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2006-03-06

MITOS MÉDICOS 1999

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MITOS E EQUÍVOCOS DA MEDICINA MODERNA

6/3/1999 - Os grandes mitos e equívocos da medicina moderna nascem no final do século passado, princípios deste. Devem-se esses mitos, em boa parte, a duas grandes figuras da história da medicina e da biologia: Pasteur e Metchnikoff, que curiosamente se conheceram e encontraram em Paris.
Caminhos paralelos e por vezes convergentes, as descobertas desses homens contribuíram para que a moderna medicina fosse uma ambígua e contraditória mistura de grandes verdades aparentes cobrindo grandes mentiras reais.
O virtual, em medicina, começou cedo, começou com uma santíssima trindade a que se costume prestar culto quase religioso: Louis Pasteur (1828-1895), Robert Koch (1843-1910) e Ilya Metchnikoff (1845-1916) .
Associar as infecções com os microorganismos, sendo uma verdade parcial , tornou-se, no entanto, uma verdade absoluta (um dogma) e contribuiu para a total perversão da ciência médica e da sua prática.
Ao descobrir a fagocitose, Ilya Metchnikoff, fez com que a Imunidade e as ciências da imunidade se confinassem quase exclusivamente a esse fenómeno.
Contemporâneo de Ilya Metchnikoff, o alemão Emil Behring, descobridor do soro anti-diftérico, tentaria alargar o conceito de imunidade .
Sustentava ele que as forças defensivas ou imunitárias do organismo residem também no próprio soro sanguíneo, ou seja, na parte líquida do sangue, completamente isenta de glóbulos brancos.
A tese de Emile Behring viria a ser aceite, ao que parece, por Metchnikoff, num gesto de tolerância largo e moscovita, como diria Álvaro de Campos.
O uso de cobaias teve o seu auge com as experiências destas três eminências.
A cada nova querela levantada pelos polemistas em presença, logo se procedia a novas experiências, com os sempre prestáveis ratinhos.
Metchnikoff, querendo contestar Emil Behring e, portanto, o poder defensivo natural do soro sanguíneo, vacinou logo algumas cobaias com micróbios atenuados de cólera e, uma semana depois, injectou, na barriga dos animais, micróbios virulentos da mesma doença, colhendo, algumas horas depois, serosidade do sítio da injecção e observando-a ao microscópio.
Julgou provar depois que os micróbios, uma vez libertos dos fagócitos, estavam vivos e virulentos.
À distância de um século, o que nos interessa é perceber os mitos que se foram engendrando e que dominam hoje a chamada ciência médica.
Para já, detectamos os seguintes:
a) Mecanismo da imunidade circunscrita à fagocitose
b) Imunologia e microbiologia quase se identificam
c) Tudo se deslinda com mais uma experiência de laboratório com ratinhos.
Quando se quer ganhar uma polémica com o adversário e concorrente, lá estão sempre os ratinhos, no laboratório, a servir de cobaias.
O uso de cobaias - ratos e homens - tornar-se-ia um dos leit motiv da rotina médica, pronta a justificar o «sacrifício» de animais, a bem da sacrossanta ciência e da santa saúde pública.

UM BIÓGRAFO DE METCHNIKOFF

Um biógrafo de Metchnikoff, o dr. Mário Monteiro Pereira (*) , reconhece que a «imunidade natural, isto é, a defesa própria dos organismos contra as doenças microbianas, é um fenómeno muito complexo e composto de vários elementos.
«São na realidade - diz ele - os fagócitos que englobam e destroem os micróbios mas é no soro sanguíneo que se formam diversas substâncias chamadas micotoxinas que neutralizm as toxinas fabricadas pelos micróbios». (pag. 27)
No seu livro «Estudos sobre a Natureza Humana», Metchnikoff refere-se a Behring (sua sombra negra...) e aos «esplêndidos» resultados do soro anti-diftérico.
Ou seja, lançava a ponte.
Só que, tratando-se de imunidade, muitas pontes ficaram por lançar e ainda hoje se encontram por lançar. Dada a globalidade holística do fenómeno Imunidade, talvez a ciência ordinária não consiga nunca lançar todas as pontes que integram o processo.
Como refere Mário Monteiro Pereira, «a imunidade é um fenómeno complicadíssimo».

