ORDER BOOK

*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-03-03

UNIDEOLOGIA 1997

opios>diario> - a metáfora orgânica

3-3-1997

ÓPIOS DO POVO EM SENTIDO LATO - [conceitos alargados-metáforas metabólicas como parábolas políticas]

Há muitas maneiras de distrair e adiar. Já nem só a religião, hoje, tem o honroso monopólio de ser o ópio do povo.
A necrose de certos ideólogos e de certas ideologias - alheios à experiência, insensíveis à história e surdos aos acontecimentos - desempenha o mesmo papel alienador dos orgãos que por vocação e sistema cultivam a frivolidade alienadora.
Em suma: a ideologia hoje também poderá desempenhar e desempenha) um papel alienador, se o ponto de partida para a teorização política não for a consciência ecológica e a perspectivação do mundo a partir do que prioritariamente importa e suporta esse mundo: a biosfera.
Tal como a telenovela e a fotonovela - que os sociólogos classificam como instrumentos de adiamento, distracção e alienação - são os folhetins de pretensa envergadura cultural. concretismos, experimentalismos, vanguardismos, etc. que se divertem distraindo e que se distraem divertindo, quando o problema a prazo está na Terra e chama-se biosfera da Terra.
Quer dizer: também a (chamada ) cultura pode hoje alienar. Os novos ópios podem vir em nome do combate aos ópios antigos.
A ciência especulativa, hiperanalítica e pulverizante (a tendência sintomatológica da ciência), o totalitarismo escravizante dos monopólios ditos informativos, as indústrias homicidas que se apoiam na publicidade, as biocracias e os biocídios legitimados pelo consumo - são o ponto central de uma situação planetária, o centro do problema. Ópio do povo é tudo o que distrai, adia e desvia o povo desse problema central.
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PARAPSICOLOGIA 1997

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3-3-1997

FUNDAÇÃO BIAL ASSINALA ANIVERSÁRIO - BOLSAS INCENTIVAM ESTUDO DA PARAPSICOLOGIA

Os investigadores e cientistas portugueses que pretendam estudar questões como a telepatia e a premonição vão contar, a partir deste ano, com a ajuda de bolsas de investigação a atribuir pela Fundação Bial, instituição que será inaugurada no próximo dia 6, no Círculo Universitário do Porto.
Iniciativa dos Laboratórios Bial e do Conselho de Reitores das Universidades Portuguesas, a Fundação Bial pretende atribuir bolsas para investigação, as quais, nos primeiros cinco anos, vão privilegiar os domínios da psicofisiologia e da parapsicologia.
Luís Portela, presidente do conselho de administração da Bial e que integra igualmente o conselho de administração da Fundação, anunciou que a instituição dispõe de 40 mil contos para a atribuição de bolsas no período de 1994/95, cada uma delas a oscilar entre os 500 e os 5 000 contos.
Segundo Luís Portela, a escolha da Psicofisiologia e da Parapsicologia como áreas privilegiadas deve-se ao facto de constituírem «áreas pouco exploradas cientificamente e, portanto, com apreciável capacidade de realização e cuja investigação não necessita de meios financeiros proibitivos».
Relativamente à Parapsicologia, área considerada polémica, pelo menos no que diz respeito aos cientistas, Luís Portela mostrou-se confiante de que «o conselho científico irá fazer a destrinça entre o que é charlatanismo e o que não é». Para José de Almeida Garrett, da Faculdade de Ciências do Porto, o objectivo é precisamente «tornar mais científica uma área muito invadida por pseudo-cientistas».
As bolsas destinam-se a investigadores individuais ou em grupo e os portugueses serão privilegiados, embora estejam abertas a candidatos de outros países.
Criada para assinalar o 70º aniversário da Bial, a fundação, apresentada esta semana em Lisboa, vai ser inaugurada no próximo dia 6 no Círculo Universitário do Porto, numa cerimónia que contará com a presença do Presidente da República e do ministro da Saúde.
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NEGUENTROPIA 1997

anticie-ideias para a nova idade de ouro - MEIN KAMPF 3/3/97

PARA UMA ESCOLA DE TECNOLOGIAS APROPRIADAS ECOLOGIA ACADÉMICA: A CIÊNCIA-ALIBI
O Novo Paradigma por um canudo

