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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-04-25

NOOLOGIA 1997

1-1 97-04-25-bg- biblioteca do gato - 2304 bytes dia13-ii

ELEMENTOS DE NOOLOGIA 
13 LEITURAS DE «BRAIN STORMING»
(CULTURA GERAL E DIVERTIMENTO )

[25-4-1997]

1 - Jean-Marie Bourre - «Comida Inteligente - A Dietética do Cérebro - Ed. Gradiva - Lisboa - 1993 - 322 pg
2 - Fritjof Capra - «O Tao da Física - Uma Exploração dos Paralelos entre a Física Moderna e o Misticismo Oriental» - Ed. Presença, Lisboa, 1988 - 266 pg
3 - Louis Charpentier - « Santiago de Compostela - Enigma e Tradição» - Ed. Minerva, Lisboa, 1971 - 277 pg
4 - Leão Chestov - «As Revelações da Morte» - Ed. Moraes, Lisboa, 1960 - 189 pg.
5 - James Churchward - «O Continente Perdido de Mu» - Ed. Hemus, São Paulo, 1972 - 388 pg
6 - Erich Fromm - «A Linguagem dos Sonhos - Uma Introdução ao entendimento dos sonhos, contos de fadas e mitos» - Ed. Zahar, Rio, 1962 - 187 pg
7 - Jean Holm e John Bowker - «Ritos de Passagem» - PEA, Lisboa, 1994 - 202 pg
8 - Dmitri Merejkovski - «O Romance de Leonardo de Vinci» (A Ressurreição dos Deuses) - Ed. Portugália - Lisboa - 381 pg
9 - Emilio de Paoli - «O Poder Curativo dos Metais» - Ed. 70, Lisboa, 1991 - 126 pg
10 - Louis Pauwels e Jacques Bergier - «O Despertar dos Mágicos» - Ed. Bertrand, Lisboa, 1974 - 550 pg
11 - Jeremy Rifkin - «A Entropia - Uma Nova Visão do Mundo - Universidade do Algarve, Faro, s/d - 375 pg
12 - Bill Schull & Ed. Pettit - «O Poder Psíquico das Pirâmides» - Ed. Record, Rio, 1976 - 244 pg
13 - Jean-Didier Vincent - «Biologia das Paixões» - PEA, Lisboa, 1988-351 pg
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ALVIELA 1977

1-2-77-04-25-ie-bd> scan - domingo, 17 de Novembro de 2002 – era arrojo falar em 1977 de «alternativa iniciática»: por isso este texto deverá ter ficado inédito ou, talvez, publicado no jornal «Frente Ecológica, em data a localizar

