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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-03-06

AUTOTERAPIA 2006

abc-abc> autoterapia alimentar

6-3-1997

PRONTO-SOCORRO ALIMENTAR:A - Z

Quer se faça ou não faça macrobiótica, alguns recursos alimentares deverão estar sempre presentes, seja qual for o problema de saúde que se apresente.
Vamos indicar, por ordem alfabética, alguns itens a não esquecer:

Ácidos Aminados - Quase sempre esquecidos, os ácidos aminados têm uma importância tão grande, na alimentação, como as Vitaminas, os Sais Minerais, os Enzimas e as Proteínas. (Ver Levedura, ácido pantoténico e ácido fólico)

Agrião - Rico em lítio, pode ser recomendado como «medicamento» para estados depressivos e maníaco-depressivos. Tisana de alecrim ajuda em idênticos casos.

Alcachofra - Pouco utilizada em Portugal na culinária, a alcachofra é, com a família dos rábanos, o melhor remédio para problemas do fígado, dado o seu teor de enxofre. (Ver rábano, nabo e rabanete, Ver enxofre)

Alergia - Piridoxina (Vitamina B6) deve indicar-se sempre que haja terreno alérgico.

Aloé Vera - Confirma-se o poder cicatrizante entre todas as virtudes que se atribuem ao extracto desta planta, deste «cacto», tão frequente hoje por toda a parte e que se destaca pelas flores vermelhas durante o Inverno. Actuando no tecido reticulo-endotelial (espécie de rede que cobre pele e membranas internas) pode, por isso, atribuir-se ao Aloé Vera virtudes profilácticas de doenças degenerativas.

Bagaço de Soja - Desaconselhável em todas as circunstâncias, zero em nutrientes. (Ver Leite de Soja)

Bulgur - Os cereais de pequena configuração como o bulgur, a Kinoa e o Millet (os mais equilibrados do ponto de vista Yin/Yang) podem ser cozidos assim: a) quantidade - uma chávena de cereal para 2 ou 3 de água (conforme se pretende + ou - seco) ; b) água a ferver, na qual se deita o cereal; baixa fervura e fica ao lume durante 25/30 minutos. Adiciona-se sal e óleo.

Cartilagem de Tubarão - Parecem confirmar-se os bons resultados da cartilagem de tubarão para: artrite inflamatória, psoríase, gastroenterite e redução de tumores em geral. Actuaria reforçando as defesas naturais, o sistema imunitário.

CVD – Chá (caldo) dos vegetais doces: Cebola + Cenoura + Abóbora + Couve Branca. Cozer com pouca água, lume brando, durante 20 minutos, como quem destila. Recomenda-se escaldar os vegetais (folhas verdes) , para perderem resíduos de pesticidas que podem ter.

Diurese - Sempre que, por medicamentos ou regimes especiais, haja aumento anormal de diurese, deve redobrar a atenção relativamente aos recursos mineralizantes, de que se dá nesta lista alfabética vários itens.

Dores menstruais - Em oligoterapia, indica-se:
a) Zinco+Cobre
b) Zinco+Níquel+Cobalto
c) Manganés
d) Zinco

Expectoração - Confirma-se o efeito expectorante do Hydrastis Canadensis (homeopatia, gotas ou grânulos) na limpeza dos brônquios e vias respiratórias. Sem esquecer a cebola e o Alho, que também ajudam a expectoração.

Focos reumáticos nas articulações - Por experiência, confirma-se o resultado excepcional obtido com duas homeopatias: Brionia Alba-7CH e Arnica Montana-7 CH.

Frieiras - Confirma-se o bom resultado do oligoelemento magnésio (comunicação ou circulação intercelular).

Gengibre (Raiz de) - Facilita a expectoração, devendo estar presente sempre que haja problemas respiratórios. Ralado ou em tisana. Para as crises respiratórias do Inverno e nem só. (Ver Cebola e Alho). - Planta originária da Ásia, de raízes aromáticas, utilizada também como condimento: mangarataia.

Germinados - Omelete é uma maneira prática de ingerir germinados (trigo ou soja) dada a dificuldade que algumas pessoas sentem em os mastigar crus.

Hemorroides - Manifestação frequente nos que têm problemas de metabolismo das gorduras. Manifestação com sede no Fígado, é o Fígado que deve ser tratado (também) além dos tratamentos locais que porventura se façam. Oligoterapia aconselhada para profilaxia e tratamento agudo:
a) Manganés
b) Manganés+ Cobalto,
c) Iodo e Enxofre. Em homeopatia, lembra-se Nux Vomica e Sulphur.

Ites - Em caso de «ites» ( inflamações e infecções) , Oligoterapia de base aconselhável :
a) Cobre + Ouro + Prata,
intercalando com Cobre

Lacto-Fermentados - Para desintoxicação do organismo em profundidade - através da acção enzimática - a macrobiótica dispõe de um plantel de recursos, de que são exemplo os lacto-fermentados:
a) Chucrute
b) Picles sem álcool (sal e água, apenas)
c) Miso
d) Tamari
e) Pão ázimo
f) Vinagre de Maçã
g) Vinagre de Arroz.
O metabolismo das gorduras depende muito de qualquer destes condimentos/medicamentos.

Leite de Soja - Um dos derivados da Soja absolutamente desaconselhável, especialmente aos que tenham problemas intestinais.

Levedura de Cerveja - Condimento comum, rico em vitaminas, que poderá usar-se em comprimidos, para andar sempre e a qualquer hora à mão. Muito rica em Biotina (Vitamina B8) e Niacina (Vitamina B3), a Levedura de Cerveja tem ainda: Tiamina (Vitamina B1), Riboflavina (B2), Pirodoxina (B 6) , Cianocolobolamina ( B12) , Ácido Pantoténico e Ácido Fólico.

Lítio - O Oligoelemento por excelência do foro psíquico : usado em psiquiatria, psicoses maníaco-depressivas, hiperansiedade e hiperemotividade com perda da hierarquia de valores, depressão, diminuição de faculdades intelectuais , apatia, insónia dos ansiosos, sindromas musculares dolorosos por tensão ou crispação.
Tem, portanto, 2 tipos de acções:
a) No físico, melhora as funções eliminatórias pelas vias urinárias, nomeadamente ureia e ácido úrico
b) No psíquico, actua nos casos de nervosismo, ansiedade, angústia, depressão psíquica, insónia, instabilidade, agitação, irritabilidade, perturbações de humor, carácter e comportamento, agressividade, inibição, psico-pruridos e psico-dermatoses.

