SOFISMAS 1988
88-03-19-ie-di> = diário de ideias - sábado, 23 de Novembro de 2002-scan
MAIS ALGUNS SOFISMAS SOBRE O PROGRESSO
[19-3-1988, publicado?]
Temos que viver com o progresso que temos.
Com esta máxima, a Tecnocracia em geral e a Biocracia médica em particular, justificam o fatalismo daquilo a que chamam (linha única da) Evolução.
A tese é, no entanto, destruída face às linhas de Evolução dadas por outras civilizações, culturas, povos, filosofias, ao lado das quais o vómito judaico-cristão, greco-romano e científico-industrial é apenas um equívoco passageiro.
Porque teimam em nos tapar o sol com uma peneira?
Isso prova que aquilo que a Tecnocracia mais teme é a Cultura. E esta civilização nega o diálogo com outras civilizações inegavelmente superiores porque (mais) civilizadas.
Temos que viver com os holocaustos que fabricamos.
À escola nacional, regional ou local, a Holocaustomania serve-se da Protecção Civil, da Caritas, da Cruz Vermelha e até dos Bombeiros para continuar habituando o cidadão à catástrofe. Para banalizar a catástrofe.
Experiências com terremotos e outras catástrofes simuladas colocam o cidadão na situação de cobaia em que o Tecnocracia tanto gosta de o meter.
Com o filme "A Teia" pretendeu-se um murro ainda mais violento no plexo solar.
Que se pretende uma "habituação" é inegável, como inegável é que essa habituação tem três vertentes:
1 - Atemorizar e ter mais dóceis nas mãos do Poder os cidadãos acoçados
2 - Prevendo-se uma catástrofe enorme, o cidadão já nem sente as da rotina
3 - Encenando teatros de protecção civil, a Tecnocracia mostra que afinal pensa em nós e é amiga do povo.
Temos que viver com as catástrofes que temos: lema do conformismo e da unideologia do pensamento único.
Homem, cobaia da Medicina: manipula o teu próximo como a ti mesmo
Experimentando sempre novos medicamentos, a Medicina faz dos doentes as suas próprias cobaias.
Mas toda a terapêutica sintomática faz do doente uma cobaia.
E toda a tecnologia perigosa não fará do homem cobaia?
Homem, Cobaia da Ciência - Manipula o teu próximo como a ti mesmo
Com este mandamento fundamental da Ecologia Humana, começam todos os evangelhos da Tecnocracia totalitária..
Com a manipulação tecnocrática e tecno-trónica do homem pelo homem, não só se eterniza a exploração do homem pelo homem (pelo capitalismo de Estado dito socialista) como se fecha o ciclo de uma sociedade (unidimensional) que, baseada na ciência, na técnica e no rigor matemático, terá necessariamente que ser, a curto prazo, uma sociedade fechada.
A política enquanto ciência de rigor deve levar à sociedade perfeita ideal que tem como imperativo irreversível a liquidação do livre arbítrio individual, a liquidação das pessoas e a sua substituição por números.
É inegável que uma sociedade cientificamente perfeita liquidará o factor humano que não é cientificamente perfeito.
Doses mínimas admissíveis (que) autorizam a matar
Ao escândalo dos crimes que a indústria em geral e a química em particular vão produzindo, responde a indústria médica com o sofisma das doses mínimas admissíveis.
Quando já não é possível negar que a sociedade industrial mata, organizações internacionais (O.M.S., F.A.O., C.E.E., O.C.D.E., Conselho da Europa, etc ) publicam tabelas com as doses mínimas admissíveis e recomendadas para que a morte não seja fulminante e reveladora (causa e efeito muito próximos) mas lenta, adiada, difusa, para que os responsáveis pelo crime industrial não fiquem assim directamente na mira das vítimas.
Como referia por exemplo um especialista do Ambiente, Santos Mota, referindo-se à contaminação por marés negras,"o derrame instantâneo (...)impressiona muito mais fortemente a opinião pública, do que as consequências gravíssimas mas incontabilizáveis de um lento e discreto derrame 4 vezes maior, espaçado geográfica e temporalmente ao longo de cada ano de prevaricações."
