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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-07-09

SISTEMA 1987

sistema-8> os dossiês do silêncio – o sistema contra os ecossistemas – definição do eco-realismo – inédito ac de 1987

AS CONTRADIÇÕES DO SISTEMA (CONTINUAÇÃO)

- Onde estão os ecologistas para pôr à mostra as tripas do sistema?
- Ciências do Direito às toneladas e direitos humanos mais elementares sistematicamente violados
- Ciência médica às toneladas e cada vez mais doentes, mais doenças, e mais incapacidade para as combater

9/Julho/1987 - Caçador de contradições, o adepto do realismo ecologista contenta-se com essa missão de carácter venatório, pouco mais ambicionando como título profissional.
É que, surpreender o sistema nas suas próprias auto-negações, é contribuir para o esclarecimento definitivo do quadro, de molde a que as pessoas saibam a mentira que as governa.
Hoje mesmo, 9 de Julho de 1987, em anúncio da Universidade Católica de Lisboa, fico estarrecido com os progressos já conseguidos pelas ciências do direito.
Um país onde, hora a hora, os direitos mais elementares da pessoa humana levam pontapé de partir,
Um país onde as vítimas olham para o carrasco com o ar de quem agradece à Virgem Nossa Senhora a benção de ser vítima,
Um país onde todos os responsáveis não respondem,
Um país onde a violação de direitos e a violência das autoridades enchem mais de 80% da crónica diária nacional,
Um país onde o sado-masoquismo de explorador-explorado encontra matéria-prima macia como manteiga para meter o dente,
Um país onde a luta do cidadão pelos seus eco-direitos contra a prepotência da Instituição em geral e do Estado em particular, é capítulo paradoxalmente omisso de movimentos alegadamente ecologistas , verbi gratia os ditos verdes,
Enfim, num país de anedota e delinquência senil galopante do poder instalado,
eis que a Universidade Católica propõe uma batelada de ciências do Direito, como se na vida prática o português estivesse abarrotando de direitos consagrados, de leis protectoras do mais fraco, de justiça e de equanimidade!
A caricatura é a mesma, relativamente a outros arranha-céus da ciência contemporânea: já pensaram porque há doentes, aos milhões e cada vez mais, face aos milhares de tratados, volumes, escolas e universidades que ensinam a mais requintada ciência médica?
Realismo ecologista é apenas o vício de estender o dedo a estas e outras abjectas contradições, dizendo "basta" aos sofismas e mentiras que continuam interminamente adiando a resposta cabal e clara à pergunta elementar: para que servem afinal tantas ciências e tantos progressos, se o panorama é o que se sabe?
Depois de promessas e adiamentos, durante tantos anos, realismo ecologista é aquele pensamento que decidiu dizer basta às abjectas contradições de um sistema homicida, empenhado em lavar os cérebros até às calendas para que a gente todos reconheça a sua excelência embora continuemos a ver só miséria.
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