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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-08-17

CRONOBIOLOGIA 1997

1-1 - 97-08-20-yy-fa> = yin-yang = files alimentares - 1920 bytes - tdcb-1> tabelas de cronobiologia yy

AUXILIARES DE DIAGNÓSTICO - CORRESPONDÊNCIAS YIN-YANG SEGUNDO OS 5 ELEMENTOS

[20-8-1997]

Primavera -> Cor Verde -> Fígado
Verão -> Vermelho -> Coração
5ª estação -> Amarelo -> Baço
Outono -> Branco -> Pulmão
Inverno -> Negro -> Rins

Energia Fígado combate Vento
Energia Coração combate Calor
Energia Baço combate Humidade
Energia Pulmão combate Secura
Energia Rins combate Frio

Calor =
Erupções cutâneas
Inflamações
Reumatismos

Frio =
Estases sanguíneos (varizes, hemorróides, frieiras)
Dores artrósicas
Insuficiência circulatória

Humidade=
Edema
Estagnação
Secura

Secura =
Insuficiência de líquidos orgânicos
Rugas
***

METÁFORA 1990

1-1 90-08-20-di-fi> = diário de um idiota – ficções inventadas - 1401 caracteres - metafora> ficções>

AINDA A METÁFORA ORGÂNICA

- Aparelhos de bronzeamento nas «bodies clinic's» produzem imuno-depressão: investigador alemão afirma que sim.
- Nitrato de amila, medicamento usado como vasodilatador pelos médicos, mas também utilizado nos saunas masculinos como afrodisíaco em forma de vaporizador, produz igualmente imuno-depressão.
*
Pegar nos nossos consumos quotidianos - café, carne, papel, bebidas, etc. - e seguindo-lhes o rastro até à produção, saber em que medida os nossos gozados consumos nos custam a vida em tragédias ecológicas as mais diversas, é uma rota típica do realismo ecologista, uma pista da ecologia humana e da investigação holística.
«Pelos consumos morre o homem...»
Isto dá também para uma narrativa de ficção. Aliás toda a Ecologia Humana dá bom tema de ficção... científica (Ver diário, 20/agosto/1990, a «metáfora orgânica»).
Até que ponto somos responsáveis - através dos consumos – dos crimes contra a Natureza?
(Salvo erro e até hoje, 20 de Agosto de 1990, não vi esta pergunta formulada, nem sequer como anedota. No entanto, segundo julgo, é uma das questões cruciais que definem este tempo e mundo).
*
A metáfora orgânica pode encontrar-se referida no «Diário Genérico» de 11/Outubro/1981 (a propósito de um artigo aparecido no «Le Nouvel Observateur» e de 28/Novembro/1989(«a civilização do cancro» como metáfora).
***