ENTRE A ECOPOLÍTICA E A ECOANARKIA:UMA ALTERNATIVA INICIÁTICA?
I
25-Abril-1977 - Sendo a política uma das sucursais do Inferno na Terra, eis que paradoxalmente (ou não) o seu pretendido antónimo, a anarkia, se pode revelar dialecticamente a outra face do mesmo Inferno.
Não será pelos opostos que nos livramos dos termos negativos. Ensina o tantrismo que os opostos terão de ser, pela alquimia iniciática, transmutados, "digeridos" ...
Se é verdade que a EcoPolítica, na sua esfera própria de reformismo remendão, tapa aqui um buraco enquanto trinta outros buracos se destapam mais ali, se é verdade que as contradições da prática ecopolítica e partidária são o que mais toca um observador objectivo da realidade apocalíptica dum Mundo em putrefacção acelerada, eis que a estratégia eco-pacifista, ecoconvivencialista, dita não-violenta, comunitária e autogestionária não parece adiantar grande coisa na ultrapassagem das maiores contradições da sociedade ou inferno industrial nem obstruir os crimes de ecocídio em acelerada e logarítmica progressão.
Haverá sempre um minuto de verdade em que a estratégia ecopolítica tomará consciência do seu malogro, da roda em que está engrenada, da pedra de Sísifo que transporta.
Se a sociedade industrial e tecnoburocrática é a sociedade da violência institucionalizada - a violência da Poluição é das menos insidiosas, visto que se torna frequentemente sensível ao cheiro, ao gosto, ao tacto ou a qualquer dos 5 sentidos comuns -, se a violência existe, mais implícita até do que explícita, potencialmente explosiva na alienação quotidiana das ferozes sociedades tecnoburocratizadas ou tecnofascizantes, que função poderá ter, face à violência (principalmente a violência implícita) uma estratégia dita de não-violência?
Não podemos viver eternamente na ilusão. E os que preconizam a não-violência das ecotácticas a curto prazo ou a não violência de uma ecoestratégia a média e longo prazo, muito menos devem querer viver em clima de fantasias e de mitos.
II
Em Portugal, a ecoestratégia tentada por alguns grupos de informação e de acção, aparece hoje, três anos após o 25 de Abril, como uma teia de perigosas fantasmagorias.
O grupo de acção que mais longe levou a luta directa contra os agentes de uma poluição tóxica e corrosiva como é a dos curtumes - 117 fábricas - sobre toda a bacia do Rio Alviela, o grupo de acção que, por isso, nos pode servir de modelo e que, centralizado na aldeia de Pernes, organizado como Comissão de Luta Anti-Poluição do Alviela no ano de 1976 viria a legalizar-se, em Associação Popular Ecológica em 1977, experimentou na prática (única maneira de tirar a limpo as filosofias, ideologias e teorias) todas as contradições que confluem numa preten-sa estratégia ecopolítica "de luta contra qualquer poluição ".
As contradições inerentes a uma prática reformista que pretende obviar aos malefícios de estrutura (a tecnoestrutura industrial) agindo sobre a conjuntura e mantendo essa estrutura intocável e inalterável, começam para a CLAPA a ficar claras, à medida que cresce a confusão dos legistas para resolver, em ter-mos legalistas, este caso peculiar do crime de Ecocídio...
Tentando a CLAPA apoiar-se na estrutura jurídica que alguns artigos da Constituição parecem consagrar - o n° 66 é dos mais floridos e prometedores - projecta a CLAPA instaurar uni processo de indemnizações aos responsáveis da poluição, convencida de que o famoso princípio da O.C.D.E. ("Poluidor, pagador") alguma vez teve aplicação à realidade e alguma vez foi outra coisa do que poeira nos olhos das vítimas da poluição.
Os membros do Secretariado da CLAPA são os primeiros a aperceber-se de que não era fácil definir o alvo responsável (tudo é fluido quando a responsabilidade emana de tudo! da estrutura ambiental e não de nenhuma conjuntura) e mais convencidos ficaram quando os próprios técnicos em Direito e jurisprudência confessaram a mesma dificuldade, senão impossibilidade, de "fazer pagar aos responsáveis a indemnização pelos incalculáveis prejuízos causados, durante mais de 15 anos, a toda uma região e a toda uma população quer humana, quer animal e vegetal"
Disse "incalculáveis": até por isso, a dificuldade se agrava, pois efectivamente não são calculáveis os prejuízos sobre a vida, a saúde, a segurança, o silêncio, a sobrevivência (enfim a famigerada "qualidade de vida"), sobre a pureza do ar e da água, o viço das culturas agrícolas, hortícolas e pomares, as indústrias artesanais tradicionais como a moagem e o torneado de madeiras, a riqueza piscícola, o aproveitamento turístico e lúdico de um rio naturalmente vivo, etc..
III
Não é avaliável nem contabilizável a "qualidade de vida" e a O.C.D.E., mais do que ninguém, sabia-o bem quando instituiu, para inglês ver e português pagar, o princípio célebre do "poluidor, pagador".
Raramente se pode saber ao certo quem polui. Saber o que representa a poluição em prejuízos qualitativos sobre a vida é impraticável a priori pela própria natureza e pressupostos mecanistas, de um sistema que tudo desqualifica na proporção em que tudo procura quantificar.
Esta a contradição violenta de uma sociedade violenta na estrutura e não apenas nas suas manifestações ocasionais, conjunturais.
Trata-se de saber se existe um plano da realidade e da experiência humana onde se ultrapasse esse labirinto de contradições e essa violência intrínseca sem recurso a nova violência.
Se esse plano superalternativo existe, ele só pode ser o plano iniciático, nem político nem anarko (anti) político.
Resta que qualquer luta ou grupo de acção sinceros queiram reconhecê-lo.
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LIBERDADE 1981

moedas-1> 5 estrelas – mein kampf

OS TECELÕES DA LIBERDADE (*)

