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2006-08-01

TROFOTERAPIA 1967

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1-8-1998 1967 [?]

A TROFOTERAPIA DE JOSÉ CASTRO OU A JUVENTUDE DO NATURISMO

O dr. José Castro, ao analisar e por em questão as doutrinas do naturismo clássico, não só contribuiu pra definir (nas suas verdadeiras dimensões) o alcance dessas doutrinas, seus limites e princípios, como trouxe aquisições imprescindíveis que, emendando erros e excessos do passado, contribuíram decisivamente para dignificar o presente do naturismo e preparar-lhe sólidas perspectivas no futuro: com a experiência (pessoal) e a experimentação (no laboratório), com a lágica e o bom senso, com a comprovação exaustiva dos fenómenos à luz de um critério prospectivo, José Castro - mestre da teoria e da prática naturista - reabilitou definitivamente a medicina natural aos olhos dos seus detractores.
E criou a plataforma necessária que os outros, agora, poderão aperfeiçoar mas que ninguém poderá, de certeza, dispensar ou conhecer.
Ponto de apoio e partida, a doutrina de José Castro, que a si próprio e às suas próprias ideias soube constantemente corrigir-se num esforço de autocrítica e autoaperfeiçoamento, serve hoje de farol aos que estudam, aos que praticam, aos que difundem as bases e os princípios e as técnicas de alimentação racional.
O seu cursillo, como tão modestamente lhe chamou, ministrado na sede da Sociedade Portuguesa de Naturologia durante o mês em curso, constituiu uma síntese dessas bases e uma súmula preciosa dos conhecimentos que estruturam um novo conceito (o seu) de higiene alimentar.
Arte e ciência do indivído total, a medicina, se quiser progredir, terá de olhar para a obra dos pioneiros que, como o Dr. Castro, trabalhando sozinhos, sem apoio de instituições, batalhando contra a corrente de obscurantismo fanático com uma persistência quase religiosa, investigando exaustivamente novos métodos e novos caminhos ao longo de toda uma vida inteiramente consagrada ao trabalho, à pesquisa, ao ensino e prática da saúde, ao bem do próximo, em suma, constituem exemplo que nada poderá denegrir ou minimizar.
O dr. José Castro, rompendo quer com uma tradição naturista cheia de preconceitos e erros, quer com a tradição alopática onde os preconceitos e erros também não faltam, sabe que está só, praticamente só, contra as forças tremendas do conformismo, sabe que é dura e prolongada a batalha; mas não deixa de manter o seu irradiante optimismo, de ensinar sempre com alegria e prégar com veemência, de fazer brilhar a verdade por cima de tudo o que pretende ofuscá-la. Sabe que está só mas que, em silêncio, na multidão anónima dos seus leitores, dos seus ouvintes, dos seus doentes que com ele aprenderam a saúde, venceram a doença e puderam curar-se, milhares de adeptos e entusiastas o seguem e farão frutificar o seu exemplo, a sua lição, a sua vida e a sua obra.

UM NOVO CONCEITO DE HIGIENE ALIMENTAR

A verdadeira força de uma doutrina é posta à prova não só pelos factos e pela experiência mas também pela controvérsia, pelo contacto e combate de doutrinas contrárias que a discutam, que a critiquem.
O naturismo, por iniciativa do Dr. José Castro, tem procedido à revisão dos seus princípios e a uma remoção dos seus erros. Ele próprio, classificando a obra inicial de Castro I, a que faria suceder-se Castro II, autoanalisou-se sem medo numa manifestação de coragem intelectual raramente vista em homens de ciência, tão ciosos dos seus dogmas.
Apontando, num livro que ficou justamente célebre, «Los Errores del Naturismo», José Castro contribuiu para definir em termos mais límpidos e correctos o verdadeiro naturismo, modernizado e apoiado, exclusivamente, em verificações científicas. Muito se aproveitou das velhas práticas mas no centro do naturismo que será no futuro considerado uma das grandes conquistas de medicina, está a Trofologia e, com base nela, a Trofoterapia ou cura pela alimentação.
Ensinar a comer não é cultivar um prazer meramente epicurista como alguns confundem quando acusam os naturistas de só saberem comer.. Ensinar a comer é ampliar e revolucionar o conceito de higiene vigente que até agora se tem ocupado apenas com os aspectos da limpeza externa, como se nos micróbios e só nos micróbios estivessem os únicos agentes patogénicos e a única causa de todas as doenças.
Se o terreno estiver predisposto ao micróbio, qualquer lá encontra caldo de cultivo e desenvolvimento; se o terreno resistir à invasão, pode até inocular-se que não actua.
Come por comer, é uma coisa, Comer e nutrir-se, é outra coisa bastante diferente. Comer e higienizar-se é outra ainda, que engloba as duas anteriores. Nutrir-se sem sujar o organismo é o segredo da nova higiene alimentar, que não atende apenas à limpeza culinária mas à limpeza orgânica, estrutural, interna (física, química, endócrina, funcional ou biológica).
Perante esta evidência, o Dr. José Castro funda um novo conceito de higiene alimentar e funda a trofoterapia que é a verdadeira medicina etiológica, a que atende às causas e não apenas aos sintomas.
Estes serão tratados complementarmente e para isso José Castro defende, com certa parcimónia, u uso das práticas naturistas clássicas: compressas, frias, quentes ou alternadas; massagens, frias e quentes; os vapores locais; a geoterapia; a helioterapia; as cataplasmas, frias e quentes; a fitoterapia (à qual põe bastantes reservas) e a piroterapia.

