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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-02-19

DEEP ECOLOGY 1991

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20-2-1991

6 IDEIAS-FORÇA DO REALISMO ECOLÓGICO

1 - O mais ecológico é o mais económico -- e viceversa -- como a análise energética demonstra. Não é uma questão ideológica, é uma questão física. A Natureza não desperdiça e reaproveitar os desperdícios, sendo outra ideia-chave, outra ideia-força do realismo ecologista, é também e necessariamente uma lei fundamental da Natureza.


2 - O Cancro está no ambiente, todas as doenças estão no ambiente. Mudar o ambiente é, portanto, a única política de saúde possível e realista, que não queira reduzir-se a mero combate à doença. Não se combatem doenças criadas pelo ambiente, deixando o ambiente na mesma ou de mal a pior.

3 - Todos os produtos derivados do petróleo são cancerígenos. Que sociedade se quer construir com base no petróleo além de uma sociedade cancerosa?

4 - A pequena exploração agrícola, o tear, a banca do artesão são, enquanto trabalho livre, os últimos baluartes da liberdade humana. F. Schumacher não inventou nada de novo ao lemrar que o «small is beautiful», ideia-força do ecorealismo.

5 - Não-alinhamento com blocos do imperialismo ideológico, independência e autosuficiência, autonomia e autogestão são ideias-chave de um movimento alternativo que pretenda uma mudança qualitativa. Qualidade de Vida que não decorra daquelas premissas é mera retórica de político e mera fraude.

6 - Diversidade na unidade, equilíbrio no movimento são ideias-força de um projecto inspirado no realismo ecológico.

7 - Poluição, ópio da Ecologia. - O célebre princípio «poluidor-pagador», recomendado por organizações como a OCDE e a CEE tem, para lá da sua aparente inocência, dois objectivos estratégicos de largo alcance no sentido de manter e prorrogar o sistema devorador de ecossistemas.
São esses objectivos:
a) Mostrar que o sistema se preocupa em defender o ambiente e que dá, portanto, resposta às «aspirações populares», ao protesto das populações e dos grupos ambientalistas, ponto de honra este que a social-democracia europeia se esforça por aparentar (a portuguesa nem sequer as aparências guarda);
b) Eliminar da concorrência as empresas mais pequenas que, não podendo munir-se dos equipamentos antipoluição, pelo seu alto custo, acabam por ficar sujeitas à severa legislação antipoluição ou, pura e simplesmente, desaparecer por inanição.
Este objectivo, que dificilmente se descortina nas políticas oficiais do Ambiente mas que neles se encontre implícito, é aparentemente de inspiração social-democrata mas conduz ao desiderato oculto da social-democracia: alimentar e promover os monopólios industriais.
«Poluidor, pagador», o célebre princípio de uma política do ambiente social-democrata que não chegou a Portugal, mantém-se assim o principal promotor da entrega às grandes multinacionais de médias e pequenas indústrias, a pretexto de poluição e de combater a poluição.
[Ver entrevista com Carlos Pimenta e reportagem no Alviela]
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