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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-06-21

M. ELIADE 1995

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21-6-1995
LÉXICO DE INICIAÇÃO

Palavras-chave colhidas no livro «Iniciaciones Místicas», de Mircea Eliade, Ed. Taurus

Antepassados
Caos
Cosmos
Iniciação
Morte iniciática
Nascimento iniciático
Pensamento arcaico
Provas de passagem
Ritos
Sobrehumano
Sobrenatural
Sociedades primitivas
Sociedades tradicionais
Tábua-rasa
Tempos (Começo dos)
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M. VERNET 1995

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EQUILÍBRIOS ENDÓCRINOS (*)

[21-6-1995]

Uma das componentes decisivas no potencial terapêutico de uma energia de elevada qualidade é, a nível da fisiologia, as secreções que são postas em jogo por causa de e sob a acção de centros endócrinos.
As secreções, aliás, explicam quase tudo o que se passa quando se diz que o yoga, por exemplo, ou a meditação, ou o relaxing, actuam fortemente sobre o (estado) somático.
Na base de uma possível medicina psicosomática, estão as secreções que há ou não, que são ou não são produzidas.
Como explica Maurice Vernet no seu livro «Équilibres et Déséquilibres Biologiques», G. Doin, 1954, Paris:
«Para tornar sensível este modo de secreção, eis esquematicamente como pode ser analisado fisiologicamente o fenómeno. No decorrer da digestão, a sensibilidade do nervo pneumogástrico provoca, em contacto com os produtos alimentares, uma secreção reflexa de ácido clorídrico. Este provoca, na sua chegada ao duodeno, a produção de uma hormona, a secretina, que desencadeia , por sua vez, o funcionamento pancreático. Pode figurar-se assim o ciclo, a dois níveis, desta acção nervosa secretória.»

SINAIS DE IGUAL

«1) Impulsão secretória de origem sensitiva do pneumogástrico no estômago = secreção reflexa de ácido clorídrico no estômago (em relação com o alimento ingerido)
2) Secreção clorídrica passando no duodeno = produção da hormona (secreção duodenal) em relação com a solução clorídrica introduzida
3) Secretina duodenal agindo sobre o pâncreas = Secreção pancreática
O fenómeno inicial que condiciona aqui todas as secreções sucessivas, não será a reacção, no estômago, dos filamentos sensitivos do nervo pneumogástrico?»
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(*) Maurice Vernet, «Équilibres et Déséquilibres Biologiques», G. Doin, 1954, Paris
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SAGRADO 1995

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À LUZ DA HIPÓTESE VIBRATÓRIA:LÉXICO DO SAGRADO

21-6-1995

Recriar, à luz da Hipótese Vibratória, o conteúdo de grandes palavras, que foram «queimadas» (aviltadas), através dos séculos, por usurpação de escolásticas e instituições religiosas, deverá ser um objectivo da RA, como está dito no file da-20>. É preciso reiluminar e recriar, à luz da Hipótese Vibratória, palavras tais como:
- Abel
- Adão
- Alma
- Alma espiritual
- Alma divina
- Amuleto
- Anfitrite
- Anjo
- Anti-Cristo
- Apolo
- Arca de Noé
- Arcanjo S. Miguel
- Ascese
- Astral
- Avatar
- Bacantes
- Baco
- Baptismo
- Batman
- Bruxo
- Caim
- Cerimónia de colheitas
- Corte dos Céus
- Costela de Adão
- Crucifixo
- Demónios
- Deus do clã
- Deuses olímpicos
- Deuses pagãos
- Dilúvio
- Divindades tutelares
- Dragão
- Eden
- Elementais
- Elfos
- Enoch
- Espírito
- Espírito Santo
- Espíritos ancestrais
- Etérico
- Exorcismo
- Expiação
- Fantasmas
- Feiticeiro
- Gnomos
- Guardião dos espíritos
- Hades
- Hélio
- Haracle
- Hércules
- Heresia
- Heróis mitológicos
- Hiram
- Ícaro
- Idade de Ouro
- Incarnação
- Incenso
- Inferno
- Íon
- Jardim das Hespérides
- Jejuns
- Jeová
- Juízo Final
- Magia negra
- Maia
- Mana (melanésios)
- Mandrake
- Manitu( índios americanos)
- Medium
- Mickey
- Moloch
- Miragem
- Morfeu
- Nereidas
- Nereu
- Nous
- Oásis
- Oração
- Orfeu
- Orgulho satânico
- Pan
- Paraíso
- Pato Donald
- Pecado
- Pecado original
- Pedra filosofal
- Penitências
- Poseidon
- Presságio
- Profanação
- Profetas
- Providência
- Purgatório
- Queda
- Rabino
- Refeição sacramental
- Reino Celestial
- Reino de deus
- Ritual
- Sacerdote
- Sacramento da comunhão
- Sacramento totémico
- Sagradas escrituras
- Santíssima trindade
- Santíssima Virgem
- Satanás
- Serpente
- Sílfides
- Super-Homem
- Tabu
- Talismã
- Tritão
- Terra Prometida
- Vénus
- Virgem Maria
- Virgem Santíssima
- Zaratustra
- Zéfiro
- Zeus
- Zoroastro
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POLÍTICA 1992