Dessa descoberta aparentemente benéfica - o soro sanguíneo como factor do sistema imunitário - compartilhada, finalmente, por Behring e Metchnikoff, acabaria por resultar uma das maiores tragédias da medicina moderna: a iatrogénese.
Bordet, discípulo de Metchnikoff, provavelmente desejando agradar ao mestre, relizou experiências a confirmar o valor defensivo do soro sanguíneo, lançando com isso as bases para o estudo da reacção reveladora da sífilis, injustamente conhecida por reacção Wasserman.
Mas a própria fagocitose - a querida de Metchnikoff - conduziria a outra tragédia: a vacina.
E a história de horror continua a ser contada, assim, pelo minucioso biógrafo de Metchnikoff :
«Verificou-se - diz Monteiro (pag. 30) - que a introdução de uma substância estranha e irritante debaixo da pele de um indivíduo, provocava uma forte inflamação com formação de pus, ou seja, uma concentração de fagocitos ou leucocitos ou glóbulos brancos.»
Monteiro, biógrafo de Metchnikoff, conclui assim esta magnífica descoberta:«É o que se chama o tumor ou abcesso de fixação».
É o processo Monteiro contra outro processo «menos brutal» (como ele diz) de estimular a produção de fagócitos e que é a injecção de leite ou proteinoterapia.
A brutalidade da «injecção» (em geral) iria ficar como outro dos grandes e hediondos recursos da medicina moderna.
Injectar tornou-se mais uma palavra-chave para juntar a todas as outras:
fagocitose
vacina
cobaias
infecções

que fizeram da medicina moderna o estendal de horrores que ela é.
A análise do número de fagócitos «prova» , em caso de dúvida do clínico, se se trata ou não de infecção.
Perante uma forte dor abdominal do lado direito, por exemplo, o clínico (hesitante no diagnóstico) pode, perante as 2 hipóteses :
a) cólica renal ou intestinal
b) apendicite
concluir que se trata de apendicite .
Mais dois capítulos do moderno terror médico eram «gloriosamente» iniciados :
a) as apendicectomias sistemáticas (e na maior parte dos casos desnecessárias)
b) as amigdalectomias sistemáticas
De ambas as ctomias resulta uma lista das novas doenças, a que podemos chamar «doenças da iatrogénese».
Se para as infecções - a mais elementar das afecções - só se encontrou o caminho da cirurgia, a medicina moderna está com isso completamente definida, julgada e condenada.

O BONDOSO METCHNIKOFF

O bondoso Metchnikoff - que compartilharia o Prémio Nobel evidentemente com o bondoso Paul Ehrlich - ainda não tinha acabado de legar à humanidade toda a sua bondade e inventividade.
O «Pai Natal», como lhe chamavam carinhosamente as crianças do seu bairro de Paris, ao ver aproximar-se a velhice, começou a pensar nesse «fenómeno» da vida e resolveu arranjar mais umas teorias que viriam a dar algumas das aberrações modernas mais em voga.
Segundo ele, a «velhice chega antes de tempo» - o que Lapalice já teria afirmado - e foi isso que ele se empenhou a estudar.
Encontrou um antecessor no sueco Edgren, que atribuía a velhice ao progressivo endurecimento das artérias, de onde resultaria - segundo ele - infecções como a sífilis e intoxicações como o alcoolismo crónico.
Viria a ser a sífilis que faria, em Metchnikoff, o «clic» da descoberta : ainda não surgira o «miraculoso» Salvarsan 914 ou sais de bismuto, gloriosa descoberta da medicina para a infecção chamada «sífilis».
Um roteiro de revisão das teorias médicas terá que se deter nesta nova placa giratória, a sífilis, na qual convergiram sumidades de ontem e de hoje,
Edgren,
Metchnikoff,
Roux,
Pasteur,
Ehrlich
Levaditi
Shaudin
etc
Se a dupla Ehrlich -Metchnikoff ganhou o Nobel, pela descoberta do famigerado Salvarsan , a mitologia médica moderna encontra aí mais alguns dos seus símbolos carismáticos.
O Salvarsan engrandecia-se com o Nobel mas o Nobel engrandecia-se com o Salvarsan.
Tal como, anos mais tarde, o Nobel se engrandecia com a lobotomia préfrontal do Egas Moniz , assim como a lobotomia préfrontal se engrandecia com o Nobel.

