais foram ocupados a falar de uma comum paixão a ambos: a filosofia e os filósofos. Cinco minutos de tratamento - transfert de energias com o Pêndulo - foram suficientes para se operar, em mim, nos meus intestinos, a maior revolução que neles se poderia operar em toda a minha evolução filogenética... Não foi só a dor que se tornara crónica e persistente há mais de 2 anos, que desapareceu. Foi a própria forma do intestino que mudou, que adquiriu a sua normalidade. E como o labirinto do intestino é o labirinto do cérebro - o labirinto da existência, afinal - o trabalho que, com a ajuda da Patrice, iniciei há ano e meio, foi «labiríntico».
Em homenagem e gratidão por esses cinco minutos de eternidade que a Patrice me deu - disse com os meus botões - vou dedicar-me de alma, corpo e espírito ao método de Etienne Guillé que utiliza o pêndulo como ponto de partida e, como ponto de chegada, a Eternidade e o Infinito.
É nesse «missão» que estou. E quando escrevo aos amigos é para dar a notícia de Etienne, do Pêndulo, da Radiestesia, dos campos de morfogénese cósmica, da magia egípcia, da alquimia da vida, do livro egípcio da iluminação (chamado livro dos mortos), etc. É o que estou fazendo agora, nesta carta, espero que não te zangues. Faço-o, desafiando com a minha a tua natural arrogância, mas por estrito dever de consciência.
Sabes que a mensagem da esfinge manda amar (pelo menos) 6 vezes? Se estiveres em algum buraco em que a Macrobiótica não seja guindaste suficiente - às vezes transformamo-la num maço que nos afunda ainda mais - e como a Patrice Kerviel já não dá consultas em Portugal (cansou-se, julgo eu, de ver os disparates que os terapeutas portugueses faziam), sugiro, com as posses que tens, que te metas num avião e vás a Paris, não para veres o Yves Requena (!!!!!!!!) mas para consultar a Patrice.
Não precisas de ir à instância suprema, o Etienne, a melhor energia que conheço, logo a seguir vem a Patrice e depois o Michio. A Patrice é hoje uma energia tão poderosa como seu pai, Etienne. Capaz de nos ajudar, mesmo à distância. Teleacção que é outra das vertiginosas características deste método vertiginoso, sem promiscuidade energética nem manipulação nem parasitismo nem vampirismo de qualquer espécie. O que se passa hoje, em matéria de medicina bionergética, é altamente assustador, por abjecto. E o que se passa a nível de vendas de certos produtos ditos naturais, ainda é mais assustador.
Mas nada - nada! - é irreversível, se o método a seguir for descendente e não, como todos os outros até agora, ascendente.
Se conseguirmos o minuto de humildade suficiente para sintonizar a ressonância cósmica do «Acaso». (Não) foi por acaso que a Paula me falou de ti, nem que eu estou a falar-te. É o momento de pegares no avião e ir a Paris. Sugiro que, no dia 2 de Julho, domingo, no Hotel Plaza, vás ouvir o Jean Noel Kerviel, marido de Patrice e que é, desta vez, quem vem dar o habitual seminário semestral.
Já papei 22 seminários... e estou fresco que nem uma alface. Não te estou a puxar para nenhuma seita. Estou a dar-te notícia do mais espantoso método de libertação surgido no Planeta, depois da Macrobiótica.
Anda rápido, porque não há tempo a perder. E porque eu preciso de gente capaz para me ajudar nesta de ir dar a boa nova às novas gerações. Michio e Etienne são os profetas dessa boa nova. O Fio de Ariadne está reencontrado. As 12 ciências sagradas - a começar na Alquimia - estão de novo ao alcance das nossa mãos. E a época do Aquário começou efectivamente a vibrar, em 26 de Agosto de 1983, em fi 31, e não há que perder esta chance única em 41 mil anos de Queda no Abismo!...
Afonso
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