(*)Publicado no «Diário do Alentejo», 25/Abril/1981

25/4/1981 - O 25 de Abril são eles, os trabalhadores da Liberdade.
Os oleiros de Beringel na sua roda, as tecelãs do Lombador no seu tear, os latoeiros de Mértola na sua banca, os cesteiros de Serpa amaciando o vime que o Guadiana entorta com a força da corrente, os moleiros do Açude nas ribeiras de Estremoz resistindo com a roda da sua azenha ao monopólio da Moagem, as tapeceiras de Peroguarda e Arraiolos trabalhando para anónimos monopólios da exportação, os barristas de Estremoz criando a sua galeria de figuras populares, os cesteiros de Odivelas no seu típico tear de bunho, o João Lança Caturra de Alfundão que «não vende só dá» os seus baixos-relevos gravados em madeira, os mobiliaristas de Ferreira do Alentejo ameaçados de extinção por um Estado-Previdência que os persegue enquanto diz que os protege...
São eles, meu caro Zé Moedas, o eterno 25 de Abril que eu sempre festejo. E desculpa se não era isto o que esperavas quando me pediste um artigo para o número do «Diário do Alentejo» especialmente consagrado a essa data.
Desta vez, finalmente, toda a gente vai saber a que partido é que eu pertenço. Ele aí está, o meu «partido», eterno, nas raízes do nosso Baixo Alentejo.
Já o sabia mas tive a felicidade de o comprovar agora nas reportagens que o jornal onde trabalho me permitiu realizar.
O 25 de Abril está aí, eterno, com raízes no passado e olhos no futuro. O 25 de Abril são eles, os «tecelões da Liberdade», meus irmãos e aliados, tinta da minha esferográfica. Últimos baluartes da Liberdade Humana, eles não desistem: resistem com a «arma» do seu artesanato, que o Estrangeiro cobiça, que o Estrangeiro negoceia.
Eles têm nome e rosto. Produzem beleza, que é a outra face da Liberdade.
Nas rugas da sua face e na voz das suas queixas, ouve-se a angústia de um futuro com as portas fechadas. As ameaças à sua arte ribombam como trovões longínquos num céu carregado de tempestade.
Independentes e não alinhados, os artífices e artesãos do Alentejo dão-nos a todos lições de democracia directa: na prática de um trabalho de equipa, na cooperação sem cooperativas, no companheirismo que desconhece a competição.
Eles não vão orar ao Parlamento. Sermões, de comício ou de púlpito, «lixam-se» nisso.
Só se lembram deles para exposições do FAOJ, na FIL. «Derriçam-nos» para manifestações partidárias à partida e eles vão. Empalmam-nos na primeira altura para cartazes de propaganda.
Eles vão fingindo que sim. Inocentes e sábios, mantêm-se incólumes aos jogos de cúpula. Como a copa grandiosa de um sobreiro, com a dureza diamantina do azinho, com a impávida majestade de um montado: neutrais, impassíveis aos slogans telecomandados, à luta pelo poder em que se encarniçam as superestruturas ideológicas, aos aparelhos que comem tudo (oxigénio incluído) e não deixam nada.
Eles, meu caro Zé Moedas, é que são os redactores do teu «Diário do Alentejo». São eles os defensores da profunda liberdade de expressão de pensamento. Não vão à UNESCO fazer discursos, estão-se borrifando no relatório McBride e quanto a Sindicato de jornalistas, desconhecem.
Em vez de palrar, obram. Mal sabem escrever o nome, mas já escreveram os maiores poemas épicos e religiosos da Humanidade. Ligam a Terra ao Céu, a matéria-prima dos seus ofícios à divina luz criadora do génio poético.
Eles, os tecelões da Liberdade, são o realismo da minha utopia ecológica.
Fios da minha trama tântrica de adepto budista, única herança que irei deixar à minha filha Ana Cristina, ternura da minha raiva, eles são também o motivo provocador da minha cólera: contra imbecis e burocratas, contra os vende-pátrias, contra ideólogos e futurólogos, contra todos os tecnofascistas que dizem «proteger» a nossa saúde e a nossa segurança, em amanhãs que cantam mas que por enquanto choram lágrimas de sangue.
Ao volante do último moinho de vento, à banca da última oficina artesanal, à lançadeira do último tear, são eles os meus mestres, são a minha indignação contra Siderurgias, Petroquímicas, Progressos que matam, EPPI's, Electricités de France, Petrogais, Quimigais, monopólios privados e de Estado (ou vice-versa), etc.
