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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-01-21

FERREL 1998

ferrel-1

19/1/1998

HOJE COMO HÁ VINTE ANOS
DA ENERGIA À BIOENERGIA: 
OS DOSSIÊS QUE FAZEM DA ECOLOGIA UMA CIÊNCIA ESQUECIDA

O testemunho pedido pelo jornal «Gazeta das Caldas»:

19/1/1998- Outros, com mais memória, poderão recordar em pormenor o que foi, há vinte anos, a jornada de Ferrel, no contexto das actividades antinucleares em Portugal. Eu aproveitaria este convite da «Gazeta das Caldas» para sublinhar alguns dos silêncios e silenciamentos que na área das movimentações ecologistas e eco-alternativas se têm verificado desde essa época.
Deste ponto de vista foram, de facto, tempos heróicos e, utopia ou não, a verdade é que a ecologia servia de bandeira para questionar radicalmente a sociedade de consumo e do tecno-terror. Tudo isso foi ficando nas gavetas dos militantes e dos ministérios, no silêncio dos que desistiram de levantar a voz, na demissão dos mais impacientes.
A revista «Ar Livre» e a teimosia do José Carlos Marques são, neste panorama, a única excepção.
Os reformistas do ambiente venceram em toda a linha.
E nem vale a pena perguntar, para só falar de projectos oficiais, onde estão os seis ou sete projectos-piloto de energias renováveis que, primeiro na então Direcção Geral de Energia, transitaram para o LNETI, onde dormem desde então, desde o Veiga Simão que agora está na defesa antiaérea, o sono dos justos.
Para só referir a área energética e porque não basta lutar contra o nuclear, se não forem apontadas alternativas credíveis, lembremos a campanha dos ecologistas para a reciclagem sistemática de materiais que depois algumas autarquias recuperaram, por aí, na municipalização se ficando.
Sem sair da questão energética, deveremos perguntar para que foi afinal tanto esforço de alguns militantes como o Ribeiro Telles, na luta contra a megalomania da barragem de Alqueva que a CE agora ajuda a concretizar em vez de incentivar um plano de pequenas barragens. A loucura irá por diante, apenas com o protesto, que eu saiba, de dois ecologistas: o arquitecto Fernando Pessoa e o Carlos Filipe Marreiros da Luz que sobre a aldeia da Luz elaborou o estudo mais sério e completo.
Interrogado sobre o que pensava do tesouro megalítico alentejano que vai ser engolido pela barragem, o célebre arqueólogo Cláudio Torres disse que as razões de ordem política e partidária falavam mais alto do que o amor à arqueologia. E, digo eu, que o respeito pelo sagrado que o tesouro megalítico representa, no Alentejo como em Foz Coa. Este episódio ilustra até que ponto a luta ecologista perdeu a grande e decisiva guerra, se é que ganhou algumas batalhas.
Os sismos provocados pelos testes subterrâneos com bombas termonucleares, em países como ex-URSS, EUA, França, são outro aspecto do terror nuclear que, omisso das preocupações ecologistas já no tempo de Ferrel, omisso continuará a ser até à consumação dos séculos (tratando-se de radiações, é essa a escala de tempo...).
Sem sair do nuclear, onde estão as campanhas sobre o perigo das radiações ionizantes que nos cercam por todos os lados? As mil e uma fontes de radiações deixaram de ser perigosas ou deixaram de existir? Quem silenciou o assunto e porquê? Por ser um dos dossiês mais sensíveis de Ecologia Humana? Bom, mas ecologia humana é, por si só, toda uma área que, dentro do ecologismo tout court, foi sempre tabu, como tabu foi a ecologia do trabalho ou a ecologia alimentar, por mais esforços que os das terapias doces tenham posto para denunciar o «cancro que está no ambiente» (nomeadamente o ambiente químico).
E como as poluições (químicas ou radioactivas) são como as cerejas, falando de química teremos de falar na iatrogénese que, desde Ivan Illich e seu livro «Limites para a medicina», caiu num sepulcral olvido como se não dissesse respeito ao dia a dia de todos nós.
A campanha contra os pesticidas, onde está? A florescente agricultura biológica foi talvez, em saldo final, a primeira e única grande vitória dos ecologistas. Todas as outras alternativas de vida - as tão proclamadas tecnologias leves - ficaram esquecidas.
O negócio que se instalou à sombra da energia solar poderá considerar-se meia vitória. Mas derrota parece ter sido o que em certa altura foi uma alternativa tão promissora: o biogás em explorações agrícolas. E a energia das ondas, de que havia protótipos portugueses tão interessantes?
Falando dos livros e autores que as novas gerações deixaram de ler, quantos nomes teríamos de lembrar? Alguma vez o movimento ecologista se pensou a sério a si mesmo? A análise energética, revelada pelo Prof. Delgado Domingos, quem mais se ocupou dessa disciplina fundamental? E sobre a Entropia, quem, além do Prof. Gomes Guerreiro, voltou a pensar nisso?
Falando de Bionergia, perguntem ao sr Afonso Cautela que conversa de surdos, na travessa-do-fala-só, têm sido os milhares de páginas escritas sobre o assunto: e o que irá ser dessa aventura que, depois da ecologia e da holística, se configura agora como a física ou energética do espírito: a Noologia, ciência das 12 ciências sagradas?
Relativamente vitoriosa saiu a bioenergética chinesa do yin-yang, não só pela sua vetusta antiguidade mas porque o sistema taoísta pode constituir, só por si, uma autêntica alternativa de vida aos becos sem saída ocidentais.
Por mais que, a propósito de bioenergia, se fale de uma «ecologia alargada» - onde o factor cósmico e vibratório entre como protagonista de toda a evolução humana - os ouvidos permanecem surdos, tal como há vinte anos os que intransigentemente se entricheiravam no absurdo das centrais nucleares em geral e na de Ferrel em particular.
Se um dia a «Gazeta das Caldas» quiser lembrar alguns dossiês que, malditos, foram ficando pelo caminho, pode ser que, nos papéis que restam aqui por casa, ainda vamos a tempo de encontrar os registos e documentos para inventariar tantos silêncios, tantos silenciamentos, tantos tabus.
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NUCLEAR 1998

