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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-04-10

OCDE 1991

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QUALIDADE DE VIDA NAS METAS DA OCDE - COMO A REALIDADE DESMENTE A BOA INTENÇÃO DOS POLÍTICOS

11-4-1991

Divulgadas em Julho de 1973, as metas teóricas para a felicidade dos povos continuam hoje, apesar de todo o crescimento económico e industrial, mais longínquas do que o eram nessa altura.
Serve esta repescagem de metas enunciadas há quase vinte anos, para evidenciar que a felicidade dos povos é possível, mas não através dos métodos e modelos de desenvolvimento propostos pela ideologia tecnocrática.
No entanto, é essa ideologia que continua a ser aplicada para convencer os eleitorados a manter e prorrogar o sistema de exploração chamado «desenvolvimento industrial». Se alguma coisa tem que mudar, é certamente nesta «ideologia do crescimento», nesta ideologia «desenvolvimentista» que elas terão radicalmente que mudar.[repescagem em 20/9/1990]
A lista de 24 «preocupações sociais» comuns à maioria dos países membros da OCDE e que têm ou poderão vir a ter importância para a política económica-social dos governos é a seguinte:

Saúde - Probabilidade de viver de boa saúde ao longo de todo o ciclo de vida. Efeitos sobre as pessoas dos atentados à saúde.

Personalidade - Aquisição pela criança de conhecimentos, métodos e valores necessários ao desenvolvimento da sua personalidade e ao futuro exercício das responsabilidades de cidadão. Meios disponíveis para assegurar o desenvolvimento da personalidade pela educação e utilização efectiva que deles faz. Cultivar o desenvolvimento, em cada ser humano, de conhecimentos, de métodos e de disponibilidade adequados a permitir-lhe - se o desejar - uma participação em melhores condições na vida económica. satisfação sentida pelo indivíduo no decurso do processo de educação. Preservação e enriquecimento da herança cultural enquanto elemento da qualidade de vida dos seus membros dos diversos grupos sociais.

Emprego e trabalho - Possibilidade, para aqueles que o desejem, de ascender a um emprego lucrativo. Qualidade da vida de trabalho. Satisfação dada ao indivíduo pela vida de trabalho.

Tempo e descanso - Possibilidade de escolher efectivamente o emprego do tempo.

Bens e serviços - Possibilidade de dispor pessoalmente de bens e serviços. Número de indivíduos materialmente desfavorecidos. Grau de equidade na possibilidade dos bens e serviços públicos e privados. Protecção dos indivíduos e das famílias contra os riscos económicos.

Ambiente físico - Condições de habitação. Exposição da população a matérias poluentes nocivas e ou) desagradáveis. Vantagens colhidas pela população da utilização do ambiente físico e da sua valorização.

Segurança - Formas de violência aberta ou larvar sofridas pelos indivíduos. Carácter equitativo e humano da aplicação das leis. Confiança na maneira como é exercida a justiça.

Participação - Grau de desigualdades sociais. Participação na vida colectiva e nos processos de decisão.
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KARMA 1989

di-89 = diário de ideias 1989 - ecos do mundo -antecedentes da hipótese vibratória em demanda do novo paradigma - ensaios de karma yoga

NA VIDA COMO NA MORTE

11/4/1989 - É sina minha nunca estar de acordo com as altas autoridades que fazem o gosto e a opinião pública. Na vida como na morte, não concordo.
Preconceitos de várias origens - laicas e religiosas - convergem no tema da Morte e, portanto, no da eutanásia, conceito sobre o qual se tem querido polemizar mas sem efeito: os preconceitos são sempre mais fortes do que os conceitos.
O ocidente revela bem a sua inferioridade cultural na abordagem que faz da morte, ou antes: na forma como fecha os olhos a essa realidade ou luz fulgurante.
A tímida polémica que se tem gerado à volta da eutanásia é quase tão longa e inútil como a que se gerou à volta do aborto, embora uma questão pouco tenha a ver uma com a outra.
Mil e um preconceitos, mil e um prejuízos rodeiam a morte, no mundo ocidental, com pretextos muitas vezes hedonistas, quer dizer, em nome do prazer que, sendo o supremo inspirador do discurso publicitário - indutor de consumos - é também o supremo princípio da moral que rege os

 líderes políticos e sociais.
Todos eles, tudo isso, encobre, desconhece, ilude a morte, que recua assustada.
Ou seja: nada se sabe dela, e tanto menos se sabe quanto mais  se teme.
Foge-se da morte e todos os pretextos . nomeadamente os do hedonismo consumista - servem de fuga.
Por isso a morte, no ocidente, é algo de obsceno. E de inesperado.
É como o cancro, um fatalidade que se finge esquecer, uma coisa desagradável que se encobre, ilude, disfarça, mascara.
Sofremos de uma crónica fobia à morte. A nossa fobia à morte é a nossa maior doença.
E com base em hedonismos de consumo não iremos curar-nos nunca desta doença crónica.

11/Abril/1989 - Nas entre linhas da notícia que fala das enfermeiras de Viena, perpassa uma alucinação cármica intermitente, lampejos de uma luz (que) cega, e ouve-se o murmurar - reza numa grande catedral - das culpas, em montanha, no erro estrutural cometido, por eles, em nome do «bom deus.»
A carga cármica vê-se nelas, que assumiam às costas os restos da vida-expiação das suas vítimas: estas, com efeito, libertavam-se, abreviavam a existência. Mas as quatro enfermeiras, os quatro anjos da morte, carregavam-se do viscoso e espesso gel residual que dos seus mortos ia escorrendo.
A eutanásia é para gente corajosa e de infinita piedade. Abreviando vidas, absorviam o alimento envenenado que dos outros carmas transbordava.
Pela descrição em linhas tortas das notícias distorcidas dos jornais, lê-se o direito da verdade: a piedade de Deus é agora, para elas, que a lei humana vai julgar e encarcerar.
Nada disto bate certo.
A vida é uma chatice, enquanto não soubermos o que fazer com esta outra chatice - a morte.
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