PLUTÓNIO 1993
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O PESADELO DO PLUTÓNIO - ECONOMIA DOMÉSTICA NA COMUNIDADE NUCLEAR EUROPEIA
Reteclado em 11/6/1993 - A Reciclagem é, como todas as técnicas alternativas, desde logo recuperável pelo próprio sistema, que a utilizará então enquadrada numa política geral do desperdício. Cúmulo desta assimilação ou recuperação da reciclagem - já então a funcionar de mito - é, no sector da produção nuclear, o caso do Plutónio.
O programa Indicativo para a Comunidade Económica Europeia de Energia Atómica recomendava, em 1966, a urgente «reciclagem» do Plutónio, denunciando esse apelo a fraca rentabilidade da economia electro-nuclear, a braços com mais despesas do que receitas e recorrendo a todos os estratagemas para equilibrar o orçamento. Recorrendo até à reciclagem...
«O Plutónio é um elemento-chave - dizia a C.E.E.A - no desenvolvimento nuclear. É a única matéria físsil cujas necessidades no âmbito da Comunidade poderão ser, na sua maior parte, cobertas pela produção interna. Por estas duas razões, tudo deve conjugar-se a fim de facilitar a sua utilização mais racional. Medidas a, os poderes públicos devem encorajar a industrialização das técnicas de tratamento tomar podem ser de política industrial com efeitos sobre a utilização ou produção de Plutónio. Para isso, a fim de baixar o mais rapidamente possível o custo desta operação; encorajar o desenvolvimento das técnicas de reciclagem do Plutónio nos reactores térmicos; antes mesmo do advento industrial dos super-regeneradores rápidos, incitar os exploradores a meter ao serviço, em condições económicas iguais, os reactores mais plutoniogénicos, a fim de acelerar ao máximo a expansão dos reactores rápidos.»
Obedecendo ou não a este incitamento da C.E.E.A., logo a zelosa firma suiça NOK foi autorizada a utilizar o plutónio na sua central de Beznam (dois reactores PWR de 350 megavátios cada um).
Mas a Suiça vinha apenas na sequência do que, desde 1973, estava a suceder, na Europa como nos Estados Unidos, quanto a experiências de utilização-reciclagem do Plutónio nos reactores «clássicos».
Reciclar é economizar. E quando o combustível urânio ameaça esgotar-se, os cérebros não desistem de inventar o super-combustível que seria o Plutónio, não hesitando em reciclá-lo quantas vezes for preciso.
Como técnica alternativa, a reciclagem pode ser reformista ou revolucionária.
MAS NEM A RECICLAGEM DO PLUTÓNIO SALVARÁ O ELECTRO-NUCLEAR DA BANCARROTA
O recurso à reciclagem do Plutónio é uma das provas redundantes da bancarrota que mina o electronuclear mundial.
Mas outras há.
Revistas como a francesa «Entreprise» publicam títulos significativos:
«Nuclear: poderá a indústria francesa construir centrais?» «Onde irão a Creusot-Loire e a Frematome buscar o dinheiro?...» «Irão fechar as centrais por falta de combustível?».
É uma revista de negócios que assim se expressa tão eloquentemente. Não é nenhum jornal de subversão ecológica.
Em 1975, a General Electric declara à A.E.C. que a fábrica de reprocessamento de combustíveis usados que há seis anos estava a construir em Morris (Illinois) ao preço de 64 milhões de dólares...não pode continuar. A técnica prevista encontra-se ultrapassada (!!!). «Seria preciso - diz a General Electric - abandonar o projecto ou então gastar mais 130 milhões de dólares para reconstruir a fábrica sobre outras bases e em outros moldes, mais modernos. Acontece que a General Electric se encontra já nessa altura saturada de contratos para o tratamento de urânio. Recebeu tanto combustível usado que não sabe o que lhe há-de fazer.
Mas a crise não mina só a General Electric. A Union Carbide e a Westinghouse, por outro lado, desistem também de outro projecto: uma central de enriquecimento de urânio que projectavam construir com a Bechtel. 1975 é o ano em que várias companhias de electricidade americanas anulam ou desaceleram contratos previstos de instalação de 40 mil megavátios nucleares, pelo menos, enquanto novas fábricas recém-construídas marcam passo.
Tendo verificado que o consumo eléctrico dos seus assinantes diminuiu, num ano, 7%, a Southern California Edison renuncia à construção de dois reactores de 770 megavátios a alta temperatura (H.T.R.), enquanto a Consolitad Edison de Nova Iorque fica com os cabelos em pé: tem que gastar um milhão de dólares e utilizar 700 pessoas durante sete meses numa reparação que teria durado apenas 15 dias e necessitado de 25 pessoas numa central clássica. Quantas vezes o nuclear já terá sido amaldiçoado pelas suas orgulhosas proprietárias?
*[ Seminário de Jean Pignero ] «efeito cumulativo das radiações só nos órgãos sexuais» - Comission Internationale de Protection Radiologique - Plexi-Glas para proteger das radiações do televisor - Perigo genético é como o alcoolismo: enquanto pais bebem, filhos e netos é que pagam» - Central nuclear é uma fábrica que não produz só energia mas produz principalmente explosivos nucleares - Três mil aparelhos de raios x em Portugal, até 1975, apenas 140 foram inspeccionados pelo Gabinete de Inspecção e Segurança Radiológica - Radão - elemento radiactivo do Urânio que provoca anemias e leucemias, destruindo os glóbulos vermelhos dos alvéolos pulmonares
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O PESADELO DO PLUTÓNIO - ECONOMIA DOMÉSTICA NA COMUNIDADE NUCLEAR EUROPEIA
Reteclado em 11/6/1993 - A Reciclagem é, como todas as técnicas alternativas, desde logo recuperável pelo próprio sistema, que a utilizará então enquadrada numa política geral do desperdício. Cúmulo desta assimilação ou recuperação da reciclagem - já então a funcionar de mito - é, no sector da produção nuclear, o caso do Plutónio.