FUTURO 2000

arquivo3> academia hipócrates

CARTA A ALBERTO FRANCO E DOMINGOS JANEIRO - PROPOSTA DE TRABALHO: HISTÓRIA DO FUTURO

20/8/2000 - Será que a memória do passado irá sobreviver à era do virtual (internet & arredores), ao apagamento total da era virtual?
Esta é a pergunta que, aos 67 anos, me faço e me inquieta, não tanto por mim mas pelas gerações que ainda vierem ao Planeta, à espera que ainda haja Planeta e quiserem saber em que ponto se encontram da viagem.
A tecnologia, nomeadamente a electrónica, prepara-se com todos os seus ardis e seduções consumistas, para em nome da grande, completa e vasta informação, lançar o mundo e a humanidade no vazio ou obscurantismo total. É a implosão, a destruição por dentro do sistema que se tem caracterizado pela destruição dos ecossistemas.
A unideologia (mais um dos meus neologismos que o novo word se encarrega de sublinhar e vermelho...) preside a essa faina de autodestruição, a que alguns muito justamente chamaram canibalismo moderno ou autofagismo intrínseco à ideia de modernidade e/ ou de progresso.
Como tirania totalitária, a unideologia é o crime perfeito. A famosa e famigerada globalização... do nada, da miséria, da catástrofe, da manipulação das almas com o nome de informação.
A pergunta que faço, aos meus amigos Domingos Janeiro e Alberto Franco, ambos com preparação de juristas, é esta: o que poderá fazer-se (o que poderemos fazer) para resistir à tirania e à ideologia do efémero que domina e corrói a sociedade de consumo?
O que poderá ser salvo e como? Que mecanismo (jurídico? legal?) poderemos criar para que o salto no vazio das presentes e novas gerações não seja a queda no abismo?
Que tipo de organização não governamental (fundação, associação, clube, pequena empresa) poderá garantir um pouco mais de continuidade e coordenação aos arquivos do passado que existem dispersos, que por enquanto ainda existem dispersos mas cada vez mais irão desaparecendo com a vaga crescente da internet e outros virtuais?
A resposta que hoje se dá para acção de coordenação é igualmente inquietante: a internet, o que equivale a meter o cordeiro na boca do lobo.
Um site na Internet sem um suporte não virtual (ficando igualmente sujeito à lei da efemeridade, do vazio e do nada) pode ser o maior logro em que o sistema nos faça cair a todos.
Gostava de saber a vossa opinião sobre tudo isto que, provavelmente, não passa de mais um dos meus pesadelos sem qualquer conteúdo no mundo real dos factos e dos acontecimentos.
Em troca desta minha proposta de trabalho, prometo que vou ser um menino aplicado e vou colaborar entusiasticamente na ressurreição d'A Planície, com aquilo que puder e estiver ao alcance dos meus papéis.
Mas em troca, queria a vossa promessa de que, além do movimento «nuclearista» que «A Planície» incarnou, também irão pensar e colaborar neste projecto de ressurreição histórica dos outros movimentos alternativos pelos quais tenho andado a vaguear em perceber muito bem porquê e para quê.
Movimento conservacionista/proteccionista
Movimento ecologista
Eco-defesa do consumidor
Movimento holístico
Movimento das eco-tecnologias de vida
Até sugiro um título para o projecto: História do Futuro. De facto, os movimentos alternativos como tentei vê-los são apenas a tentativa de fazer ressurgir a linha eterna que conduz a vida, através do passado, do presente e do futuro.
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ALGA ASSASSINA 1988

paz-2> eco-ecos – os dossiês do silêncio – o sistema contra os ecossistemas – as eco-guerras

AMEAÇAS DE PAZ (*)

[(*) Este texto de Afonso Cautela, com este ou outro título, terá sido provavelmente publicado no jornal «A Capital» (Crónica do Planeta Terra), 20/8/1988 ]