Mestres sem descendência, órfãos de discípulos que lhes tomem das mãos o fio da Tradição, eles - os criadores históricos da Indústria - são carne para canhão de uma sociedade que enche a boca de progresso económico para só nos dar retrocesso humano.
Roubados pelo Estado Novo que lhes vendia o artesanato ao turista, mas não menos enganados por posteriores mercados do povo que os quiseram fazer produto de exportação, os moleiros, ferreiros, sapateiros, albardeiros, carpinteiros, tecelões, oleiros, artistas e poetas do Baixo Alentejo são o meu mais lúcido argumento contra as campanhas de intoxicação maciça que sobre este povo desabam como um dilúvio de lama pútrida.
Espero, meu caro Zé Moedas, que o «Diário do Alentejo» celebre condigna e regularmente os eternos autores do 25 de Abril de sempre. Enquanto eles, tecelões da Liberdade, resistirem sem desistir, a Reacção não passará.
*
Eu diria que o «Diário do Alentejo» também foi um desses « tecelões da Liberdade» que resistiram sempre que não desistiram nunca.
Também ele se inscreve entre os últimos baluartes da Liberdade Humana. Também ele tem o direito de enfileirar entre os não-alinhados, entre os independentes.
E quem mais pode prezar o não alinhamento, a independência, do que um jornalista no seu trabalho de fidelidade ao quotidiano?
Poder escrever sobre os problemas reais do nosso País concreto, sem o cutelo do assunto-tabu e da entidade intocável, meu caro Zé Moedas: sabes tu melhor do que eu como é esta a nossa grande aspiração de jornalistas.
Mas a verdade é que o assunto «proibido» continua a existir. A entidade intocável continua a telefonar dizendo que não lhe toquem. O assunto tabu fica sistematicamente no buraco, empurrado pela sarna do slogan e da palavra de ordem emanada da cúpula para fechar a boca das massas à chave.
Passa a Heresia tudo o que não afine pela cantiga de qualquer bloco partidário, que não só julga, cada um à sua parte, ter o monopólio da verdade, como pretende ter o monopólio das consciências dos jornalistas. E quem não se vende, anda a pedir emprego.
A própria crítica a esta « partidarização» da verdade nunca chega ao público: se é na televisão, desculpam-se com a falta de tempo; se é na Grande Imprensa, desculpam - se com a falta de espaço. Mas para as histórias de faca e alguidar, ou para a crónica mundana dos senhores políticos que se saracoteiam entre Belém e São Bento, vão logo páginas centrais fora os ameaços na manchete da primeira.
Foi neste contexto de «liberdade vigiada», que o «Diário do Alentejo» constituiu um caso de absoluta excepção. Ele foi um verdadeiro «baluarte da Liberdade», um caso único de independência e amor à verdade, de não alinhamento nos «grupos corais» deste ou daquele aparelho.
Tu, franzino Zé Moedas, foste o grandalhão que aguentaste a barra.
Fizeste sozinho o que os fortalhaços da musculada Imprensa não conseguiram fazer todos juntos.
Artigos que eu não conseguiria publicar em mais parte nenhuma, e que teriam ido dormir para o fundo do tal gavetão (onde dormem ainda tantos) tu os publicaste no teu jornal sem uma beliscadura. Às vezes, até, sem uma gralha, o que se pode considerar o maior recorde em matéria de Imprensa Portuguesa, tão dada aliás à gralha «política».
*
A Imprensa espera ainda o seu 25 de Abril. Torna-se cada vez mais difícil ao jornalista abordar as pessoas para uma entrevista de verdade: há uma barreira de legítima desconfiança. Calam-se, não querem expor-se, receiam represálias.
Se na capital do Baixo Alentejo surgir de novo a voz dos eternos explorados e expoliados, dos eternos esquecidos, a voz capaz de desafiar os monopolistas da propaganda, o tema - tabu, o assunto proibido, a entidade intocável coitadinha que é virtuosa e a gente não sabia, o monopólio privado, o monopólio de Estado, o aparelho, o estereotipo, o slogan, enfim, a mentira, então eu digo: viva o 25 de Abril!
A. C.
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(*) Publicado no «Diário do Alentejo», 25/Abril/1981
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REACTOR-3 1996