Memória - a) Alumínio
b) Silício
c) Zinco+Cobre é, em Oligoterapia, a receita recomendada para ajuda à memória e a quem tenha de realizar esforços intelectuais (ver Lecitina).

Manganés - Manganés e Enxofre são, em Oligoterapia, os elementos a lembrar sempre que haja insuficiência hepática, que pode coexistir com insuficiência biliar.

Nervos - Em Oligoterapia, magnésio protege célula nervosa.

Nux Vomica 8 CH - Não confirmado para depressão: 3 grânulos de cada vez, 3 vezes dia, 1/2 hora antes das principais refeições. Cépia 6CH é indicado simultaneamente, durante 11 dias , 1/2 depois das refeições, depois parar.

Panne sexual - Para os que vivem no pavor de «falhar» no momento em que têm de afirmar a sua virilidade (aquilo a que os franceses chamam «panne sexual»), a revista «Vie Naturel» aconselhava alguns elementos/alimentos, que, dada a sua excessiva abundância, deverão ser criteriosamente seleccionados: Vitamina E, Gengibre, Canela, Baunilha, Açafrão, Basilisco, Trutas, Ovos, Ginseng, Chá Mu, Zinco/Cobre, Manganés/Colbalto, Litium, Cobre+Ouro+Prata. Em alguém que siga um regime de poucas carências, provavelmente um ou dois destes elementos poderão «fazer o milagre». A confirmar totalmente pela prática. Conselho de prudência: nunca juntar mais que 2 dos itens indicados, predominantemente yangues. De certo, a receita é uma «intoxicação» yang, crítica que aqui fica feita.

Papaysan - Comprimidos de Papaya, em pequenas caixas de folha de flandres, óptimo para melhorar a produção de enzimas digestivos, facilitando portanto as digestões difíceis.

Potássio - Mineral esquecido a reabilitar - Fontes mais frequentes de Potássio: Carne, Legumes, Leite - Funções do Potássio: Contracção Muscular - Carência de Potássio (sintomas): Debilidade geral, Irregularidade de contracção cardíaca, Paralisia (Ver Diurese).

Próstata - Regista-se e sublinha-se o papel do ácido biliar em excesso na etiologia do cancro da próstata.

Relógio biológico - O professor Victor Frolov , da Universidade de Moscovo, demonstrou que um coração saudável se comporta diferentemente segundo os meses do ano e até as horas do dia. Na Europa, o maior número de enfartes do miocárdio produzem-se no fim do Outono e no começo da Primavera; nos países asiáticos, isso acontece mais no Verão.

Reumático - Oligoterapia profiláctica:
a) Manganés + Cobalto
b) Fósforo (tensão nervosa)
c) Flúor
d) Cobre + Ouro + Prata (antisenescente, tensão nervosa).

Salsa - Faz parte dos alimentos-rei apesar da sua humildade. Rico em Vitamina A, deveria andar todos os dias nos nossos pratos, nomeadamente se há problemas da vista e da visão.

Shitake - Cogumelo japonês rico em ácidos aminados, lípidos, proteínas, glúcidos , lentinan e outros elementos nutritivos, o Shitake é indicado para reforço do sistema imunitário. Na macrobiótica, diz-se que expulsa o sal acumulado no organismo, podendo ser bebido o chá feito com o cogumelo e depois comido o próprio cogumelo.

Staphysagria - Em alguns casos de alergia, nomeadamente se afecta os olhos, há quem reaja muito bem a esta homeopatia em grânulos, na diluição 5 CH. Para crises respiratórias de fundo alérgico, poderá também resultar.

Sódio (Excesso de) - Causa possível de indisposições menstruais.

Sulfogène - Produto em ampolas da Biocatal, alternativo ao Radis Noir: na base do enxofre, poderá , no entanto, em casos de hipersensibilidade alérgica provocar reacções que assustem o doente; nesse caso, radis noir actuará de modo mais suave. (Ver Enxofre e Radis Noir).

Varizes - Experiência confirma bons resultados de: Aplicação tópica de Argila e Couve branca; ingestão de Mirtilo e Taraxaco (Dente de Leão) em Tisanas .

Vesícula (Venenos para a ) - Chocolate, Alimentos concentrados ou com sabores muito intensos (picante, ácido, salgado, doce, amargo) , Bebidas alcoólicas, Frituras, Manteiga de vaca gorda e salgada, Limão, Mel, Miso, Ovos com clara, Pão Branco, Queijo gordo e salgado, Requeijão.
***

DEEP ECOLOGY 1997

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6-3-1997

EUROPA-CABO VERDE - ESPÓLIO BIBLIOGRÁFICO DA «FRENTE ECOLÓGICA»-II

* O DESPERTAR DA CONSCIÊNCIA ECOLOGISTA - ALGUNS LIVROS-DATAS QUE SÃO MARCOS      DE UMA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA-DE 1854 A 1990


SÉCULO XIX
Chefe Seatle
Carta ao Grande Chefe Branco de Washington
1854

Paul Lafargue
O Direito à Preguiça
1883
SÉCULO XX
E. Vandervelde
L'Exode Rural et le retour aux champs
Ed. Félix Alcan, Paris, 1910

ANOS 30
Romain Rolland
Nicolai e a biologia da guerra
Rio, Março, 1935

E. Pfeiffer
Fécondité de la Terre
Ed. de la Science Spirituelle, Paris
1938

Jacques Delamaire
As Aves Cantam - Porquê?
Ed. Clássica, Lisboa
1938
ANOS 40
Simone Weil
L'Enracinement
1949

André Leroi-Gourhan
Milieu et techniques
Ed. Albin Michel, Paris, 1973 , 1974 (original)

M.Gomes Guerreiro
A Floresta na Conservação do solo e da água
Liv. Sá da Costa, Lisboa, 1953

Eugene P. Odum
Fundamentos da Ecologia
Ed. Gulbenkian, Lisboa, 1976, 1959 (original)

ANOS 60
Rachel Carson
Primavera Silenciosa
Ed. Pórtico, Lisboa, 1962 (original)

