VEGETAIS 1992
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27-6-1992
[falta fazer revisão de léxico técnico]
OS SUCOS VEGETAIS COMO OBTÊ-LOS E CONSERVÁ-LOS (*)
Recuperar a riqueza original dos alimentos biológicos que a industrialização degradou é a tendência geral das novas terapêuticas que nasceram ou renasceram exactamente com o advento da sociedade industrial e seu cortejo de poluições, tóxicos, venenos, biocídios, agressões contra a vida.
«Vegetais em ampolas bebíveis» aparecem assim no mercado dos produtos dietéticos, porque se tornaram indispensáveis nos muitos casos de carências em sais e vitaminas que, mesmo uma alimentação renovada e rica, já não vai a tempo de colmatar.
As carências provocadas por absurdos regimes alimentares do «comer em pé» ou do «comer enlatado», exigem que se produzam, para administração intensiva, sucos ou sumos de produtos vegetais correntes, como é o caso da cenoura e da beterraba.
Ao êxito da terapia pelos oligoelementos, ao renascimento dos produtos integrais e biológicos, à fitoterapia com plantas aromáticas e medicinais, aos produtos de neuralterapia com base em alcaloides, fito-hormonas, enzimas, vitaminas, etc., seguem-se agora as ampolas bebíveis de sumos ou sucos vegetais, como forma de compensar os desequilíbrios que uma alimentação cada vez mais degradada e degradante provocam.
Enquanto não pudermos ter uma agricultura biológica e alimentos sãos, dignos de gente, benvindos os sucos e sumos à mão de semear, para urgências e casos graves de profunda carência nutritiva.
O trabalho que a seguir apresentamos beseia-se em artigos publicados na revista francesa «Plantes et Médecines», um texto de Marcel Bernardet e outro de André Caudron, presidente do Instituto Regional de Plantas Medicinais, de Nord-Pas-de-Calais.
«O suco ou água metabólica de uma planta, representa toda a parte líquida que se pode extrair dela, deixando apenas como resíduos as fibras celulósicas. O emprego de sucos frescos representa a verdadeira terapêutica da terra porque os elementos contidos no líquido são digeridos e incorporados na célula viva como alimento e fontes de energia. A digestão é fácil e a assimilação rápida devido à ausência de fibra vegetal.
Os sucos contêm todos os elementos vivos: sais minerais, oligoelementos, vitaminas, glúcidos e diástases. Constituem quer a seiva ascendente quer a seiva elaborada depois da acção clorofilina.
Os sucos vegetais são líquidos extraídos por esmagamento e compressão das diversas partes dos vegetais frescos. A extracção de suco das partes verdes - folhas - consiste em parti-las e submetê-las a pressão. A clarificação processa-se por filtragem em papel de filtro, salvo os sucos destinados a medicamentos cuja preparação necessita de calor. Neste caso, só são filtrados depois de terem sido elevados à temperatura de ebulição. Devem ser preparados no momento do consumo.
VANTAGENS - Muitas plantas perdem parte das propriedades quando secam. Isso explica-se pelo facto de ser o suco dessas plantas que contém o maior valor terapêutico. Os sucos têm a vantagem sobre outras formas galénicas, principalmente as tinturas-mães. Com efeito, estas contêm álcool a 60º. Alguns médicos hesitam em prescrevê-las às crianças justamente por causa do álcool.Mas aconselhariam, sem dúvida, um suco vegetal se este processo estivesse mais divulgado.
INCONVENIENTES - O maior inconveniente reside na conservação. Podem conservar-se os sucos por adição de glicerina (8 para 100 partes). Todavia, este processo não é satisfatório. O valor terapêutico dos sumos está limitado pelo tempo. O segundo inconveniente reside na necessidade de dispor de plantas frescas constantemente. Devem utilizar-se, de preferência, exemplares que não tenham sofrido tratamentos químicos (herbicidas, derivados cloretados, etc,), plantas selvagens recolhidas em locais distanciados das fontes de poluição.
EXTRACÇÃO DE SUCOS VEGETAIS POR ESMAGAMENTO E PRENSAGEM - As células da planta submetidas a uma pressão mecânica libertam o suco. Primeiro, deve lavar-se a planta para desembaraçá-la de impurezas, humedecê-la e cortá-la depois. Em seguida, colocamo-la num triturador e juntamos, pelo menos, 10% do seu volume de água, para facilitar o esmagamamento. Assim que esteja reduzida a uma pasta, transfere-se para um centrifugador para extrair o suco libertado. Filtra-se num filtro de papel para reter os detritos vegetais.
