ABJECÇÃO 1968
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Lisboa, 20/5/1968
# Forum dos Aflitos
# Discurso de um vencido incurável
# Intuições AC
# Tese de AC
[ repes. 20/2/1992 - embora com algumas intuições interessantes, este texto terá que continuar aberto a modulações e actualizações, pela responsabilidade contida em certas afirmações que precisam de background histórico e factual confirmativos: mas, por isso mesmo, dá uma grelha interessante - eventualmente a ficcionar, exactamente devido às suas inexactidões e irregularidades, postas na boca de um personagem e não na minha... para novos teclamentos]
20 séculos de comércio , competição, violência, não deixaram imune nenhum sector da actividade humana. Por toda a parte, a «pessoa humana e sua eminente dignidade», proclamada pelos discursos que sancionaram, na sombra, indirecta e implicitamente, a violência, foi de facto corrompida pela moral da violência e da cupidez, do lucro e da vingança. Nada escapou e nem [ ??? ] as obras de arte, as superestruturas mais delicadas [???] , se encontram, em princípio, [a salvo] isentas da corrida competitiva [ há aqui uma ideologia da hierarquia implícita , pois faz a distinção das «grandes obras» e sua esperada «pureza»].
[[A arte encontra-se, às vezes, sem querer e sem o saber, ao serviço destes propósitos e poucos foram os artistas que, por um esforço próprio, se aperceberam da sua servidão e a superaram. Esses constituem as excepções que interessa descobrir. Independentemente do talento que puseram na construção da obra, interessa saber em que medida venceram as contradições impostas pela ]] sociedade da violência, do lucro, da compra e venda, que tudo reduziu ou procurou reduzir aos termos da sua dilemática: vencedor (o bom) e vencido (o mau).
A didáctica das sabatinas, que os jesuítas aperfeiçoaram, vigora hoje em todos os degraus do edifício hierárquico e constitui a sua quintessência metafísica. Não há organismo ou estabelecimento que não assente na promoção competitiva , no jogo de lucros e de interesses, no exame de apuramento [e sua gestão]. E não há nenhum cidadão que possa escapar de lá entrar.
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ESTRUTURA Nº 1 DA ABJECÇÃO:
VENCIDOS E VENCEDORES
Lisboa, 20/5/1968
# Forum dos Aflitos
# Discurso de um vencido incurável
# Intuições AC
# Tese de AC
[ repes. 20/2/1992 - embora com algumas intuições interessantes, este texto terá que continuar aberto a modulações e actualizações, pela responsabilidade contida em certas afirmações que precisam de background histórico e factual confirmativos: mas, por isso mesmo, dá uma grelha interessante - eventualmente a ficcionar, exactamente devido às suas inexactidões e irregularidades, postas na boca de um personagem e não na minha... para novos teclamentos]
20 séculos de comércio , competição, violência, não deixaram imune nenhum sector da actividade humana. Por toda a parte, a «pessoa humana e sua eminente dignidade», proclamada pelos discursos que sancionaram, na sombra, indirecta e implicitamente, a violência, foi de facto corrompida pela moral da violência e da cupidez, do lucro e da vingança. Nada escapou e nem [ ??? ] as obras de arte, as superestruturas mais delicadas [???] , se encontram, em princípio, [a salvo] isentas da corrida competitiva [ há aqui uma ideologia da hierarquia implícita , pois faz a distinção das «grandes obras» e sua esperada «pureza»].
[[A arte encontra-se, às vezes, sem querer e sem o saber, ao serviço destes propósitos e poucos foram os artistas que, por um esforço próprio, se aperceberam da sua servidão e a superaram. Esses constituem as excepções que interessa descobrir. Independentemente do talento que puseram na construção da obra, interessa saber em que medida venceram as contradições impostas pela ]] sociedade da violência, do lucro, da compra e venda, que tudo reduziu ou procurou reduzir aos termos da sua dilemática: vencedor (o bom) e vencido (o mau).
A didáctica das sabatinas, que os jesuítas aperfeiçoaram, vigora hoje em todos os degraus do edifício hierárquico e constitui a sua quintessência metafísica. Não há organismo ou estabelecimento que não assente na promoção competitiva , no jogo de lucros e de interesses, no exame de apuramento [e sua gestão]. E não há nenhum cidadão que possa escapar de lá entrar.
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