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TUDO VAI DAR À IMUNODEPRESSÃO
[25-3-1994]
1 - Admitindo que uma associação de utentes de saúde é necessária e possível, o teu projecto está perfeito. É o melhor que se podia fazer, em termos de concepção e redacção. E acho que nunca se deverá desistir desse projecto. Simplesmente e pessoalmente, neste momento, não acredito. Levaria muito papel explicar porquê.
Passava por assuntos tabu, por campanhas demagógicas como a da Sida, por escutas telefónicas, por redes de infiltração internacional, pelo negócio dos preservativos, pela campanha anti-Leonor Beleza, pela Sida outra vez, pelas multinacionais da Cosmética, pelas dívidas de Machado Caetano ao Fisco, pela degradação intencional dos hospitais do Estado, pelas prósperas companhias seguradoras, pelo Pânico sistematicamente explorado nos meios mediáticos, nomeadamente o pânico dos velhos relacionado com a suposta insegurança da segurança Social, enfim, passa por tantos e tão declivosos temas que tu perceberás porque não posso explanar, e muito menos por telefone, o que haveria a dizer.
Talvez conheças um senhor chamado Ribeiro Teles, que se diz terapeuta, que publicou há anos um livro sobre a sida, que neste momento acompanha um homem vindo do Inter-Pares, que etc, etc.: a minha opinião sobre o teu projecto passa também por aí e acho que o Férry, na melhor das hipóteses, será um dos últimos inocentes, metido numa teia de interesses que pouco têm de inocente.
2 - Mas a questão de fundo que eu levanto em relação ao teu projecto, não é esta: é a do assistanato, continuarmos ou não o sistema de assistanato, que é o background de tudo o que à volta de despesas de saúde e com a saúde te apontei acima. E o Cavaco vai sendo obrigado a ir mudando de Ministros da Saúde para não o derrubarem a ele. E cada um que vem faz uma nova campanha sobre a prevenção da sida.
Que, curiosamente, é uma coisa que não existe. Mas isto tudo só é possível a partir de um pequeno trocadilho digno do mestre Miguel Esteves Cardoso: é que todos chamam Saúde à Doença e quando falam de política de saúde, é de política da doença que estão falando, porque só essa é verdadeiramente rendosa para os 30 mil médicos existentes em Portugal...
Sendo Holística, neste contexto, a palavra rigorosa para designar todas as disciplinas que integram a conservação e prevenção da saúde, de uma assentada a Holística é maldita por 3 razões: porque desmistifica a maior mistificação - chamar saúde à doença -, porque desmistifica a segunda mistificação - a Sida não existe, o que existe é um fenómeno generalizado de imunosupressão de origem iatrogénica - e porque, em terceiro lugar, promove a verdadeira profilaxia ou prevenção, que por sua vez desmistifica e desbanca outra das mentiras ou reais mistificações em que assenta o sistema: dar a vacina igual a medicina preventiva, quando a vacina é a mãe de todas as doenças, tal como a Preguiça era, prós nossos pais e avós, mãe de todos os vícios.
4 - A big questão de um esforço militante é, quanto a mim, estudar o mais rapidamente possível aquela disciplina prática que dê mostras de poder emancipar - por autoterapia - o mais rapidamente possível cada doente ou utente ou consumidor.
Pelo tudo que já passei, é a radiestesia que me dá mais garantias de autonomia e de autoterapia não manipulatória. Por isso, aposto nela as 24 horas do dia. Ainda que neste momento veja poucos resultados práticos e seja apenas uma questão de acreditar na radiestesia porque descri de todas as outras escolas e alternativas.
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