ECOSFERA 1973
1-3 - 73-04-22-ie> quinta-feira, 5 de Dezembro de 2002-scan
CONTRA A DEMAGOGIA DAS POLUIÇÕES A NOÇÃO DE ECOSFERA NO CENTRO DA UNIDADE DIALÉCTICA(*)
22-04-1973 - O que distingue a Ecomania da Demagogia sobre poluições (e respectivos antipoluentes) é que não existe Ecologia sem a aguda consciência da totalidade e da unidade. Sem profunda noção de Ecosfera. Todo o sistema é posto em causa nos seus fundamentos e não só este ou aquele detrito, este ou aquele fumo, este ou aquele efluente, este ou aquele lixo.
Para a consciência ecológica, cada parte implica todo o (odioso do) Sistema, todo o Ecosistema.
E não há hierarquias: o ruído é tão odioso como os hidrocarbonetos, os antibióticos tão odiosos como o DDT, as mitologias do desporto tão odiosas como as mitologias da política, o reformismo da medicina tão odioso como o reformismo económico, a ciência tão odiosa como a técnica, a mentira dos mass media tão odiosa como a alienação no trabalho, a bomba tão odiosa como as bombas, a guerra tão odiosa como as guerras, a luta contra a Natureza tão odiosa como a luta contra a doença, o combate à inflação tão odioso como o combate à fome, a poluição atmosférica tão odiosa como os slogans publicitários, os aviões tão odiosos como as modas do consumo, a cidade tão odiosa como a fábrica, a escola tão odiosa como a literatura, a oligarquia tão odiosa como a instituição, o telefone tão odioso como o automóvel, o tribunal de menores tão odioso como o tribunal de adultos, o tecnocrata tão odioso como o didacta, o estruturalista tão odioso como o experimentalista, o comerciante tão odioso como o industrial, a industriocracia tão odiosa como o tecnocracia, o ecocídio da Indochina tão odioso como os outros etnocídios, ecocídios e biocídios de outras Indochinas, o colonialismo tão odioso como o neo-colonialismo, o racismo expresso tão odioso como todas as formas de racismo difuso, o autoritarismo tão odioso como o paternalismo, a demagogia das esquerdas tão odiosa como a demagogia das direitas, o escapismo lírico tão odioso como o patriotismo e o fanatismo, o desenvolvimento tão odioso como o subdesenvolvimento (faces da mesma realidade, diria Josué de Castro).
Nesta perda da unidade e da relação dialéctica entre contrários, também Barry Commoner* diagnostica o principal obstáculo à consciência ecológica, que se caracteriza exactamente pela relação de todos os fenómenos vivos.
As palavras de Barry Commoner desfazem os equívocos alimentados pela demagogia sobre poluições e antipoluentes. Essa demagogia só é possível quando se omite o sentido da unidade, a noção de Ecosfera, a indissolúvel cadeia cósmica que une tudo a tudo, o microcosmos ao macrocosmos.
O famoso conceito marxista de reificação só pela noção de Ecosfera se torna imprescindível e transparente. Tudo se separa de tudo, na sociedade capitalista, tudo se aliena e reifica; não existem relações significantes da máquina ao produto e àquele que a utiliza; tudo se pulveriza e atomiza; é a proliferação cancerígena de dados e o congestionamento; é a inflação e, ao mesmo tempo, paradoxalmente (?), o vazio; é qualquer coisa de profundamente errado.
O que o Sistema fez foi, arremedando o Ecossistema e sua estrutura indissolúvel, criar uma falsa cadeia de fatalidades mas contra o Ecossistema, não de harmonia com ele. No fundo, são dois sistemas que se defrontam. O que a demagogia das poluições pretende é impedir essa consciência da unidade, essa noção de Ecosfera.
Contam as crónicas que os adeptos da Unidade, os resistentes à divisão, foram, através dos séculos, a pretexto de manter a ordem (da desordem) acusados de heresia e lançados à fogueira.
A noção de heresia e de satanismo andou sempre ligada à consciência da unidade.
Compreende-se, assim, porque a Ecologia hoje, também, surge como algo de herético e de satânico.
Os próprios marxistas que se reclamam de um materialismo dialéctico, ainda não digeriram esta dificuldade e a demagogia das poluições é também para eles o alibi com que adiam os verdadeiros problemas postos pela Ecologia, problemas da Unidade e da Totalidade dos dois sistemas.
Quando um pretenso marxista se insurge contra o ecomaníaco, devia pensar duas vezes, devia saber que está, pelo menos, a ir contra si próprio.