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MAIS ALGUNS SOFISMAS SOBRE O PROGRESSO
[19-3-1988, publicado?]
Temos que viver com o progresso que temos.
Com esta máxima, a Tecnocracia em geral e a Biocracia médica em particular, justificam o fatalismo daquilo a que chamam (linha única da) Evolução.
A tese é, no entanto, destruída face às linhas de Evolução dadas por outras civilizações, culturas, povos, filosofias, ao lado das quais o vómito judaico-cristão, greco-romano e científico-industrial é apenas um equívoco passageiro.
Porque teimam em nos tapar o sol com uma peneira?
Isso prova que aquilo que a Tecnocracia mais teme é a Cultura. E esta civilização nega o diálogo com outras civilizações inegavelmente superiores porque (mais) civilizadas.
Temos que viver com os holocaustos que fabricamos.
À escola nacional, regional ou local, a Holocaustomania serve-se da Protecção Civil, da Caritas, da Cruz Vermelha e até dos Bombeiros para continuar habituando o cidadão à catástrofe. Para banalizar a catástrofe.
Experiências com terremotos e outras catástrofes simuladas colocam o cidadão na situação de cobaia em que o Tecnocracia tanto gosta de o meter.
Com o filme "A Teia" pretendeu-se um murro ainda mais violento no plexo solar.
Que se pretende uma "habituação" é inegável, como inegável é que essa habituação tem três vertentes:
1 - Atemorizar e ter mais dóceis nas mãos do Poder os cidadãos acoçados
2 - Prevendo-se uma catástrofe enorme, o cidadão já nem sente as da rotina
3 - Encenando teatros de protecção civil, a Tecnocracia mostra que afinal pensa em nós e é amiga do povo.
Temos que viver com as catástrofes que temos: lema do conformismo e da unideologia do pensamento único.
Homem, cobaia da Medicina: manipula o teu próximo como a ti mesmo
Experimentando sempre novos medicamentos, a Medicina faz dos doentes as suas próprias cobaias.
Mas toda a terapêutica sintomática faz do doente uma cobaia.
E toda a tecnologia perigosa não fará do homem cobaia?
Homem, Cobaia da Ciência - Manipula o teu próximo como a ti mesmo
Com este mandamento fundamental da Ecologia Humana, começam todos os evangelhos da Tecnocracia totalitária..
Com a manipulação tecnocrática e tecno-trónica do homem pelo homem, não só se eterniza a exploração do homem pelo homem (pelo capitalismo de Estado dito socialista) como se fecha o ciclo de uma sociedade (unidimensional) que, baseada na ciência, na técnica e no rigor matemático, terá necessariamente que ser, a curto prazo, uma sociedade fechada.
A política enquanto ciência de rigor deve levar à sociedade perfeita ideal que tem como imperativo irreversível a liquidação do livre arbítrio individual, a liquidação das pessoas e a sua substituição por números.
É inegável que uma sociedade cientificamente perfeita liquidará o factor humano que não é cientificamente perfeito.
Doses mínimas admissíveis (que) autorizam a matar
Ao escândalo dos crimes que a indústria em geral e a química em particular vão produzindo, responde a indústria médica com o sofisma das doses mínimas admissíveis.
Quando já não é possível negar que a sociedade industrial mata, organizações internacionais (O.M.S., F.A.O., C.E.E., O.C.D.E., Conselho da Europa, etc ) publicam tabelas com as doses mínimas admissíveis e recomendadas para que a morte não seja fulminante e reveladora (causa e efeito muito próximos) mas lenta, adiada, difusa, para que os responsáveis pelo crime industrial não fiquem assim directamente na mira das vítimas.
Como referia por exemplo um especialista do Ambiente, Santos Mota, referindo-se à contaminação por marés negras,"o derrame instantâneo (...)impressiona muito mais fortemente a opinião pública, do que as consequências gravíssimas mas incontabilizáveis de um lento e discreto derrame 4 vezes maior, espaçado geográfica e temporalmente ao longo de cada ano de prevaricações."
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