20/8/1988 - Sobre o pano de fundo da guerra perpétua - o sistema que vive de ir matando os ecossistemas - bordam as superpotência o ponto de cruz das guerras parciais e particulares. Quando os canhões assinam tréguas, é sinal de que a (outra) grande guerra vai intensificar-se ou já dispensa as pequenas. Quando se move guerra total contra o Planeta, as guerras locais e regionais tornam-se obsoletas.
São matéria de primeira página quando fazem a guerra e voltam a ser manchete quando, anos e anos após, fazem a paz.
São as superpotências.
Sinos badalam de contentamento com as tréguas no Golfo - ou algures em qualquer outro golfo - mas a Comunicação Social nunca deixou, dia após dia, de dar cobertura e aproveitar as guerras e a guerrilha como matéria-prima de notícia. Outra, aliás, não é a sua obrigação.
Para a Euro-visão, que envia imagens ao Telejornal, esta polarização da informação em pontos muito precisos do Globo, tem evidentes vantagens de economia: poupa cuspo e correspondentes. Aliás, ponto do Globo onde não haja enviados especiais da France Press, da Reuter ou da TSF-Rádio Jornal, não "existem" como notícia, logo não existem como realidade.
Guerra é guerra e, pelo menos, dá notícia: quando não há mais nada a alimentar o fluxo contínuo inevitável de telexs que uma agência noticiosa tem que debitar, haja o que houver (dada a voracidade da clientela expectante), ou não haja o que não houver.
Um perigo evidente , no aspecto da inflação noticiosa a que a informação internacional está submetida, têm as pazes que agora começam a ser anunciadas um pouco por todo o lado e por tudo quanto é sítio (anteriormente) em guerra.
A paz vai deixar "brancos" no fluxo do telex, que só podem ser preenchidos com notícias da "outra guerra", na sombra até agora e até agora silenciada, enquanto a dos canhões e mísseis foi gritada , por todos os canais.
A guerra "contra a Humanidade" movida por potências e superpotências termo-nucleares, guerra que alguns designam, um tanto inexactamente, por guerra ecológica, irá finalmente ocupar o espaço das primeiras páginas que lhe tem sido sonegado?
Embora inexacta, e, expressão "guerra ecológica" corresponde a uma realidade bem definida e exacta, mesmo indiscutível. Faz-se de um continuum factual, cuja espectacularidade de vez em quando vem ao de cima, ora no campo dos recursos naturais pilhados e degradados, ora nos desequilíbrios climáticos cada vez mais catastróficos, ora na escalada da morte radioactiva, ora no requiem das florestas pelas chuvas ácidas e pelo "deboisement", ora nos massacres operados pelas chamadas doenças da civilização, etc., etc.
É esta guerra que, no aspecto informativo, raramente aparece como verdadeira guerra total que é.
As notícias surgem avulsas, sem coerência entre si, como acidentes acidentais, quando, na verdade, todas elas correspondem ao modo de funcionamento de um sistema que "vive" de ir matando os ecossistemas.
Esta guerra aparece pulverizada por acidentes soltos e avulsos, quando , na verdade, corresponde a uma estratégia global, coerente e unificada.

A ALGA ASSASSINA

Falam então os jornais, repentinamente, da "alga assassina" no Mar Báltico e de outra "alga assassina" no Mar do Norte, num artifício óbvia de nomenclatura.
Chamar "assassina" a uma alga que cumpre apenas a normal obrigação de responder ao excesso de produtos nitrogenados lançados no oceano pelas escorrências de uma agricultura sobresaturada de adubos, eis o expediente linguístico que merece sublinhado vermelho.
Assassinos , para essa nomenclatura normalizada internacionalmente , não são os que deitaram ao Oceano mercúrio, cádmio, zinco, chumbo, em doses letais; assassina, para essa nomenclatura oportunista, é a alga que , não podendo fazer mais nada, se alimenta de escorrências nitrogenadas e prolifera assim à doida, engrossando um enorme manto vegetal... Mas ainda agora a procissão vai na praça: como a vida destas algas vai ser breve já que , ao respirarem todo o oxigénio, ficarão "asfixiadas", essa massa vegetal irá , por sua vez, desencadear um processo de putrefacção nos fundos, que irá por sua vez suprimir ainda mais o oxigénio, num ciclo vicioso sem fim...
Com fim à vista e sem saída é, de facto, o Mar Báltico e o Mar do Norte, tal como até há pouco se conheciam.
Está -se a ver como a engrenagem assassina cria, fabrica os seus "assassinos" de serviço que a desculpam e ilibam. Tenta assim lavar-se de responsabilidades a tecno-estrutura sistemática - com suas leis de funcionamento irreversíveis - tecno-estrutura que efectivamente promove a tal "guerra" total, tóxica e contínua contra o Ambiente, a Natureza, a Humanidade.
A tal guerra que , enquanto tal, fica saborosamente no silêncio do esquecimento, enquanto as (outras) guerras clássicas vão ocupando o espaço dos jornais e o tempo das antenas de TV e rádio.
A tal guerra que poderá vir à superfície dos jornais, se começarem para aí a assinar tréguas a torto e a direito, a retirar tropas das Namíbias e dos Afganistões, a fazer pazes umas atrás das outras, com direito aos maiores encómios dos cronistas e da opinião pública, sempre pronta a beijar as botas dos seus carrascos.
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(*) Este texto de Afonso Cautela, com este ou outro título, terá sido provavelmente publicado no jornal «A Capital» (Crónica do Planeta Terra), 20/8/1988
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SEROTONINA 1997

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20-8-1997

- Há catecolaminas?
- Há energia anti-pedra filosofal?