1965
Michael Harrington
A revolução tecnológica
Ed. Civilização Brasileira, Rio, 1967, 1965 (original)

Jean Dorst
La Nature dé-naturée
Ed. Delachaux, 1965

René Dubos
L'Homme et l'adaptation au milieu
Ed. Payot, Paris, 1973, 1965 (original)

1967
Henri Lefebvre
Contra os Tecnocratas
Ed. Moraes, Lisboa, 1968, 1967 (original Gouthier)

1968
Erich Fromm
A Revolução da Esperança-Por uma Tecnologia humanizada
Zahar Ed., Rio, 1969, 1968 (original)

Henri Lefebvre
A Vida Quotidiana no Mundo Moderno
Ed. Ulisseia, Lisboa, 1969 (Fevereiro), 1968 (original Gallimard)

1969
Georg Picht
Frente a la Utopia
Ed. Plaza & Janes, Barcelona, 1971, 1969 (original)

Paul Lafargue
Le Droit à la Paresse
Ed.- Maspero, Paris, 1972 (Março), 1969

1970
Gerhard Kade
O Homem e o seu Ambiente
Ed. Getúlio Vargas, Rio, 1970 (original)

Tomás maldonado
Meio Ambiente e Ideologia
Ed. Socicultur, Lisboa, 1971, 1970 ( original)

Everett Reimer
La Escuela há muerto
Ed Barral, Barcelona, 1973, 1970-71 (original)

René Dubos
O Despertar da Razão
Ed Melhoramentos, São Paulo, 1972, 1970 (original)

1971
Eugene S. Schwartz
A inflação da técnica
Ed Melhoramentos, São Paulo, 1975, 1971 (original)

Friedrich Hacker
A Agressividade - a violência do mundo moderno
Ed. Bertrand, Lisboa, 1973, 1971 (original)

Osborn Segerberg
La Advertência ecológica
Ed. Barral, Barcelona, 1974, 1971 (original)

Paul Chovin
A Poluição Atmosférica
Ed Arcédia, Lisboa, Março de 1971

Jacques Vernier
A Batalha do Meio Ambiente
Ed. Futura, Lisboa, 1973, 1971 (original)

Philippe Saint-Marc
Socialización de la Naturaleza
Ed. Guadiana, Madrid, 1973, 1971 (original)

Theodore Roszak
Para uma Contra-Cultura
Ed. Dom Quixote, Lisboa, 1971 (Junho)

Ernesto Bono
É a ciência uma nova religião?
Ed. Civilização Brasileira, Rio, 1971

Barry Commoner
El Círculo que se cierra
Ed. Plaza & Janes, Barcelona, 1973, 1971 (original)

Henri Laborit
O Homem e a Sociedade
Ed. Iniciativas editoriais, Lisboa, 1973 (Junho), 1971 (original Flammarion)

1972
René Dubos
Les Dieux de l'Écologie
Ed. Fayard, Paris, 1973, 1971-72 (original)

Serge Moscovici
A Sociedade Contra-Natura
Ed. Bertrand, Lisboa, 1977, 1972 (original)

Serge Moscovici
Sociedade contra Natureza
Ed. Vozes, Rio, 1975, 1972 (original)

Karl Marx
As Filosofias da Natureza em Demócrito e Epicuro
Ed. Presença, Lisboa, 1972

Jonh Maddox
El sindroma del fin del mundo
Ed. Barral, Lisboa, 1974, 1972 (original)

Dario Paccino
El embrollo ecológico
Ed. Avance, Barcelona, 1975, 1972 (oroginal)

Sicco Mansholt
Ecologia - caso de vida ou de morte
Ed. Moraes, Lisboa, 1973, 1972 (original)

Pierre George
El medio ambiente
Ed. Oikos-Tau, Barcelona, 1972, 1972 (original)

Barbara Wards
Uma Terra somente
Ed. Universidade, São Paulo, 1973, 1972

Dennis Meadows e outros
Os limites do crescimento
Ed. Dom Quixote, Lisboa, 1973 (Junho), 1972 (original)

Pierre Gascar
La Amenaza
Ed. Plaza & Janes, Barcelona, 1974, 1972 (original)

Edward Goldsmith
Como vamos sobreviver
Ed. Seara Nova, Lisboa, 1977, 1972 (original)

Jean Dorst
Antes que la Naturaleza Muera
Ed. Ómega, SA, Barcelona, 1972

1973
Herbert Marcuse e outros
Ecologia contra Poluição
Ed. Dom Quixote, Lisboa, Março de 1973

E.F. Schumacher
Small is beautiful
Ed. Dom Quixote, Lisboa, 1980, 1973 (original)

Max Nicholson
La révolution de l'environement
Ed. Gallimard, Paris, 1973

Edouard Bonnefous
O homem e a natureza
Ed. Parceria, Lisboa, 1973

Richard G. Wilkinson
Pobreza e Progresso
Ed. Zahar, Rio, 1974, 1973 (original)

Roberto Vacca
La Próxima Edad Media
Ed. Nacional, Madrid, 1973

Pierre Fournier
Où on va? J'en sais rien mais on y va
Ed du Square, Paris, 1973

Hans Liebmann
Terra - Um planeta inabitável?
Ed. Melhoramentos, São Paulo, 1976, 1973 (original)

Médecine Traditionelle et Couverture des soins de santé
OMS, 1973

Liliane Elsen
La Pollution et l'environement
Ed. Filipachi, Paris, 1973

Pierre Samuel
Ecologie: détente ou cycle infernal
UGE, Paris, 1973

Umberto Ecco e outros
La Nueva Edad Media
Ed. Alianza, Madrid, 1974, 1973 (original)

Jeanne Daubois
A ecologia na escola
Ed. Estampa, Lisboa, 1974, 1973 (original)

Theodore Roszak
Où finit le désert
Ed. Stock, Paris, 1973 (outubro), 1973

Michel Bosquet
Crítica do capitalismo Quotidiano
Ed. Iniciativas, Lisboa, 1973, 1973 (original Galilée)

Ivan Illich
Libertar o futuro
Ed. Dom Quixote, Lisboa, Janeiro de 1973

Philippe Saint Marc
Socializacion de la Naturaleza
Ed.Guadiana de Publicaciones, Madrid, 1973

Konrad Lorenz
Os oito pecados mortais da civilização
Ed. Moraes, Lisboa, 1974, 1973 (original alemão)

