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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-08-22

CÓLERA 1990

1-1 - 90-08-27-ecc> = 3968 bytes 3292 caracteres - agosto27> adiario> ecos da capoeira

VIBRIÕES E TERCEIROMUNDISMO

Lisboa, 27/Agosto/1990 - Quase ousava uma tese relativamente à vaga de «poluição orgânica» e terceiro-mundista que, logo após o 25 de Abril, inundou o País, como se a poluição industrial não existisse ou fosse de somenos!
Era preciso mostrar à saciedade e à sociedade, quer civil, quer militar, que Portugal emergia do fascismo em estado de subdesenvolvimento crónico e de ansiedade febril e colérica por uma industrialização frenética. Era preciso que o projecto de Sines, congeminado por Marcelo Caetano, tivesse a sua conclusão em pleno Estado democrático. E nada melhor do que um ambiente terceiro mundista de poluições orgânicas e de vibriões coléricos, para o povo aspirar à realização de grandes complexos industriais, que livrassem definitivamente o País das águas inquinadas.
Tudo apareceu, portanto, ao mesmo tempo e quase por encanto ou acaso: os focos epidémicos do «cólera» grassaram em diversos pontos do País, os rios «apareceram» contaminados e, claro, os colibacilos deram outra vez baile nas praias da Linha do Estoril, assunto que vem sempre à primeira página dos jornais quando os jornais não têm assunto de primeira página que faça vender papel.
Nos meses que se seguiram ao 25 de Abril, a atmosfera de suspeição era dominante e havia um imponderável e irresistível pendor para «suspeitar» de que tudo quanto acontecia era «provocado», por agentes ao serviço da Direita, ou por agentes ao serviço da Esquerda. Mas a verdade é que muitas coisas, ainda hoje por esclarecer, não perderam esse halo de coisas suspeitas.
A vaga de «poluição orgânica» é uma delas: bem vistas as coisas, havia uma certa vantagem «política» e económica em enfatizar esse tipo de poluição, que reunia alguns factores psicopolíticos importantes: comunicava um certo ar deprimente ao ambiente «revolucionário» que então se vivia; era, em qualquer caso, mais um factor desestabilizante, numa época em que era necessário, acima de tudo, instabilizar (e disso se falava à boca cheia); reforçava a tese de que Portugal estava irremediavelmente subdesenvolvido e era preciso, portanto, industrializar; preparava-se mentalmente os novos governantes para distribuir verbas colossais aos sistemas de esgotos e saneamento básico (cujas empresas internacionais andavam num corropio através dos ministérios, procurando fazer valer o produto que tinham para vender); o nosso complexo de inferioridade, miséria e subdesenvolvimento era agravado com epidemias tipicamente características do Terceiro Mundo; lançava-se na mentalidade dos novos e futuros governantes a premente necessidade de industrializar; etc..
A verdade é que estas campanhas de poluição terceiro mundista foram contemporâneas de campanhas em favor da indústria nuclear, promovidas por governantes, a todo o vapor e quanto antes, «porque o país precisava de se desenvolver e só tinha, para isso, o caminho redentor da indústria nuclear». Sem nunca dizer que não à indústria nuclear, o PCP distribuía os seus favores e fervores pelo projecto megalómano de Alqueva, de que continuou, com o PS, a fazer cavalo de batalha, através de todos os governos subsequentes, como se fosse a sua santa cruzada contra os infiéis. Não têm conto as vezes que fui insultado pelos adoradores da Nossa Senhora de Alqueva.
***

HOLÍSTICA 1990

1-2 90-08-27-ah-merge -merge de dois files (iguais) com a mesma data e rubrica - o merge mais complicado que jamais realizei: tinha n files com o mesmo nome holist1- mein kampf 90 - o chico dos projectos - anuário holístico?