2045 caracteres - 1 página - addp-1> fichas para discussão

SEROTONINA NA CURA DA DEPRESSÃO NERVOSA

A depressão nervosa é um estado prolongado de melancolia e abatimento. Os doentes são atormentados por sentimentos de desencorajamento, solidão e inferioridade. A estes sinais junta-se uma fadiga permanente e uma sensação de angústia do futuro.
Nos últimos anos, a pesquisa neuro-psico-farmacológica veio mostrar a importância de certas moléculas (associações das unidades ínfimas da matéria - o átomo) que servem de transmissores nos processos fundamentais do cérebro, como o sono, o sonho, as alucinações, etc. Entre elas, a que nos interessa tratar é a Serotonina.
As depressões mentais graves seriam causadas por uma falta de serotonina no cérebro; a sustentar esta afirmação temos:
1 - O efeito anti-depressivo do electrochoque, conhecido e usado há muito tempo, provoca um aumento da taxa de Serotonina no cérebro.
2 - O triptofano administrado directamente a doentes mentais conduz igualmente a uma melhoria dos estados depressivos graves.
Ora este ácido aminado (Triptofano) é o precursor metabólico da Serotonina.
A primeira etapa de passagem do triptofano para a Serotonina faz-se à custa de uma enzima (substância química que entra numa reacção sem se consumir nela) que é activada se aumentarmos a percentagem de Triptofano em circulação. Dessa activação resulta, proporcionalmente, um aumento de Serotonina.
Trabalhos realizados em 1972 provaram que a concentração do triptofano no líquido céfalo-raquídeo de doentes mentais atingidos por psicoses depressivas graves é muito mais baixo do que nos indivíduos normais.
Ultimamente, John D. Fernstron e R.J. Wurtman apresentam a conclusão nos seus trabalhos de que a concentração de Triptofano no cérebro depende não só da concentração de Triptofano no plasma, mas da relação existente entre a quantidade total deste aminoácido no plasma e a concentração de outros cinco amino-ácidos resultantes da decomposição diária de proteínas: tirosina, fenilalanina, leucina, isoleucina e valina.
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4480 bytes - addp-3 > lista aberta de doenças psi – pistas na net – notas de leitura

DA PSICOLOGIA À NOOLOGIA: 3 APONTAMENTOS DE LEITURA

(20/8/1997+ ou - )- Os especialistas têm catalogadas mais de 350 espécies de fobias.

Dos jornais, 15/3/1997 :
«A esquizofrenia, considerada a mais devastadora das doenças mentais, está frequentemente na origem de elevadas taxas de suicídio.
«Em Portugal existem cerca de 100 mil doentes com esta desordem mental caracterizada por uma disfunção do processo de pensamento, provocada por uma anomalia biológica a nível cerebral, e afecta cerca de 45 milhões de pessoas em todo o mundo. Mais de 1200 cientistas de todo o mundo vão reunir-se em Lisboa, nos dias 21 e 22 do corrente.» (15/3/1997)

*
A «ALMA EM LABORATÓRIO»:
Allan E. Fischer (Pittsburg)
Delgado (Yale)
(Ver Comportamento (Ciências do) e psicologia do Behavior)

MALES DE QUE O PSIQUIATRA ALBERTO PIMENTEL ACUSOU CAMILO:

Alma atribulada
maurose
Anemia
Atrofia dos nervos ópticos
Cegueira
Dispepsia
Erectismo afectivo
Esclerose miencefálica
Fobias
Insónias
Irregularidades
Neurastenia Vesânica psíquica

