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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-03-29

UTOPIA 1991

1-1 - 91-03-30-ie> = ideia ecológica

30-3-1991

AFINAL QUEM É UTOPISTA?

O tecnocrata chama realismo aos seus delírios de grandeza e à cegueira dos seus planos megalómanos, classificando de utopia tudo o que procura furtar-se a essa megalomania, optando por soluções de bom senso que são todas as tecnologias leves, alternativas e apropriadas.
O tecnocrata (tecnofascista) recomenda então «bom senso» quanto à política energética, afirmando que não podemos ser muito puritanos quanto à qualidade de ambiente e qualidade de vida, se é a riqueza do país (a riqueza das classes exploradoras, leia-se e subentenda-se) que está em jogo.
«Cuidado, não vamos cair em exageros ambientalistas» - diz cinicamente o cínico profissional que é o tecnofascista (perdão, tecnocrata). «Entre ficarmos com um ambiente bom e andarmos de tanga, há que escolher» faz ele questão de acentuar.
Especialista na chantagem, no dilema sofístico, eis que o tecnofascista não hesita em jogar a cartada. E faz a chantagem em que é perito: a acreditar no tecnofascista, o povo consumidor de energia só terá então que escolher entre um cancro por pessoa e um nível de vida e de emprego razoável, aquele que o tecnocrata se dignará dizer que nos dá, a troco da porcaria generalizada, da poluição generalizada, da doença generalizada.
Mas basta olhar a curva de crescimento exponencial, tão querida do tecnofascista, para termos a imagem mais evidente da megalomania utopista.
Quando um tecnocrata, com o maior dos desplantes, classifica de utopista, irrealista, sonhador, romântico, etc. o defensor das tecnologias apropriadas e da imediata abertura de um sector ecoalternativa no sistema -- um sector convivial --, é necessário acentuar quem caminha afinal para dimensões megalómanas e alvos utópicos, quem preconiza curvas infinitas de crescimento infinito (que são fisica e logicamente impossíveis), quem julga poder continuar violentando as leis da natureza que a ciência estabeleceu, quem à viva força quer imitar os fortes, os grandes, os poderosos, os industrializados, os desenvolvidos e os exploradores.
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