cherno-2>

24-4-1996

SE O SARCÓFAGO SE AFUNDAR PODE HAVER SEGUNDO CHERNOBYL

Entre o reactor 4, que foi destruído há dez anos, e o reactor 3, dividem-se as preocupações dos especialistas ocidentais quanto ao que poderá ainda ocorrer na central de Chernobyl.
O reactor 3 apresenta um perigo particular: ele partilha com o reactor 4 destruído, um compartimento (chamado B) contendo a depuração da água de N3. Este compartimento serve em parte de fundamento ao sarcófago precário construído em 1986 sobre o reactor destruído. Se este sarcófago se afunda, pode provocar um acidente no reactor 3, segundo um perito nuclear ocidental.
O afundamento do sarcófago libertaria uma nuvem de poeiras radioactivas num raio de alguns quilómetros em redor, pondo em perigo a vida dos que ainda se encontram na área, segundo um estudo realizado pelo Instituto Francês de Protecção e de Segurança Nucleares .
Segundo os ucranianos só o sarcófago e não os dois reactores em funcionamento, representaria um perigo grave. Mas segundo peritos estrangeiros, se um novo acidente do tipo do que se produziu em 26 de Abril de 1986 é pouco provável, já não será de excluir que possa acontecer um acidente de outro tipo.
Segundo os peritos ocidentais, o reactor de tipo RBMK, fundamentalmente pouco seguro, deveria ser fechado, porque nenhuma reparação conseguirá pô-lo ao nível das centrais nucleares actuais.
Assinalam-se-lhe vários defeitos de concepção: o reactor é moderado a grafite, matéria altamente inflamável e não comporta a «cintura de confinamento», que impede, em caso de acidente, que a radioactividade se espalhe na atmosfera.
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IDEOLOGIA 1981

ideologia-3> os dossiês do silêncio

O COMPUTADOR NA GUERRA DE NERVOS(*)

24/4/1981 - Em artigo já publicado n'«A Capital», falávamos nós sobre o sistema de alerta dos Estados Unidos, comentando precisamente a tendência que esse sistema tem para avariar... nos momentos de crise. Dois dias depois, deparávamos com outra notícia da France Press, que a seguir transcrevemos.
Sentimo-nos relativamente compensados desta árdua batalha de ler e compreender a actualidade no que ela tem de permanente, para lá das ilusórias fantasias a que os factos, desligados do seu contexto coerente, nos podem conduzir. E regra geral conduzem, induzindo a opinião pública em erro ou engano sistemático sobre o que se passa no planeta Terra.
A notícia que a seguir se comenta e depois transcreve tem interesse a vários níveis.
Assinala um dos pontos cruciais onde informação o Informática se cruzam.
Assinala de que maneira a informação prepara o terreno à invasão e à política da Informática, reabrindo de novo, e sempre que necessário, os mercados a novas vagas de computadores.
Assinala como o sistema usa uma publicidade especial (notícias de agência, por exemplo) para fazer render esta mercadoria também especial e excepcional que se chama «computador».
A firma precisa de vender mais uns milhares de computadores e, pressionando os meios do Pentágono, começam a exalar-se notícias (como esta) que, aparentemente, vão contra a sagrada imagem de prestígio e dignidade dos mais altos poderes dos Estados Unidos.

