PROSPECTIVA 1979
79-07-15> dl - unideologia
OS SUSTOS QUE ELES NOS PREGAM
15/Julho/1979 - O prognóstico é a arte de aterrorizar o próximo com pouco dinheiro e ter nas mãos (unhas ou garras) o povo incrédulo.
Seja o prognóstico dos tecnocratas, estilo adiposo Herman Khan, que prevê a humanidade afogada em merda (ele diz «poluição»);
seja a bola de vidro dos magos astrólogos que têm as datas de 1983 (astros em linha recta) e 2012 já marcadas para o fim do mundo, respectivamente ensaio geral e estreia.
seja o aviso dos médicos senhores doutores que nos apalpam e diagnosticam gripe mas vão, com um sorrisinho significativo, insinuando que temos o cancro.
seja os meteorologistas que ultimamente têm andado furiosos a prever alterações climáticas drásticas que eles sabem muito bem que são provocadas pelos actuais manipuladores de climas ( precipitação provocada e outras habilidades);
seja os geofísicos iminentes, quer da URSS quer dos EUA, que estão sempre prevendo sismos para as falhas de S. Francisco, Alasca e Lisboa, nos próximos 10 ou... 100 anos, sabendo eles que todas as semanas, ao fim de semana, os rebentamentos subterrâneos, quer na URSS (Semipalantinsk) quer nos EUA (deserto do Nevada), desencadeiam ondas sísmicas que elevam os sismos milhões por ano e os mortos a milhares;
seja ainda o senhor Helmut Schmidt que prevê uma guerra originada na penúria (de petróleo) e consequente corrida ao petróleo, aproveitando a «deixa« para entretanto aconselhar que se acelere o nuclear dos super-regeneradores, alimentados a plutónio;
seja ainda o estratega militar que está sempre a ameaçar-nos com uma guerra nuclear entre a China e a URSS, as quais não hesitariam - diz-se - em acabar de vez com a espécie humana, escusando-se de a continuar debulhando às pinguinhas (com os sismos provocados e outros genocídios ao abrigo da defesa dos direitos do homem), dando assim de vez saída aos recalcamentos e complexos de homosexuais frustrados que são, mais ou menos e segundo a interpretação existencial-psicanalítica de Jean Paul Sartre, todos os donos do Poder (com P).
Não contentes com o terror diário que a sociedade industrial produz e debita sobre o cidadão, consumidor, transeunte, etc., não contente com o presente que dia a dia nos é dado, em alienação, em poluição, em desastres, em explosões, em incêndios, em petroleiros partidos, em centrais nucleares em panne ( e multidões em pânico), em sismos provocados e fabricados no deserto do Nevada e no perímetro do Semipalantisnk, eis que estes tecno-profetas, estes prospectores do futuro, estes adivinhões, estes futurologistas da corda, este vígaro-visionários, estes astro-magos reforçam o terror instalado com o terror avulso das suas antevisões para amanhã e depois.
A prospectiva ecológica, entretanto, vê-se em palpos de aranha para situar os factos no campo do realismo, entre duas utopias: a utopia dos catastrofistas que querem envolver-nos numa guerra de nervos (além de outras) e a dos anjinhos cor-de-rosa para quem tudo é estável e sem crises, para quem o mundo será feliz e contente, prometendo-nos o paraíso tecnológico e consumista, um mundo robotizado de olhinho lúbrico só consumidor e hedonismo.
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OS SUSTOS QUE ELES NOS PREGAM
15/Julho/1979 - O prognóstico é a arte de aterrorizar o próximo com pouco dinheiro e ter nas mãos (unhas ou garras) o povo incrédulo.
Seja o prognóstico dos tecnocratas, estilo adiposo Herman Khan, que prevê a humanidade afogada em merda (ele diz «poluição»);
seja a bola de vidro dos magos astrólogos que têm as datas de 1983 (astros em linha recta) e 2012 já marcadas para o fim do mundo, respectivamente ensaio geral e estreia.
seja o aviso dos médicos senhores doutores que nos apalpam e diagnosticam gripe mas vão, com um sorrisinho significativo, insinuando que temos o cancro.
seja os meteorologistas que ultimamente têm andado furiosos a prever alterações climáticas drásticas que eles sabem muito bem que são provocadas pelos actuais manipuladores de climas ( precipitação provocada e outras habilidades);
seja os geofísicos iminentes, quer da URSS quer dos EUA, que estão sempre prevendo sismos para as falhas de S. Francisco, Alasca e Lisboa, nos próximos 10 ou... 100 anos, sabendo eles que todas as semanas, ao fim de semana, os rebentamentos subterrâneos, quer na URSS (Semipalantinsk) quer nos EUA (deserto do Nevada), desencadeiam ondas sísmicas que elevam os sismos milhões por ano e os mortos a milhares;
seja ainda o senhor Helmut Schmidt que prevê uma guerra originada na penúria (de petróleo) e consequente corrida ao petróleo, aproveitando a «deixa« para entretanto aconselhar que se acelere o nuclear dos super-regeneradores, alimentados a plutónio;
seja ainda o estratega militar que está sempre a ameaçar-nos com uma guerra nuclear entre a China e a URSS, as quais não hesitariam - diz-se - em acabar de vez com a espécie humana, escusando-se de a continuar debulhando às pinguinhas (com os sismos provocados e outros genocídios ao abrigo da defesa dos direitos do homem), dando assim de vez saída aos recalcamentos e complexos de homosexuais frustrados que são, mais ou menos e segundo a interpretação existencial-psicanalítica de Jean Paul Sartre, todos os donos do Poder (com P).
Não contentes com o terror diário que a sociedade industrial produz e debita sobre o cidadão, consumidor, transeunte, etc., não contente com o presente que dia a dia nos é dado, em alienação, em poluição, em desastres, em explosões, em incêndios, em petroleiros partidos, em centrais nucleares em panne ( e multidões em pânico), em sismos provocados e fabricados no deserto do Nevada e no perímetro do Semipalantisnk, eis que estes tecno-profetas, estes prospectores do futuro, estes adivinhões, estes futurologistas da corda, este vígaro-visionários, estes astro-magos reforçam o terror instalado com o terror avulso das suas antevisões para amanhã e depois.
A prospectiva ecológica, entretanto, vê-se em palpos de aranha para situar os factos no campo do realismo, entre duas utopias: a utopia dos catastrofistas que querem envolver-nos numa guerra de nervos (além de outras) e a dos anjinhos cor-de-rosa para quem tudo é estável e sem crises, para quem o mundo será feliz e contente, prometendo-nos o paraíso tecnológico e consumista, um mundo robotizado de olhinho lúbrico só consumidor e hedonismo.
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