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2006-05-18

MEDICINA 1994

gastro-1-goa-saude -files alimentares - carta de resposta a alguém que pediu socorro

NÃO HÁ DOENÇAS INCURÁVEIS

+ 18 PONTOS

18/5/1994 - Vou indicar aqui apenas uma leitura possível do sintoma descrito: poderei acrescentar novas leituras - vendo novos aspectos - com novos pormenores do sintoma que me sejam transmitidos.
Dores gastrointestinais, mais ou menos errantes e a horas desencontradas, poderão ser originadas por uma hiperacidez estomacal, ou seja, um pH desequilibrado para o lado do ácido. Essa hiperacidez (causa e efeito ao mesmo tempo) pode, por sua vez, estar na origem de digestões difíceis, mas as digestões difíceis, mantendo muito tempo o bolo alimentar no estômago, podem por sua vez provocar aumento de acidez. Desenha-se aqui uma primeira potenciação de sintomas, sob a forma de um primeiro ciclo vicioso. Acidez do estômago, por sua vez, transmite-se aos outros órgãos e destes a todos os tecidos, incluindo o sanguíneo (o que poderá ocasionar problemas circulatórios, por exemplo). Mas regressando ao estômago, onde tudo começa, note-se o estreito relacionamento deste órgão com o seu mais directo aliado – o baço-pâncreas - e o fígado/vesícula. É possível que as dores gastrointestinais venham de uma fermentação exagerada e de gases que não são expelidos. Aí, os intestinos que funcionam deficientemente, irão agravar o quadro, somando outra causa de mal-estar e mesmo de cólicas. Se houver gases mas eles forem facilmente expelidos, há menos motivos para dores e mal-estar. A presença de fibras na alimentação (a famosa celulose) desempenha um papel central em todo este complexo processo e em todo este quadro de interdependências.
Mas as fibras na alimentação diária, hoje, são raras, e as pessoas normalmente não se querem aperceber disso. Além de outras funções, as fibras são decisivas em dois aspectos: a) provocam um fluxo biliar que ajuda à lubrificação do intestino e portanto à evacuação; b) facilitam o movimento peristáltico dos intestinos, que ajuda, ele também, à evacuação. Em ambos os casos, diminui os efeitos de fermentações acumuladas. Evacuar duas vezes por dia seria o ritmo ideal para diminuir as fermentações ao nível do cólon.
Sendo um quadro com várias frentes, também a terapêutica será em várias frentes, incluindo:
1 - Todos os alimentos que equilibram o PH (acidez/alcalinidade)
2 - Uma maior quantidade dos alimentos basificantes (alcalinizantes) desde as folhas verdes, aos legumes doces e saladas, e à cebola, rainha dos alcalinizantes
3 - A presença de fibra está incluída na recomendação anterior
4 - Algas em quantidade são também um factor- rei de alcalinização e de correcção do PH: pelo que vai sendo tempo de as pessoas encararem as Algas com menos relutância e vê-las, em último caso, como um «medicamento», difícil de tomar mas que cura: há muitas formas de tomar as algas e a desculpa «não gosto de algas» merece um bom par de açoites
5 - O «Chá» dos Vegetais Doces ( Cebola + Cenoura + Abóbora + Couve, cozidos durante 20 minutos em fogo lento) é um equilibrador do pH, um relaxante da zona do plexo solar e um remineralizador de primeira ordem (a presença do Potássio é indispensável para abrir a molécula das células de forma a que todos os outros minerais entrem)
6 - A propósito de minerais, o melhor é tomá-los nos alimentos que por excelência os têm, mas podem lembrar-se alguns específicos - tomados sob a forma suave de oligoelementos catalíticos - como é o caso, nas perturbações gástricas, do Crómio, indispensável ao bom funcionamento do baço-pâncreas, e portanto à melhoria das digestões (um bom arroto é sinal de uma boa digestão).
7 - Apropósito de digestões, o Papaisan - extracto de Papaia - é um dos mais extraordinários enzimas que se podem juntar na comida (um comprimido a cada refeição): mas a macrobiótica é toda ela um regime de alimentos e suplementos enzimáticos, desde a famosa sopa de miso ao tamari/shoiu (molho de soja): Chucrute também é um bom fornecedor de enzimas e ajuda à emulsão das gorduras. Isto para não falar no enzima mais miraculoso de todos e que tanto desprezamos: a saliva+alimento ensalivado, é alimento pré-digerido (ou quase). Beber água às refeições (ou mesmo sumos sem enzimas) é uma boa forma de liquidar esta primeira e mais importante fonte de enzimas. Três amêndoas torradas a cada refeição, são uma ajuda importante para a digestão.
8 - Falando em emulsão de gorduras, deve notar-se que as gorduras ácidas, as quais o Fígado já é incapaz de metabolizar, contribuem enormemente para o quadro de acidificação geral acima descrito