5511 caracteres - dpt3> - chave ac para entrevista-testamento - silêncios & silenciamentos - 6400 bytes dp73> - diário proibido - assinala-se os temas que podem ser repescados em uma eventual entrevista-testamento, onde tente descorticar o que foi pensado nos anos cruciais - e quais eram os leit motiv da então ecologia, hoje completamente esquecidos, omissos e silenciados - malditos, em suma

22-1-1998

OS DOSSIÊS PROIBIDOS 1973- SILÊNCIO E DEMAGOGIA- EM ALGUM DISCURSO ANTI-NUCLEARISTA

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- Sem falar das radiações que os receptores de televisão fornecem a toda a família e das radiações que as lâmpadas fluorescentes, por exemplo, igualmente fornecem, bem como os mostradores luminosos dos relógios, podíamos falar de outros e muitos aspectos - a que se pode chamar diferidos ou indirectos - do cerco nuclear, aspectos que normalmente o discurso anti-nuclear negligencia, estereotipado que se tornou e pouco atento às nuances, às subtilezas.
O quotidiano e o sistemático - que, no fim de contas, contribuem desde já para um contingente importante de mortos e doentes - são escamoteados e encobertos com o acidental e o bombástico.
Há que chamar, de novo,a atenção para os aspectos que os próprios ambientalistas - equivocamente confundidos com ecologistas - esquecem, como o sistema aliás gosta e agradece.

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- Já se disse que os industriais da energia nuclear podem estar a subsidiar, neste momento, grupos de antipoluição e de protecção à Natureza, já que muito lhes interessa o discurso pseudo-ecológico desses grupos e a maneira reformista como as questões da poluição em geral e da poluição nuclear em particular vão ficando estereotipadas.
É capaz de haver alguma razão nessa suspeita, pois um dos melhores serviços prestados hoje ao avanço nuclear são alguns discursos disfarçados de ecológicos, pró-ambientalistas, amigos da Natureza, etc.