3/3/1997 - Tal como a parapsicologia, a análise energética, a anti-psiquiatria, a etnologia e outras ciências que o sistema inventa para adiar a autodestruição iminente, entra a Ecologia no capítulo da ciência ornamental, da ciência alibi (para desculpar as outras), de ciência-bóia-de-salvação (para desculpar do fracasso, o fracasso das ciências moribundas).
Já repararam, com certeza, nos volumosos tratados de ecologia científica que vão surgindo no mercado com gráficos estatísticos . Já repararam como a ciência estabelecida - a quem se deve, em boa parte a crise ecológica - tenta afastar, mais uma vez pela terminologia arrevesada, pela linguagem esotérica, pelo calão técnico, pela superespecialização, o aprendiz, o estudioso, o estudante que se propunha, talvez, ser o militante da vida, convencido de que a Ecologia ensinava tal coisa...
Face à crise ecológica, provocada em boa parte pelo caos das ciências particulares, não estão com meias medidas: e inventam mais uma ciência a que chamam a ecologia.
Mais uma vez a ciência é deles, só eles a podem ministrarcomo intermediários, medianeiros e vulgarizadores do saber.
 Acontece com toda a investigação, mas acabaria por acontecer, principalmente, com a Ecologia e com todas aquelas ciências que, eventualmente subversivas do sistema, deverão ser controladas imediatamente, para as submeter às regras internas que regem o sistema.
Há exemplos. O que o sistema está fazendo para liquidar as artes marciais é digno de nota. Basta abastardar a nobre arte do Zen, basta reduzi-la a mercadoria e a objecto vendável, basta fazê-la entrar no circuito do consumo para que tais artes e práticas -- tais técnicas -- percam o poder subversivo (quer dizer, humanista) de que estão animadas.

O QUE VAMOS ENSINAR ÀS NOVAS GERAÇÕES, A VIDA OU A MORTE?

A opção, hoje, é apenas entre a Morte e a Vida, entre a Ciência Sofística e a Sabedoria das civilizações civilizadas (e das quais se exclui, evidentemente, a Civilização da Coca-cola). A opção, hoje, é entre a morte que o sistema oferece e a vida que oferecem as alternativas ecológicas.
Não há mesmo meio termo.
Trata-se de saber, para as escolas e famílias, se vão transmitir aos educandos e filhos os mitos e as mentiras que nos escravizaram a nós, durante vidas, durante gerações, durante eras, ou se vamos dar às novas gerações a oportunidade de evoluir, de criar um mundo de harmonia (de sabedoria) que nós não tivemos.
Mundo solar que espreita, de que há sinais evidentes, mundo que nasce, entre flores e bombas, lágrimas e sorrisos, desespero e esperança, sismos e auroras boreais, mas que está nascendo já. Mundo que não é possível construir em cima deste e dentro deste mas paralelamente a este (haverá espaço para as alternativas?): agrocomunidades, bioagricultura, técnicas pobres, indústrias não poluentes, artesanato, criação de animais (para viverem connosco e não para abater), são sinais de um mundo solar que desponta.
Depois, as artes de curar, as tecnologias de vida: aprender a comer, a dormir, a respirar, a amar, a sonhar, a andar, a estar sentado, a olhar, a ver, a defender-se, enfim, a viver; aprender a transmutar o negativo em positivo; a suportar a dor e o sofrimento da violência, transmutando-a em harmonia e sabedoria.
Nada disto, no entanto, nos será ensinado pela ciência estabelecida (aquela que inventou à pressa a Ecologia para se enfeitar e se justificar...). Nada disto virá do sistema que só sabe criar monodependências, que nos escraviza e monopoliza com base nos mitos, metas . Nada disto pode ser aprendido nas escolas que servem de suporte ao sistema, porque tudo isto subverte, desde a raiz, o sistema.
Radical é apenas o que subverte de raiz o sistema de morte.
Mesmo sabendo que as novas gerações, manipuladas de manhã à noite pelos «media», vão preferir a sociedade da Morte (porque é a sociedade do consumo e do hedonismo), há, no mínimo, que ser honesto e propor-lhes a escolha: a vida ou a morte? A ciência ou a sabedoria? A tecnologia que mata ou as tecnologias de vida? A tecnocracia ou o artesanato?
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ECO-ALTERNATIVAS 1997

eheh> terça-feira, 24 de Setembro de 2002 –> quantas vezes isto já foi reproduzido?- 893 caracteres - 2 páginas - merge doc de 2 files wri : ecoprat e ecopropo -> «tábua de matérias» - «ta's em acção» - ocorrências da raiz energia>: 5 3968 bytes - eheh>ecoprat> saude>