Com o dinheiro do Nobel, os dois cientistas subiram de categoria : e em vez de ratinhos, mandaram vir macacos da selva africana para as suas experiências sobre o mecanismo da velhice e do envelhecimento.
Monteiro descreve essas experiências com minúcia, a páginas 39 e seguintes da biografia sobre Metchnikoff.
Maisoneuve, discípulo de Metchnikoff, deverá ficar na história do terror médico: ele serviu de cobaia a Metchnikoff que já não se contentava com os macacos da selva africana: E que
a) O injectou (inoculou) com o suco proveniente de uma lesão sifilítica de uma macaco (lesão também inoculada)
b) Que lhe aplicou a tal pomada com base nos sais de bismuto
Isto não impede Monteiro, o biógrafo, de continuar a narrar as glórias do Salvarsan:
«A aplicação da pomada passou a ser obrigatória - diz com júbilo, assinalando a palavra «obrigatória» - em muitos países, nos quartéis e navios e devido a tal medida muitas dezenas de milhares de pessoas foram salvas de contrair esta terrível moléstia, cujas consequências futuras são quase sempre funestas, quando não tratada convenientemente (!!!) , pois produz a morte, a loucura, a invalidez e transmite-se, muitas vezes, a descendentes.»
Monteiro termina em beleza e apoteose:
« Os trabalhos de Metchnikoff e Roux foram, pois, utilíssimos para a humanidade.»
Alguém duvida?
+
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A LUTA CONTRA O ENVELHECIMENTO SEGUNDO METCHNIKOFF - MAIS UM EPISÓDIO DO TERROR MÉDICO MODERNO - A FILOSOFIA DOS ANTIBIÓTICOS

Desviando a sua atenção da arterioesclerose, que já era exclusivo de Edgren, com a sua «Monografia da Arterioesclerose», Metchnikoff voltou-se para o intestino grosso, «esse imenso reservatório de bactérias, que é a sede de intensas e constantes putrefacções e fermentações.»
A guerra contra as bactérias iria conhecer um novo capítulo e fazer mais vítimas. Estava preparada a autoestrada que levaria directamente aos antibióticos e à filosofia dos antibióticos.
A luta de Metchnikoff contra as bactérias continuou, cada vez mais encarniçada, agora em nome do envelhecimento e da luta contra o envelhecimento.
Strasburger lançaria achas para a fogueira, com um dado estatístico impressionante: o cólon albergaria cerca de 28 triliões de bactérias ou micróbios de diversas espécies.
Era o grito de guerra sob a forma de número estatístico!
Um exército de triliões de micróbios e os venenos por eles produzidos no cólon - que se espalhariam depois aos outros tecidos - dava a Metchnikoff um forte argumento para explicar o envelhecimento e algumas das suas manifestações: despigmentação do cabelo, arterioesclerose, degenerescência senil, atrofia das células funcionais, osteoporose, fraca resistência às infecções, esclerose renal e dos órgãos.
Mas o que o entusiasmou mesmo foram os tais «venenos» nas fezes e nos gases do intestino; ele descobriu «substâncias altamente tóxicas como o ácido butírico, o indol, o escatol e outros produtos da flora microbiana intestinal.»
Faltava pouco para que o velho russo chegasse à sua descoberta máxima, aquela que se tornou, na actualidade, um dos pilares do mercado de consumos alimentares: sua excelência o iogurte.
E sem ratinhos.
Desta vez, o cientista dirigiu as suas atenções para o terreno, quando soube que, nas montanhas da Bulgária, a longevidade é uma ocorrência frequente.
Uma estatística de 1911 revela que, na Europa, havia 7000 pessoas com mais de 100 anos, assim distribuídas:
Áustria: 133
Bulgária: 3.888
Sérvia: 573
França: 213
Inglaterra: 93
Roménia: 1704
Península Ibérica: 410
Itália: 197
O que teria sido uma boa ocasião (perdida para sempre) de realizar um estudo epidemiológico fundamental para alargar a medicina moderna, voltou a ser apenas um pretexto para a meter no gueto ainda mais apertado, enquanto se comercializava mais um produto, mais um consumo, mais um negócio: o do iogurte.
Ao encontrar um factor ambiental possível e tornado absoluto - o consumo de iogurte (Bacilus Acidi Lacti ou Bacilus Bulgarus), dois objectivos imediatistas se conseguiam:
a) Uma próspera indústria alimentar que ainda continua a prosperar na actualidade
b) A redução drástica a um único factor do complexo fenómeno do envelhecimento e, portanto, do complexíssimo fenómeno da imunidade.
Só por um triz não se tornou moda (mais uma moda da perversidade médica) a tese (desta feita francamente senil) de Metchnikoff, que considerava o cólon «um órgão dispensável» (!!!) visto ser apenas no intestino delgado que têm lugar as funções de digestão: « a extirpação da zona prejudicial - defende ele - seria um meio decisivo de eliminar (!!!) tamanha fonte de venenos lentos. »
Se a moda tivesse pegado teríamos hoje a santíssima trindade da perversidade médico-cirúrgica: a cólonctomia ter-se-ia juntado à apendicectomia (glória da medicina moderna) e à amigdalectomia (outra glória da medicina moderna) ambas as glórias, obviamente, altamente rendosas.
É o momento de lembrar o quadro de 35 ites que a medicina tem cultivado com especial esmero, com relevo é claro para a apendicite e para a amigdalite, as que levam directamente ao banco cirúrgico.
Como nota o biógrafo Monteiro,«para o intestino grosso não vão só (!!!) os resíduos e são os resíduos que fermentam e apodrecem.»
Só por um triz, Metchnikoff não pôs em prática a sua tese de extirpar o cólon. Em 1930, Victor Rauchet , no livro «Restez Jeunes» voltava à carga e aconselhava a referida operação ao cólon defendida por Metchnikoff.
Duas coisas, menos bárbaras que a cirurgia, ficaram desse esforço de Metchnikoff :
a) O já aludido negócio do iogurte
b) As clínicas de Hidrocólon, que se sucederam aos clisteres dos nossos pais e avós.