Jean Carpentier
Para uma Antipolítica da Saúde
Ed. Teorema, Lisboa, 1974

Frederick Leboyer
Para um nascimento sem violência
Ed. P.D. Quixote, Lisboa, 1976, 1974 (original)

Mollo-Mollo
Repensar a Energia
Ed. Vega, Lisboa, 1974 (original)

Ramon Tamames
Ecologia y desarrollo
Ed. Alianza, Madrid, 1974-1977

Yves Laulan
Le Tiers monde et la crise de l'environement
Ed. PUF, Paris, 1974

Murray Bookchin
Los limites de la ciudad
Ed. Blume, Barcelona, 1978, 1974 (original)

Friedrich Engels
Dialéctica da Natureza
Ed. Presença, Lisboa, 1974 (Setembro)

René Dumont
A vous de choisir
Ed. Pauvert, Paris, 1974

Serge Moscovici
Homens domésticos- homens selvagens
Ed Bertrand, Lisboa, 1976, 1974 (original)

William Dufty
Sugar Blues
Ed. Ground, Rio, 1975 (original)

Louis Porcher
Pedagogia do eio Ambiente
Ed Socicultur, Lisboa, 1977, 1975 (original)

Ivan Illich
Limites para a Medicina - a expropriação da saúde
Ed Sá da Costa, Lisboa, 1977, 1975 (original)

Jo"el de Rosnay
O Macroscópio para uma visão global
Ed. Arcádia, Lisboa, 1977, 1975 (original)

Jacques Robin
Do crescimento económico ao desenvolvimento humano
Ed. Socicultur, Lisboa, 1977, 1975 (original)

Michel Bosquet
Ecologia e Política
Ed. Notícias, Lisboa, 1976, 1975 (original Galilée)

J. Almeida Fernandes e outros
Uns comem os figos
Col. «Ecologia e Sociedade», Seara Nova, Lisboa, 1975

Jean-Pierre Dupuy et Jean Robert
La trahison de l'opulence
Seuil, 1975

René Dumont
Utopia ou Morte
Ed. Sá da Costa, Lisboa, 1975, 1975 (seuil)

José A. Lutzenberger
Fim do Futuro?
Manifesto Ecológico Brasileiro
Ed. Movimento, Porto Alegre, 1976

Michel Cuisin
O que é a ecologia?
Ed. Iniciativas, Lisboa, 1971 (original), 1976

Edouard Bonnefous
Sobreviver - Ainda é possível salvar o homem?
Ed. Socicultur, Lisboa, 1976 (original)

Ernesto Bono
Nós, a Loucura e a Antipsiquiatria
Ed. Afrontamento, Porto, 1976

Murray Bookchin
Para uma Tecnologia Libertadora
Ed. Via, Lisboa, 1976 (Novembro)

Bernard Vincent
Paul Goodman e a Reconquista do Presente
Ed. Via, Lisboa, 1978, 1976 (Seuil original)

Roger Garaudy
O projecto esperança
Ed. Dom Quixote, Lisboa, 1976 (Setembro), 1976 (original)

Jean-Marie Pelt
L'Homme re-Naturé
Ed. Seuil, Paris, 1977

Holger Strohm
Manual de Educacion Ecologica
Ed Zero, Madrid, 1978, 1977 (original alemão)

David Cooper
Quem são os dissidentes?
Ed. António Ramos, Lisboa, 1978, 1977 (original francês)

Denis de Rougemont
L'Avenir est notre affaire
Stock, 1977

Pierre Samuel
Contra la Indústria Nuclear
Ed. Zero, Madrid, 1978, 1977 (original)

Edgar Morin
La Méthode, la nature de la nature
Seuil, 1977

Carlos Carrasco
Introduccion a una ecologia politica
Ed de la Torre, Madrid, 1977

Ramon Folch i Guillén
Sobre Ecologismo e ecologia Aplicada
Ed. Ketres, Barcelona, 1978, 1977 (original)

Guy Biolat
Marxismo e Meio Ambiente
Ed. Seara, Lisboa, 1977

Richard S. Scorer
El idiota espabilado
Ed. Blume, Barcelona, 180, 1977 (original)

Edith Holden
A Alegria de Viver con a Natureza
Ed. Blume, Barcelona, 1981, 1977 (original)

Michel Bosquet
Ecologie et Politique
ed. Seuil, Paris, 1978, 1975-77 (galilée)

René Dumont
Seule une Ecologie Socialiste
Ed. Robert Laffont, Paris, 1977

Valentina Borremans
Reference Guide To Convivial Tools
Cuernavaca, México, 1978

Claude-Marie Vadrot
Muerte del mediterrâneo
Ed. Granica, Barcelona, 1978

Ernest Callenbach
Ecotopie
Stock,1978

Jean Tricarta
A Terra Planeta Vivo
Ed. Presença, Lisboa, 1978

Adret
Travailler deux heures par Jour
Seuil, 1978

Josep-Vicenta Marqués
Ecologia y lucha de clases
Ed. Zero, Madrid, 1978

Claude-Maria Vadrot
L'Écologie, histoire d'una subversion
Syros, 1978

Brice Lalonde
Quand Vous Voudrez
Ed. Pauvert, Paris, 1978

Mikel Orrantia «Tor»
Por una Alternativa libertária y global
Ed. Zero, Madrid, 1978

Jean-Paul Ribes
Pourquoi les ecologistes font-ils de la Politique
Ed. Seuil, Paris, 1978

Albert Tévoeédjrè
A Pobreza, Riqueza dos Povos
Ed. Vozes, Petrópolis, 1981, 1978 (original)

Adret
Travailler deux heures par jour
Seuil, 1978

Albert Tévoédjré
La Pauvreté richesse des peuples
Les Éditions Ouvrières, Paris, 1978

George Mc Govern
Alimentação, Doenças Degenerativas e Saúde no Mundo Contemporâneo
Ed. Sétimo Círculo, Porto, 1979, 1978 (original)

Laura Conti
Qué es la Ecologia?
Ed. Blume, Barcelona, 1978, 1978 (original)

Michel Bosquet
Ecologia e Liberdade
Ed. Vega, Lisboa, 1978 (Janeiro)

Ivan Illich
O Direito ao Desemprego Criador
Ed. Alhambra, Rio, 1979, 1978 (original)

Humberto da Cruz
Ecologia y Sociedade Alternativa
Ed. Miraguano, Madrid, 1979

Alain Hervé
L'Homme Sauvage
Stock, 1979

E.F. Schumacher
Good Work
Ed. Seuil, Paris, 1980, 1979 (original Harper and Row)