3-3-1997

SABERES TRADICIONAIS - PLANO DE MATÉRIAS - PRÁTICAS PARA APRENDER EM UMA ESCOLA DE REALISMO

Como se alimentar no máximo com o mínimo de alimentos e dinheiro (macrobiótica)
como alimentar as crianças para não terem doenças ou defenderem-se melhor delas
como se defender em caso de ataque físico
como poupar energia vital
como reciclar materiais
como conservar alimentos sem frigorífico
como seleccionar e acondicionar lixos para uma Economia Global de Reciclagem
como organizar associações de educação popular, cooperativas, comissões de moradores
como utilizar embalagens saudáveis e dispensar as de plástico, alumínio, amianto e outros materiais prejudiciais à saúde
como poupar electricidade, gás, energia vital e energia da rede, como inventar alternativas de emergência aos sistemas monopolísticos de fornecimento público
como matar a sede quando não houver água
como sobreviver em tempos de escassez
como respirar quando o oxigénio rarear
como construir uma casa ecológica
como fazer greve geral à sociedade do desperdício
como desintoxicar-se de antibióticos e outras drogas pesadas
como defender-se do ruído e outras agressões do fascismo quotidiano
como utilizar a bicicleta e dispensar o automóvel
como armazenar água para o tempo da estiagem
como se faz uma cisterna, como se abre um poço, como se faz um furo artesiano
como fazer mobílias simples com pouco dinheiro e materiais acessíveis
como se tecem tapetes, mantas, alcofas, sacos, etc.
como se reconvertem moinhos de água, azenhas, lagares abandonados
como se constroi um palco, fazem marionetes, improvisam instrumentos musicais, desenham máscaras, pintam cenários, orientam debates para um trabalho de animação ecológica com crianças, jovens ou adultos
como pôr um penso, acorrer a uma ferida, reanimar um acidentado
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1022 caracteres ecopropo> - realismo ecologista - propostas de fundo

São propostas de fundo porque condicionam toda uma estratégia política desde a raiz:
-Descentralizar produção energética e diversificar fontes
-Reciclar resíduos e aproveitar desperdícios
-Reduzir horário de trabalho=Reduzir desemprego
-Pequenas barragens já e arborização já contra o deserto do eucalipto
-Autogestão, autoorganização dos cidadãos, autodefesa e autocontrole
-Política do quotidiano e valorização da pessoa humana
-Alerta à década da catástrofe
-Alerta às doenças da «civilização» industrial como indicadores sintomáticos da crise ou doença que mina a engrenagem industrial

-Alerta às causas sócio-ambientais da doença:
- estilo de vida
- hábitos alimentares
- água de beber
- conflitos emocionais
- stress urbano
- ruído e vibrações
- ambiente químico (poluições)
- medicamentos e aditivos químicos na alimentação
- alimentos refinados ou carenciados - factores étnicos
- Renascimento rural
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ARTIGO 64

ponto-1>

A DOENÇA DELES E A DÍVIDA

«Em vez de mandarem os cães-polícia da Ordem perseguir naturoterapeutas e activistas da saúde, era bem melhor que nos pagassem o que devem e com retroactivos: retroactivos que, no caso desta SPN, já vão quase em um século.»