A VELHA LUTA CONTRA O ENVELHECIMENTO

A luta contra o envelhecimento não foi iniciada por Metchnikoff, conforme lembra o seu biógrafo, registaram-se antecedentes.
Descartes afirmava ter encontrado um método de prolongar a vida.
Bacon de Vérulan publicou um tratado onde indica o que se deve fazer para chegar a uma idade avançada.
Na antiguidade, foi conhecido o método de rejuvenescimento «Gerokonia».
No século XVIII, esteve em voga a água de San Germano, constituída por um purgativo, a infusão de ??????
No fim do século XVIII, Hufeland publicou um livro «A Macrobiótica ou a Arte de Prolongar a Vida Humana» - com conselhos de higiene, temperança e comida vegetariana.
No fim do século XIX, o professor Poluger, de Bona, aconselha moderação.
O médico alemão Ebstein aconselha a abstenção de bebidas alcoólicas .
Já o Kefir, proposto pelo italiano Rovighi, não teve o sucesso comercial que se verificou com o iogurte. Algumas tentativas de o lançar no mercado têm fracassado.
Nesta história atribulada do intestino grosso, não podemos esquecer o que os antibióticos têm representado para o terror médico moderno : muitas das novas doenças devem-se claramente a esse biocídio intestinal que os antibióticos , como o nome indica, realizam.
Tarde e a más horas, vieram aconselhar levedura de cerveja. E, mesmo essa, a maior parte dos médicos esquece.

INJECTAR E INOCULAR

Outra etapa do terror médico moderno de inicia na página 73 da obra que estamos seguindo neste roteiro de viagem na Internet.
Até agora, com Metchnikoff e outros, era a profilaxia da velhice. Só se falava de ingerir. Não se falava de injectar, de inocular.
Era o alegre iogurte, era o exótico kéfir e, principalmente, os sinistros Salvarsan (606) e Neo-Salvarsan (914) ( ou estes já seriam injectáveis?) .

