TECNOCRACIA 1991
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DIARIO DE IDEIAS - EU-CLANDESTINO-POLÉMICO
[FICÇÕES]
Lisboa, 6/4/1991
Se algum dia, para bem da Pátria e da economia, for necessário demolir os Jerónimos, ocupar o Rossio de buldozzers, plantar um milhão de eucaliptos no Saldanha, incendiar de novo o Chiado, (...), tenhamos a certeza de que tudo se fará na melhor ordem, em silêncio, com uma notícia discreta, se tanto, dada nos jornais, o encolher de ombros indignado das oposições, o risinho trocista dos ecologistas de serviço, o empenhamento reflexivo e ensaístico dos nossos melhores intelectuais e arquitectos, enfim, com os constitucionalistas a garantir que tudo é constitucional, que a destruição é legal e portanto legítima, que a destruição é estetica e eticamente necessária, que a destruição é providencial, que a destruição é o primeiro passo para uma reconstrução saudável, rentável, maleável.
Tenhamos fé, homens de Deus e de Alá: a construção civil sempre se fez sobre os ossos, a pele, o sangue, os cadáveres dos civis.
A reconstrução sempre foi o outro lado dialéctico da destruição.
Viva a destruição.
Viva a tecnocracia.
Viva la muerte.
***
DIARIO DE IDEIAS - EU-CLANDESTINO-POLÉMICO
[FICÇÕES]
Lisboa, 6/4/1991
Se algum dia, para bem da Pátria e da economia, for necessário demolir os Jerónimos, ocupar o Rossio de buldozzers, plantar um milhão de eucaliptos no Saldanha, incendiar de novo o Chiado, (...), tenhamos a certeza de que tudo se fará na melhor ordem, em silêncio, com uma notícia discreta, se tanto, dada nos jornais, o encolher de ombros indignado das oposições, o risinho trocista dos ecologistas de serviço, o empenhamento reflexivo e ensaístico dos nossos melhores intelectuais e arquitectos, enfim, com os constitucionalistas a garantir que tudo é constitucional, que a destruição é legal e portanto legítima, que a destruição é estetica e eticamente necessária, que a destruição é providencial, que a destruição é o primeiro passo para uma reconstrução saudável, rentável, maleável.
Tenhamos fé, homens de Deus e de Alá: a construção civil sempre se fez sobre os ossos, a pele, o sangue, os cadáveres dos civis.
A reconstrução sempre foi o outro lado dialéctico da destruição.
Viva a destruição.
Viva a tecnocracia.
Viva la muerte.
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