ORDER BOOK

*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-07-15

PLATAFORMA 1988

88-07-15> notícias da frente

PLATAFORMA EUROPEIA PARA O AMBIENTE

Este texto inédito deverá ter sido escrito para o projecto que nele se cita: uma colecção chamada «Notícias da Clandestinidade», nome que, por demasiado forte, poderá ter sido substituído por «Colecção dos 100 dias», numa alusão ao governo-relâmpago de Lurdes Pintasilgo, que teve essa duração. A ideia (e situação) de clandestinidade, então vigente, continua curiosamente cada vez mais vigente: e agora, com a lei do acto médico, perfeitamente actual para a classe profissional dos naturoterapeutas. Ou seja: nunca fui, afinal, suficientemente radical, por mais radical que tivesse querido ser. E este país é de facto, o país-canibal de que em 1988, há 10 anos, eu falava. (10/Agosto/1999)

15/Julho/1988 - Após alguns meses, que somaram anos, de silêncio, as edições «Frente Ecológica» voltam a publicar-se, mantendo a sua habitual e astronómica tiragem de 150 exemplares (em média).
Não foi só cansaço e nojo o motivo que levou à suspensão temporária destes cadernos sempre «clandestinos». Foi, principalmente, não haver nada, no horizonte nacional e internacional, que verdadeiramente justificasse e motivasse qualquer militância, incluindo a informativa.
Depois de ter sido derrotada, em Junho(?) de 1986, a candidatura de Maria de Lurdes Pintasilgo, era a Esperança que ficava novamente adiada num país eternamente adiado. E até ver, até que de novo houvesse motivos de esperança, não me parece que valesse a pena «mexer uma palha» neste país entregue à missão sobrehumana e heróica de gerir a mediocridade em todos os sectores e azimutes.
A olhos vistos, a história aqui continuava a apodrecer .
Maria de Lurdes Pintasilgo foi para o Parlamento Europeu e de lá, em Março de 1988, envia de novo para Portugal notícias da esperança, a «Plataforma Europeia para o Ambiente» de que é, com Brice Lalonde e mais dois deputados europeus, um dos quatro primeiros signatários.
Estava lançado o desafio para retomar as edições «Frente Ecológica» e o contributo que, na clandestinidade, tentámos dar, com estas edições , à humanização ecológica deste país-canibal.
Com esta série de cadernos intitulada «Notícias da Clandestinidade» , vamos retomar o diálogo com aqueles poucos franco-atiradores que ainda acreditam na força das ideias, ainda que, como nós, autor e editor, achem também que continuar a ter e a difundir ideias, neste país de idiotas, é a actividade mais idiota que há.
Contributo livre à «Plataforma Europeia para o Ambiente», aqui continuaremos a arquivar aqueles textos que só vindo a ter vigência em finais da década de 90 e proximidades do ano 2000, são por enquanto e naturalmente insusceptíveis de se ver divulgados nos órgãos ditos de comunicação social. São, portanto, clandestinos.
Nada disto é de admirar, pois há textos nossos de há 15 anos (15!), quer inéditos quer publicados, que clandestinos continuam, embora grande parte das ideias e das teses que há vinte anos propomos e pensamos já nos tenha sido largamente surripiada por tudo quanto de verde e melancia se tem instalado no País.
***