Quando se noticia o lançamento de detritos radioactivos no oceano - um dos muitos poluentes para os quais não há antipoluentes nem lixeira nem retretes - quando sabemos que são vários países, entre burgueses e socialistas, a fabricar bombas e, portanto, a produzir dejectos - mas não só bombas, "átomos pacíficos" também como dizem os profissionais -, e quando se sabe, porque a ciência deles o diz, que a radioactividade costuma ser mortal (será?) e quando se sabe que toda a vida dos oceanos será destruída quando os recipientes forem destruídos pela acção erosiva das águas e pela altíssima pressão a que ficam sujeitos nos fundos oceânicos - pergunto se a Ecologia é um luxo, uma manobra de distracção e se o ecomaníaco é o louco, o oportunista; pergunto se afinal o crime é nosso, se dos que deitam os resíduos ou dos que, embora não os deitando, logo a seguir os esquecem, ou dizem não ter importância, ou (demagogicamente) afirmam que para todo o poluente há um antipoluente.
Perante factos como o dos detritos radioactivos no Oceano, não há possibilidade, dentro ou fora da Ecologia, queiram uns ou não queiram outros, de tornar reversível (ou recuperável pelo Sistema) uma contestação do Sistema, a radicalização absoluta e irreversível de uma opção. Não há a mais mínima chance de fugir ao pró ou ao contra, de fugir a uma radicalização irreversível.
Não é preciso ter sido o dono das mãos que empurraram os túneis de betão lançados ao mar, tão pouco é preciso ter sido o timoneiro que conduziu o barco, tão pouco é preciso ter sido quem deu a ordem e tomou a decisão do lançamento. O crime vem mais de trás e há outras formas de conivência com ele: ou o silêncio sobre o facto; ou a sua ignorância; ou a sua pretensa solvência e não representatividade; ou a solução do tipo da que a Aerospace preconizou: lançar os detritos em órbita no espaço; ou qualquer outra demagogia antipoluente, venha da Aerospace ou de uma Aerospace equivalente de qualquer outro pais atómico.
Perante este pequeno crime oceânico, não deixará de ser crime um homicídio na Rua de Los Angelos; ou nas masmorras de qualquer ditadura; não deixará de ser crime o ecocídio, o etnocídio e o biocídio de todas as Indochinas do Mundo. Mas não é o ecomaníaco que omite uns e considera outros: para um ecomaníaco ou maníaco da unidade, tudo se liga a tudo e tudo implica tudo, desde que dentro do Sistema. Quem separa, quem pretende separar, mostrar a árvore e ocultar a floresta, quem estabelece hierarquias e pretende que há crime maior e crime menor, é o inimigo da Ecologia.
*Transcrevo o texto de Barry Commoner a que se refere o comentário:
"Um ser vivo que não se adapte à ecosfera não tem nenhuma oportunidade de sobreviver. A crise do ambiente é o sinal de que uma adaptação subtil e complexa, pela qual a vida se liga a tudo o que a rodeia, começou a alterar-se. Logo que os vínculos existentes entre os diversos organismos vivos e entre todos os organismos e o seu meio começaram a romper-se, as trocas energéticas de que depende a existência de todo o conjunto começaram a diminuir e em outros pontos a interromper-se.
Porque é que, após milhões de anos de uma coexistência harmoniosa, as relações entre os seres vivos e o seu ambiente terrestre começaram a alterar-se? Quando começou a desfiar-se esta rede que é a ecosfera? Até onde pros seguirá este processo? Como é possível interrompê-lo e reparar as malhas caídas?
Compreender o que é a ecosfera apresenta dificuldades, pelo facto de que se trata de uma realidade bastante curiosamente estranha ao pensamento moderno. Acostumámo-nos a pensar em acontecimentos independentes e particulares, ligando-se cada um a uma causa única e singular. Mas na ecosfera cada efeito é igualmente a causa: a pele de um animal transforma-se em alimento para as bactérias do solo; o que é elaborado pelas bactérias vai alimentar as plantas.
É difícil, nesta era da técnica, fazer entrar no quadro da experiência humana os ciclos da ecologia, uma vez que não vemos senão produtos que são criados por máquinas e que pomos de lado depois de servir; e não existe então mais relação significante da máquina ao produto ou ao que o utiliza.
Aí descobre-se o mais grave defeito da vida do homem na ecosfera. Rompemos o ciclo (círculo) da vida, transformando os seus ciclos eternos em uma suite linear de eventos feitos pela mão do homem: o petróleo é extraído do solo, destilado e transformado em gasolina que os motores queimam e transformam em fumos nocivos que se expandem na atmosfera. O processus completa-se peta invasão de um smog destruidor. Pela acção do homem, os ciclos da ecosfera sofrem muitos outros atentados - produtos químicos tóxicos, águas de esgotos, acumulação de dejectos - que testemunham o nosso poder de rasgar este tecido ecológico que, após milhões de anos, perpetua a vida do planeta".