A FILOSOFIA MEDIEVAL NA MEDICINA MODERNA

Nos últimos 30 anos, no entanto, a medicina , segundo Monteiro, «evolucionou de maneira a proporcionar-nos esperanças de combater a velhice já existente, fazendo decrescer os fenómenos senis.»
É o desenvolvimento do estudo das hormonas que, segundo Monteiro, mais progressos (!!!) tem conseguido.
Eis outra óptima descoberta a cobrir, depois, péssimos resultados.
E senão, leia-se Monteiro:
«A indústria farmacêutica consegue preparar glândulas de secreção interna dos animais , de modo a poderem ser administradas pela boca ou por injecção , às pessoas doentes (!!!) . A indústria química, estudando a composição das hormonas, já as pode preparar sinteticamente»
Mais: «com estes medicamentos orgânicos aos doentes , os sintomas modificam-se e os indivíduos à beira da caquexia rejuvenescem rapidamente.»
Nascia uma nova indústria - a do rejuvenescimento - que hoje ocupa o top entre as indústrias que movimentam maiores lucros e ocupa lugar de relevo ao lado das outras indústrias de que vive a medicina moderna e de que morrem as pessoas:
vacina
antibióticos
corticoides
etc
Do homem em geral passa-se para a mulher em particular, para «as perturbações com a chamada mudança de idade ou menopausa.»
«Com a administração prudente e bem dirigida - recorda Monteiro - dos extractos de ovários de animais, ou de hormonas ováricas, hoje bem preparadas pela indústria farmacêutica, consegue-se que a mulher se restabeleça da maior parte das perturbações .»
Não há dúvida :
«Este moderníssimo tratamento constitui , pois, uma grande vitória na luta contra a velhice!.» - remata triunfalmente Monteiro.
Significando a palavra vitória, nesta nomenclatura, mais um episódio do terror médico moderno.
Quando o homem manifestar «nítidos sinais de envelhecimento » Monteiro indica dose igualmente cavalar: «Devemos fazer o tratamento de fundo, pela administração de glândulas testiculares masculinas ou hormonas oriundas delas!».
Confrontando com este processo moderno, lembra ele que, na Idade Média, esteve em uso a ingestão de glândulas de animais, com o fim de provocar a reactivação das funções do sexo e outras.
A filosofia medieval, portanto, que inspira e preside à moderna ciência médica, não é novidade, tem gloriosos antecedentes na Idade Média propriamente dita mas, temos de reconhecer, levou o medievalismo dos métodos e processos a sublimes alturas de perfeição.
A opoterapia seria uma terapia antiga mas caída o esquecimento.
Neste aspecto das glândulas, a história medieval da medicina dita moderna começou exactamente em 1889, com o médico Brown-Sequard que, aos 72 anos, se injectou com suco testicular de carneiro, afirmando ter recobrado o seu tónus genital e muscular !
Em 1903, Gley e Starling, punham a circular a palavra «hormona» .
Um cão chamado Treff seria a vítima das experiências «contra o envelhecimento humano», entretanto realizadas por Knud Sand (Copenhague) Hansen.
Chega-se enfim a Voronoff, «o método de rejuvenescimento que mais curiosidade despertou e que consiste em enxertar no homem a glândula intersticial de um macaco».
Novidade absoluta depois da ingestão, da injecção, da inoculação, o enxertar ainda não surgira no historial do terror médico moderno.
A indústria dos enxertos viria a prosperar e a ter o maior sucesso.
O francês Leriche não teria o mesmo êxito, embora, não incluindo injecções e enxertos, recomendasse vivamente a «simpatectomia pariarterial», proposta por Doppler, em 1928, o qual aplicava o «Isofenol» directamente nas artérias que vão irrigar as glândulas ováricas. O italiano Cavazzi dá aos velhos uma série de injecções subcutâneas de soro sanguíneo «colhido das veias que vêm das glândulas testiculares de animais jovens (!!!!!) .»
O método, segundo Monteiro, que seria um «aperfeiçoamento do sistema proposto por Brown-Sequard e Metchnikoff , estava dominado , e com razão, pela ideia da existência de micróbios perigosos na terra onde se desenvolvem os vegetais. (...) Mas não sabíamos que, com a fervura, destruíamos, além dos micróbios , os preciosos elementos vitamínicos de que só mais tarde , a partir de 1912, se começou a ter conhecimento. »
+
3 ANEXOS

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Itens deste ensaio :
para a história das teorias médicas: revisão à luz da naturologia
roteiro de pesquisa bibliográfica e de viagens na internet
o terror médico moderno - alguns contributos de ilustres figuras , entre as quais prémios nobel
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Outros itens a registar:
606 ou Salvarsan
914 ou Neo-Salvarsan
Esterilização (Pasteur)
Vacina contra a varíola ( Yenner )
A água de San Germano, constituída por um purgativo, a infusão de [?]
Estudos sobre a Natureza Humana (1903)
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PALAVRAS-CHAVE DESTE TEXTO:
Ácido butírico
Amigdalectomias
Antibióticos
Antitoxinas
Apendicectomia
Apendicite
Bacilus Acidi Lacti(Bacilus Bulgarus)
Cobaias
Cólera
Envelhecimento
Enxertos
Epidemiologia
Escatologia
Fagocitose
Fermentação
Flora microbiana
Glândulas testiculares
Iatrogénese
Iatrogénese
Imunidade
Indol
Infecção
Injecção
Inoculação
Kefir
Levedura de Cerveja
Longevidade
Microorganismo
Neosalvarsan 914
Opoterapia
Proteinoterapia
Putrefacção
Sais de Bismuto
Salvarsan 914
Sífilis
Simpatectomia periarterial
Soro antidiftérico
Soro sanguíneo
Vacina
Virulência

NOMES CITADOS:
Bacon de Vérulan
Bordet
Brown-Sequard
Cavazzi
Doppler (Isofenol)
Ebstein
Edgren («Monografia da Arterioesclerose»)
Egas Moniz (Lobotomia préfrontal)
Emil Behring
Gley
Hansen
Hufeland («A Macrobiótica ou a Arte de Prolongar a Vida Humana»)
Ilya Metchnikoff
Knud Sand (Copenhague)
Leriche
Levaditi
Pasteur
Paul Ehrlich
Pfluger
Roux
Rovighi
Shaudin
Starling
Strasburger
Vítor Rauchet («Restez Jeune»)
Voronoff
***