9 - A macrobiótica não é nenhuma seita: é simplesmente o regime alimentar que reúne todos estes fios e os realiza no dia a dia das refeições, sem matar a cabeça a descobrir o que é que falta agora e o que está agora a mais. Ia sendo tempo de as pessoas mostrarem um lampejo de inteligência, percebendo isto: de contrário, médicos continuarão a encher a mula e os hospitais a estar superlotados. É tempo de politizar a questão da doença: a que o sistema chama saúde. E os jornais repetem,contentes de contribuir para o engano diário do cidadão consumidor
10 - Um produto natural específico - que os há de boa qualidade - pode ser recomendado para diminuir dores eventualmente de origem espasmódica(quais dores não são espasmódicas?): mas a acidez está também na origem dos sindromas espasmódicos, daí o dizer-se que a úlcera, por exemplo, é de origem nervosa: é e não é. Antes de ser uma hipersensibilidade do terreno orgânico (o que tem a ver também com sintomas alérgicos os mais variados) o espasmo é um terreno muito ácido (ou, curiosamente, muito alcalino)
11 – A propósito de extremos, é de notar que qualquer sabor (seja picante, doce, salgado, amargo ou ácido) desde que exagerado é mau para o fígado, que não gosta de sabores exagerados mas gosta (adora) uma polaridade de todos os cinco sabores, conforma os chineses antigos tão bem sabiam: essa é uma das razões porque a alimentação comum é pobre, cega, doente. Sabores e aromas são a expressão energética (vibratória) dos alimentos. Outra razão é a ausência quase total de enzimas, que se podem considerar os mensageiros da informação vital no organismo (tal como os minerais, que são também os pombos correio).
12 - É o momento de repetir que na palavra macrobiótica se junta tudo o que está aqui dito e o que ficou aqui por dizer: se tudo está previsto, só a teimosia das pessoas - em não ver e em não ouvir – as impede de se sentirem bem.
13 - Quando se fala de acidez/alcalinidade, ou seja, do chamado PH, ou seja, do equilíbrio ácido/base,lembram-se os citrinos e a acidez do limão: é bom não esquecer que se trata aqui de reacção ácida e não do toque ao paladar. De facto, o Limão tem reacção (altamente) alcalina como aliás os outros citrinos, nomeadamente a laranja.
14 - As pessoas enlevam-se com os iogurtes, o mercado consegue impor estas modas mais ou menos leiteiras às populações indefesas: se comerem iogurte devem saber que o seu ácido magoa profundamente o fígado. E que a reacção do iogurte é também ácida, dada a proteína animal e a gordura de que é feito
15 - Apropósito: além dos hidratos de carbono (farináceos incluídos), que se transformam em depósitos ácidos, a proteína e a gordura produzem também depósitos ácidos. Michio chama-lhe mucos.
Agravados com fritos, por exemplo, um dos alimentos que, na actual fase do campeonato, deviam ser proibidos mas que todo e qualquer bom português não quer dispensar. Metade das doenças que atafulham consultórios e hospitais, evitavam-se com a supressão dos fritos
16 - Mas ao falar de acidez provocada, é capaz de se colocar a margarina à cabeça da lista, pelo que também devia ser proibida se neste país o poder mandasse: e nesse sentido - reabilitar a margarina - deve ser entendida a recente demagogia de uns alemães que começaram a vociferar, com a ajuda da TSF, contra os azeites portugueses. Tomara a margarina ser tão cancerígena como o azeite. Aliás, na margarina até ácido sulfúrico entra. E os defensores do consumidor dos anos 50 - quando havia defesa do consumidor a sério em vez da  actual - sabiam até que as gorduras hidrogenadas provocam, entre outras coisas, tumores nos ratos.
16 - Ainda ligado à hiperacidez - que se pode considerar mãe de todos os males - tem andado muito na moda, entre os  cientistas, os radicais livres, oxidação da célula a nível molecular, e aos quais o próprio cancro chega a ser atribuído. Oxidação, curiosamente, é o contrário de oxigenação e há que não confundir. É parecida com «ferrugem». Uma oxigenação correcta pode mesmo evitar a oxidação embora não seja suficiente para acabar com ela. No mercado dos tratamentos naturais, há hoje bons produtos contra a oxidação celular e contra os radicais livres: mas à cabeça vem o germânio, rei deles todos, logo seguido do selénio, que até as farmácias já vendem, tão perspicazes são.
17 - Como a deficiência imunitária também está na moda com o boato da sida, é de lembrar que há bons produtos naturais para reforçar a imunidade natural, alguns na base do óleo de tubarão ou qualquer outro cetáceo destes, que os propagandistas da sida deviam comer inteiros e com as barbatanas. Mas se a pessoa corrigir, pura e simplesmente, o seu pH, com um regime natural para o efeito, naturalmente nem precisa de comer tubarões, que além do mais ficam caríssimos.
18 - Relativamente às doenças «graves» de que as pessoas normalmente têm medo - e com razão - (não) são uma fatalidade e apenas podemos tomar medidas profilácticas, as quais passam por toda uma reestruturação dos nossos hábitos e, principalmente, pela forma como encaramos a nossa independência e autocura relativamente à dependência médico-farmacêutica.
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