Amory B. Lovins
La Alternativa Energética
Ed. Miraguano, Madrid, 1979

I. Laptev
Les Hommes et la Nature
Ed. du Progrès, Moscovo, 1979

Roger Garaudy
Apelo aos Vivos
Ed. Moraes, Lisboa, 1982 (Janeiro), 1979 (Seuil-original)

Michel Bosquet e outros
Crisis economica y ecologia
Ed. Miraguano, madrid, 1980

Ronald D. Laing e outros
Para Schumacher
Ed. Blume, Barcelona, 1981, 1980 (The Schumacher Society)

Murray Bookchin
Manifesto Ecológico
In «Ecology Action East», 1960
Publicado em Portugal por «A Ideia», 1980

Comissão Willy Brandt
Norte-Sul - Assegurar a Sobrevivência
Ed. Moraes, Lisboa, Novembro 1981, 1980 (original)

Jean Robert
Le Temps qu'on nous vole
Seuil, Paris, 1980

José A. Lutzenberger
Fim do Futuro?
Ed. Movimento, Porto Alegre, 1980

Roger Garaudy
Ainda é tempo de viver
Ed. D. Quixote, Lisboa, 1981, 1980 ( original)

Jacques-Yves Cousteau
Français, on a volé ta mer
Ed. Laffont, Paris, 1981

Boris Komarov
Le Rouge & le Vert
Seuil, Paris, 1981

Cornelius Castoriadis
Da Ecologia à autonomia
Ed. Centelha, Coimbra, Fevereiro 1983, 1981 (original)

Erich Fromm
La Revolucion de la esperanza - Hacia una tecnologia humanizada
Fondo de C.E., Madrid, 1982

Jean-Luc Henning
Entretienavec Daniel Cohn-Bendit
In «Autrement», Paris, 1982

Stephen Croall
Ecologia para principiantes
Ed. D. Quixote, Lisboa, 1982, 1982 (original)

Mustafá Kamal Tolba
Desarrollo sin Destruccion
Ed del Serbal, Barcelona, 1982, 1982 (original)

Ramón Tamames
Crítica dos Limites do Crescimento
Ed. D. Quixote, Lisboa, Junho de 1983, 1982 (original)

Henri Laborit
Del Sol al Hombre
Ed. Labor, Barcelona, s/d
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MITOS MÉDICOS 1999

mitos–0-4> merge de 5 files: mitos-1> +mitos-2> + mitos-4> - comunicação à academia

MITOS E EQUÍVOCOS DA MEDICINA MODERNA

6/3/1999 - Os grandes mitos e equívocos da medicina moderna nascem no final do século passado, princípios deste. Devem-se esses mitos, em boa parte, a duas grandes figuras da história da medicina e da biologia: Pasteur e Metchnikoff, que curiosamente se conheceram e encontraram em Paris.
Caminhos paralelos e por vezes convergentes, as descobertas desses homens contribuíram para que a moderna medicina fosse uma ambígua e contraditória mistura de grandes verdades aparentes cobrindo grandes mentiras reais.
O virtual, em medicina, começou cedo, começou com uma santíssima trindade a que se costume prestar culto quase religioso: Louis Pasteur (1828-1895), Robert Koch (1843-1910) e Ilya Metchnikoff (1845-1916) .
Associar as infecções com os microorganismos, sendo uma verdade parcial , tornou-se, no entanto, uma verdade absoluta (um dogma) e contribuiu para a total perversão da ciência médica e da sua prática.
Ao descobrir a fagocitose, Ilya Metchnikoff, fez com que a Imunidade e as ciências da imunidade se confinassem quase exclusivamente a esse fenómeno.
Contemporâneo de Ilya Metchnikoff, o alemão Emil Behring, descobridor do soro anti-diftérico, tentaria alargar o conceito de imunidade .
Sustentava ele que as forças defensivas ou imunitárias do organismo residem também no próprio soro sanguíneo, ou seja, na parte líquida do sangue, completamente isenta de glóbulos brancos.
A tese de Emile Behring viria a ser aceite, ao que parece, por Metchnikoff, num gesto de tolerância largo e moscovita, como diria Álvaro de Campos.
O uso de cobaias teve o seu auge com as experiências destas três eminências.
A cada nova querela levantada pelos polemistas em presença, logo se procedia a novas experiências, com os sempre prestáveis ratinhos.
Metchnikoff, querendo contestar Emil Behring e, portanto, o poder defensivo natural do soro sanguíneo, vacinou logo algumas cobaias com micróbios atenuados de cólera e, uma semana depois, injectou, na barriga dos animais, micróbios virulentos da mesma doença, colhendo, algumas horas depois, serosidade do sítio da injecção e observando-a ao microscópio.
Julgou provar depois que os micróbios, uma vez libertos dos fagócitos, estavam vivos e virulentos.
À distância de um século, o que nos interessa é perceber os mitos que se foram engendrando e que dominam hoje a chamada ciência médica.
Para já, detectamos os seguintes:
a) Mecanismo da imunidade circunscrita à fagocitose
b) Imunologia e microbiologia quase se identificam
c) Tudo se deslinda com mais uma experiência de laboratório com ratinhos.
Quando se quer ganhar uma polémica com o adversário e concorrente, lá estão sempre os ratinhos, no laboratório, a servir de cobaias.
O uso de cobaias - ratos e homens - tornar-se-ia um dos leit motiv da rotina médica, pronta a justificar o «sacrifício» de animais, a bem da sacrossanta ciência e da santa saúde pública.

UM BIÓGRAFO DE METCHNIKOFF

Um biógrafo de Metchnikoff, o dr. Mário Monteiro Pereira (*) , reconhece que a «imunidade natural, isto é, a defesa própria dos organismos contra as doenças microbianas, é um fenómeno muito complexo e composto de vários elementos.
«São na realidade - diz ele - os fagócitos que englobam e destroem os micróbios mas é no soro sanguíneo que se formam diversas substâncias chamadas micotoxinas que neutralizm as toxinas fabricadas pelos micróbios». (pag. 27)
No seu livro «Estudos sobre a Natureza Humana», Metchnikoff refere-se a Behring (sua sombra negra...) e aos «esplêndidos» resultados do soro anti-diftérico.
Ou seja, lançava a ponte.
Só que, tratando-se de imunidade, muitas pontes ficaram por lançar e ainda hoje se encontram por lançar. Dada a globalidade holística do fenómeno Imunidade, talvez a ciência ordinária não consiga nunca lançar todas as pontes que integram o processo.
Como refere Mário Monteiro Pereira, «a imunidade é um fenómeno complicadíssimo».