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- Os chamados aspectos diferidos são aqueles que dão menos nas vistas, por estarem mais perto de nós.
É desses que um ecologista não retórico gosta de tratar, dado que a verdadeira ecologia se faz de manifestações subliminais, oblíquas, ínvias, indirectas. Não se faz de números e estatísticas - aqueles que o sistema fabrica para iludir os problemas - mas de subtis variações e vibrações só perceptíveis à intuição ou sensibilidade ecológica.
Ecologia é fundamentalmente uma questão de sensibilidade.

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- Aceleradamente, como é timbre desta sociedade de crescimento exponencial ou logarítmico, o discurso sobre ambiente estereotipa-se: dizem todos o mesmo, repetem todos os mesmos números, casos, episódios e slogans, evidenciam todos os mesmos escândalos.
Começa a ser urgente, para um leitor atento, notar até que ponto o discurso dito ecológico serve para amortecer a dinâmica subversiva de uma autêntica denúncia ecológica.
Começa a ser urgente saber até que ponto a poluição continua sendo o ópio da ecologia.
O exemplo das centrais nucleares é um exemplo, entre muitos, do discurso que se estereotipa de autor para autor, de dia para dia, de livro para livro, de revista para revista. Ninguém observa cambiantes, subtilezas, sofismas escondidos, poluições omissas, truques insidiosos.
Uma das formas mais sagazes de desinformar - nunca o esqueçamos! - é estereotipar a informação e torná-la tão abundante que congestiona todo o espaço (cultural) disponível.

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- Curioso, neste contexto, é que os aspectos bombásticos do nuclear sejam repetidos vezes sem conta, enquanto se continuam esquecendo aspectos que, embora menos bombásticos, já são para nós e há mais tempo, problemas mais reais e frequentes.
É o caso, mesmo sem sair do nuclear, das radiações a que estão sujeitos milhares de trabalhadores: caso já citado antes.
E seriam muitos outros casos que não conseguiram ainda estar tanto na moda contestatária como está o nuclear.

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- Houve tempo em que a bomba e as experiências com bombas na atmosfera fez esquecer completamente o que então, no auge da guerra fria, se chamava já tão hipocritamente o «átomo pacífico» das centrais nucleares.
O efeito dos reactores era então o aspecto diferido relativamente ao aspecto central, a bomba.
Hoje passa-se o inverso: o discurso antinuclear hipertrofiou-se no sentido de combater as centrais, passando os outros aspectos a diferidos. O militante tende então a esquecer o que as bombas ainda fazem na atmosfera e, principalmente, o que fazem no subsolo.

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- Daquelas outras bombas - as que rebentam ainda na atmosfera - convém relembrar algo do muito que os ecologistas da 25ª hora têm tendência a esquecer.
Por exemplo, por causa de uma bomba chinesa, os jornais da época noticiavam assim a invasão da Califórnia por uma nuvem radioactiva: «Partículas radioactivas provenientes da explosão nuclear chinesa devem começar hoje a cair sobre a Califórnia - declarou o dr. Simon Kinsman, director da secção de radiobiologia da secretaria norte-americana da saúde.» (Ver notícia na integra em anexo) .
Segundo duas outras notícias de 1973, «a água do rio Mosa assinalava indícios de radioactividade » e «as explosões atómicas francesas no Pacífico Sul, têm efeito indirecto sobre certos produtos alimentares consumidos no Brasil.» (Ver notícias na íntegra em anexo)

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- Estas notícias dão a dimensão quotidiana e diferida (indirecta) de certos aspectos do nuclear normalmente ignorados ou omitidos pelos anti-nuclearistas de comício, bandeira, autocolante e do slogan.
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IONIZANTES 1998

bfvv-1> baixas frequências vibratórias - ligar a cerco> isotopos> radiaça> , etc - cábula do professor - + um dossiê proibido

RADIAÇÕES IONIZANTES AINDA EXISTEM? OU DEIXARAM DE SER PERIGOSAS ?