Mas o próprio Pentágono tem vantagem em ver substituído o velho «Wimex» por um «Wimex» nova vaga.
De que maneira essa publicidade disfarçada serve ainda a guerra de nervos declarada à população humana?
Estando o computador em questão, no centro nervoso dos litígios bélicos entre os E. U. A. e a U. R. S. S., é evidente de que maneira uma avaria em tal sistema pode colocar a humanidade num verdadeiro «estado de sítio» nervoso, de que maneira uma simples notícia sobre o computador do Pentágono prestes a provocar uma guerra nuclear mundial, constitui afinal mais uma poderosa arma na área da guerra fria.
A notícia é ainda significativa porque levanta a questão de uma leitura que a opinião pública faz dos factos que lhe contam, e uma outra leitura completamente diferente dessa que é possível fazer-se, desde que outras hipóteses de estudo e trabalho sejam postas na mesa.

E agora a notícia: «WASHINGTON, 10 - O gigantesco sistema informático destinado a prevenir o Presidente americano em caso de ataque inimigo ou de crise internacional, está sujeito a avarias nos momentos mais críticos, soube-se domingo de fonte informada.
«Este sistema, baptizado "Wimex", consiste em uma série de computadores instalados no mundo inteiro, nomeadamente nas bases militares americanas, e ligados por uma rede complexa. Ele permite ao Presidente e aos chefes militares serem alertados em caso de ataque inimigo ou de crise tal como a ocupação de uma embaixada.
«Wimex» fornece informações actualizadas sobre as forças americanas e sobre as possibilidades de resposta a diversas situações. Uma vez as decisões tomadas, ele transmite aos comandos militares ordens para que pessoal, armas, equipamentos e meios de transporte cheguem a tempo ao lugar requerido.
«O sistema, eficaz em tempo normal, já várias vezes tem funcionado mal, no entanto, quando os chefes militares têm tido necessidade de respostas rápidas a uma série de perguntas, segundo informações recolhidas no Pentágono e no departamento da Contabilidade Geral (General Accounting Office).
«Segundo tais informações, houve pelo menos duas ocasiões graves em que se avariou: em 1975, nomeadamente, durante a operação realizada conjuntamente pela Marinha, a Aviação e os «marines» para libertar a tripulação do navio mercante americano "Mayaguez", que fora capturado ao largo do Camboja.
No Departamento da Defesa reconhecem-se estes problemas, mas afirma-se que existem, em caso de ataque nuclear, dois outros sistemas mais rápidos para prevenir o Presidente. Segundo outras fontes, porém, pelo menos um destes sistemas sofre de frequentes interrupções de energia.
«O "Wimex", concebido por Honeywell nos anos 60, era um "bom sistema para essa época", acrescentou um especialista do Pentágono, mas "não pode responder às necessidades dos anos 80". De fonte oficial, espera-se que possa ser substituído daqui a 4 ou 7 anos.»

A SOCIEDADE INDUSTRIAL «ENFORCADA» NOS SEUS PARADOXOS

NIXON DIXIT - Algumas contradições são tão evidentes que até cegos notam...
Sobre o paradoxo de uma «civilização» que manda astronautas à Lua e não consegue resolver os engarrafamentos na cidade, até Nixon notou: « Não é normal que os nossos sábios tenham conseguido mandar três homens para a Lua, transportar três homens a 390 000 quilómetros de distância, e não sejam capazes de transportar todos os dias convenientemente trezentos e noventa mil homens de suas casas para os locais de trabalho..

A GUERRA PARA EVITAR A GUERRA - Haverá mais chocante e brutal contradição do que a Paz que se conserva com a Guerra, reforço de armamento a colossais voragens de dinheiro em investigações bélicas?
A guerra - como a poluição, o esgotamento de recursos, os acidentes rodoviários, etc - já por si seria monstruosa faca à consciência humana.
Mas o que a torna n vezes monstruosa, é que seja um produto fatalmente segregado, como necessidade interna, pelo sistema e que este não pode deixar de segregar para continuar a ser o que é.
Paradoxo vertiginoso: o sistema tem que se suicidar para não se suicidar.
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(*) Publicado no jornal «A Capital» (Crónica do Planeta Terra), 24/4/1981