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21-6-1992

A POLÍTICA COMO ESPECTÁCULO

A política, nomeadamente em períodos de campanha eleitoral, tem todo o ar de um jogo, cujas regras todos os parceiros aceitam, incluindo o público, que também se diverte.
As sondagens, por exemplo, jamais foram ou podiam ser para ser levadas a sério. São um jogo a fingir o sério e os próprios intervenientes nele, já têm várias vezes chamado a atenção para esse aspecto lúdico. O público, por vezes, parece acreditar, mas quando a manipulação das sondagens atinge o óbvio, o público pisca o olho, e diz «lá estão eles a ver se me enganam, mas eu não me deixo ir nessa.» E o público sabe que eles sabem que ele sabe.
Não poucos cronistas têm dado a política como um jogo de xadrez, o que é insultar o xadrez, jogo inteligente, comparado ao qual a política faz figura de ursa.
Mesmo quando se vê que a política é comandada por redes que transcendem em muito os partidos, essa busca misteriosa de fontes ou centrais secretas, que manejam, manipulam e governam o Mundo, dá um imenso gozo a quem goste de romances de espionagem (misto de policiais) - e quem não gosta de romances de espionagem? Nunca se sabe o fim da história - que são os verdadeiros governantes do governo mundial - mas, por isso mesmo, a história torna-se mais excitante.
O jornalista deve ter, portanto, um espírito lúdico e bem disposto para saber em que matéria mexe - a informação - o capital mais querido dos grandes manipuladores internacionais do capital. Fora desta rede - só a internacional islâmica ou a resistência tibetana e maubere. Mas essas não são para rir. Fora desta rede, só a fome de 3/4 da humanidade a que o outro quarto chamou Terceiro Mundo. A luta pelo controle da informação é a verdadeira «guerra secreta» que move hoje as pedras do xadrez.
Basílio inscreve-se, portanto, neste quadro como mandatário nacional de Carlos Macedo e este como mandatário nacional de Gentil Martins. Machado Macedo e Costa e Sousa preferem ficar à margem da publicidade, entretendo-se a transplantar corações, técnica cuja mestria aprenderam com Barnard, coqueluche da propaganda cultural sul-africana.
Quando Carlos Macedo rompeu com o PSD, em , fez contas e viu as vantagens. Era melhor servir aos «lobbies» que combatem o Governo, do que a um governo que combate os «lobbies».
No jantar de homenagem, onde havia antibióticos à sobremesa para os fundamentalistas, reuniram-se, além dos inefáveis monárquicos - Coimbra e Ribeiro Teles estavam lá - , o não menos inefável Mnuel Alegre e o Correia de Campos, ministro da Saúde do futuro governo socialista, uma vez que Arnaut e depois Gonelha, mau grado as suas ligações internacionais, parecem ter caído em desgraça no seio do partido, e isto apesar do trabalho que encetaram enquanto lá estiveram, trabalho que tem de ser continuado, para maior glória das multinacionais farmacêuticas.
Outras personalidades do PS estiveram no jantar de homenagem e não foi só para explorar esse belo pretexto de fazer oposição crítica ao cavaquismo. Estiveram e comeram os antibióticos da sobremesa.
Quando Miguel Esteves Cardoso, outro inefável monárquico, foi catapultado para as «europeias» de , uma fonte fidedigna da candidatura descoseu-se a dizer que a sua campanha iria ser subsidiada pelos remédios da farmácia, afirmação logo desmentida.
Mas com todas estas ligações de fundo de Carlos Macedo com o PS - a um certo nível transnacional - como quer Basílio que a candidatura de Soares, o MASP, venha desmentir o que chamou de calúnias, ou seja, o «favor» que ele vinha fazer a Mário Soares e de que o próprio MASP incitava ou financiava Basílio.
A fonte de financiamento, de facto, é comum. Mas isso não quer dizer que Basílio e Soares não tenham que fingir uma renhida luta de galos. Faz parte do tal sentido lúdico da política, em que todos devemos colaborar e empenhar-nos.
***