Os raios x enfraquecem a imunidade própria do organismo. É um facto comprovado e verificado quando se faz radioterapia intensa e prolongada.

22/1/1998 - A julgar pelo silêncio que hoje, em 1998, reina, receptores de televisão e aparelhos de Raios X deixaram de existir ou, caso existam, não emitem radiações perniciosas.
Quando lemos notícias de 1962, 1965 e 1973, retiradas dos arquivos, impõe-se uma pergunta: deixaram de existir no mundo as radiações ionizantes?
Terão desaparecido as fontes de radiações ionizantes que já eram numerosas em 1973, ou as radiações deixaram de ser nocivas e prejudiciais à célula viva?
O silêncio sepulcral que caiu sobre o tema da poluição radioactiva, leva-nos de facto a supor que todos os perigos que eram atribuídos às radiações ionizantes, não passavam de ficção e de pura invenção de ecologistas sectários.
O tema deixou de ser notícia e a coexistência pacífica com as dezenas de fontes radioactivas parece ser hoje pura rotina.

1.
Quando um industrial quer impor o produto no mercado não lhe faltam, nos meios mediáticos, colaboradores, publicidade, jornalistas, etc.
Dois exemplos :
a) A Vitamina C seria óptima «contra radiações»
b) Uma chapa colorida entre o ecrã e o telespectador, seria óptima «contra as radiações TV».
Relativamente à Vitamina C «contra radiações nucleares», transcreve-se uma notícia de 1973 só por si suficientemente elucidativa:
«Médicos da Força Aérea norte-americana pertencentes à Escola de Medicina Espacial, propõem a realização de numerosos estudos para conhecer a acção da vitamina C na protecção contra radiações penetrantes, já que esta se afigura ser mais eficaz que outros produtos já ensaiados e sem oferecer os perigos destes últimos.
Pesquisas realizadas vieram demonstrar que a vitamina C ( ácido ascórbico), mesmo em pequenas concentrações, protege (em soluções altamente concentradas) os enzimas, quando irradiados com os raios gama do cobalto -60. Verificaram também que a Vitamina C protege de maneira excelente os glóbulos vermelhos, contra os efeitos nocivos das radiações.
A Escola de Medicina Espacial da América do Norte vai proceder a ensaios sistemáticos em vasta escala, sobre animais, pois esses ensaios interessam muito para o futuro e não só pelo que diz respeito aos perigos das radiações nucleares na zona terrestre mas também para enfrentar as radiações do espaço cósmico nas futuras viagens interplanetárias. »

É também de 1973 a notícia sobre a Vitamina B4 na protecção contra radiações:
«Falou-se na Vitamina B4 como factor de protecção contra as radiações. Ensaios feitos em França levaram à conclusão de que a Vitamina B4 (fosfato de adenina) protege as células dos efeitos das radiações e por isso sugeriu-se o seu emprego durante os tratamentos com raios x ou rádio ou nas pessoas recentemente expostas a acidentes nucleares.»

