ORDER BOOK

*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-03-29

YIN-YANG 1993

93-03-30-yy = yin-yang - 4181 caracteres- saude-1-saude

ETAPAS DA AUTO-CURA - A ETAPA DA GRATIDÃO - CÓDIGO DEONTOLÓGICO, CURA DE HUMILDADE
AUTOCRÍTICA, PRIMEIRO PASSO - GRATIDÃO À ORDEM DO UNIVERSO

30-3-1993

O objectivo tantas vezes explicitado pelos adeptos da medicina natural - curar e servir o doente - nem sempre obtém confirmação na prática que se vai verificando entre profissionais de saúde nas áreas de naturoterapia, acupunctura, homeopatia, osteopatia, fitoterapia e outras biomedicinas.
Seria, pelo menos, a conclusão que se vê obrigado a tirar o observador imparcial, que não estando nem de um lado nem de outro mas à mercê de ambos, verifica que os vícios da ordem antiga parece terem já contagiado a nova ordem de coisas. Mesmo antes que um código deontológico venha moralizar e disciplinar as hostes, valia a pena realizar um grande esforço de auto-crítica e auto-exigência para defesa interna contra o inimigo externo e comum. Valia a pena apostar na qualidade, antes que se faça tarde.
A autocrítica surge como a primeira necessidade de uma profunda cura de humildade e tolerância a que todos teremos de nos submeter. Todos, pelo menos, quantos defendem a não violência em geral e na medicina em particular. Se afinal andamos a pregar a boa causa apenas para repetir doenças, erros, vícios, maldades, violências, crueldades, abusos da Medicina estabelecida, talvez nem sequer valha a pena travar a batalha da transição para uma medicina e uma humanidade melhor.
O negócio que invadiu o mercado de produtos ditos naturais, a exploração frenética que se vê por todo o lado sem que o consumidor (de frascos ou consultórios) seja consultado ou chamado a depor, o abuso do comércio que reduz a vida a uma mera transação em dólares ou pesetas, são terríveis obstruções ao caminho da libertação kármica. Proliferam as tentações. Ninguém quer dar mas todos querem receber. A facilidade de tudo conseguir com o carregar num botão, leva à ingratidão.
Mas a gratidão à ordem do Universo é o oxigénio da alma. Como poderemos respirar sem ela? As técnicas - sejam agulhas, laser, biofeedback, etc - não podem abafar o espírito mas servi-lo, sempre. Não se pode falar de amor como quem assina um cheque sem cobertura.
Todos temos de saber, sem hipocrisia, que um acto de amor é a mais difícil démarche num mundo assolado e atolado por vagas e vagas de ódio. Amor será - se for - o resultado final de uma longa, difícil, tormentosa aprendizagem, um esforço de neutralização de tudo (e é tanto) que dentro de nós se choca com os objectivos alegadamente fraternos do Espírito.
Na zona chamada «parapsicológica», iniciática ou mística, estamos todos, aqui no Ocidente positivista, em fase de investigação mais ou menos tacteante. [ Por isso nos parece também a proposta do atelier yin-yang adequada à conjuntura geral e portuguesa nesse importante sector - o sagrado - do nosso reentendimento com o Cosmos.]
[Estava previsto que Michio Kushi abrisse o Congresso de Madrid com uma comunicação sobre «Diagnóstico fisiognómico e exame iridológico». Foi pena que Kushi não pudesse comparecer, tendo enviado à última hora uma mensagem justificando a ausência. Talvez o tivéssemos ouvido discorrer, como é seu hábito, sobre o vício ou doença da Arrogância que, tão ligada à Teimosia e à Opacidade de Espírito, compõem os três pecados mortais contra o Espírito, contra a Alegria, contra a Liberdade.]
São o apogeu patológico do ego egoísta, no seu máximo e desgarrador poder de destruição. Conforme se pode verificar nas manjedouras ditas macrobióticas em Portugal, é a própria disciplina ou terapêutica ensinada por Michio Kushi que mais parece ter concorrido para expandir, entre os compatriotas, a praga da Arrogância, do Egoísmo, da ferocidade pessoal, do carreirismo, do materialismo sem freio, condições necessárias e suficientes para criar afinal um terreno (orgânico) propício a todas as doenças, nomeadamente as mais terríveis. O gosto de recriminar o próximo, a falta de compreensão e subtileza pelas posições dos outros, a intolerância e o interminável monólogo em que se transformou o «diálogo» entre oficiais do mesmo ofício são mais alguns sintomas da doença «arrogância» que continua a espalhar-se e continua por tratar.
***