ALQUIMIA 1992

92-04-24-iv> = interlocutor válido, procura-se

CARTA AO J.C.A

Lisboa, 24/4/1992 - J.C.A.: «Armadilhado» é palavra-chave nesta altura do campeonato: e pode estimular mais rapidamente a pesquisa, como símbolo que funciona, do que a análise discursiva e científica. Ou seja, a dica que me deste ao telefone - citando Guillé, quando ele falou da «informação piegée», continha, para o meu momento actual, maior carga de informação do que todo o livro que estou lendo «L'Alchimie de la Vie».
Não quer dizer que, em um momento seguinte, não seja o inverso. Nesse sentido, é que eu disse - sem nenhuma carga pejorativa - que este livro estava «cifrado», sinónimo de «armadilhado», sinónimo de «oculto». À primeira vista, porém, à primeira leitura, ele pode aparecer-me contraditório - e porque não - do que Guillé pesquisa e ensina: advogando ele o método sistémico, por exemplo, leva o método analítico às últimas consequências; advogando ele a prática, todo este livro se consome em uma exaustiva exposição teórica; havendo nele uma atitude implícita de crítica ao sistema, segue a par e passo todas as exigências do discurso afecto ao sistema; enfim, eu sei que uma segunda leitura será diferente, mas esta primeira - sem a motivação inicial que me espevitou a fé no método - confesso que nunca me levaria lá.
Quando me deste a fotocópia do dito livro, faltava-me essa motivação, essa fé inicial, que tenho agora: e como tu me lançaste com o livro no vazio, não tive garras para me ligar ao tema. Quando o Grande Mago me desbloqueou o que em mim estava bloqueado, pressenti que a ponta da meada era essa, e, sejam quais forem os obstáculos, terei que os vencer porque vale a pena o resultado final.
Sem poder não se consegue ajudar ninguém, nem a nós próprios. Ora eu estava exactamente, desse ponto de vista, no ponto zero. Ainda estou: a diferença agora é a esperança de poder vir a estar em défice menor dele (poder). Se fosse só por mim, creio que pouco me importava ficar como estava: completamente inerme, completamente inerte. Mas na perspectiva de ir para Cabo Verde, por exemplo, interessa-me ir apetrechado com um instrumento de trabalho que funcione, com que eu possa servir as pessoas.
A Macrobiótica, por exemplo, era uma pequena arma com que eu podia contar, mas com vários handicaps no ambiente em questão. Se for pecado querer o poder, nesse caso eu, neste momento, estou em pecado mortal: queria que o pêndulo me ajudasse a ajudar quem de mim precise. Mas com força, com eficácia, com resultados práticos que pudessem ir até ao fascínio. Queria poder fazer com os outros o que o Grande Mago fez comigo e com mais umas pessoas que eu sei.
Na falta de qualquer referência mais precisa ao método, comecei devorando livros que ia triando pelo meu velho método Zen das «purgas sucessivas», metabolizando apenas, aqui e ali, o que a intuição me indicava dever metabolizar. A «intuição», por exemplo e para começar: comecei a perceber melhor o verso e o reverso desse espantoso poder; neste momento, estou «radiográfico» relativamente ao que me cerca e sofro particularmente por «ver» ainda com mais acuidade as patifarias que se escondem debaixo das patifarias garridas da sociedade de consumo. Isto é «mau», ver demais a Abjecção torna-nos mais infelizes. A lucidez aqui é «negativa». Mas foi essa lucidez repentina, como um relâmpago, - o «discernimento» diz o Michio Kushi - que me «disse», uma manhã, após mês e meio girando no fundo mais fundo de um poço sem fundo, que eu entrara em um gravíssimo défice de potássio e que estava submerso, mineral e energeticamente falando, sob uma montanha de escombros.
Toda a gente me diagnosticava «desmineralização» profunda, mas ninguém me dizia que era de potássio, ninguém inclusive me aconselhava o «miraculoso chá dos vegetais doces» que agora comparo muito ao maravilhoso Boldo, nosso grande amigo comum. Ora nessa manhã, como um autómato, eu comecei a fazer o chá de vegetais doces e «vi» que finalmente começava e emergir do poço onde já batera no fundo há mês e meio.