27-8-1990

ANUÁRIO HOLÍSTICO 
AO ENCONTRO DAS DUAS MEDICINAS

+ 6 PONTOS

27/8/1990 - Projecto editorial para divulgação, com passos seguros, das novas e antigas terapêuticas ecológicas

Ainda não foi realizado em Portugal o «Anuário Holístico», mas o projecto continua a parecer-me realista e comercialmente muito viável.
Tal como já foi tentado, por exemplo, no Brasil, um anuário dedicado ao «encontro das duas medicinas»poderia ser um guia indispensável a produtores e consumidores das mesmas medicinas.
A utilidade desta «Anuário Holístico» seria semelhante à que têm as «listas amarelas» para o público em geral. Poderia mesmo ser concebido, na base, como as «listas amarelas» na área das ecoterapêuticas alternativas.
O próprio modelo gráfico, à parte o tamanho, poderia ser semelhante. A informação sobre laboratórios, produtos, suplementos alimentares, clínicas, terapeutas, etc., seria, em princípio, incluído gratuitamente, em módulos standart, todos do mesmo tamanho.
Caso houvesse ume firma ou produto que quisesse uma inclusão de maior relevo, então pagaria esse espaço como publicidade.
Um «Anuário Holístico», que, de início, não precisa de ser exaustivo, pois vai-se completando, ano após ano, tem, entre outras, a vantagem de permanecer (ao longo do ano) na secretária dos que o utilizam, como fonte permanente de consulta.
Pode, neste aspecto, encontrar-se um paralelo no «Simpósio Terapêutico de consulta obrigatória em todos os consultórios e farmácias.
Além da parte de «Roteiro Holístico», com as fichas antes citadas sobre firmas e produtos «holísticos», o «Anuário Holístico» incluirá, necessariamente, artigos de informação e doutrina.
Os de informação podem ordenar-se por ordem alfabética, numa espécie de «Dicionário Holístico» que todos os anos se completa e complementa» de novas fichas, de A a Z.
Os artigos de doutrina são assinados por autores e podem abordar os assuntos mais variados na área holística da Medicina.
II
Para obviar ao grande problema da distribuição, poderia congeminar-se um esquema que me parece hábil e viável.
Mediante uma circular enviada a todos os laboratórios e firmas de - grandes, médios e pequenos - seria estabelecido um acordo, estilo «gentleman´s agreement»,
com a editora do «Anuário Holístico» em que, uma vez saído , cada firma se comprometia a adquirir, ao preço de capa, x exemplares. Era esta a forma de as firmas comerciais compensarem a editora do «Anuário Holístico» da informação inserida no mesmo «Anuário».
A outra forma, facultativa, seria, como já se disse, a publicidade paga.
III
A palavra holística tem, no contexto deste projecto, uma força especial e um especial significado, uma importância-chave, ainda que já tenha sido bastante desvirtuada, ou exactamente por isso. Trata-se então de lhe restituir a autenticidade que perdeu pelo abuso indiscriminado que dela se tem feito, a torto e a direito. Trata-se de divulgar, de forma correcta e com um discurso qualificado, a ideia que lhe subjaz, a ideia de «grande área unificada» não só no campo terapêutico, o que é já bastante, mas no campo mais lato da humanização das ciências humanas, entre as quais, como pedra angular, se encontra a Medicina... hoje tão desumanizada.
IV
Outro ponto a ponderar, desde já: além de um redactor fixo - A.C. - penso que mais duas pessoas , como colaboradores eventuais, resolveriam o problema da estrutura humana deste pequeno grupo editorial que teria no «Anuário Holístico» o seu pivô central, mas que se desdobraria, ao longo do ano. em pequenas outras edições, sempre que houvesse material e disponibilidades da equipa para isso.