Lisboa, 3/Março/2000 - Lendo os jornais, verifica-se que o assunto das despesas com a chamada «saúde» é quase diário. Cheira mesmo a campanha orquestrada. Umas vezes por causa da Ministra que era, outras vezes por causa da ministra que é, os jornais encontram sempre maneira de nos dizer que há uma dívida colossal do Serviço Nacional de Saúde às Farmácias. E das farmácias hospitalares ao Serviço Nacional de Saúde. É uma permanente orgia de gastos com... a «saúde».
Mas se lermos toda esta pungente retórica com um pouco mais de atenção, aquilo que é sempre motivo de grandes títulos e parangonas , não é a saúde, que nem em nota de roda-pé merece a mais mínima atenção. A grande preocupação mediática é a doença e as despesas com a doença.
Leio alguns títulos:
Negócio de gases medicinais investigado
«Saúde» gasta 200 milhões
Medicamentos mais baratos
Portugal lidera despesa com fármacos
Reforma dos medicamentos «apagada» do programa do PS: assim o Estado perde 30 milhões de contos.
Até 2002, faltam 3.535 novos médicos.
Consumos de medicamentos dispara em 99 - Despesa subiu 11 por cento
Dívida dos hospitais em medicamentos sobe dez milhões num mês
Desperdício e má gestão são críticas feitas às farmácias hospitalares
O ministério da Saúde investiu 5 milhões de contos na actualização e substituição do equipamento do Serviço Nacional de Saúde
O competitivo mercado farmacêutico nacional : são mais de cem empresas a disputarem um mercado que vale cerca de 1,9 mil milhões de euros
Ordem propõe mais 150 farmácias
Custos de investigação na saúde animal não são rentáveis
O valor dos produtos de diagnóstico in vitro no mercado mundial está estimado em 18 biliões de dólares e houve um crescimento de cerca de três por cento em 1998
Indústria Farmacêutica na UE : crescer apesar das dificuldades.
E pronto. É melhor parar por aqui esta lista de maravilhas que a tal saúde deles nos apresenta. Qualquer pessoa sensata, e nem precisa de ser naturista, diria que um filme da «Play Boy» é muito menos pornográfico do que isto.
Como vemos, todas as notícias da chamada saúde são sobre os cifrões que a doença custa. Chama-se saúde às despesas com hospitalização, às cirurgias de transplante, aos medicamentos em escalada de preços porque, como se diz num desses títulos, a indústria tem que crescer.
Nunca nada é suficiente para alimentar este monstro devorador. Alguém, aliás, chamou de monstro ao último orçamento de Estado e a principal razão da monstruosidade estava precisamente nas verbas afectas à chamada «saúde». Nunca nada é suficiente para alimentar o monstro e as ameaças sobre a cabeça do contribuinte pagante, que continua a subsidiar toda esta farra, são contínuas: ora é a segurança social à beira da bancarrota, ora é o orçamento de Estado que rebenta pelas costuras por causa da famosa e famigerada «saúde» com aspas, o quadro apocalíptico entenebrece de dia para dia e é a primeira alínea da guerra entre partidos.
Curiosamente, estão todos de acordo em chamar saúde ao que é pura e simplesmente doença, ou seja, estão todos de acordo na Asneira e em prorrogar o apocalipse.
E a coisa é de tal maneira que a actual ministra da saúde, Arcanjo de nome, não precisa de saber uma linha de imunidade ou de terapia, mas é uma conhecida perita e um verdadeiro crack das finanças, ou seja , do carcanhol que é retirado do bolso dos contribuintes fiscais e da segurança social, mesmo aqueles que nem um tostão gastam disso e quando se querem tratar por homeopatia, acupunctura, naturopatia ou que for, esportulam as despesas do próprio bolso, que os naturoterapeutas também não são nada meigos.
A propósito de meiguice, em matéria de génios então a coisa é genial: o senhor Michio Kushi, Nº 1 do movimento macrobiótico mundial, cobrava 60 contos, da última vez que esteve em Lisboa, e só não cobrou o dobro porque o Francisco Varatojo lhe fez ver que o poder de compra do português não era propriamente igual ao dos norte-americanos, entre os quais Michio vive.
Mas este disparate de termos de pagar os tratamentos naturais, quando uma vida inteira descontámos para a chamada segurança social, devia merecer um pouco mais de atenção. Instaurar ao Estado-ladrão um processo por abuso de confiança e por roubo descarado de economias, talvez não fosse mal alembrado.
Sobre saúde propriamente dita, jornais e telejornais usam de um total mutismo. Eu pergunto-me, por exemplo, quando foi a última vez que os jornais noticiaram actividades da SPN, ou mesmo da Espiral, ou de qualquer outra instituição que se dedique à saúde .
A romper este silêncio de morte sobre a saúde-saúde e os activistas da saúde que somos nós, aqui, os sócios da SPN e outros que desde sempre defendem a autoterapia natural, houve apenas um acontecimento: refiro-me ao programa SIC dez horas, onde, vai para ano e meio, temos a melhor tribuna que defende a nossa causa, ou seja, a saúde.
Não se pode esquecer a importância que estas três vozes têm e terão na qualificação do movimento naturista e holístico português.
Francisco Varatojo, às 3ªas e 5ªs, Fernanda Jorge às 4ªs e Pedro Choy às 2ªs e 6ªs, são hoje a grande escola, eu diria, a universidade de autoterapia e, portanto, de ciência da saúde em Portugal.