Dessa descoberta aparentemente benéfica - o soro sanguíneo como factor do sistema imunitário - compartilhada, finalmente, por Behring e Metchnikoff, acabaria por resultar uma das maiores tragédias da medicina moderna: a iatrogénese.
Bordet, discípulo de Metchnikoff, provavelmente desejando agradar ao mestre, relizou experiências a confirmar o valor defensivo do soro sanguíneo, lançando com isso as bases para o estudo da reacção reveladora da sífilis, injustamente conhecida por reacção Wasserman.
Mas a própria fagocitose - a querida de Metchnikoff - conduziria a outra tragédia: a vacina.
E a história de horror continua a ser contada, assim, pelo minucioso biógrafo de Metchnikoff :
«Verificou-se - diz Monteiro (pag. 30) - que a introdução de uma substância estranha e irritante debaixo da pele de um indivíduo, provocava uma forte inflamação com formação de pus, ou seja, uma concentração de fagocitos ou leucocitos ou glóbulos brancos.»
Monteiro, biógrafo de Metchnikoff, conclui assim esta magnífica descoberta:«É o que se chama o tumor ou abcesso de fixação».
É o processo Monteiro contra outro processo «menos brutal» (como ele diz) de estimular a produção de fagócitos e que é a injecção de leite ou proteinoterapia.
A brutalidade da «injecção» (em geral) iria ficar como outro dos grandes e hediondos recursos da medicina moderna.
Injectar tornou-se mais uma palavra-chave para juntar a todas as outras:
fagocitose
vacina
cobaias
infecções

que fizeram da medicina moderna o estendal de horrores que ela é.
A análise do número de fagócitos «prova» , em caso de dúvida do clínico, se se trata ou não de infecção.
Perante uma forte dor abdominal do lado direito, por exemplo, o clínico (hesitante no diagnóstico) pode, perante as 2 hipóteses :
a) cólica renal ou intestinal
b) apendicite
concluir que se trata de apendicite .
Mais dois capítulos do moderno terror médico eram «gloriosamente» iniciados :
a) as apendicectomias sistemáticas (e na maior parte dos casos desnecessárias)
b) as amigdalectomias sistemáticas
De ambas as ctomias resulta uma lista das novas doenças, a que podemos chamar «doenças da iatrogénese».
Se para as infecções - a mais elementar das afecções - só se encontrou o caminho da cirurgia, a medicina moderna está com isso completamente definida, julgada e condenada.

O BONDOSO METCHNIKOFF

O bondoso Metchnikoff - que compartilharia o Prémio Nobel evidentemente com o bondoso Paul Ehrlich - ainda não tinha acabado de legar à humanidade toda a sua bondade e inventividade.
O «Pai Natal», como lhe chamavam carinhosamente as crianças do seu bairro de Paris, ao ver aproximar-se a velhice, começou a pensar nesse «fenómeno» da vida e resolveu arranjar mais umas teorias que viriam a dar algumas das aberrações modernas mais em voga.
Segundo ele, a «velhice chega antes de tempo» - o que Lapalice já teria afirmado - e foi isso que ele se empenhou a estudar.
Encontrou um antecessor no sueco Edgren, que atribuía a velhice ao progressivo endurecimento das artérias, de onde resultaria - segundo ele - infecções como a sífilis e intoxicações como o alcoolismo crónico.
Viria a ser a sífilis que faria, em Metchnikoff, o «clic» da descoberta : ainda não surgira o «miraculoso» Salvarsan 914 ou sais de bismuto, gloriosa descoberta da medicina para a infecção chamada «sífilis».
Um roteiro de revisão das teorias médicas terá que se deter nesta nova placa giratória, a sífilis, na qual convergiram sumidades de ontem e de hoje,
Edgren,
Metchnikoff,
Roux,
Pasteur,
Ehrlich
Levaditi
Shaudin
etc
Se a dupla Ehrlich -Metchnikoff ganhou o Nobel, pela descoberta do famigerado Salvarsan , a mitologia médica moderna encontra aí mais alguns dos seus símbolos carismáticos.
O Salvarsan engrandecia-se com o Nobel mas o Nobel engrandecia-se com o Salvarsan.
Tal como, anos mais tarde, o Nobel se engrandecia com a lobotomia préfrontal do Egas Moniz , assim como a lobotomia préfrontal se engrandecia com o Nobel.

Com o dinheiro do Nobel, os dois cientistas subiram de categoria : e em vez de ratinhos, mandaram vir macacos da selva africana para as suas experiências sobre o mecanismo da velhice e do envelhecimento.
Monteiro descreve essas experiências com minúcia, a páginas 39 e seguintes da biografia sobre Metchnikoff.
Maisoneuve, discípulo de Metchnikoff, deverá ficar na história do terror médico: ele serviu de cobaia a Metchnikoff que já não se contentava com os macacos da selva africana: E que
a) O injectou (inoculou) com o suco proveniente de uma lesão sifilítica de uma macaco (lesão também inoculada)
b) Que lhe aplicou a tal pomada com base nos sais de bismuto
Isto não impede Monteiro, o biógrafo, de continuar a narrar as glórias do Salvarsan:
«A aplicação da pomada passou a ser obrigatória - diz com júbilo, assinalando a palavra «obrigatória» - em muitos países, nos quartéis e navios e devido a tal medida muitas dezenas de milhares de pessoas foram salvas de contrair esta terrível moléstia, cujas consequências futuras são quase sempre funestas, quando não tratada convenientemente (!!!) , pois produz a morte, a loucura, a invalidez e transmite-se, muitas vezes, a descendentes.»
Monteiro termina em beleza e apoteose:
« Os trabalhos de Metchnikoff e Roux foram, pois, utilíssimos para a humanidade.»
Alguém duvida?
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A LUTA CONTRA O ENVELHECIMENTO SEGUNDO METCHNIKOFF - MAIS UM EPISÓDIO DO TERROR MÉDICO MODERNO - A FILOSOFIA DOS ANTIBIÓTICOS

