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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-04-01

IDEOLOGIA 1991

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COERÊNCIA IDEOLÓGICA E AUTORIDADE MORAL NO DISCURSO CRÍTICO

3/4/1991 - Uma das dominantes do nosso modus vivendi nacional, quanto a ideologia política, é a «ilegitimidade dos discursos críticos».
Quer dizer: para se ser de esquerda, direita ou centro, para se criticar o governo ou a oposição, para se apelar à subversão armada ou à objecção de consciência ou à contestação ecológica, é preciso «background», é preciso um mínimo de antecedentes e de curriculum, é preciso que haja um mínimo de coerência entre a bota e a perdigota.
O que a maior parte dos cronistas da nossa Imprensa, por exemplo, não tem é precisamente essa legitimidade, essa coerência, esse «background», falando, como usurpadores, daquilo para que os seus antecedentes lhes não dão autoridade moral.
Aqui vale a pena falar de ética em política. Não é de um minuto para o outro que se começa a tecer ditirambos ao Ambiente, às espécies ameaçadas e à querida natureza, só porque tudo isso se tornou repentinamente moda. Geralmente, os antecedentes de quem enceta esse discurso são literalmente o inverso do que esse discurso pretende subentender.
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[data: por altura dos «ecos da capoeira» in «barlavento»

IMPRENSA PORTUGUESA: METADE PROPAGANDA, METADE PUBLICIDADE

Quando mataram «O Século», convenci-me de que todos os graves problemas da Imprensa Portuguesa tinham sido resolvidos e, por extensão, os do País.
Além de «O Século» ainda abateram mais alguns e então, sim, veio a salvação da Pátria.
O público é que debandou. Os jornais estão orfãos de leitores e a Imprensa transformou-se em uníssono numa carpideira perpétua: o público desertou porque os preços do jornal aumentaram, é um facto; mas os leitores fugiram também e principalmente pela monocórdica surdez dessa Imprensa aos problemas do País, transformada toda ela em grotesca crónica mundana dos senhores que se agitam entre Belém e São Bento.
O Povo e o País, que se lixe. A ANOP chega para os cobrir. Não há tempo, não há espaço para mais nada do que para o discurso (ou o mero arroto) político-partidário.
Já não digo que a Imprensa educasse, o que seria, nas presentes circunstâncias, exigir que o quadrado fosse redondo.
Mas, ao menos, que informasse. Que não escamoteasse 80% da informação importante. Que mergulhasse com amor no País Real e não viesse com queixas tolas de que o público desertou. Ou seria a Imprensa que desertou do País?
Como quer ela que o público compre, se a metade que não é propaganda é publicidade e a metade que não é publicidade é propaganda?
DIÁRIO TOTAL DA GUERRA TOTAL
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