EXTRACÇÃO DOS SUCOS VEGETAIS POR ETERIZAÇÃO - O éter tem aqui um papel mecânico, pois favorece a rutura das paredes das células vegetais e, por consequência, a libertação do suco. A extracção é realizada num ampola de decantar. Depois de cortada em fragmentos pequenos, introduz-se a planta na ampola até meia altura, tendo o cuidado de comprimi-la ligeiramente. Deita-se o éter até um centímetro acima do nível da planta. Ao fim de algumas horas podem distinguir-se duas fases. A fase superior etilizada, com coloração verde devido à clorofila ter sido dissolvida pelo éter. O suco de cor castanha, por ser mais denso que o éter, permanece na parte de baixo da ampola. Recupera-se o suco por decantação abrindo a torneira (?) da ampola. Este processo interessa sobretudo no caso das plantas alcalóides. Com efeito, ao controlar, por cromatografia, os sucos preparados por trituração, percebe-se que certa quantidade de alcaloides ficava nos detritos vegetais após a centrifugação. Perdia-se assim uma parte razoável de princípios activos da planta. Outra vantagem deste método é que o sumo obtido é límpido, não precisando de filtragem. Por outo lado o éter protege o suco do ar, logo de todas as oxidações e fermentações. Preparando-o com antecedência, pode permanecer na ampola durante meses sem perder as propriedades terapêuticas. O éter é recuperável e servirá para muitas outras extracções. Convém assinalar que os sucos preparados com antecedência devem ser consumidos de imediato por já não conterem clorofila, um dos elementos de conservação dos sucos ao ar.
SUCOS MAIS UTILIZADOS
SUCO DE DIPLOTAXE - fluidificante das secreções brônquicas
SUCO DE GERÂNIO ROBERTO - Reconhecido muitas vezes como um hipoglicémico eficaz
SUCO DE MERCURIAL ANUAL - É considerado o melhor inibidor da secreção láctea na dose de 50 gr por dia
SUCO DE MARROIO - NEGRO FÉTIDO - combate o colesterol e ajuda nos problemas nervosos da mulher no período da menopausa (100 gr por dia)
SUCO DE ORTIGA PICANTE - Muitas vezes eficaz no tratamento de diarreias, asma e reumatismo
SUCO DE ERVA-MOIRA NEGRA - Excelente analgésico na esclerose em placas, na dose de 1 colher de sopa de manhã e à noite
SUCO DE ONAGRA - Parece dar óptimo resultado nos casos de eczema alimentar (Dose : 1 colher de sopa uma vez por dia)
SUCO DE CALÊNDULA - Aplicações em eczemas da cabeça e feridas que carecem de cicatrização
SUCO DE ALIÁRIA - Para lavar as feridas das úlceras varicosas difíceis de cicatrizar
ORIGEM DOS SUCOS VEGETAIS
A fonte dos sucos frescos são os legumes, os frutos e as plantas medicinais. Dividem-se em:
Sucos doces - beterraba, ácer ou bordo, cana de açúcar, alcaçuz e frutos
Sucos herbáceos: legumes como agrião, chicória, cocleária e plantas como a borragem e fumária ou erva-moleirinha
Sucos ácidos: saião, azedas, espinafre, tomate, pimentão e frutos como damasco, uva, groselha, limão, laranja, pamplumossa, tangerina, pêssego, marmelo, cereja, amora, framboesa, maçã, cássis e pera
Estes sumos contêm diversos ácidos como o ácido málico, cítrico, tartárico, acético, fórmico, etc. e são muito ricos em vitaminas hidrosolúveis (B1, B2, B6, C, P, PP). Contêm também proteínas sob a forma de albuminas vegetais, glúcidos, pectinas, substâncias aromáticas e corantes naturais
Sucos gordos: os sumos gordos ou óleos vegetais, chamados cientificamente óleos fixos, são outra espécie de líquido extraído de vegetais, sobretudo de sementes.
São constituídos por misturas de ácidos gordos e glicerina e contêm vitaminas liposolúveis dissolvidas: A, D, D1, D2, D3, E, F, K e U. A proporção de vitaminas é variável segundo a planta de origem e não aparecem todas no mesmo óleo. Podem classificar-se em três categorias:
Alimentares: azeite, óleos de amendoim, girassol, soja, germen de trigo, germen de milho, pevide de uvas, gergelim
Medicinais: rícino, crótano, amêndoas doces, etc.
Industriais: colza, linhaça, papoila, palma, palmito, coco, etc.
