TOLERÂNCIA 1971
1-1- 71-11-07-ie-> domingo, 8 de Dezembro de 2002-scan
O MUNDO DA (IN) TOLERÂNCIA
[ Este texto está associado ao do file, a quem vou atribuir a data deste] - 7-11-1971 - À mentalidade europocêntrica há que substituir uma mentalidade excêntrica, quer dizer, substituir a noção de absolutismo cultural pela relatividade e pluralidade cultural, relatividade que deixe de considerar a Europa e o europeu o centro do Universo ao qual tudo se subordina e refere.
Com a exploração do espaço cósmico, será possível que o europeu ainda continue convencido de ser o umbigo do infinito? E convencido de que a Razão A é a única razão surgida em todos os tempos e lugares para uso de todas as humanidades?
É evidente que a sociedade de consumo – reduzir o homem a mercadoria, a objecto de compra e venda, a animal consumidor – apenas vem intensificar um processo que já está implícito nos fundamentos da cultura A, movida pela razão A, intolerante para todas as outras – de A a Z – etiquetando essas outras, sempre, de epítetos pejorativos, deprimentes, humilhantes: louco, anormal, raça inferior, povo selvagem, língua primitiva, atrasado mental, comportamento irracional, mentalidade pré-lógica, perigo social – eis alguns clichés que a sociedade de consumo vai buscar ao racionalismo de via reduzida – razão A como única e dominante , senhora absoluta e prepotente de tudo e de todos – para oprimir e aviltar.
As morais maniqueístas, por exemplo, resultam directamente da epistemologia racista que é o racionalismo A. Os conceitos de virtude, honra, sacrifício, traição, fidelidade (e todos os que compõem o chamado “psiquismo” do civilizado) são pré-conceitos.
Códigos e Cânones – de beleza e de virtude, do belo e do bem – resultam de um código de verdade que é o da verdade A ou razão A. E mais nenhuma tem direito à vida. O índio coloca-se na reserva ou extermina-se, como traidor à beleza, à virtude, à verdade.
A mitologia romanesca em vigor está empapada de constantes alusões ao belo rosto, ao bom comportamento, à ideia verdadeira.
Quase toda a mitologia romanesca tem das relações humanas o esquema maniqueísta do racionalismo, desde a aurora greco-latina .
***
O MUNDO DA (IN) TOLERÂNCIA
[ Este texto está associado ao do file
Com a exploração do espaço cósmico, será possível que o europeu ainda continue convencido de ser o umbigo do infinito? E convencido de que a Razão A é a única razão surgida em todos os tempos e lugares para uso de todas as humanidades?
É evidente que a sociedade de consumo – reduzir o homem a mercadoria, a objecto de compra e venda, a animal consumidor – apenas vem intensificar um processo que já está implícito nos fundamentos da cultura A, movida pela razão A, intolerante para todas as outras – de A a Z – etiquetando essas outras, sempre, de epítetos pejorativos, deprimentes, humilhantes: louco, anormal, raça inferior, povo selvagem, língua primitiva, atrasado mental, comportamento irracional, mentalidade pré-lógica, perigo social – eis alguns clichés que a sociedade de consumo vai buscar ao racionalismo de via reduzida – razão A como única e dominante , senhora absoluta e prepotente de tudo e de todos – para oprimir e aviltar.
As morais maniqueístas, por exemplo, resultam directamente da epistemologia racista que é o racionalismo A. Os conceitos de virtude, honra, sacrifício, traição, fidelidade (e todos os que compõem o chamado “psiquismo” do civilizado) são pré-conceitos.
Códigos e Cânones – de beleza e de virtude, do belo e do bem – resultam de um código de verdade que é o da verdade A ou razão A. E mais nenhuma tem direito à vida. O índio coloca-se na reserva ou extermina-se, como traidor à beleza, à virtude, à verdade.
A mitologia romanesca em vigor está empapada de constantes alusões ao belo rosto, ao bom comportamento, à ideia verdadeira.
Quase toda a mitologia romanesca tem das relações humanas o esquema maniqueísta do racionalismo, desde a aurora greco-latina .
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