ADJECTIVOS DO MESMO PSIQUIATRA SOBRE CAMILO:
Alcoólico
Angustiado
Ansioso
Atáxico
Boémio
Degenerado
Irrequieto
Lipemaníaco
Lírico
Malévolo
Melancólico
Mórbido
Nefelibata
Neurasténico
Nevropata
Polígrafo
Presidiário
Sublime desgraça
*
A SEROTONINA NA CURA DA DEPRESSÃO NERVOSA

A depressão nervosa é um estado prolongado de melancolia e abatimento. Os doentes são atormentados por sentimentos de desencorajamento, solidão e inferioridade. A estes sinais junta-se uma fadiga permanente e uma sensação de angústia do futuro.
Nos últimos anos, a pesquisa neuro-psico-farmacológica veio mostrar a importância de certas moléculas (associações das unidades ínfimas da matéria - o átomo) que servem de transmissores nos processos fundamentais do cérebro, como o sono, o sonho, as alucinações, etc. Entre elas, a que nos interessa tratar é a Serotonina.
As depressões mentais graves seriam causadas por uma falta de serotonina no cérebro; a sustentar esta afirmação temos:
1 - O efeito anti-depressivo do electrochoque, conhecido e usado há muito tempo, provoca um aumento da taxa de Serotonina no cérebro.
2 - O triptófano administrado directamente a doentes mentais conduz igualmente a uma melhoria dos estados depressivos graves.
Ora este ácido aminado (Triptofano) é o precursor metabólico da Serotonina.
A primeira etapa de passagem do triptofano para a Serotonina faz-se à custa de uma enzima (substância química que entra numa reacção sem se consumir nela) que é activada se aumentarmos a percentagem de Triptofano em circulação. Dessa activação resulta, proporcionalmente, um aumento de Serotonina.
Trabalhos realizados em 1972 provaram que a concentração do triptofano no líquido céfalo-raquídeo de doentes mentais atingidos por psicoses depressivas graves é muito mais baixo do que nos indivíduos normais.
Ultimamente, John D. Fernstron e R.J. Wurtman apresentam a conclusão nos seus trabalhos de que a concentração de Triptofano no cérebro depende não só da concentração de Triptofano no plasma, mas da relação existente entre a quantidade total deste aminoácido no plasma e a concentração de outros cinco amino-ácidos resultantes da decomposição diária de proteínas: tirosina, fenilalanina, leucina, isoleucina e valina.
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MEGA-PLANOS 1983

sistema-5- os dossiês do silêncio – o sistema contra os ecossistemas – a engrenagem –tese de 5 estrelas – o desenvolvimento do subdesenvolvimento

O GRANDE PRINCÍPIO DA RECICLAGEM
O APERTAR DO CINTO EM 1983(*)

20/8/1983 - Se um dia o sol nascesse a poente ou, vice-versa, se pusesse a nascente, havia um levantamento geral da espécie humana. O povo revoltava-se e possivelmente fazia greve se, um dia, qualquer das leis da Natureza fosse violada.
Se, por exemplo, os objectos voassem em vez de caírem por força da gravidade, toda a gente urrava de justa revolta.
Mas toda a gente viola diária e naturalmente as leis naturais, e depois dizem que a culpa é do macaco quando em vez de chover seca, e em vez de Verão temos cacimba.
A economia que temos, por exemplo, a Leste e a Oeste, promete farturas-dá-misérias, garante-desenvolvimento-promove-subdesenvolvimento. Mas todos acham bem e chamam-lhe austeridade quando o mexilhão é que se lixa.
Ambientalistas e amigos da Natureza, agora acusados de apalpar seios a secretárias capitosas, foram metidos várias vezes em tribunal plenário por "travarem o progresso". Verdade seja que algumas leis da nossa política oficial do Ambiente parecem feitas (mais) para indignar o público contra essa política do que outra coisa.
A sanha de proibir a construção em defesa do ambiente num país que precisa de casas como de pão para a boca, é exemplo de leis em prol do Ambiente que impopularizam os do Ambiente. Mas a luta contra os clandestinos, apesar de super-impopular, foi encetada por alguns municípios, falou-se até em "grande coragem política" e coisa que ninguém se atreveria a dizer é que esses municípios, ao defender a lei e o Ambiente, estavam a travar o progresso.
Mas culpam os ecologistas de sub-desenvolvimento e da miséria a que chegámos.
Só que a Austeridade, agora como um raio em cima de nos, uma das medidas que tomará é travar o desenvolvimento.
Aí está mais uma cena de travesti em que a metafísica chamada Economia nos coloca. Mesmo com a espada do FMI em cima das nossas tolas, sabe-se que ainda há ministros desenvolvimentistas a estrebuchar, querendo à viva força que o país se empenhe em planos megalómanos como o que de Sines herdámos de antigas megalomanias.
Mas o Damocles do FMI é mais forte do que estes derradeiros estrebuchos que, aliás, também se estendem a certa Oposição da Terra Queimada que continua a acusar de não desenvolvimentista um Governo onde os ministros que advogam a energia nuclear, por exemplo, nunca foram tantos.
Coisas da vida: logo o sol, desta feita, vai nascer a poente. E vice-versa: pôr-se a nascente.