Mérito meu? Sem dúvida que não: porque nessa caso já devia ter aberto os olhos mais cedo. E a verdade é que andei sem norte - o Potássio - todo esse tempo. Mérito aí foi o Grande Mago, ou das Forças que ele canalizou em meu socorro. Por isso estou grato, Por isso quero perceber.
Um senhor chamado António Luzy, no livro «Radiestesia Moderna» desenvolve, em termos polémicos, contra as escolas da Radiestesia «físicas», a sua posição de Radiestesia Mental: e o protagonista do seu método é o Inconsciente. Tudo se passa a esse nível e em nenhum outro. Tudo o mais - radiações disto e radiações daquilo - é para ele folclore pseudo-científico.
Esta entrega total, de um homem com um discurso nada místico, no Grande Rio do Inconsciente, como podes calcular deixou-me - eu diria que te deixaria a ti também - encantado e fascinado. Por essa razão e nem só, quis e quero saber mais, evidentemente, dessa corrente «mentalista» da Radiestesia.
Ligada imediatamente a outra «possibilidade» entrevista que toca já o domínio do Prodigioso (no sentido também de Maravilhoso e do Fantástico): a teleradiestesia. E aí fiquei a querer saber mais sobre teleradiestesia, que apenas convém distinguir de telepatia.
Logo outro aspecto se me tornou fascinante: o actuar do pêndulo sobre diagramas, mapas, fotos não sei neste momento se é verdade ou não, mas os relatos que li - especialmente nos livros tão interessantes de Greg Nielson e Joseph Polansky, aparentemente situados ao nível de uma vulgarização populista - deixam-me com uma curiosidade insaciável de ir por aí. Coincide com uma velha mania minha de coleccionar mapas, diagramas, atlas, cartas de escala 1/5.000(?), etc. É como se essa mania do coleccionismo -- e outras manias -- já fosse como se pressentisse uma futura e longínqua aplicação. Como se o destino estivesse falando por antecipação (e não será assim com todas as nossas inexplicáveis manias?).
A ligação que Guillé faz do pêndulo ao I Ching deixou-me igualmente hipnotizado: pela primeira vez, julgo entender melhor porque o I Ching funciona, como, porquê, a partir de que premissas. Ou seja: nunca acreditara verdadeiramente no I Ching mas neste momento acho que poderia dedicar-lhe o resto da minha vida e será uma das minhas prioridades. Aliás, o sentido do que julgo serem as minhas prioridades - as minhas obrigações para com a Ordem do Universo - parecem-me agora mais nítidas, mais intensas.
Afinal, tem tudo a ver com o apuramento da intuição, com o afinar do Discernimento, que - repito - não é mérito meu, mas para o qual alguém contribuiu decisivamente. Mas ainda ligado a este fio, derivam os «novos olhos» com que estou vendo antigas coisas, livros, companhias, livros, temas, autores: os meus amados oligoelementos, afinal, entram na «alquimia vida» como protagonistas que eu já pressentia que eram. Aí, o Mar rivaliza com a terra para serem a mesma Terra. Depois, a maravilhosa Homeopatia. Depois, a Sagrada Acupunctura e o recém chegado ao Ocidente Qi-Kong. Depois, o nosso portentoso Megalitismo. Depois as imponentes pirâmides e seu eterno enigma. Depois, o Yin Yang, que Guillé diz ser um corte transversal da Espiral. Etc.
Mas tudo isto estava, antes do pêndulo, em um conjunto mais ou menos ecléctico -- vício da cultura ocidental -- repartido por disciplinas diversas, e agora - segundo julgo - aparece-me «integrado», no sentido «sistémico» em que fala Guillé. Tudo agora se articula num todo sucessivamente mais vasto: mas o que transmite um élan de esperança, é saber (julgar saber) que, através do pêndulo, nos será dado encetar e percorrer a viagem no imenso Labirinto (Lima de Freitas), sem importar muito saber se se chega ao fim: não importa chegar, importa errar.
Outra interface (e eu sempre soube, por signo, entre Peixe e Aquário - que era homem das interfaces, de unir fronteiras, de lutar pelos direitos de Minorias e da Diferença...): se pelas pirâmides chegamos, antes de mais ao Egipto, chegamos também ao erroneamente chamado «Livro dos Mortos», que irresistivelmente evoca os nosso irmãos tibetanos e o budismo iniciático. Dos medicamentos energéticos - modernamente, depois de Hanneman, ditos homeopáticos - se jactam a medicina ayurvédica, a tibetana e a farmacopeia chinesa.
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