E já agora não se pode esquecer também de como Júlia Pinheiro conseguiu transmutar a sua imagem televisiva, o que, sendo em si mesmo muito saudável, ajuda muito o programa a ser ainda mais saudável.
Já agora, permito-mo sugerir à direcção da SPN que realizemos nesta sala encontros de estudo regulares, tendo como base e ponto de partida as lições dos especialistas que acabo de referir e que, por mania minha, tenho ido gravando sempre que posso. Resultado desta mania: duas dezenas de videocassetes que poderíamos aproveitar na SPN como base de informação e discussão sobre aquilo que deveria ser uma obrigação de todos os cidadãos portugueses: a autoterapia natural. Pelo menos, é aquilo que o artigo 64 da Constituição da República Portuguesa estipula e preconiza. Com efeito, o número 1 do referido artigo, reza assim: « Todos têm direito a protecção da saúde e o dever de a defender e promover.» Mais claro do que isto, é impossível: nós, naturistas, temos cobertura constitucional. Os que nos perseguem e chateiam, são, além de anti-democratas, anti-constitucionais.
Com a rubrica Saúde, do programa SIC DEZ HORAS, a força da verdade, finalmente, venceu a barreira dos silêncios, das mentiras, das troças, das infâmias vomitadas pelo sr. Germano de Sousa e outros Germanos da praça.
No entanto e por outro lado, coisas sinistras aconteceram e estão acontecendo, com a conivência de alguns que se dizem defensores do naturismo, da medicina natural e - no caso vertente - da acupunctura, a medicina milenar e ecológica por excelência, a primeira cosmobiologia que tem ainda tudo o que importa para nos ensinar. Brada aos céus que se diga acupunctor quem é capaz de cometer as maiores vilezas, contra colegas de classe ainda por cima. É claro que a alminha em questão já tem um lugar assegurado no céu mas mesmo assim custa a engolir.
O momento, portanto, que poderia ser de regosijo, com o veto presidencial ao acto médico e com a abertura de um canal televisivo nacional às ideias naturológicas, é afinal de luto e de imensas angústias.
Nunca se sabe quando o Banco Mundial inspira mais uma campanha em que a Ordem dos Médicos é mero peão de brega. Nunca se sabe quando os altíssimos interesses económicos da indústria farmacêutica não arranjam mais um curandeiro da ilha do Pico para tentarem justificar as suas campanhas de morte e de doença, em nome, sempre da tal «saúde» com aspas.
Tenho para mim que esta é a última e decisiva batalha do apocalipse, o famoso Armagedão: A forma de terrorismo usada contra as ideias naturológicas leva a crer que, se não for o Cosmos a proteger-nos, seremos liquidados como coelhos.
Por isso, abrir a naturologia a uma cosmobiologia radical é, quanto a mim, a mais urgente das fainas, se queremos sobreviver. É, como se dizia há 20 anos da Ecologia, um caso de vida ou de morte.
Cabe ainda aqui o episódio do chamado «cartão do utente de saúde». De há 3 anos a esta parte, os serviços oficiais têm feito esforços para divulgar a (quase) obrigatoriedade de se renovar o cartão do utente do chamado Serviço Nacional de Saúde.
Na área da minha residência, leio, de vez em quando , notícias de que o centro regional de Oeiras estará aberto , das tantas às tantas, nos dias tais e tais, para que os «atrasados» possam fazer a requisição do dito cartão.
Aproveitando mais um destes anúncios, desta vez perto de casa, em Paço de Arcos, e como não quero passar por cidadão incumpridor dos meus deveres cívico-burocráticos, lá compareci no sábado , 26, entre as 10 e as 18 horas, julgando que desta vez iria ter cartão novinho em folha.
Pois é: o horário previsto era das 10 às 18 e às 11.30 lá entrei na bicha. Ia no número 80 da 1ª série e a senha que eu tirei era o 85 da 2ª série. Podia , portanto, ir dar um passeio e voltar mais tarde. Foi o que fiz: cerca das 17 horas, regressei e pude verificar que ia no 70 da minha série. Mas já se resmungava no corredor , entre os que esperavam havia horas, que, chegadas as 18 horas, mais ninguém seria atendido. De facto, assim aconteceu. 18 horas e fechou o guichê.
Ficaram uma dezenas de pessoas por atender, alguns que esperavam como eu desde a manhã e que julgavam a senha uma garantia de ser atendido, embora tarde.
Alguém falou que na Loja do Cidadão era igual ou pior. E que nos dias normais, então, nem valia a pena falar disso no centro de Paço de Arcos.
Tive então a consciência clara do que eram as famosas «listas de espera» e do que era a famosa e famigerada «saúde». Além de serem uma chatice, são de facto uma gigantesca fraude que todos vamos alimentando, indo lá, quando o capataz toca a reunir.
Moral da história mais que imoral: o sistema nacional de saúde (?) anda há 3 anos para que os cidadãos renovem o cartão e o que se passa é o que acabo de descrever.
Afinal, quem é que não tem um pingo de vergonha na cara?
Se em vez de mandaram cães-polícia chatiar as canelas dos activistas da saúde e dos naturoterapeutas (os únicos que podem inverter esta tendência para o suicídio nacional do chamado serviço nacional de saúde) , os serviços fossem, ao menos, burocraticamente mais eficazes, a malta de facto agradecia.
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ECOLOGIA HUMANA 1997