FORMIGAS NO COMPUTADOR

Mas o povo acredita e está sereno. Embora seja tudo só "fumaça", o povo pratica a austeridade na abundância, aperta o cinto rodeado de quilos de pudim flã, alumia-se à luz da vela com três centrais nucleares em cima dos costados fronteiriços. Prometem-lhe a lua de foguetão mas nem as carripanas da Carris nesta Lisboa de cães funciona: Lisboa inteira mesmo não funciona, basta que uma formiga se meta no computador central dos semáforos.

O travão posto pelo acordo com o F.M.I. aos planos de desenvolvimento algo megalómanos e ditos de envergadura nacional, poderá afectar alguns que implicam maiores investimentos mas acelerar outros que, com impacto ambiental igualmente violento, exigem menores investimentos.
Se os planos chamados de capital-intensivo - Siderúrgico, Barragem de Alqueva, Petroquímico, Electro-Nuclear, Exploração de Urânio, Auto-Estradas e Vias Rápidas, - significam investimentos avultados e vão provavelmente ficar em stand by, já o mesmo não vai acontecer com outros, financiados por organismos internacionais ou por eles incentivados, mau grado o impacto negativo sobre o Ambiente: culturas agrícolas esgotantes (tabaco, cártamo, girassol, eucalipto), fibras sintéticas, Clorofenol de Estarreja (Sal-Cloro-Dioxina), Celulósico-Florestal, Prospecções Petrolíferas, Gasoduto soviético, Oleoduto da Nato, Aproveitamento de Pirites ; planos em que o capital estrangeiro proverá quando o capital português falhar.

MISÉRIA É NÃO ASSUMIR A POBREZA

Irá a imposta austeridade limitar os previstos planos de "crescimento industrial" a que se tem também chamado "desenvolvimento"? Saber-se-á quando, também aí, chegar o minuto da verdade. O que se pode afirmar, desde já, é que os planos caros de obras públicas para resolver problemas e satisfazer necessidades, podem ser substituídos por pequenas e médias soluções de "tecnologia intermédia" ou "apropriada" aos países pobres (!), pequenas grandes soluções que é costume receitar aos sub-desenvolvidos do Terceiro Mundo.
Se a austeridade imposta nos cortar os sonhos ambiciosos de desenvolvimento à moda da Europa, será que mesmo assim as pequenas grandes soluções das ta' s (tecnologias apropriadas) não encontrarão ainda aqui eco e apoio?
Será que a mais negra miséria não nos faz ao menos assumir a grandeza da nossa pobreza, abrindo olhos, ouvidos e coração às ta's?
Os grandes planos de crescimento têm acima de tudo um grande defeito: se não podem e quando não podem realizar-se - por falta de dinheiro, técnicos ou até de envergadura administrativa - constituem o maior travão ao ...desenvolvimento. Deixam-nos no vazio. Se por exemplo , o Plano Siderúrgico Nacional - o maior investimento jamais concebido em Portugal - não for viável devido à crise-austeridade-FMI, será que nos vamos todos precipitar no Atlântico?
Afinal que tipo de mentalidades e que modelos de desenvolvimento nos mergulham no niilismo cataclísmico?
As pequenas grandes soluções das ta's são sempre viáveis, sejam quais forem as oscilações da crise, as subidas do dólar e os sacões do ouro.
Se após 6 anos de seca, segundo o grupo inter-municipal do Alentejo, se reclama 150 mil contos para uma situação em que 100 mil pessoas têm faltas de agua graves, é caso para perguntar se as portas triunfais do Aeroporto decoradas por 150 mil contos valem mais que a sede de 100 mil pessoas nas duas maiores províncias do País.
Isto implica pelo menos uma pergunta: Será mesmo a economia uma questão moral?