Desviando a sua atenção da arterioesclerose, que já era exclusivo de Edgren, com a sua «Monografia da Arterioesclerose», Metchnikoff voltou-se para o intestino grosso, «esse imenso reservatório de bactérias, que é a sede de intensas e constantes putrefacções e fermentações.»
A guerra contra as bactérias iria conhecer um novo capítulo e fazer mais vítimas. Estava preparada a autoestrada que levaria directamente aos antibióticos e à filosofia dos antibióticos.
A luta de Metchnikoff contra as bactérias continuou, cada vez mais encarniçada, agora em nome do envelhecimento e da luta contra o envelhecimento.
Strasburger lançaria achas para a fogueira, com um dado estatístico impressionante: o cólon albergaria cerca de 28 triliões de bactérias ou micróbios de diversas espécies.
Era o grito de guerra sob a forma de número estatístico!
Um exército de triliões de micróbios e os venenos por eles produzidos no cólon - que se espalhariam depois aos outros tecidos - dava a Metchnikoff um forte argumento para explicar o envelhecimento e algumas das suas manifestações: despigmentação do cabelo, arterioesclerose, degenerescência senil, atrofia das células funcionais, osteoporose, fraca resistência às infecções, esclerose renal e dos órgãos.
Mas o que o entusiasmou mesmo foram os tais «venenos» nas fezes e nos gases do intestino; ele descobriu «substâncias altamente tóxicas como o ácido butírico, o indol, o escatol e outros produtos da flora microbiana intestinal.»
Faltava pouco para que o velho russo chegasse à sua descoberta máxima, aquela que se tornou, na actualidade, um dos pilares do mercado de consumos alimentares: sua excelência o iogurte.
E sem ratinhos.
Desta vez, o cientista dirigiu as suas atenções para o terreno, quando soube que, nas montanhas da Bulgária, a longevidade é uma ocorrência frequente.
Uma estatística de 1911 revela que, na Europa, havia 7000 pessoas com mais de 100 anos, assim distribuídas:
Áustria: 133
Bulgária: 3.888
Sérvia: 573
França: 213
Inglaterra: 93
Roménia: 1704
Península Ibérica: 410
Itália: 197
O que teria sido uma boa ocasião (perdida para sempre) de realizar um estudo epidemiológico fundamental para alargar a medicina moderna, voltou a ser apenas um pretexto para a meter no gueto ainda mais apertado, enquanto se comercializava mais um produto, mais um consumo, mais um negócio: o do iogurte.
Ao encontrar um factor ambiental possível e tornado absoluto - o consumo de iogurte (Bacilus Acidi Lacti ou Bacilus Bulgarus), dois objectivos imediatistas se conseguiam:
a) Uma próspera indústria alimentar que ainda continua a prosperar na actualidade
b) A redução drástica a um único factor do complexo fenómeno do envelhecimento e, portanto, do complexíssimo fenómeno da imunidade.
Só por um triz não se tornou moda (mais uma moda da perversidade médica) a tese (desta feita francamente senil) de Metchnikoff, que considerava o cólon «um órgão dispensável» (!!!) visto ser apenas no intestino delgado que têm lugar as funções de digestão: « a extirpação da zona prejudicial - defende ele - seria um meio decisivo de eliminar (!!!) tamanha fonte de venenos lentos. »
Se a moda tivesse pegado teríamos hoje a santíssima trindade da perversidade médico-cirúrgica: a cólonctomia ter-se-ia juntado à apendicectomia (glória da medicina moderna) e à amigdalectomia (outra glória da medicina moderna) ambas as glórias, obviamente, altamente rendosas.
É o momento de lembrar o quadro de 35 ites que a medicina tem cultivado com especial esmero, com relevo é claro para a apendicite e para a amigdalite, as que levam directamente ao banco cirúrgico.
Como nota o biógrafo Monteiro,«para o intestino grosso não vão só (!!!) os resíduos e são os resíduos que fermentam e apodrecem.»
Só por um triz, Metchnikoff não pôs em prática a sua tese de extirpar o cólon. Em 1930, Victor Rauchet , no livro «Restez Jeunes» voltava à carga e aconselhava a referida operação ao cólon defendida por Metchnikoff.
Duas coisas, menos bárbaras que a cirurgia, ficaram desse esforço de Metchnikoff :
a) O já aludido negócio do iogurte
b) As clínicas de Hidrocólon, que se sucederam aos clisteres dos nossos pais e avós.

A VELHA LUTA CONTRA O ENVELHECIMENTO

A luta contra o envelhecimento não foi iniciada por Metchnikoff, conforme lembra o seu biógrafo, registaram-se antecedentes.
Descartes afirmava ter encontrado um método de prolongar a vida.
Bacon de Vérulan publicou um tratado onde indica o que se deve fazer para chegar a uma idade avançada.
Na antiguidade, foi conhecido o método de rejuvenescimento «Gerokonia».
No século XVIII, esteve em voga a água de San Germano, constituída por um purgativo, a infusão de ??????
No fim do século XVIII, Hufeland publicou um livro «A Macrobiótica ou a Arte de Prolongar a Vida Humana» - com conselhos de higiene, temperança e comida vegetariana.
No fim do século XIX, o professor Poluger, de Bona, aconselha moderação.
O médico alemão Ebstein aconselha a abstenção de bebidas alcoólicas .
Já o Kefir, proposto pelo italiano Rovighi, não teve o sucesso comercial que se verificou com o iogurte. Algumas tentativas de o lançar no mercado têm fracassado.
Nesta história atribulada do intestino grosso, não podemos esquecer o que os antibióticos têm representado para o terror médico moderno : muitas das novas doenças devem-se claramente a esse biocídio intestinal que os antibióticos , como o nome indica, realizam.
Tarde e a más horas, vieram aconselhar levedura de cerveja. E, mesmo essa, a maior parte dos médicos esquece.

INJECTAR E INOCULAR

Outra etapa do terror médico moderno de inicia na página 73 da obra que estamos seguindo neste roteiro de viagem na Internet.
Até agora, com Metchnikoff e outros, era a profilaxia da velhice. Só se falava de ingerir. Não se falava de injectar, de inocular.
Era o alegre iogurte, era o exótico kéfir e, principalmente, os sinistros Salvarsan (606) e Neo-Salvarsan (914) ( ou estes já seriam injectáveis?) .