HOLÍSTICA 1987

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O «REALISMO ECOLOGISTA» EM 1987 - PROFETAS DA VISÃO HOLÍSTICA

21/6/1992 - Será a Ecologia Humana a ciência das ciências do futuro ou será antes uma fraude e os que, há quase vinte anos, a estudam, preconizam e defendem, uns atrasados mentais?
Terá razão a tecnocracia que combate ferozmente as alternativas ecológicas de vida ou terão razão os que, em pequenos grupos como a «Frente Ecológica», há cerca de vinte anos tentam esclarecer as pessoas sobre o que mais importa à sua saúde, vida e segurança?
As edições da «Frente Ecológica» foram, durante década e meia, voz activa e participante nessa polémica de «vida ou de morte», documentam e testemunham o nascimento de uma ciência que ainda não nasceu: a Ecologia Humana. Irá ela algum dia nascer?
*
Se a aparentemente sem saída crise ecológica e a consequente derrocada do mundo actual se deve, principalmente, à ciência estabelecida, ajudada pelas tecnologias antiecológicas que essa ciência alimenta, não será, evidentemente, dentro da mesma lógica autodestrutiva, com instrumentos, cientistas e tecnologias do sistema estabelecido que iremos criar um distanciamento crítico necessário para perceber onde estamos, de onde viemos e para onde vamos.
Para sabermos como vamos sobreviver à catástrofe, ultrapassar a crise e reatar o fio perdido da «vida para viver» em vez da actual «vida para morrer», teremos - na opinião de alguns - de recorrer a outra ciência e a outra tecnologia diferente daquelas que promoveram a crise e apontam para a catástrofe.
***
A intuição holística e ecológica - o sentido profundo da Unidade - foi mantida, através dos séculos, por alguns profetas que nunca aceitaram, na totalidade, a ordem da desordem estabelecida, nem se conformaram com ela.
Curiosamente e como a obra de Fritjof Capra (*) vem, exaustivamente demonstrar, a ciência ocidental de ponta como a Física Atómica em que ele é especialista, conduz à inevitabilidade de regresso às fontes orientais do conhecimento como o Taoísmo.
No meio da balbúrdia em que se transformaram as gralhas ditas ecológicas e ecologistas, tentaram alguns, em nome do «realismo ecologista», ordenar ideias e prioridades, inventariando obras de autores que, em maior ou menor grau, mantiveram sintonizado o comprimento de onda correcto e que foram, portanto, precursores e profetas da Holística contemporânea.
Inventário discutível, sem dúvida, ele constitui um primeiro desafio aos que investigam no campo das ideias, para se defenderem das mentiras numérico-estatísticas que, em nome do rigor matemático e experimental, a ciência oficial vai impingindo.
Como se pretende mostrar pelos autores até agora inventariados pelo «realismo ecologista», num primeiro contributo a uma abordagem holística do real, verifica-se que vem principalmente de escritores, filósofos e homens de pensamento o melhor antídoto à mentira científica. É deles que vem, portanto, o contributo mais decisivo para a viragem contemporânea de mentalidades a que, por comodidade metodológica, chamamos Holística, palavra que sucedeu à palavra Ecologia, completamente desfigurada por todos os ecoequívocos, eco-oportunismos e ecotravestis.
Debaixo da palavra Ecologia, e abusando dela até ao obsceno, se vieram acobertando todos os oportunismos, ao ponto de os ecologistas de sempre se sentirem completamente excluídos.
***
Com todas as limitações de uma lista mais do que provisória, eis, por ordem alfabética, alguns profetas da visão holística do mundo e da vida, a maior parte dos quais, como é óbvio, jamais pronunciou ou ouviu pronunciar a palavra Ecologia, até porque a maior parte deles viveu muito antes de que a palavra tivesse sido inventada.
Procura-se, com esta lista «inesperada», mostrar que a «filosofia» em que se fundamentam as ideias e o movimento ecologista, não são de ontem nem de hoje, mas de sempre. Como é de sempre a intuição que acompanhou os mais lúcidos sobre a unidade fundamental do universo.
*
Com o «realismo ecologista» trata-se de exercer uma pedagogia profunda, no sentido de ultrapassar, por um mergulho profundo nas raízes da Dialéctica taoísta do yin-yang, as antinomias clássicas da cultura europeia e ocidental ( Ver Denis de Rougemont, «Cartas aos Europeus», pg.54 da edição portuguesa (**). )
