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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-03-21

PLUTÓNIO 1981

5248 bytes 3841 caracteres janº-81 > os dossiês do silêncio - inéditos ac - balanços do apocalipse - esboços - forum dos aflitos - a leste e a oeste: em pleno gulag nuclear, o imperialismo tecnofascista das grandes potências

CARTA DE UM AFECTADO PELA RADIOACTIVIDADE À SENHORA MINISTRA DO AMBIENTE - PEQUENO MANIFESTO SOBRE O ÁTOMO PACÍFICO

[É bem perceptível o destinatário deste recado, os estalinistas, que levaram estes anos todos de Gulag português a desviar as questões da sua real prioridade e a encobrir com problemas de médio e longo e prazo os problemas mais prementes]

25/Fevereiro/1981 (21/3/1997)

Como cidadão a que puseram o carimbo de Contribuinte
Como consumidor diário de electricidade diariamente enganado pelos aparelhos diários de propaganda e de intoxicação pró Electro-nuclear
Como Rato das herdades que serve diariamente de Cobaia às experiências científicas de técnicos, engenheiros, cientistas e outros grandes filhos da Pátria
Como
(...)
manifesto e proclamo o que penso a respeito do terror nuclear e da escalada imperialista, a Leste e a Oeste, do Estado do Plutónio:
1 - Quando um simples erro de computador é suficiente para fazer estalar uma guerra nuclear, à qual ninguém escaparia segundo os cálculos daqueles cientistas, parece-me platónica qualquer discussão sobre o local onde os armamentos podem ou não podem estacionar
2 - A partir do momento que se defende como necessária ou lícita a indústria pesada em geral e a indústria nuclear em particular - e a menos que os engenheiros da indústria nuclear se decidam a comer o Plutónio que dejectam, pelas centrais nucleares que instalaram - parece-me bizantina qualquer discussão sobre as bombas que há, ou não há, e onde as armazenar; se há Plutónio, há bombas; e se há centrais nucleares pacíficas, há Plutónio. A partir daqui bem pode a juventude comunista protestar contra o armamento
3 - Uma vez colocado o Plutónio no centro da questão, outros problemas, mais terra-a-terra, do que os do armamento, se põem ao cidadão comum:
a) Um desses problemas é o da Guerra Sísmica que há [16] anos temos de gramar, sem que ninguém diga «basta» e com os cientistas todos, os sismologistas todos, totalmente vendidos, a Ladrar que não há relação entre bombas subterrâneas (a reciclagem do Plutónio!!!) e Terremotos
b) Outro problema é o dos Sobreregenadores, única via que a indústria nuclear, em total falência económica, diz ter encontrado para superar a crise: de facto, e com o Urânio a acabar-se, a indústria nuclear tem que escalar pelo Sobre-regenerador acima, nele metendo, para reciclagem, o Plutónio que lhe sai das centrais nucleares e que lhe sobra das bombas destinadas a produzir Sismos sob o nome de «testes nucleares»
c) Outro problema resultante do Plutónio é o dos cemitérios atómicos e a necessidade de manter em stock os resíduos radioactivos para os quais não há armazenamento possível
d) E aqui dois outros problemas derivados destes surgem concretamente para Portugal: um é o dos contentores com resíduos radioactivos que a CEE vem despejar na fossa dos Açores e ao largo da Galiza; o outro, é o das 3 centrais que Espanha está a instalar nos três rios portugueses, o cemitério de resíduos de Salamanca e sabe-se lá que mais, porque nada se sabe do acordo secreto assinado entre Lisboa e Madrid
4) Perante estas situações, muito reais, muito concretas e que já estão em cima de nós, o menos que, enquanto cidadão afectado, eu posso considerar das campanhas sobre o armamento é que são «manobras de distracção»: muito antes que um porta-aviões nuclear americano venha para Lisboa, Sines ou Lagos; muito antes que a NATO ou o Pacto de Varsóvia venham instalar aqui a sua porcaria; muito antes que o Computador do Pentágono se avarie e os mísseis comecem a chover em cima das nossas cabeças, já cá temos e há muito tempo, a guerra santa das santas potências que, com o seu chamado «átomo pacífico», declararam, em Hiroxima, vai para [36] anos, a guerra total chamada guerra ecológica contra o Planeta e a Espécie Humana.
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