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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-07-09

ENGRENAGEM 1981

sistema-6> os dossiês do silêncio – a engrenagem - o ciclo vicioso - a lógica da destruição ecológica – inédito ac de 1981 - a escalada – teses de 5 estrelas AS

LÓGICAS SECTORIAIS - MAIS ALGUNS EXEMPLOS RECENTES

[9-7-1983]

Agosto de 1981 - A complexidade dos Macro-sistemas e sua inerente fragilidade foi claramente posta em evidência pela greve dos controladores aéreos, nos EUA, em Agosto de 1981.
Inevitavelmente , evocamos o célebre ensaio de Roberto Vacca sobre a ingovernabilidade dos sistemas.
Terão calculado os controladores aéreos as consequências que iriam desencadear no intrincado e complexo “ecossistema” onde os aviões desempenham um papel fulcral?
Pensaram eles nas questões de segurança que iriam criar?
A reacção defensiva que iriam provocar em outros controladores e aeroportos do Mundo?
Teriam eles a noção de que a sua greve (a sua lógica) poderia paralisar o tráfego aéreo mundial?
A inter-relação dos vários factores que integram um ecossistema estaria presente na mente dos que promoveram a greve?
E a pergunta impõe-se: grande parte das acções verificadas no Mundo actual - onde a guerra dos lógicas particulares que se digladiam entre si pode conduzir à destruição ecológica do Planeta - não serão, na perspectiva do ecossistema, cegas?
O factor "segurança" , sempre presente nas notícias sobre a greve dos controladores aéreos, é claro factor de que todo o complexo processo desencadeado num complexo ecossistema pelas lógicas particulares desemboca fatal, necessária e objectivamente num processo ecológico.

AS LÓGICAS SECTORIAIS CONDUZEM À CATÁSTROFE

A tónica que se deve retirar destes dois acontecimentos da actualidade mundial - greve dos controladores aéreos, nos Estados Unidos e luta de trabalhadores franceses contra a decisão governamental de "congelar" a construção de centrais nucleares - é a dissonância flagrante, o choque frontal existente entre os justos interesses dos trabalhadores e os não menos justos interesses ou direitos que esse tipo de actuação (sectorial ou corporativa) vai pôr em causa e em risco.
Neste contexto é de evocar uma outra actuação - a tomada de reféns norte-americanos em Teerão - que, como se sabe, pôs o Mundo à beira da guerra nuclear.
É nesta acepção que a formulação ecológica dos problemas se pode tornar incómoda, impopular e difícil de defender em termos de esquerda.
Devemos ter a consciência disso: como e até onde a consciência ecológica dos problemas vai colidir com a consciência e a luta de classes em sentido tradicional.
Mas o supremo patético desta suprema contradição é que toda a vida e toda a Espécie Humana está suspensa de um tipo de actuação sectorial e restrita - de uma certa lógica abstracta - semelhante àquelas.
Pior ainda: a vida e a sobrevivência do Homem está suspensa de um computador que eventualmente se possa avariar.
A questão ecológica - perante a lógica particular do sistema informático que pode desencadear, sozinho, o holocausto nuclear - seria a questão de fundo se - suprema e risível contradição - as lutas, os interesses, as lógicas sectoriais e abstractas não se sobrepuzessem, exactamente porque são, em si mesmas lógicas, a essa questão de fundo.
A teimosia de um Komeiny, a chantagem de um Reagan, a idéia fixa de um Brejnev, a má disposição de um computador do Pentágono podem desencadear um holocausto.
É esta fragilidade da lógica actual a fonte de todo o Terror. Terror lógico, sem dúvida. E que muitas vezes se reivindica de esquerda, ao serviço da classe operária.
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