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2006-07-16

DOENÇA 1983

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DIÁRIO DE UM CONSUMIDOR DE MEDICINAS

16/7/1983 - A indústria do combate à doença - vulgarmente chamada «política de Saúde» - tem, como qualquer outra indústria, leis de mercado às quais não pode fugir.
Leis e lógica cujas consequências somos todos, como contribuintes, a pagar.
É um pouco o que se passa também com a chamada política do ambiente, nome que vulgarmente se dá à «luta contra a Poluição».
Quando não está obrando, este sistema está «lutando» e «combatendo».

Quando, no âmbito desse «combate» à doença, o Estado gasta, por exemplo, 1200 contos por ano com cada hemodialisado, quando (como dizia em 29 de Junho de 1982, um responsável da Casa de Saúde da Cruz Vermelha Portuguesa) os 1500 doentes renais crónicos absorvem, em tratamento de hemodiálise, a quarta parte do chamado «orçamento global para a saúde», é fácil, mesmo a um consumidor de medicinas, perceber o preço que o combate à doença custa a todos nós, contribuintes obrigatórios desta e de outras farras domésticas.
É fácil de perceber, mesmo a um consumidor habitual de medicinas, como a copnservação prévia da saúde - tal como a política preventiva do Ambiente - fica muito mais barata do que combater a doença.
E porque é que a palavra «prevenir» é a mais execrada de todo o dicionário, já que atinge todos os que vivem de ir combatendo, de ir lutando contra a doença e a poluição.

Ainda há pouco tempo o presidente Reagan se insurgia contra o Lobby da Hemodiálise (já (perfeitamente implantado em Portugal, aliás), dado o preço a que ficava cada hemodialisado ao Estado.
Também a França, há anos, se perguntou quanto custava, por dia, ao orçamento um traumatizado por acidente rodoviário (Ver «A Contabilidade da Morte - o exemplo francês», in «A capital», 22/3/1980)
Quando se tem todo este panorama de custos impostos à Comunidade pelo combate à doença e pela luta antipoluição, compreende-se que a verdadeira economia é aquela que, em vez de andar em guerra com os sintomas, tenta erradicar as causas ambientais.
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