Os outros dois elementos humanos que me parecem indispensáveis, além do redactor, é um para as relações comerciais e publicidade, e outro para expediente de secretaria ( cartas, dactilografias, traduções, etc.).
V
Como se poderá deduzir do que fica dito, o «Anuário Holístico» seria um veículo de publicidade às edições, mais leves, que se fossem realizando ao longo do ano.
Isto não impede que se publique, regularmente ( semanal? quinzenal? mensal?) um boletim de aspecto gráfico mais modesto e mais prático, apenas para veicular as notícias de última hora que interessa fazer chegar aos adeptos do Clube Holístico .
Este boletim poderia chamar-se «Actualidade Holística» ou «Notícias da Actualidade Holítica», podendo inclusive ser confeccionado em fotocopiadora ou stencil.
Tudo isto, porque - é o momento de o dizer - a estrutura a conceber, no âmbito deste grupo editorial, poderia assumir o aspecto de um «Clube Holístico do Livro» ou « Clube do Livro Holístico» , rede de endereços e contactos que seria mantida com os fiéis adeptos e simpatizantes que fossem surgindo na área holística: cada utente do Clube ( e não digo sócio) teria, entre outras, a vantagem de poder, por exemplo, usufruir de um serviço telefónico de emergência que pudesse vir a ser criado, com informações terapêuticas e alimentares( ou outras) de urgência a quem delas necessitasse. Ou descontos em produtos e medicamentos naturais, o que é também uma coisa que as pessoas gostam muito de ter...
Muito importante é o seguinte pormenor: todos estes títulos deverão ser registados o mais brevemente possível no Registo da Propriedade intelectual, por dois motivos principais: prevenir os «roubos» muito frequentes em Portugal, neste campo das ideias, e, impedindo a sua utilização por outros, impedir também que continuem a proliferar os desvirtuamentos da palavra «holística», a que já fizemos anteriormente referência.
VI
Temos assim, e para já, várias peças de um «puzzle» que se irá reconstruindo, à medida que o projecto se for concretizando e desenvolvendo:
- Livro « Anuário Holístico», peça-pivô do projecto;
- Desdobramentos editoriais durante o ano, que podem ir desde pequenos livros a cadernos e «breviários« úteis sobre matérias de utilidade prática para os «consumidores de saúde(«Breviários holísticos de saúde», Cadernos Holísticos», « Vade Mecum» holístico...);
- Boletins noticiosos sobre «Actualidade Holística» ( que podem, inclusive, funcionar como boletins de imprensa, veiculando informações da área holística para que sejam divulgadas em órgãos de Comunicação Social e agências noticiosas;
- Serviço Holístico de Apoio (pelo telefone, com informações alimentares e outras, úteis aos adeptos do Clube.
É claro que um projecto desta natureza ganha os contornos de um verdadeiro «movimento holístico», movimento que nunca teve entre nós a expressão organizativa correspondente à simpatia que grangeou junto da opinião pública: existe virtualmente uma massa de pessoas interessadas a quem nunca foi dada a correspondente expressão em termos de comunicação social.
A este respeito, poderá ser lido um projecto pormenorizado que em tempos elaborei e que se destinava a definir as bases indispensáveis a um projecto de expansão informativa na «área holística», nome este que será também de registar, dado que serve idealmente para designar genericamente todo este conjunto de iniciativas e actividades que venho enunciando.
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HOLÍSTICA 1981