BARRY COMMONER
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(*) Este texto de Afonso Cautela, a que não retiro hoje uma vírgula, foi publicado no livro edição do autor, «Contributo à Revolução Ecológica», Paço de Arcos, 1976
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CONTRA A DEMAGOGIA DAS POLUIÇÕES A NOÇÃO DE ECOSFERA NO CENTRO DA UNIDADE DIALÉCTICA(*)
22-04-1973 - O que distingue a Ecomania da Demagogia sobre poluições (e respectivos antipoluentes) é que não existe Ecologia sem a aguda consciência da totalidade e da unidade. Sem profunda noção de Ecosfera. Todo o sistema é posto em causa nos seus fundamentos e não só este ou aquele detrito, este ou aquele fumo, este ou aquele efluente, este ou aquele lixo.
Para a consciência ecológica, cada parte implica todo o (odioso do) Sistema, todo o Ecosistema.
E não há hierarquias: o ruído é tão odioso como os hidrocarbonetos, os antibióticos tão odiosos como o DDT, as mitologias do desporto tão odiosas como as mitologias da política, o reformismo da medicina tão odioso como o reformismo económico, a ciência tão odiosa como a técnica, a mentira dos mass media tão odiosa como a alienação no trabalho, a bomba tão odiosa como as bombas, a guerra tão odiosa como as guerras, a luta contra a Natureza tão odiosa como a luta contra a doença, o combate à inflação tão odioso como o combate à fome, a poluição atmosférica tão odiosa como os slogans publicitários, os aviões tão odiosos como as modas do consumo, a cidade tão odiosa como a fábrica, a escola tão odiosa como a literatura, a oligarquia tão odiosa como a instituição, o telefone tão odioso como o automóvel, o tribunal de menores tão odioso como o tribunal de adultos, o tecnocrata tão odioso como o didacta, o estruturalista tão odioso como o experimentalista, o comerciante tão odioso como o industrial, a industriocracia tão odiosa como o tecnocracia, o ecocídio da Indochina tão odioso como os outros etnocídios, ecocídios e biocídios de outras Indochinas, o colonialismo tão odioso como o neo-colonialismo, o racismo expresso tão odioso como todas as formas de racismo difuso, o autoritarismo tão odioso como o paternalismo, a demagogia das esquerdas tão odiosa como a demagogia das direitas, o escapismo lírico tão odioso como o patriotismo e o fanatismo, o desenvolvimento tão odioso como o subdesenvolvimento (faces da mesma realidade, diria Josué de Castro).
Nesta perda da unidade e da relação dialéctica entre contrários, também Barry Commoner* diagnostica o principal obstáculo à consciência ecológica, que se caracteriza exactamente pela relação de todos os fenómenos vivos.
As palavras de Barry Commoner desfazem os equívocos alimentados pela demagogia sobre poluições e antipoluentes. Essa demagogia só é possível quando se omite o sentido da unidade, a noção de Ecosfera, a indissolúvel cadeia cósmica que une tudo a tudo, o microcosmos ao macrocosmos.
O famoso conceito marxista de reificação só pela noção de Ecosfera se torna imprescindível e transparente. Tudo se separa de tudo, na sociedade capitalista, tudo se aliena e reifica; não existem relações significantes da máquina ao produto e àquele que a utiliza; tudo se pulveriza e atomiza; é a proliferação cancerígena de dados e o congestionamento; é a inflação e, ao mesmo tempo, paradoxalmente (?), o vazio; é qualquer coisa de profundamente errado.
O que o Sistema fez foi, arremedando o Ecossistema e sua estrutura indissolúvel, criar uma falsa cadeia de fatalidades mas contra o Ecossistema, não de harmonia com ele. No fundo, são dois sistemas que se defrontam. O que a demagogia das poluições pretende é impedir essa consciência da unidade, essa noção de Ecosfera.
Contam as crónicas que os adeptos da Unidade, os resistentes à divisão, foram, através dos séculos, a pretexto de manter a ordem (da desordem) acusados de heresia e lançados à fogueira.
A noção de heresia e de satanismo andou sempre ligada à consciência da unidade.
Compreende-se, assim, porque a Ecologia hoje, também, surge como algo de herético e de satânico.
Os próprios marxistas que se reclamam de um materialismo dialéctico, ainda não digeriram esta dificuldade e a demagogia das poluições é também para eles o alibi com que adiam os verdadeiros problemas postos pela Ecologia, problemas da Unidade e da Totalidade dos dois sistemas.
Quando um pretenso marxista se insurge contra o ecomaníaco, devia pensar duas vezes, devia saber que está, pelo menos, a ir contra si próprio.