A FILOSOFIA MEDIEVAL NA MEDICINA MODERNA

Nos últimos 30 anos, no entanto, a medicina , segundo Monteiro, «evolucionou de maneira a proporcionar-nos esperanças de combater a velhice já existente, fazendo decrescer os fenómenos senis.»
É o desenvolvimento do estudo das hormonas que, segundo Monteiro, mais progressos (!!!) tem conseguido.
Eis outra óptima descoberta a cobrir, depois, péssimos resultados.
E senão, leia-se Monteiro:
«A indústria farmacêutica consegue preparar glândulas de secreção interna dos animais , de modo a poderem ser administradas pela boca ou por injecção , às pessoas doentes (!!!) . A indústria química, estudando a composição das hormonas, já as pode preparar sinteticamente»
Mais: «com estes medicamentos orgânicos aos doentes , os sintomas modificam-se e os indivíduos à beira da caquexia rejuvenescem rapidamente.»
Nascia uma nova indústria - a do rejuvenescimento - que hoje ocupa o top entre as indústrias que movimentam maiores lucros e ocupa lugar de relevo ao lado das outras indústrias de que vive a medicina moderna e de que morrem as pessoas:
vacina
antibióticos
corticoides
etc
Do homem em geral passa-se para a mulher em particular, para «as perturbações com a chamada mudança de idade ou menopausa.»
«Com a administração prudente e bem dirigida - recorda Monteiro - dos extractos de ovários de animais, ou de hormonas ováricas, hoje bem preparadas pela indústria farmacêutica, consegue-se que a mulher se restabeleça da maior parte das perturbações .»
Não há dúvida :
«Este moderníssimo tratamento constitui , pois, uma grande vitória na luta contra a velhice!.» - remata triunfalmente Monteiro.
Significando a palavra vitória, nesta nomenclatura, mais um episódio do terror médico moderno.
Quando o homem manifestar «nítidos sinais de envelhecimento » Monteiro indica dose igualmente cavalar: «Devemos fazer o tratamento de fundo, pela administração de glândulas testiculares masculinas ou hormonas oriundas delas!».
Confrontando com este processo moderno, lembra ele que, na Idade Média, esteve em uso a ingestão de glândulas de animais, com o fim de provocar a reactivação das funções do sexo e outras.
A filosofia medieval, portanto, que inspira e preside à moderna ciência médica, não é novidade, tem gloriosos antecedentes na Idade Média propriamente dita mas, temos de reconhecer, levou o medievalismo dos métodos e processos a sublimes alturas de perfeição.
A opoterapia seria uma terapia antiga mas caída o esquecimento.
Neste aspecto das glândulas, a história medieval da medicina dita moderna começou exactamente em 1889, com o médico Brown-Sequard que, aos 72 anos, se injectou com suco testicular de carneiro, afirmando ter recobrado o seu tónus genital e muscular !
Em 1903, Gley e Starling, punham a circular a palavra «hormona» .
Um cão chamado Treff seria a vítima das experiências «contra o envelhecimento humano», entretanto realizadas por Knud Sand (Copenhague) Hansen.
Chega-se enfim a Voronoff, «o método de rejuvenescimento que mais curiosidade despertou e que consiste em enxertar no homem a glândula intersticial de um macaco».
Novidade absoluta depois da ingestão, da injecção, da inoculação, o enxertar ainda não surgira no historial do terror médico moderno.
A indústria dos enxertos viria a prosperar e a ter o maior sucesso.
O francês Leriche não teria o mesmo êxito, embora, não incluindo injecções e enxertos, recomendasse vivamente a «simpatectomia pariarterial», proposta por Doppler, em 1928, o qual aplicava o «Isofenol» directamente nas artérias que vão irrigar as glândulas ováricas. O italiano Cavazzi dá aos velhos uma série de injecções subcutâneas de soro sanguíneo «colhido das veias que vêm das glândulas testiculares de animais jovens (!!!!!) .»
O método, segundo Monteiro, que seria um «aperfeiçoamento do sistema proposto por Brown-Sequard e Metchnikoff , estava dominado , e com razão, pela ideia da existência de micróbios perigosos na terra onde se desenvolvem os vegetais. (...) Mas não sabíamos que, com a fervura, destruíamos, além dos micróbios , os preciosos elementos vitamínicos de que só mais tarde , a partir de 1912, se começou a ter conhecimento. »
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3 ANEXOS

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Itens deste ensaio :
para a história das teorias médicas: revisão à luz da naturologia
roteiro de pesquisa bibliográfica e de viagens na internet
o terror médico moderno - alguns contributos de ilustres figuras , entre as quais prémios nobel
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Outros itens a registar:
606 ou Salvarsan
914 ou Neo-Salvarsan
Esterilização (Pasteur)
Vacina contra a varíola ( Yenner )
A água de San Germano, constituída por um purgativo, a infusão de [?]
Estudos sobre a Natureza Humana (1903)
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PALAVRAS-CHAVE DESTE TEXTO:
Ácido butírico
Amigdalectomias
Antibióticos
Antitoxinas
Apendicectomia
Apendicite
Bacilus Acidi Lacti(Bacilus Bulgarus)
Cobaias
Cólera
Envelhecimento
Enxertos
Epidemiologia
Escatologia
Fagocitose
Fermentação
Flora microbiana
Glândulas testiculares
Iatrogénese
Iatrogénese
Imunidade
Indol
Infecção
Injecção
Inoculação
Kefir
Levedura de Cerveja
Longevidade
Microorganismo
Neosalvarsan 914
Opoterapia
Proteinoterapia
Putrefacção
Sais de Bismuto
Salvarsan 914
Sífilis
Simpatectomia periarterial
Soro antidiftérico
Soro sanguíneo
Vacina
Virulência

NOMES CITADOS:
Bacon de Vérulan
Bordet
Brown-Sequard
Cavazzi
Doppler (Isofenol)
Ebstein
Edgren («Monografia da Arterioesclerose»)
Egas Moniz (Lobotomia préfrontal)
Emil Behring
Gley
Hansen
Hufeland («A Macrobiótica ou a Arte de Prolongar a Vida Humana»)
Ilya Metchnikoff
Knud Sand (Copenhague)
Leriche
Levaditi
Pasteur
Paul Ehrlich
Pfluger
Roux
Rovighi
Shaudin
Starling
Strasburger
Vítor Rauchet («Restez Jeune»)
Voronoff
***