manifest - Inéditos AC - mein kampf 88 - 1988 - sebenta nova naturologia

28-8-1981

SAÚDE SEM MEDICINA (JOGAR À DEFESA)
 SUBSÍDIOS PARA UM MANIFESTO HOLÍSTICO

Holística é a ciência da saúde, Medicina é a ciência da doença.
Aos médicos, pois, a medicina. E a Holística a todos os cidadãos-consumidores, nomeadamente os que se especializaram: os técnicos holísticos de saúde.

+ 4 PONTOS

28/1/1988 - Uma política preventiva de saúde, nas suas duas vertentes, a da higiene pública e a das bioterapêuticas, permitirá economizar ao Estado (a todos nós) milhões de contos por ano: ter isto sempre presente como um punhal cravado no escândalo do desperdício que são os gastos públicos com medicamentos, é o dever fundamental de qualquer pessoa minimamente consciente das suas responsabilidades como cidadão de um país pobre.
1
No momento crítico que as ecoterapêuticas atravessam face aos poderes públicos, com perseguições a rusgas policiais, rafeiros e mastins da Imprensa assolados às canelas, é urgente manter a serenidade (própria de quem está dentro da razão)e não oscilar nos pontos fulcrais de uma estratégia defensiva inteligente,face à ignóbil e suja guerra que a medicina move contra os seus doentes, vítimas e refens.
A única maneira de a Ordem dos Médicos ficar sem o seu alvo de ataque predilecto - usurpação de título é a única acusação até agora com algum fundamento, entre as que ela regularmente lança aos naturoterapeutas - é estes elegerem como tónica dominante da sua acção não a medicina, mas exactamente as terapêuticas, as técnicas terapêuticas - ou, ainda melhor, holísticas, às quais todas as pessoas, pelo facto de o serem, têm o direito de acesso reconhecido na Constitução da República.
O facto de as terapêuticas naturais ou/ e técnicas holísticas (profilaxia da saúde) estarem vocacionadas para defender e conservar a saúde e não para combater a doença, mostra qual deve ser a palavra de ordem de uma estratégia defensiva, dos que advogam uma política de saúde contra a malfadada política da doença.
Saúde, prevenção da saúde, higiene individual e profilaxia, profissões e profissionais de saúde, estudantes e professores de saúde, técnicos de saúde, consumidores de saúde - pode constituir assim a nomenclatura básica, os «cavalos de batalha» da nossa defesa, deixando a medicina aos médicos e a doença aos profissionais da doença.
Desde que a Medicina não interfira na nossa área - defesa da saúde, um direito fundamental do homem, a que a Constituição da República Portuguesa curiosamente chama também «dever» - não seremos nós, defensores da saúde pelos meios naturais, a preocupar-nos com a Medicina e a sua ordem.
2
Ideias de fundo a que deve obedecer a estratégia defensiva da naturoterapia:
-defender a saúde muito mais do que combater a doença
-despistar e debelar causas em vez de abafar e reprimir sintomas (efeitos)
-praticar a higiene alimentar de acordo com a mais antiga experiência dietética
-ignorar e medicina e a Ordem dos Médicos como elementar medida de saúde e profilaxia mental
-focar todo o discurso defensivo na palavra «saúde», na «conservação da saúde»,na «higiene alimentar», na «higiene pública», na «saúde pública», nas «técnicas terapêuticas», nas «práticas holísticas», etc
-procurar enquadramento nas normas de índole progressista emanadas da OMS e condensadas no slogan «Saúde para todos no Ano 2000»
-alinhar pelos ensinamentos da ecologia alimentar, recusando alimentos refinados, industrializados, conservados, liofilizados, alterados, adicionados de químicas, desequilibrados, desvitalizados, etc.
-alinhar criticamente em todas as análises feitas pela ecologia humana à patológica, doentia e mortífera sociedade industrial, principal fonte contemporânea de doenças: raras são hoje as doenças que não sejam doenças do ambiente, da poluição, dos consumos, da civilização, do estilo de vida, do trabalho, do stress, etc.
-confiar na vitória final das técnicas holísticas e profilácticas, deixando a medicina reduzida aos seus redutos traumáticos, à cirurgia de urgência e pouco mais
-usar, sempre que possível, serenidade que não exclui energia, na análise dos sofismas e contradições com que a medicina química continua amarrando e colonizando as pessoas
-apelar a todos os profissionais de saúde para uma vigilante autocrítica e a uma constante cura de humildade
-elaborar, quanto antes, um código deontológico para a profissão de técnico holístico de saúde ou professor de saúde
-não confiar demasiado nem exclusivamente na «solução total» que o Estado possa vir a dar à chamada «oficialização» das medicinas livres
3
Se os doentes precisam de ver reconhecido o direito à medicina que cura e que escolheram como um direito fundamental do cidadão, a questão respeita unicamente ao consumidor de medicinas e a mais ninguém: é o momento de encorajar os consumidores de saúde a dinamizar o seu próprio movimento de autodefesa, frente a naturopatas e outros alopatas
-Tem havido, até agora, na polémica em torno das «medicinas leves», uma atitude bastante umbilicalista da classe dos naturoterapeutas: só muito raramente tem sido invocada a sua «base social de apoio», ou seja, o grande movimento de ideias e de opinião que são os adeptos e consumidores das ecoalternativas ecológicas e holísticas (alternativas médicas?) e das tecnologias terapêuticas apropriadas
-Entre a medicina que trata e a medicina que cura (ou previne), o consumidor de ambas deve constituir-se em Interlocutor Principal de toda esta guerra, com a qual, às vezes, até nem te nada a ver ou da qual se limita a ser passiva vítima
-Se quem trabalha deve fazer-se pagar pelo preço justo e compensador, é tempo também de não ir longe demais nesta matéria: se se quer deontologia e moralização dos costumes naturopáticos, não nos podemos ficar apenas pelo campo das competências técnicas mas também exigir nível moral aos praticantes
4
CADA MACACO NO SEU GALHO

A Naturopatia aos naturopatas
A Naturoterapia aos naturoterapeutas
A informação aos jornalistas
A medicina aos médicos
Se o campo da naturopatia ou naturoterapia está invadido de charlatães e aldrabões, também a informação alusiva às alternativas terapêuticas deixa muito a desejar, não sendo elaborada nem produzida pelos que tinham obrigação de a produzir com melhor qualidade, os profissionais da informação.
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