(*) Ideias e Práticas Ecológicas para o Ecodesenvolvimento autosustentado e democrático de Cabo Verde: Importar Menos, Produzir Mais
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27-6-1992
[falta fazer revisão de léxico técnico]
OS SUCOS VEGETAIS COMO OBTÊ-LOS E CONSERVÁ-LOS (*)
Recuperar a riqueza original dos alimentos biológicos que a industrialização degradou é a tendência geral das novas terapêuticas que nasceram ou renasceram exactamente com o advento da sociedade industrial e seu cortejo de poluições, tóxicos, venenos, biocídios, agressões contra a vida.
«Vegetais em ampolas bebíveis» aparecem assim no mercado dos produtos dietéticos, porque se tornaram indispensáveis nos muitos casos de carências em sais e vitaminas que, mesmo uma alimentação renovada e rica, já não vai a tempo de colmatar.
As carências provocadas por absurdos regimes alimentares do «comer em pé» ou do «comer enlatado», exigem que se produzam, para administração intensiva, sucos ou sumos de produtos vegetais correntes, como é o caso da cenoura e da beterraba.
Ao êxito da terapia pelos oligoelementos, ao renascimento dos produtos integrais e biológicos, à fitoterapia com plantas aromáticas e medicinais, aos produtos de neuralterapia com base em alcaloides, fito-hormonas, enzimas, vitaminas, etc., seguem-se agora as ampolas bebíveis de sumos ou sucos vegetais, como forma de compensar os desequilíbrios que uma alimentação cada vez mais degradada e degradante provocam.
Enquanto não pudermos ter uma agricultura biológica e alimentos sãos, dignos de gente, benvindos os sucos e sumos à mão de semear, para urgências e casos graves de profunda carência nutritiva.
O trabalho que a seguir apresentamos beseia-se em artigos publicados na revista francesa «Plantes et Médecines», um texto de Marcel Bernardet e outro de André Caudron, presidente do Instituto Regional de Plantas Medicinais, de Nord-Pas-de-Calais.
«O suco ou água metabólica de uma planta, representa toda a parte líquida que se pode extrair dela, deixando apenas como resíduos as fibras celulósicas. O emprego de sucos frescos representa a verdadeira terapêutica da terra porque os elementos contidos no líquido são digeridos e incorporados na célula viva como alimento e fontes de energia. A digestão é fácil e a assimilação rápida devido à ausência de fibra vegetal.
Os sucos contêm todos os elementos vivos: sais minerais, oligoelementos, vitaminas, glúcidos e diástases. Constituem quer a seiva ascendente quer a seiva elaborada depois da acção clorofilina.
Os sucos vegetais são líquidos extraídos por esmagamento e compressão das diversas partes dos vegetais frescos. A extracção de suco das partes verdes - folhas - consiste em parti-las e submetê-las a pressão. A clarificação processa-se por filtragem em papel de filtro, salvo os sucos destinados a medicamentos cuja preparação necessita de calor. Neste caso, só são filtrados depois de terem sido elevados à temperatura de ebulição. Devem ser preparados no momento do consumo.
VANTAGENS - Muitas plantas perdem parte das propriedades quando secam. Isso explica-se pelo facto de ser o suco dessas plantas que contém o maior valor terapêutico. Os sucos têm a vantagem sobre outras formas galénicas, principalmente as tinturas-mães. Com efeito, estas contêm álcool a 60º. Alguns médicos hesitam em prescrevê-las às crianças justamente por causa do álcool.Mas aconselhariam, sem dúvida, um suco vegetal se este processo estivesse mais divulgado.
INCONVENIENTES - O maior inconveniente reside na conservação. Podem conservar-se os sucos por adição de glicerina (8 para 100 partes). Todavia, este processo não é satisfatório. O valor terapêutico dos sumos está limitado pelo tempo. O segundo inconveniente reside na necessidade de dispor de plantas frescas constantemente. Devem utilizar-se, de preferência, exemplares que não tenham sofrido tratamentos químicos (herbicidas, derivados cloretados, etc,), plantas selvagens recolhidas em locais distanciados das fontes de poluição.
EXTRACÇÃO DE SUCOS VEGETAIS POR ESMAGAMENTO E PRENSAGEM - As células da planta submetidas a uma pressão mecânica libertam o suco. Primeiro, deve lavar-se a planta para desembaraçá-la de impurezas, humedecê-la e cortá-la depois. Em seguida, colocamo-la num triturador e juntamos, pelo menos, 10% do seu volume de água, para facilitar o esmagamamento. Assim que esteja reduzida a uma pasta, transfere-se para um centrifugador para extrair o suco libertado. Filtra-se num filtro de papel para reter os detritos vegetais.