SECOU E AGORA?

Prevenir fica mais barato do que remediar.
Exemplo: é mais económico conservar a saúde do que combater a doença. É mais económico evitar o acidente rodoviário do que manter as despesas (hospitalares e nem só) inerentes à sinistralidade.
É mais económico evitar indústrias hiperpoluentes, energívoras e devoradoras de água, do que, depois de instaladas, despoluir.
As soluções ecológicas são as mais económicas. Por definição e quando a lógica não é uma batata. A análise energética demonstra-o. Não significa que a racionalidade e a lógica sejam, entretanto, o que mais apetece aos responsáveis, enquanto o desperdício, a doença e a insegurança derem lucros a alguns.
As pequenas grandes soluções - desde as pequenas barragens às técnicas de auto-suficiência e de auto-terapêutica - significam uma austeridade mais aceite do que imposta.
O quadro que nos continuam traçando da austeridade é tanto mais negro e negativo quanto mais for desenhado no fundo de uma mentalidade e de uma ordem económico-cultural de aberrante desperdício.
Fizeram-nos crer que estávamos aqui para consumir e mamar da teta da Natureza até rebentar, para depois nos dizerem que temos de apertar o cinto até ao osso. Pagar-se-á por atacado o que não se quis pagar a prestações. A média e pequena tecnologia acaba por ser imposta quando podia já ter sido livremente escolhida.
Quando o sistema macro-económico restringe e reprime, consegue-se notar melhor o valor das alternativas de auto-suficiência , das tecnologias apropriadas aos países pobres (coisa que nunca aqui se quis assumir, a pretexto de que seria “ albanizar o País".)
Ou seja: quando sobem preços até ao delírio, era necessário que o consumidor pudesse dispensar o sistema, recorrendo ao "faça você mesmo" e ao "desenrasque-se" sozinho. Este princípio de autarcia evitaria que, no auge das crises, as pessoas fossem enforcadas nela, quando as estatizadas nos comem pelas pernas. Se as pessoas pudessem "desligar da rede geral" e ligar ao "gerador próprio" sempre que o quisessem e necessitassem, havia liberdade, pluralismo , democracia. Assim ha miséria, delinquência, criminalidade e suicídios em cadeia.

A RECICLAGEM

A Reciclagem aparece como um grande principio em relação ao qual o sistema sempre manifestou má vontade. Fechar o circuito , reciclando materiais, significa dispensar, total ou parcialmente, o recurso ao sistema geral. Quanto mais à mercê do "estrangeiro" estiver o cidadão- consumidor-contribuinte, menos se poderá defender quando os preços sobem , a inflação nos come pelas pernas e o sistema de consumos estabelecido nos enforca.
Ideia tão óbvia e lógica como é a Reciclagem, razões fortes de inércia têm contribuído para que não surja como o sol que efectivamente pode ser nesta infindável noite desta infindável crise.
Sol, esse, que como todo o Sol que se preza, nasce naturalmente a nascente e naturalmente se põe a poente. Amen.
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(*) Não me lembro com que título, este texto foi publicado no jornal «A Capital» (Crónica do Planeta Terra), 20/8/1983
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