O programa Indicativo para a Comunidade Económica Europeia de Energia Atómica recomendava, em 1966, a urgente «reciclagem» do Plutónio, denunciando esse apelo a fraca rentabilidade da economia electro-nuclear, a braços com mais despesas do que receitas e recorrendo a todos os estratagemas para equilibrar o orçamento. Recorrendo até à reciclagem...
«O Plutónio é um elemento-chave - dizia a C.E.E.A - no desenvolvimento nuclear. É a única matéria físsil cujas necessidades no âmbito da Comunidade poderão ser, na sua maior parte, cobertas pela produção interna. Por estas duas razões, tudo deve conjugar-se a fim de facilitar a sua utilização mais racional. Medidas a, os poderes públicos devem encorajar a industrialização das técnicas de tratamento tomar podem ser de política industrial com efeitos sobre a utilização ou produção de Plutónio. Para isso, a fim de baixar o mais rapidamente possível o custo desta operação; encorajar o desenvolvimento das técnicas de reciclagem do Plutónio nos reactores térmicos; antes mesmo do advento industrial dos super-regeneradores rápidos, incitar os exploradores a meter ao serviço, em condições económicas iguais, os reactores mais plutoniogénicos, a fim de acelerar ao máximo a expansão dos reactores rápidos.»
Obedecendo ou não a este incitamento da C.E.E.A., logo a zelosa firma suiça NOK foi autorizada a utilizar o plutónio na sua central de Beznam (dois reactores PWR de 350 megavátios cada um).
Mas a Suiça vinha apenas na sequência do que, desde 1973, estava a suceder, na Europa como nos Estados Unidos, quanto a experiências de utilização-reciclagem do Plutónio nos reactores «clássicos».
Reciclar é economizar. E quando o combustível urânio ameaça esgotar-se, os cérebros não desistem de inventar o super-combustível que seria o Plutónio, não hesitando em reciclá-lo quantas vezes for preciso.
Como técnica alternativa, a reciclagem pode ser reformista ou revolucionária.
MAS NEM A RECICLAGEM DO PLUTÓNIO SALVARÁ O ELECTRO-NUCLEAR DA BANCARROTA
O recurso à reciclagem do Plutónio é uma das provas redundantes da bancarrota que mina o electronuclear mundial.
Mas outras há.
Revistas como a francesa «Entreprise» publicam títulos significativos:
«Nuclear: poderá a indústria francesa construir centrais?» «Onde irão a Creusot-Loire e a Frematome buscar o dinheiro?...» «Irão fechar as centrais por falta de combustível?».
É uma revista de negócios que assim se expressa tão eloquentemente. Não é nenhum jornal de subversão ecológica.
Em 1975, a General Electric declara à A.E.C. que a fábrica de reprocessamento de combustíveis usados que há seis anos estava a construir em Morris (Illinois) ao preço de 64 milhões de dólares...não pode continuar. A técnica prevista encontra-se ultrapassada (!!!). «Seria preciso - diz a General Electric - abandonar o projecto ou então gastar mais 130 milhões de dólares para reconstruir a fábrica sobre outras bases e em outros moldes, mais modernos. Acontece que a General Electric se encontra já nessa altura saturada de contratos para o tratamento de urânio. Recebeu tanto combustível usado que não sabe o que lhe há-de fazer.
Mas a crise não mina só a General Electric. A Union Carbide e a Westinghouse, por outro lado, desistem também de outro projecto: uma central de enriquecimento de urânio que projectavam construir com a Bechtel. 1975 é o ano em que várias companhias de electricidade americanas anulam ou desaceleram contratos previstos de instalação de 40 mil megavátios nucleares, pelo menos, enquanto novas fábricas recém-construídas marcam passo.
Tendo verificado que o consumo eléctrico dos seus assinantes diminuiu, num ano, 7%, a Southern California Edison renuncia à construção de dois reactores de 770 megavátios a alta temperatura (H.T.R.), enquanto a Consolitad Edison de Nova Iorque fica com os cabelos em pé: tem que gastar um milhão de dólares e utilizar 700 pessoas durante sete meses numa reparação que teria durado apenas 15 dias e necessitado de 25 pessoas numa central clássica. Quantas vezes o nuclear já terá sido amaldiçoado pelas suas orgulhosas proprietárias?
*[ Seminário de Jean Pignero ] «efeito cumulativo das radiações só nos órgãos sexuais» - Comission Internationale de Protection Radiologique - Plexi-Glas para proteger das radiações do televisor - Perigo genético é como o alcoolismo: enquanto pais bebem, filhos e netos é que pagam» - Central nuclear é uma fábrica que não produz só energia mas produz principalmente explosivos nucleares - Três mil aparelhos de raios x em Portugal, até 1975, apenas 140 foram inspeccionados pelo Gabinete de Inspecção e Segurança Radiológica - Radão - elemento radiactivo do Urânio que provoca anemias e leucemias, destruindo os glóbulos vermelhos dos alvéolos pulmonares
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