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2006-07-06

SINTOMATOLOGIA 1980

80-7-6-mk dcm> - mein kampf - ecologia humana - causalidade e sintomatologia - unideologia

O REFORMISMO DA SINTOMATOLOGIA

6/7/1980 - Quando se procura o inimigo principal, não significa que ele sirva para explicar tudo quanto acontece .
Mas ao colocar as questões a partir do seu exacto causalismo, evita-se, pelo menos, cair nas armadilhas das interpretações ou análises idealistas, quando não fantasiosas e fantásticas.
A causa principal não é a causa única . Mas apontar efeitos sem indicar causa, é tudo o que o inimigo principal pretende.

O MERCADO DA HEMODIÁLISE PRECISA DE CONSUMIDORES

Saturado o mercado dos electrodomésticos (por exemplo) a «indústria de guerra » da economia de mercado precisa, para sobreviver, de garantir sempre novos mercados.
Onde irá principalmente procurá-los nas novas tecnologias, nas chamadas «indústrias de ponta» regra geral ligadas à chamada «qualidade de vida» e aos «processos naturais ou biológicos.
Por exemplo: quando as doenças renais começaram a ter incidência vertical nos países do «progresso», logo o progresso inventou uma tecnologia sofisticadíssima para responder a esse «desafio» renal.
E os equipamentos de hemodiálise foram fabricados. hemodiálise estava montada. Naturalmente que ela precisa de se expandir, como todas as indústrias que não querem morrer. E nenhuma nasce para morrer.
A indústria nascente da hemodiálise vai assim «pressionar» para que a incidência de doenças renais suba ainda mais.
E não é difícil.
Para já, os medicamentos dão o melhor contingente de doentes renais.
Mas como este contingente ainda não era suficiente para «justificar» a proliferação de «hemodiálises » por esse país/ mundo fora, inicia-se, sob os auspícios da organização Mundial de Saúde, a campanha oara a fluorização da água de beber (rede públca) , fluorização que os próprios médicos odontologistas já várias vezes têm denunciado como causa de doenças renais.
Enfim, se a rede de hemodiálise está montada e é todo um florescente mercado que se abre, lógico é que esse mercado procure clientes, ou inclusive os fabrique.
Dos rins passamos para outro «cenário de guerra» mas o princípio de fundo é o mesmo: uma economia de mercado procura sempre onde ir vender o produto.
Armas e munições americanas continuam a chegar domingo (6/Julho/1980) à Tailândia, no quadro de uma ponte aérea de urgência organizada e financiada pelos Estados Unidos. Um próximo carregamento de material militar, no valor de 29 milhões de dólares», deverá ser enviado por mar à Tailândia, após acordo do congresso americano.»
Mudam-se os nomes, mas o negócio continua. E se existem obuses ou canhões, é evidente que tem de haver quem os compre (e eventualmente quem os use).
Se existem equipamentos de hemodiálise, é preciso que existam «hemodializados».
Até ao infinito. O pagode paga e consome, como diria o meu amigo Dr. Rocha Barbosa.

ECONOMIA DE MERCADO IGUAL A GUERRA?

Grande questão é saber até que ponto se relacionam os constantes focos de «tensão» internacional e os constantes «rastilhos» ou detonadores» de uma conflagração mundial com as necessidades de expandir não só o mercado das armas mas também , em sentido mais lato, o mercado psicológico que joga os lucros na guerra de nervos (enquanto a guerra quente não daflagra).

TAP VÍTIMA DA ECONOMIA DE MERCADO ?

A crise (crónica) da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) , que agitou o país na primeira semana de Julho de 1980, pode ser outro caso onde a natural agressividade de «economia de mercado» está na origem de todo o conflito, quase a desembocar em «tragédia laboral». Uma empresa fechada e milhares de trabalhadores no desemprego.
Segundo alguns matutinos de domingo, dia 6 de Julho, «quando a TAP falou da necessidade de renovar a sua frota, os interesses em jogo não se fizeram esperar e rapidamente se multiplicaram os contactos. depois de vários estudos, concluiu-se que os «Tristar» da Lockheed seriam a escolha certa.
«A TAP já está desde há algum tempo a pagar àquela companhia norte-americana verbas de compromisso» - acrescenta o matutino - « Perante a quase certeza de que a frota da TAP seria reequipada com aquele tipo de aparelho, aparecerem em Lisboa homens da Boeing e o vice-presidente da Douglas.»

ECOLOGISTAS QUASE SE ENGANARAM :GRANDES TAMBÉM CAEM

Desta feita os ecologistas enganaram-se nas suas profecias «alarmistas» e «apocalípticas» : ao contrário do que eles teriam previsto, foi uma grande empresa a vítima mais espectacular do que eles teriam previsto, foi uma grande empresa a vítima mais espectacular da ofensiva que se prepara com vista è entrada no Mercado Comum.
Se é certo que as pequenas e médias empresas, como se calculava, também entrarão no rol das vítimas, o insólito, para já, é que seja a TAP uma das primeiras a tombar , no holocausto do «progresso» a caminho da «Europa paradisíaca».
Economia de mercado «obriga». E nem as grandes poupa. Desde que sejam as super-grandes assim a determiná-lo .

O RADICALISMO CAUSAL E O REFORMISMO SINTOMATOLÓGICO: UMA CONSTANTE TEMÁTICA DAS EDIÇÕES «FRENTE ECOLÓGICA»

O uso contra-revolucionário da sintomatologia aparece, nestas circunstâncias, bastante claro.
O tema da «sintomatologia» foi uma das constantes sistematicamente analisadas, desde 1972, pelos textos da «Frente Ecológica» ou os que os antecederam.
Começando pelo «caso exemplar» do mercado médico, onde o doente funciona de consumidor de uma poderosa indústria multinacional, longo tem sido o caminho teórico para traçar, com clareza, uma dialéctica generalizada onde as relações entre economia de mercado e crime ecológico apareçam em toda a sua evidência.
Ir às causas ou raiz, determina a diferença entre o radicalismo e todos os reformismos, entre autêntico ecologismo e pseudo-ecologismos ou ambientalismos.
Com base nas edições «Frente Ecológica» será, portanto, possível elaborar uma lista bibliográfica sobre um problema que temos verificado encontrar-se totalmente ausente dos tratados ecológicos e ecologistas do mercado comum.
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