EQUILÍBRIO É SAÚDE, DESEQUILÍBRIO É DOENÇA

Outra das ideias que norteiam o autor da trofoterapia é a do equilíbrio. Se desequilíbrio significa doença, no equilíbrio orgânico (físico, químico, endócrino, funcional) readquirido reside a saúde. Nem excessos nem carências. Na devida dose está a grande verdade mas também a grande dificuldade de uma ciência que sendo arte e prática quotidiana, também, nem sempre sabe como atingir a harmonia. E sem harmonia não é possível a saúde, assim como, com ela, nenhuma doença funcional é possível.

Funcional, disse. De facto, José Castro não poucas vezes se tem insurgido contra o conceito supostamente hipocrático da «unidade de todas as doenças.». E rectifica esse tremendo erro, considerando, além das doenças funcionais, outros tipos bastante diferenciados.
Há vários grupos de enfermidades, neles estando concentrada toda a patologia humana:
1) Enfermidades puramente de nutrição
2) Enfermidades puramente sociais
3) Enfermidades puramente morais
4) Enfermidades traumáticas e acidentais (endógenas e exógenas)
5) Enfermidades de anomalias.

OS TÓPICOS DE UMA OBRA

Na impossibilidade de expor em breve espaço tão vasta obra, enunciam-se a seguir alguns dos passos que constituem os pontos centrais das suas técnicas terapêuticas.

Equilíbrio metabólico - Se se comessem abundantes alimentos catalíticos ou basificantes, que neutralizam os ácidos e ajudam a sua excreção renal, liberta-se o organismo dos ácidos reumáticos que vão provocar toda a gama de doenças de origem artrítica. Hortaliças (sais, hormonas, fermentos e vitaminas) e frutas sumarentas não são só os alimentos catalíticos por excelência como os que possuem, porque podem ser ingeridos crus, maior carga electromagnética, tão necessária ao equilíbrio físico do organismo.
Medicina etiológica - A medicina física limita-se a combater efeitos, é sintomática, ataca o sintoma.
Pelo contrário, a trofoterapia aponta directamente ao transtorno funcional, tanto quanto falta como quando sobra alimento. Equilibrar o sangue, depois de equilibrar a digestão, e a base da saúde.

Enfermidades funcionais - Para curar enfermidades funcionais há que ter em conta a sua verdadeira origem, que é o desequilíbrio a vários níveis: electromagnético (electricidade estática e electricidade dinâmica), químico (ácido-base), endocrínico, os quais vão localizar-se, em última instância, em determinado órgão.
A cura do órgão e só do órgão é o erro da medicina sintomática, contra o qual a medicina etiológica se insurge. Na verdade, enquanto a trofoterapia cura (mas cura de verdade) a medicina sintomática tem cliente para toda a vida...
Todas as enfermidades funcionais, em especial as do metabolismo, nos aspectos do catabolismo e anabolismo - assimilação e desassimilação, com o seu complemento de circulação - só se extirpam de raiz... pela raiz , pelas causas.

O equilíbrio físico entre hipo e hiper - Principais causas das doenças degenerativas: excesso de albumina ou proteína; acidemia ou artritismo; esclerose renal pela acidemia; desidratação celular; hipofunção celular e crónica pela desidratação: hiperelectrodinâmica funcional pela acidemia; aceleramento browniano pela electrodinamica em excesso: hipofunção catabólica que origina autointoxicação distrófica; hipofunção digestiva; hipofunção celular e unicelular; hipofunção humoral, anabólica e catabólica; aumento morboso anabólico; acumulo de resíduos proteicos catabólicos; hiperdensidade sanguínea pela acidemia; densidade excessiva do citoplasma glandular geral; distonia isotónica cardíaca e renal.

A importância da física - Viver em um meio pouco saturado de electricidade é isolar-nos da vida dinâmica e reduzir o factor vital dinamizante. Quando aumenta a electricidade contornal, o organismo aumenta o tónus eléctrico e a vitalidade é maior.

