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2006-05-15

MACROSCÓPIO 1999

brown1> bio-net - informação em ciências da vida - sebenta nova naturologia

DA ECOLOGIA ESTRITA À ECOLOGIA ALARGADA

15/5/1999 - A interacção e/ ou interdependência do ser vivo com todo o meio ambiente que o rodeia e com o qual constitui uma unidade indissociável, é uma descoberta recente da ciência biológica. Apesar de óbvia, é uma descoberta recente.
A pouco e pouco, outra ciência teve que ser reconhecida e deu-se-lhe o nome de Ecologia, em que o ser vivo é estudado em relação com os outros seres vivos e com o meio ambiente.
A visão macroscópica e holística levou tempo a impor-se mas acabou por ser reconhecida, pelo menos teoricamente.
Mas a ecologia, mesmo a que reconhece teoricamente a interacção e interdependência de todos os factores, continuou truncada.
O conceito de meio ambiente ficou circunscrito ao ambiente físico, como se o ser vivo estivesse desligado de outros níveis de realidade.
Aquilo que algumas tradições culturais sabiam desde há milénios - a inter-relação entre Macro e Microcosmos - a ciência moderna tarda em conhecer e teima em não reconhecer.
A Ecologia só terá sentido, porém, quando for uma Ecologia alargada, que inclua não só o meio atmosférico, o meio calórico, o meio bioquímico, o meio geoquímico, o meio geográfico-telúrico, o meio psicosocial mas o meio cósmico de que todos os outros dependem.
Note-se que a Cronobiologia moderna( uma forma de ecologia alargada) deve-se ao estudo do comportamento animal, quando a Etologia descobriu que uma ampla gama de espécies, animais e plantas, eram capazes de «saber» os períodos do dia, as marés, os meses e inclusive os anos.
Admitir que o organismo continha em si um sistema cronométrico independente - que lhe dava informações sobre o tempo - era, apesar de tudo, menos «perigoso» do que admitir, como diz o professor de Biologia Franz Z. Brown, que «os organismos recebiam informação oculta sobre o tempo.»
Segundo Franz Z. Brown, professor de Biologia da Northwestern University , Evaston, Illinois, seria abrir uma «caixa de Pandora» e lançar sobre a biologia problemas insolúveis.
O medo aos «problemas insolúveis» suscitados por uma visão macroscópica da vida explicará, sem dúvida, que se tivesse chegado aos extremos absurdos da visão microscópica actual e que só no final do século XX tivéssemos uma ciência chamada ecologia, embora a Ecologia Humana continue a ser tabu e a Ecologia Alargada (Cosmobiologia) continue no limbo da total e imensa ignorância.
A investigação holística do (cada vez mais) global é retardada, enquanto a hiperanálise continua a ser levada a extremos patológicos e perversos, afogando com a quantidade de dados (e com a inflação das nomenclaturas técnicas) a qualidade do conhecimento científico.
No mínimo, a Nova Naturologia exige tanta atenção à síntese como à análise.
A inter-relação , a interacção e a interdependência que fazem a trama da vida têm que ser respeitadas, se é da vida e das ciências da vida que se trata.
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(*) Franz Z. Brown, professor de Biologia da Northwestern University (Evanston, Illinois) é autor do prólogo ao livro «Los Relojes Cosmicos», de Michel Gauquelin, Ed. Plaza & Janes, Barcelona, 1970. O livro foi publicado originalmente em inglês com o título «The Cosmic Clocks».
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