Com efeito, essas dicotomias e antinomias são responsáveis não só pela contradição fundamental que atravessa e dilacera a cultura europeia-ocidental - Homem contra Natureza - mas por outras lutas e antinomias que dela decorrem (homem contra o homem, luta de classes, luta de gerações, totalitarismo contra liberdade, etc. )
A bipolarização a nível político, a dicotomia esquerda-direita levada a extremos patológicos, inviabiliza não só qualquer entendimento fraterno entre pessoas e povos, como conduz ao supremo confronto, ao supremo frente a frente dos dois blocos bélicos em uma guerra nuclear.
A aprendizagem da dialéctica yin-yang e a arte da liberdade será assim o objectivo supremo, o que implica um longo período de estudo e reconversão mental, para que gradualmente as caducas antinomias, as contradições inelutáveis vão dando lugar à contradição dialéctica e criadora que as filosofias do yin-yang como o taoísmo ensinaram na sua sabedoria mas a arrogância da chamada ciência europeia e ocidental não só destruiu (em muitos casos), como lançou nos porões da História.
Corolário desta antinomia que a própria Europa criou contra outros povos, culturas, civilizações e continentes, são todas as formas bárbaras de Biocídio, nomeadamente nas formas de Etnocídio e de Genocídio sistemático, que caracteriza as cruzadas do «espírito europeu» e as colonizações sangrentas levadas a cabo por ele.
Apoiam este trabalho de investigação e prospecção heurística, não só alguns textos produzidos e editados na «Frente Ecológica» sobre dialéctica yin-yang aplicada na Prática, mas fontes e autores, mais ou menos proféticos, que paulatinamente se foram aproximando da verdade, quase todos depois de terem percorrido a via dolorosa dos sistemas filosóficos de raiz racionalista, experimental e positivista.
*
É pelos resultados concretos e pelas consequências práticas no dia a dia dos factos e dos acontecimentos, que a Ecologia Humana pretende comprovar a validez ou invalidez de todo um sistema teórico, de uma ideologia e, se quiserem, de todo um padrão civilizacional, baseado nas armas, na violência e na morte. E na ciência, como corolário sine qua non.
Pela primeira vez na História, o combate ideológico trava-se ao nível dos acontecimentos e factos a que uma ideologia ( a tecnocrática) deu lugar: os factos são a prova, a irrefutável prova que demonstra a invalidez de teorias, ideias, hipóteses da constelação tecnocrática.
Feita esta prova, efectuado o balanço crítico desta civilização, repara-se, por exemplo, que a Ecologia Humana e a crítica nela implícita à sociedade industrial, vem coincidir com os pressupostos teóricos e filosóficos da corrente teosófica que no mundo ocidental fundaria a sua primeira sociedade em 1875.
Há cento e poucos anos, em 1875, Madame Helena Petrovna Blavatsky, deixava testemunhado, na sua obra monumental, «Ísis Sem Véu», o combate com as correntes ideológicas que, em nome do progresso, do bem estar, da feliciadade dos povos, da razão, etc., ainda não tinham sido postas à prova na realidade concreta dos povos e das pessoas.
Nessa data, quem não acreditava que o século das luzes despontava, que a paz e a felicidade eternas estavam a ser preparadas pela ciência e pela técnica, enfim, que o homem tinha na mão o próprio destino e que, se necessário fosse, escalaria o céu para matar Deus em pessoa?
Cem anos depois, a História dá toda a razão a Helena Blavatsky. A engrenagem ideológica que ela criticara, bem como as instituições que lhe servem de pilares, está podre.
Para honra de Blavatsky e desgraça nossa, mortais terrenos, provou-se, com a crise ecológica, que este ramo europeu da chamada evolução das espécies, estava não só errado de raiz, não só tinha havido um engano de agulha há muitos séculos, não só era estruturalmente violento e portanto autosuicida, como trazia a morte na alma e a vocação autofágica e canibalesca da sua própria destruição.
A crítica da engrenagem tecnocrática feita pela Ecologia Humana possui, portanto, antecedentes e de certa força. Não tem de que se envergonhar das suas premissas e conclusões, que há cem anos já eram preconizadas por espíritos inconformistas e pouco dados a crenças e superstições.
A superstição científica já era então objecto de crítica: porque razão não o há-de ser hoje, em que estão bem à vista os frutos podres dessa árvore envenenada?
Um mundo que só tem o holocausto nuclear como «saída», está ou não suficientemente definido, julgado e condenado?

