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2006-06-28

EUROPA 1997

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E SE FÔSSEMOS ATÉ À EUROPA (AREJAR?)

11/6/1997 - Situação surpreendente é a que poderá vir a acontecer em Portugal, nas práticas terapêuticas ditas «alternativas», doces ou não convencionais.
Com a livre circulação de pessoas e bens imposta pela abertura ao espaço da União Europeia, técnicos e terapeutas holísticos, devidamente autorizados nos respectivos países, poderão entrar em Portugal e continuar aqui a desenvolver as suas actividades, enquanto os que já cá se encontram, desde os anos heróicos em que Salazar nos proibia de falar em público, continuam sujeitos a uma legislação anacrónica ou a uma ausência de legislação que os condena à constante clandestinidade e a um permanente ostracismo profissional e social.
Ou seja, para áreas tão vitais como a da saúde pública, continuamos como no tempo de Salazar ou ainda pior.

Os organismos que aberta e ostensivamente têm combatido as técnicas holísticas, em nome dos pretextos mais pueris ou apenas imaginários (nunca inocentes e sempre de má fé), continuam o seu trabalho de sapa, pressionando o governo e demais organismos de decisão, para que a legislação, a sair, lhes seja totalmente favorável.
E ninguém acha imoral que a instituição queira agora ser proprietária do que, em determinada altura (quando a Organização Mundial de Saúde deu luz verde às medicinas tradicionais e incitou a que se integrassem nos cuidados primários) foram consideradas práticas necessárias e próprias dos países do Terceiro Mundo.
Neste conceito de Terceiro Mundo, que foi defendido em determinada data por Gentil Martins, bastonário da Ordem dos Médicos, caberiam países como Estados Unidos, Canadá, Austrália, França, Alemanha, Japão ou Grã Bretanha, onde, que se saiba, as alternativas médicas são não só largamente praticadas mas incentivadas e promovidas como um meio expedito (talvez o mais eficaz) de diminuir o crónico défice da chamada Segurança Social (a que alguns jornais mais optimistas chamam «previsível bancarrota») .
Somos, de facto, um país do Quarto Mundo, enquanto não se verificar a viragem necessária e o sinal de civilização europeísta que será a cobertura das terapias alternativas pelos cuidados de Segurança Social.
Talvez seja por isso, pelo apoio que o governo desses países tem dado e continua a dar às medicinas alternativas, que não consta que por lá se agite, como se tem agitado entre nós, nos últimos 10 anos, o sinistro fantasma da «bancarrota» no sistema da Segurança Social.
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