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DA HIGIENE CLÁSSICA À ECOLOGIA HUMANA: UMA LONGA JORNADA DE TRABALHO

3/3/1997 - 1 - Regra de ouro em Ecologia Humana é a observação.
Se há doenças, elas significam, com certeza, que alguma coisa no ambiente vai de molde a provocá- las, visto que não há efeito sem causa, como diria La Palice.
À luz da Ecologia Humana, a Higiene não pode acreditar em doenças sem causa ou de causa apenas desencadeante ou superficial.
A doença remete de imediato e necessariamente para uma análise ou observação do Ambiente, para um inventário das possíveis e prováveis causas.
É assim que a higiene se afasta cada vez mais de um realismo ecológico, na medida em que os factores causantes da doença, cada vez mais subtis, insidiosos e em maior número, são cada vez mais difíceis de captar e de identificar.
Basta citar as carpetes, o amianto de uso doméstico, o alumínio dos tachos, os detergentes, os medicamentos, os resíduos químicos nos produtos hortícolas e agrícolas, os conservantes e corantes químicos nos alimentos embalados, os refinados, para indicar alguns factores que passam tanto mas despercebidos quanto mais familiares e quotidianos são.

2 - O inventário de factores ou causas da doença torna-se hoje quase impossível de realizar e muito mais ainda de evocar a cada doença ou caso verificado.
Os desodorizantes químicos do ar provocam anemias.
Mas o chumbo da água dos canos também.
E o ar que se respira com óxido de carbono (mais chumbo) igualmente.
Há igualmente os medicamentos que podem determinar anemias ou leucemias; os contraceptivos femininos já foram acusados disso.
Difícil se torna, entre tantos factores causais possíveis, qual foi o determinante ; ou se foram alguns; ou mesmo se foram todos somados.
A roupa de fibra sintética, o sapato sem sola de cabedal ou o colchão de espuma, podem igualmente ser responsáveis domésticos por algumas alergias e alterações graves, quer específicas quer do estado geral.
Como inseri-las no diagnóstico?
Será possível um diagnóstico ecológico, mesmo de mera aproximação?