2.
Em 7 de Dezembro de 1967, a agência noticiosa France Presse anunciava que certos aparelhos de grande ecrã e a cores, fabricados por uma firma francesa, emitiam «uma proporção de radiações anormalmente elevada.»
E a France Presse concretizava o perigo:
«Noventa por cento foram retirados da circulação. Segundo as conclusões a que os serviços de Saúde chegaram, o perigo de radiações existiria para todos os receptores TV, em vários graus, segundo os modelos. Os riscos no plano biológico são relativamente pequenos, mas uma exposição aturada a estas radiações pode ter efeitos nefastos nos órgãos sexuais, provocar esterilidade ou perturbações genéticas. » (FP)
3.
Outra notícia, colhida em Julho de 1973, pretende elogiar um produto que permite a defesa contra radiações do televisor:
«A imagem que aparece num ecrã de televisão não é uma forma luminosa contínua mas sim composta pela aproximação de uma quantidade de pontos luminosos, que correm a toda a pressa através de um sistema de linhas muito finas. Passa assim uma média de 25 imagens completas por segundo: cada uma dessas imagens, porém, é formado por um elevado número de pontos luminosos avaliado em 4.750.000 por segundo! (Drs. Glas e Buehler).
«Ora, sem dar por isso e quer ele queira quer não, o telespectador capta todos esses reflexos luminosos que aparecem no ecrã.
«É fácil de compreender que essa percepção forçada imposta aos olhos não corresponde à verdadeira natureza nem à função normal deste órgão. Isto explica a grande fadiga dos olhos que se experimenta depois de se haver fixado algum tempo a luz instável e borboleteante do pequeno ecrã, as dores de cabeça e até, para alguns indivíduos, o efeito hipnótico que sentem.
«Mais grave ainda é o perigo que o telespectador corre com a emissão ininterrupta de raios duros, análogos aos da rádio, que penetram no seu organismo. Eis o mecanismo desse fenómeno, descrito pelo Prof. Lautié:
«Os megatons de grande rapidez do tubo catódico, ao embaterem , como uma chicotada, no ecrã fluorescente onde se criam as imagens, dão origem a raios X , cuja acção se estende bastante longe em volta do aparelho.
«Sabe-se, há decénios, que eles matam células, de preferência as fracas ou as que estão em plena mitose (1) , sem que se saiba dominá-los com segurança. Quando não actuam brutalmente , perturbam-nas por ionização excessiva, por coagulação ou rompimento dos prótidos, por redução ou por oxidação, conforme as composições locais. Devem recear-se as anarquias celulares ou distúrbios «monstruosos», observáveis quase de seguida ou a longo prazo. Ocasionam cancros ou os favorecem, enfraquecendo e intoxicando o terreno orgânico. Eis porque se encontra seis vezes mais leucemia nas crianças submetidas a sessões de raios x, do que naquelas que não os sofrem.»
E o autor acrescentava as recomendações seguintes :
«Pôr-se a pessoa bastante longe (3 metros, pelo menos) é apenas uma precaução muito sumária, assim como encurtar as sessões (menos de vinte minutos). Mais vale colocar em frente do aparelho um vidro plano de «cations» pesados e de boro (bário, chumbo, etc.) que absorve uma parte importante da radiação.
«A solução deste problema, obtida há já algum tempo, acaba de ser realizada à escala industrial e será comercializada em breve.
«Trata-se de um aparelho chamado geantoscopio, verdadeiro ecrã protector, que se coloca em frente de qualquer posto de televisão (preto ou colorido) e que permite uma melhor visibilidade, graças ao aumento sensível da imagem (mais de 1/3).
«O ecrã é de matéria plástica (portanto inquebrável e leve) e as substâncias químicas que o compõem foram especialmente estudadas para actuar como filtro, detendo a maior parte das radiações nocivas emitidas pelo aparelho, ao mesmo tempo que atenua a acuidade dos reflexos luminosos, o que diminui sensivelmente a fadiga dos olhos: aliás, isso nota-se logo, pela impressão de calma que se sente ao ver-se uma emissão através deste ecrã.»
4.
Entretanto, a medicina das radiações terapêuticas, das bombas de cobalto, dos exames radiológicos vai matando dizendo que cura.
Lembra-se uma notícia de arquivo:
«A radioterapia pode provocar leucemia nos doentes a ela submetidos» - afirma o dr. J.F. Loutit, especialista e técnico do Centro de Energia Atómica Inglês de Harwell, ao discursar na conferência da Australásia sobre radiações, reunida em Melburne.
«Não há provas abundantes de que a radiação leva a uma incidência elevada de leucemia» - continuou o dr. Loutit - «mas muitos factos fazem concluir que é verdade.»