EXTRACÇÃO DOS SUCOS VEGETAIS POR ETERIZAÇÃO - O éter tem aqui um papel mecânico, pois favorece a rutura das paredes das células vegetais e, por consequência, a libertação do suco. A extracção é realizada num ampola de decantar. Depois de cortada em fragmentos pequenos, introduz-se a planta na ampola até meia altura, tendo o cuidado de comprimi-la ligeiramente. Deita-se o éter até um centímetro acima do nível da planta. Ao fim de algumas horas podem distinguir-se duas fases. A fase superior etilizada, com coloração verde devido à clorofila ter sido dissolvida pelo éter. O suco de cor castanha, por ser mais denso que o éter, permanece na parte de baixo da ampola. Recupera-se o suco por decantação abrindo a torneira (?) da ampola. Este processo interessa sobretudo no caso das plantas alcalóides. Com efeito, ao controlar, por cromatografia, os sucos preparados por trituração, percebe-se que certa quantidade de alcaloides ficava nos detritos vegetais após a centrifugação. Perdia-se assim uma parte razoável de princípios activos da planta. Outra vantagem deste método é que o sumo obtido é límpido, não precisando de filtragem. Por outo lado o éter protege o suco do ar, logo de todas as oxidações e fermentações. Preparando-o com antecedência, pode permanecer na ampola durante meses sem perder as propriedades terapêuticas. O éter é recuperável e servirá para muitas outras extracções. Convém assinalar que os sucos preparados com antecedência devem ser consumidos de imediato por já não conterem clorofila, um dos elementos de conservação dos sucos ao ar.
SUCOS MAIS UTILIZADOS
SUCO DE DIPLOTAXE - fluidificante das secreções brônquicas
SUCO DE GERÂNIO ROBERTO - Reconhecido muitas vezes como um hipoglicémico eficaz
SUCO DE MERCURIAL ANUAL - É considerado o melhor inibidor da secreção láctea na dose de 50 gr por dia
SUCO DE MARROIO - NEGRO FÉTIDO - combate o colesterol e ajuda nos problemas nervosos da mulher no período da menopausa (100 gr por dia)
SUCO DE ORTIGA PICANTE - Muitas vezes eficaz no tratamento de diarreias, asma e reumatismo
SUCO DE ERVA-MOIRA NEGRA - Excelente analgésico na esclerose em placas, na dose de 1 colher de sopa de manhã e à noite
SUCO DE ONAGRA - Parece dar óptimo resultado nos casos de eczema alimentar (Dose : 1 colher de sopa uma vez por dia)
SUCO DE CALÊNDULA - Aplicações em eczemas da cabeça e feridas que carecem de cicatrização
SUCO DE ALIÁRIA - Para lavar as feridas das úlceras varicosas difíceis de cicatrizar
ORIGEM DOS SUCOS VEGETAIS
A fonte dos sucos frescos são os legumes, os frutos e as plantas medicinais. Dividem-se em:
Sucos doces - beterraba, ácer ou bordo, cana de açúcar, alcaçuz e frutos
Sucos herbáceos: legumes como agrião, chicória, cocleária e plantas como a borragem e fumária ou erva-moleirinha
Sucos ácidos: saião, azedas, espinafre, tomate, pimentão e frutos como damasco, uva, groselha, limão, laranja, pamplumossa, tangerina, pêssego, marmelo, cereja, amora, framboesa, maçã, cássis e pera
Estes sumos contêm diversos ácidos como o ácido málico, cítrico, tartárico, acético, fórmico, etc. e são muito ricos em vitaminas hidrosolúveis (B1, B2, B6, C, P, PP). Contêm também proteínas sob a forma de albuminas vegetais, glúcidos, pectinas, substâncias aromáticas e corantes naturais
Sucos gordos: os sumos gordos ou óleos vegetais, chamados cientificamente óleos fixos, são outra espécie de líquido extraído de vegetais, sobretudo de sementes.
São constituídos por misturas de ácidos gordos e glicerina e contêm vitaminas liposolúveis dissolvidas: A, D, D1, D2, D3, E, F, K e U. A proporção de vitaminas é variável segundo a planta de origem e não aparecem todas no mesmo óleo. Podem classificar-se em três categorias:
Alimentares: azeite, óleos de amendoim, girassol, soja, germen de trigo, germen de milho, pevide de uvas, gergelim
Medicinais: rícino, crótano, amêndoas doces, etc.
Industriais: colza, linhaça, papoila, palma, palmito, coco, etc.
(*) Ideias e Práticas Ecológicas para o Ecodesenvolvimento autosustentado e democrático de Cabo Verde: Importar Menos, Produzir Mais
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