3 - Antecedentes históricos da perspectiva ecológica são, sem dúvida, a higiene, a profilaxia, a epidemiologia e a toxicologia.
A grande diferença reside na maneira «filosófica» de entender as relações do ser humano com o meio.
Já no princípio do século se faziam estudos epidemiológicos, afirmando, por exemplo, o dr. Buchanan (de Inglaterra) e o dr. Bowditch (Boston) que a tísica (como se dizia...) estava relacionada com a excessiva humidade do solo.
No seu manual de «Hygiene para as escolas», Arthur Newsholme recomendava:
«O nível da água do solo ou do subsolo tem de ser escrupulosamente verificado(...) «O pavimento inferior deve ser, pelo menos, de três pés acima do mais alto nível da água do solo».
Porque - advertia Arthur Newshole - «um solo em que esta for usualmente baixa, mas sujeita a súbitas variações de nível, é menos saudável(...).
Saudável era, no entanto, uma noção vaga. Tanto como hoje, são as noções de salubridade, sanidade e até de higiene.
A formulação unitária das várias perspectivas hoje dispersas por essas disciplinas - toxicologia, epidemiologia, profilaxia, higiene doméstica, escolar, do trabalho, da habitação, etc, etc - é talvez o que distingue uma visão ecológica das restantes visões parciais obtidas até à data.

4 - DA HIGIENE INDIVIDUAL À HIGIENE PLANETÁRIA.

De 1900 até hoje, 1978, os manuais de higiene dão-nos a impressão de inocência.
Mesmo os de hoje, parecem ignorar o mundo tal como está; e de que a Higiene, para ter algum sentido, deverá começar nesse corpo, nessa casa, nessa rua, nesse bairro, nessa terra comum que se chama planeta Terra.
Ginástica respiratória (num ar poluído), yoga respiratório, alimentação racional (na base de agricultura de adubos químicos e pesticidas), edifícios (de betão) virados ao sol, as virtudes da natação (nas praias com colibacilos), as 8 horas de sono reparador (na cloaca de ruído que é a cidade) , a escova de crina para lavar os dentes (que restaram do açúcar desmineralizante número 1), a ventilação do quarto (numa de 3 assoalhadas ) posição correcta do aluno na carteira (em uma escola errada de alto a baixo), tudo isso são recomendações que, de tão sensatas, se tornaram clássicas. E vivem já no subconsciente das gerações embora aos bairros da lata essa higiene pequeno-burguesa tenha dificuldade em chegar...
Porque é esse o problema: estabelece-se uma higiene para espaços e habitantes de um extracto sócio-económico, de um país, de um bairro determinados, prescrevendo-se que deve ser assim urbi et orbi o que, desde logo, é contrariado pelo que, de facto e na realidade, não é assim.
A regra higiénica universal, é hoje, portanto: como viver nos ambientes cada vez mais degradados e nos habitats cada vez mais inabitáveis, ora por miséria ora por abundância.
Haverá uma higiene individual que passou aos hábitos de quem os possa cultivar.
Mas existe uma higiene social e política - que às vezes dá pelo nome vago e pouco convincente de Saúde Pública - que consiste em perceber como nos ambientes reais existentes é possível subsistir vivo. Sobreviver.
Com esses ambientes reais duas atitudes se podem tomar:
- resignação a eles, pois o «homem adapta-se a tudo» (regra de ouro de uma moral fascista do quotidiano)
- Ou, através deles, uma ecopolitização geral das novas gerações.
Porque não se pode ensinar às novas gerações apenas o meio ambiente que usufruem a média ou alta burguesia ou bairro residencial onde está o menino: tem que se mostrar às novas gerações o ambiente ou habitat em que estão, na acepção unitária e planetária que lhe dá a a ecologia: rua, bairro, escritório, oficina, fábrica, vila, cidade, país ou planeta.
A atenção ao meio é uma prerrogativa da higiene enquanto ciência que se desenvolveu na primeira metade do século XX: mas foi precisamente essa noção de meio e de ambiente que mudou. Que tornou o Planeta um todo indissociável.
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