Nestas provas, o dr. Loutit inclui os numerosos casos de leucemia registados entre as vítimas de Hiroxima e Nagasaqui, a incidência entre as pessoas tratadas pela radioterapia na Inglaterra e os casos de leucemia nos EUA entre as crianças que receberam tratamento de radiação do tórax superior e pescoço.
Mencionou ainda os casos de mulheres grávidas que receberam tratamento de radiação e cujos filhos registaram casos de leucemia nos primeiros dez anos de vida .»
5.
Na ex-Alemanha Federal, o escândalo das radiações transpirou como se pode ver por uma notícia de arquivo de 1973:
« Em 1 de Setembro de 1973, foi publicado na República Federal da Alemanha um «decreto sobre a protecção contra danos causados por raios X». Este decreto não considerava apenas as recomendações da Comissão Internacional de Protecção contra as Radiações mas também as normas fundamentais da Euratom, de 1962, para a protecção da população e dos operários contra os perigos de radiações ionizantes.
O decreto é sobretudo o resultado do aumento dos exames de raios X, cujo número na República Federal da Alemanha aumenta anualmente de cerca de dez por cento. O decreto tem por finalidade reduzir a um mínimo os efeitos colaterais dos raios X.
Os aparelhos de raios X deveriam, por isso, corresponder ao mais alto nível da técnica e às exigências da protecção contra radiações. Por outro lado, todas as pessoas que profissionalmente sejam expostas a raios X , terão de ser instruídas melhor e mais incisivamente do que até agora sobre os perigos e as medidas de protecção.
Impõe-se ao médico o dever de fazer radiografias apenas quando seja efectivamente necessário, mantendo as radiações no mínimo. Estabeleceram-se também regulamentos rigorosos em relação a pacientes especialmente sensíveis a radiações, grávidas, lactantes, crianças e jovens. Já se sabe há muito que os tecidos em crescimento rápido podem ser danificados mais facilmente por radiações ionizantes.
6.
Numa comunicação dirigida às mulheres grávidas, a Associação para a protecção contra as Radiações Ionizantes (França) , pede apoio e propõe que as grávidas se recusem aos exames radiológicos.
«Recusai todos os exames radiológicos - diz o opúsculo - são perigosos para vós e para os vossos filhos.»
Os raios X , quando atravessam o corpo para irem impressionar o ecrã do aparelho, ionizam as células do organismo, incluindo os óvulos, alguns dos quais darão origem aos vossos filhos; se estiverdes grávida, também as células do frágil embrião serão atingidas».
Disse o biólogo francês Jean Rostand: «Qualquer exposição aos raios X, ligeira ou breve que seja, aumenta a percentagem de mutações que, em 99% dos casos, é sinónimo de transformação com carácter monstruoso ou mórbido.»
7.
O quinto relatório da comissão de peritos de radiações da OMS (1965) diz: «No decorrer do exame das mulheres grávidas será particularmente necessário tomar cautela, evitando a irradiação directa e reduzindo ao mínimo a irradiação indirecta do embrião ou feto.»
8.
O Dr. Jan Sternsward, professor de radioterapia e biologia dos tumores do Instituto Karolinski de Estocolmo, falando na sociedade norte-americana de radioterapia, acerca do cancro do seio e dos mecanismos imunitários da defesa do organismo, lembrou que «a irradiação pós-operatória, embora possa actuar contrariando as recidivas no local do tumor primário extirpado, também pode actuar de maneira desfavorável, no que diz respeito à resistência das metástases. »
Os seus estudos permitem supor que a irradiação pós-operatória, atenuando as reacções imunitárias, favorece também o desenvolvimento de metástases noutros pontos.
A irradiação afecta os linfócitos , reduzindo a sua percentagem e actividade histoquímica. Tanto os linfócitos derivados da glândula timo como os linfócitos que derivam da medula óssea são afectados pelo tratamento constante da aplicação de radiações penetrantes ou de alto poder ionizante.
As radiações ionizantes (raios X, elementos radioactivos artificiais) alteram o equilíbrio vital dos tecidos com todas as consequências que é de prever.
Nestes últimos tempos, nas diversas tentativas realizadas para conseguir o enxerto de órgãos, faz-se uso dos raios X aplicados ao organismo destinado a receber o enxerto, com o fim de lhe enfraquecer as defesas, de modo a reduzir-lhe a capacidade inata de rejeitar elementos estranhos.
Os raios x enfraquecem a imunidade própria do organismo. É um facto comprovado e verificado quando se faz radioterapia intensa e prolongada.
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