Quando se noticia o lançamento de detritos radioactivos no oceano - um dos muitos poluentes para os quais não há antipoluentes nem lixeira nem retretes - quando sabemos que são vários países, entre burgueses e socialistas, a fabricar bombas e, portanto, a produzir dejectos - mas não só bombas, "átomos pacíficos" também como dizem os profissionais -, e quando se sabe, porque a ciência deles o diz, que a radioactividade costuma ser mortal (será?) e quando se sabe que toda a vida dos oceanos será destruída quando os recipientes forem destruídos pela acção erosiva das águas e pela altíssima pressão a que ficam sujeitos nos fundos oceânicos - pergunto se a Ecologia é um luxo, uma manobra de distracção e se o ecomaníaco é o louco, o oportunista; pergunto se afinal o crime é nosso, se dos que deitam os resíduos ou dos que, embora não os deitando, logo a seguir os esquecem, ou dizem não ter importância, ou (demagogicamente) afirmam que para todo o poluente há um antipoluente.
Perante factos como o dos detritos radioactivos no Oceano, não há possibilidade, dentro ou fora da Ecologia, queiram uns ou não queiram outros, de tornar reversível (ou recuperável pelo Sistema) uma contestação do Sistema, a radicalização absoluta e irreversível de uma opção. Não há a mais mínima chance de fugir ao pró ou ao contra, de fugir a uma radicalização irreversível.
Não é preciso ter sido o dono das mãos que empurraram os túneis de betão lançados ao mar, tão pouco é preciso ter sido o timoneiro que conduziu o barco, tão pouco é preciso ter sido quem deu a ordem e tomou a decisão do lançamento. O crime vem mais de trás e há outras formas de conivência com ele: ou o silêncio sobre o facto; ou a sua ignorância; ou a sua pretensa solvência e não representatividade; ou a solução do tipo da que a Aerospace preconizou: lançar os detritos em órbita no espaço; ou qualquer outra demagogia antipoluente, venha da Aerospace ou de uma Aerospace equivalente de qualquer outro pais atómico.
Perante este pequeno crime oceânico, não deixará de ser crime um homicídio na Rua de Los Angelos; ou nas masmorras de qualquer ditadura; não deixará de ser crime o ecocídio, o etnocídio e o biocídio de todas as Indochinas do Mundo. Mas não é o ecomaníaco que omite uns e considera outros: para um ecomaníaco ou maníaco da unidade, tudo se liga a tudo e tudo implica tudo, desde que dentro do Sistema. Quem separa, quem pretende separar, mostrar a árvore e ocultar a floresta, quem estabelece hierarquias e pretende que há crime maior e crime menor, é o inimigo da Ecologia.
*Transcrevo o texto de Barry Commoner a que se refere o comentário:
"Um ser vivo que não se adapte à ecosfera não tem nenhuma oportunidade de sobreviver. A crise do ambiente é o sinal de que uma adaptação subtil e complexa, pela qual a vida se liga a tudo o que a rodeia, começou a alterar-se. Logo que os vínculos existentes entre os diversos organismos vivos e entre todos os organismos e o seu meio começaram a romper-se, as trocas energéticas de que depende a existência de todo o conjunto começaram a diminuir e em outros pontos a interromper-se.
Porque é que, após milhões de anos de uma coexistência harmoniosa, as relações entre os seres vivos e o seu ambiente terrestre começaram a alterar-se? Quando começou a desfiar-se esta rede que é a ecosfera? Até onde pros seguirá este processo? Como é possível interrompê-lo e reparar as malhas caídas?
Compreender o que é a ecosfera apresenta dificuldades, pelo facto de que se trata de uma realidade bastante curiosamente estranha ao pensamento moderno. Acostumámo-nos a pensar em acontecimentos independentes e particulares, ligando-se cada um a uma causa única e singular. Mas na ecosfera cada efeito é igualmente a causa: a pele de um animal transforma-se em alimento para as bactérias do solo; o que é elaborado pelas bactérias vai alimentar as plantas.
É difícil, nesta era da técnica, fazer entrar no quadro da experiência humana os ciclos da ecologia, uma vez que não vemos senão produtos que são criados por máquinas e que pomos de lado depois de servir; e não existe então mais relação significante da máquina ao produto ou ao que o utiliza.
Aí descobre-se o mais grave defeito da vida do homem na ecosfera. Rompemos o ciclo (círculo) da vida, transformando os seus ciclos eternos em uma suite linear de eventos feitos pela mão do homem: o petróleo é extraído do solo, destilado e transformado em gasolina que os motores queimam e transformam em fumos nocivos que se expandem na atmosfera. O processus completa-se peta invasão de um smog destruidor. Pela acção do homem, os ciclos da ecosfera sofrem muitos outros atentados - produtos químicos tóxicos, águas de esgotos, acumulação de dejectos - que testemunham o nosso poder de rasgar este tecido ecológico que, após milhões de anos, perpetua a vida do planeta".
BARRY COMMONER
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(*) Este texto de Afonso Cautela, a que não retiro hoje uma vírgula, foi publicado no livro edição do autor, «Contributo à Revolução Ecológica», Paço de Arcos, 1976
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