A importância da química - Quando a respiração é deficiente, nem o cérebro dinamiza bem, nem o estômago. As combustões retardam-se, as digestões são lentas, a mente debilita-se e apaga-se.

O limão e contra indicações - O ácido cítrico do limão não é assimilável pelo organismo. O organismo não assimila ácidos, que devem transformar-se em sais neutrais, mediante uma saturação de bases para poder ser assimilados. Mas quando há artritismo e reuma potencial, sempre é por escassez de bases e abuso do excesso de ácidos. Nestas circunstâncias, só pode utilizar-se do limão a quantidade que se pode metabolizar em sais neutros. O demais é elementos de estorvo, de excreção renal e portanto trabalho para os rins. Assim o abuso do limão pode agravar casos de nefrites.

A praga artrítica - O artritismo é a maior praga patológica dos tempos modernos e o abuso de albumina na comida cárnea a causa de todas as 80 manifestações artríticas que se conhecem. Acidemia causa desidratação celular e esta velhice prematura e todas as doenças degenerativas, entre as quais se devem incluir: a arterioesclerose, a esclerose renal, o cancro.

Isotonia - Quando o sangue se densifica, pelos seus restos proteicos ou acidógenos, já que os restos dos alimentos energéticos são oxidáveis e eliminados pulmonarmente, obriga as células a isotonizar-se com o sangue. Aqui aparece a teoria da desidratação celular, de Roca Solano, completada pelas investigações eutróficas de José Castro, na opinião do qual a desidratação celular é efeito da desidratação sanguínea e esta, por sua vez, da acidemia proteica.

Os rins - Tendo uma capacidade funcional 6 ou 7 vezes superior ao trabalho que fazem normalmente, os rins são os verdadeiros defensores da saúde interna .
Quando os rins se esclerosam, se entopem (os 9 milhões de filtros renais!) e não excretam todos os venenos do sangue, o organismo está em perigo. Os rins, não só filtro que elimina a água mas centro de importantes funções químicas, deviam ser objecto de maior cuidado. Como órgãos tropicais, precisam de calor e por isso a sábia natureza os recobriu, protegendo, de uma espessa camada de cebo. Mas nós, que fazemos nós para os proteger e nos proteger?

O fígado - Desempenhando uma tão importante missão na transformação dos alimentos, o fígado deveria merecer mais atenção dos que desejam preservar a saúde. Nele terminam os alimentos a digestão e é enorme a quantidade de venenos que deles extrai.
A outra sua função, igualmente essencial, consiste na reversibilidade glicogénica: transforma a quantidade sobrante de açúcar, em cada dia, em gordura que se acumula em todo o organismo. Destas gorduras, quando não se come, o fígado faz glicogénio que vai alimentar os músculos, praticando o organismo aquilo a que se pode, com propriedade, chamar autofagia.
Isto mostra como é evidente o preconceito de que a carne engorda. Para isso o fígado teria de transformá-la em glicogénio e não acontece tal.
Daqui também se retira uma das mais importantes conclusões da Trofoterapia moderna, criada por José Castro: os albuminosos não são alimentos de nutrição (combustível para a máquina), são alimentos de construção e reconstrução, necessários para a subtituição de células que constantemente se processa mas sem qualquer função nutritiva.

Nutrição cerebral - O cérebro compõe-se de lipóides e as suas células não se renovam : com as que nascemos, morremos. O erro é pretender alimentar o cérebro com pproteínas. O cérebro em função não consome prótidos, não se desassimila e as proteínas são alimento de reparação e nutrição.
O melhor alimento cerebral é, pois, a nata do leite. O segundo, o xarope de maçã e o terceiro o mel.

Caldos biológicos basificantes - Para eliminar, oxidar, catalizar e excretar os ácidos, José Castro concebeu aquilo a que chamou caldos biológicos ou basificantes. Os caldos de verdura são uma grande medicina contra as enfermidades do tipo artrítico, porque desacidificam e basificam o sangue, base da saúde, com uma única contra-indicação: quando estão demasiado concentrados, de verduras quer cozidas quer cruas, irritam os rins, transformam-nos, não excretam bem os ácidos. Se bem que as máquinas de sumos sejam muito úteis ao vegetarianismo, há que proceder em atenção aos rins e à concentração. Quando chove pouco, hortaliças e cenouras acham-se muito concentrados nos sumos. Em tais circunstâncias, deve adicionar-se água aos sumos para baixar a concentração do caldo em questão.

Febres - Um estado febril, com os sem bactérias infectantes, só se opera em um organismo predisposto para isso. Porque, em si, a febre não é mais do que uma oxidação exagerada de humores morbotóxicos e sobretudo de natureza proteica.
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