AQUARIUS 1996

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21-6-1996

NOVA REVISTA QUER SER PONTO DE ENCONTRO - «URÂNIA» DIVULGA ESPÍRITO DE AQUARIUS

Texto de Afonso Cautela

«Ponto de encontro para comunicar e divulgar ideias relacionadas com o espírito «nova era» é o propósito expressamente assumido pela nova revista «Urânia», que o seu director, Luís Resina, considera aberta a todas as correntes, mas sem privilégios.
«Damos mais importância à unidade, se bem que essa unidade seja constituída por uma pluralidade de ideias, movimentos e escolas do esoterismo», sublinha.
Destinada à «divulgação temática no espírito de Aquarius», como se diz em subtítulo, a nova revista escolheu o nome de «Urânia» porque, «sendo a musa representativa da Astrologia e da Astronomia, simboliza em si os arquétipos fundamentais da alma colectiva.»
Visa não só a divulgação mas também -- acentua Resina -- a formação, isto é, a criação de novos valores que estejam em consonância com o espírito «nova era». É uma revista aberta, colaboradores são todos os que quiserem enviar artigos. Se vierem coisas com valor, serão publicadas.»
«Urânia» pretende -- como diz o director -- «ser fiel à nossa tradição ancestral, tradição que faz parte da essência da alma lusa.»
Tal como os outros grupos da chamada «nova era», procura-se, nestas páginas, «o fio de ariadne que -- sublinha Resina -- nos permita sair do labirinto da chamada crise dos tempos modernos, o actual estado anacrónico do tempo em que vivemos.»

O SONHO DA INTERNET

«Urânia» inclui, no primeiro número, colaboração de nomes ilustres do esoterismo português: Maria Flávia de Monsaraz escreve sobre «A Viragem dos Tempos», Luís Resina sobre «Ciclos, Reinos e Eleições» e José Manuel Anes sobre «o simbolismo iniciático da Flauta Mágica», propondo hipóteses ousadas que Mozart, na qualidade de iniciado maçónico, talvez não se importasse de subscrever.
Além do espaço especial reservado à Astrologia, muitos são os temas que a revista se propõe tratar: alquimia, mitologia, medicinas alternativas, artes simbólicas e -- por estranho que pareça -- ciências tão profanas como economia, política, arquitectura, psicologia, ecologia, etc.
Aliás, Luís Resina faz o elogio total e completo da tecnologia moderna: entrar no Internet é um dos próximos passos: «É uma forma muito simples e muito alargada de comunicar. A Internet é uma linguagem da nova era.»
E referindo-se concretamente à sua profissão, confessa sem complexos: «Considero-me um astrólogo electrónico, no sentido em que recorro no meu trabalho às novas tecnologias».
Astrologia e ciência, no seu entender, têm que se dar bem: «Há muitos preconceitos em ambos os lados. Mas tem que haver uma aproximação dessas posições mais radicalistas: no fundo, espírito e matéria são apenas uma e a mesma energia, com graus de vibração diferentes.
Einstein dizia: a matéria é a energia do espírito a vibrar na situação mais densa, assim como o espírito é a energia da matéria na sua vibração mais rarefeita... O problema não está na tecnologia ou no espiritualismo. O único problema está no separatismo».
Explica então como teve o «insight» da Astrologia: «Comecei a estudar Astrologia por causa do Fernando Pessoa. Achava incrível o desdobramento de personalidades que ele criou. Em 1978 assisti a uma aula de astrologia no Centro Rosa Cruz de Lisboa e a partir daí nunca mais parei. Fui sempre um autodidacta. Em 1988, houve a ideia de fundar, com a Flávia Monsaraz e a Paula Chambel, um centro de astrologia humanista e transpessoal. Nascia o «Quiron», cuja actividade regular vai continuar a ser dinamizada. Mas a pessoa indicada para lhe falar do Quiron e da astrologia humanista e transpessoal é mesmo a Maria Flávia Monsaraz.»
Em todo o caso, não deixa de nos explicar o simbolismo do nome escolhido para o centro de astrologia: «Escolhemos o termo Quiron, por ser, dentro do sistema solar, o corpo celeste (planetóide) descoberto mais recentemente (em 1977). Mas para lhe explicar o que é o Quiron, o melhor é falar com a directora, Flávia Monsaraz. Eu colaboro no centro - onde dou cursos de astrologia e tarô - mas apenas respondo pelo jornal.»
Acertado ficou também que Luís Resina irá, em exclusivo para «A Capital», contar a investigação que tem feito dos manuscritos astrológicos do Fernando Pessoa.
A matéria esotérica mais genérica tem sido divulgada, mas sobre o espólio astrológico de Pessoa apenas existe o que António Quadros publicou e pouco mais.
Ele insurge-se contra a situação e, se tiver apoios, se tiver uma bolsa, Luís Resina promete pôr cá fora tudo o que Pessoa escreveu e pensava de Astrologia. Ficamos à espera.
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