SISTEMA 1991
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O SISTEMA QUE VIVE DE IR MATANDO OS ECOSSISTEMAS
# MANIFESTO DA UNIDEOLOGIA
# MANIFESTO MULTI-MEDIA
# LÓGICA DA PERVERSÃO
#
Lisboa, 1991
O sistema existe para gerir o desperdício, pois dele vive. Mas há, durante o ano, um Dia Mundial da Poupança, em que o sistema manda os jornalistas escrever comoventes elogios da poupança.
O sistema vive de gerir a Doença, porque a doença dá inenarráveis lucros, porque reproduz em cadeia mil outras indústrias, mas, uma vez no ano, festeja, com estrondo, o Dia Mundial da Saúde.
O sistema vive de gerir a Pobreza e a Miséria, mas não há nenhum político, em campanha eleitoral, que não prometa ir combater a Pobreza e a Miséria: se de facto acabassem com elas, o que é que iriam prometer nas próximas eleições?
O sistema vive de gerir o Desemprego, porque se recusa a diminuir horas de trabalho, porque se recusa a dar mais férias e reformas mais cedo, porque se recusa a humanizar o trabalho. Mas, uma vez no ano, assinala o Dia Mundial do Trabalho.
O sistema vive de desperdiçar, mas defende todos os crimes e alienações e opressões em nome da «batalha da produção».
O sistema vive de gerir o Ódio, como se pode ver por todo o romanesco das séries televisivas ou de 99,9% da produção cinematográfica norte-americana, mas de repente é capaz de criar, uma vez no ano, o Dia Mundial do Amor, conforme aos melhores preceitos do Evangelho.
O sistema vive de incentivar o Bairro da Lata, as periferias, os excluídos do Banquete, mas, todos os anos, celebra o Dia Mundial dos Direitos do Homem.
O sistema vive de explorar a Mulher, mas assinala o Dia Mundial da Mulher, tanto como o da Terceira Idade ou o da Criança.
O sistema vive da destruição do Mar, atirando ao Oceano tudo o que é produto químico e radioactivo, cargueiros são afundados propositadamente com cargas tóxicas e perigosas, mas, uma vez no ano, ele canta o Dia Mundial do Mar, e possivelmente entoa um requiem às valentes Baleias e aos inteligentes Golfinhos.
[O movimento Green Peace, sempre activo a dizer que defende os oceanos e as baleias, é financiado pelas multinacionais da Farmácia, como a Hoffman La Roche, responsáveis por alguns dos desastres químicos mais catastróficos como foi o de Seveso.]
O sistema vive de gerir a mais implacável mania da Competição e da Inveja social (em que assenta a luta e a dialéctica de classes), mas depois é capaz de vir um Manuel Sérgio, encomendado pelo sistema, a proclamar que a Solidariedade é uma coisa nova e porreiríssima e que faz um bem enorme à Constipação.
O sistema vive de gerir a Desconfiança, com filmes e serviços de espionagem espalhados por todos os serviços, mas depois é capaz de mandar o escriba de serviço tecer loas heróicas à Confiança, às virtudes da sinceridade, da honestidade, da verticalidade, da inteireza de carácter.
O sistema vive de gerir a Opressão, mas depois invoca a Liberdade de Expressão de Pensamento e, mais uma vez, é capaz de invocar a Carta Universal dos Direitos do Homem.
O sistema vive de incentivar a Caça a todas as espécies animais, nomeadamente as que dão lucros internacionais, como o Elefante ou a Baleia, mas vai com certeza patrocinar, com o mecenato das companhias de Celulose, um Dia de Amor aos Animais, que os jornais, sempre atentos, veneradores e obrigados, ilustram a cores.
O sistema vive de ir matando os ecossistemas, mas todos os servidores impenitentes do sistema, jornalistas e arredores, dão a vida pela Vida, pela Natureza e pelo Ambiente, no Dia Mundial do Ambiente, em favor dos animais, das plantas e dos rios.
O sistema vive de ir pilhando, destruindo e poluindo o Planeta Terra, a que já nem falta a Antárctida, um dos últimos redutos, mas de repente vira defensor da Terra, do Planeta, dos Recursos Naturais.
O sistema vive de incentivar o Cancro -- todo o ambiente hoje é cancerígeno, com os índices crescentes de poluição química e radioactiva -- mas depois diz que está investigando uma nova vacina...contra o Cancro.
O sistema vive de incentivar a Imunodeficiência ( e a imunodepressão, ou imunosupressão) mas depois inventa a sida, causada por um vírus que vem da África e dos Macacos Verdes...
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O SISTEMA QUE VIVE DE IR MATANDO OS ECOSSISTEMAS
# MANIFESTO DA UNIDEOLOGIA
# MANIFESTO MULTI-MEDIA
# LÓGICA DA PERVERSÃO
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Lisboa, 1991
O sistema existe para gerir o desperdício, pois dele vive. Mas há, durante o ano, um Dia Mundial da Poupança, em que o sistema manda os jornalistas escrever comoventes elogios da poupança.
O sistema vive de gerir a Doença, porque a doença dá inenarráveis lucros, porque reproduz em cadeia mil outras indústrias, mas, uma vez no ano, festeja, com estrondo, o Dia Mundial da Saúde.
O sistema vive de gerir a Pobreza e a Miséria, mas não há nenhum político, em campanha eleitoral, que não prometa ir combater a Pobreza e a Miséria: se de facto acabassem com elas, o que é que iriam prometer nas próximas eleições?
O sistema vive de gerir o Desemprego, porque se recusa a diminuir horas de trabalho, porque se recusa a dar mais férias e reformas mais cedo, porque se recusa a humanizar o trabalho. Mas, uma vez no ano, assinala o Dia Mundial do Trabalho.
O sistema vive de desperdiçar, mas defende todos os crimes e alienações e opressões em nome da «batalha da produção».
O sistema vive de gerir o Ódio, como se pode ver por todo o romanesco das séries televisivas ou de 99,9% da produção cinematográfica norte-americana, mas de repente é capaz de criar, uma vez no ano, o Dia Mundial do Amor, conforme aos melhores preceitos do Evangelho.
O sistema vive de incentivar o Bairro da Lata, as periferias, os excluídos do Banquete, mas, todos os anos, celebra o Dia Mundial dos Direitos do Homem.
O sistema vive de explorar a Mulher, mas assinala o Dia Mundial da Mulher, tanto como o da Terceira Idade ou o da Criança.
O sistema vive da destruição do Mar, atirando ao Oceano tudo o que é produto químico e radioactivo, cargueiros são afundados propositadamente com cargas tóxicas e perigosas, mas, uma vez no ano, ele canta o Dia Mundial do Mar, e possivelmente entoa um requiem às valentes Baleias e aos inteligentes Golfinhos.
[O movimento Green Peace, sempre activo a dizer que defende os oceanos e as baleias, é financiado pelas multinacionais da Farmácia, como a Hoffman La Roche, responsáveis por alguns dos desastres químicos mais catastróficos como foi o de Seveso.]
O sistema vive de gerir a mais implacável mania da Competição e da Inveja social (em que assenta a luta e a dialéctica de classes), mas depois é capaz de vir um Manuel Sérgio, encomendado pelo sistema, a proclamar que a Solidariedade é uma coisa nova e porreiríssima e que faz um bem enorme à Constipação.
O sistema vive de gerir a Desconfiança, com filmes e serviços de espionagem espalhados por todos os serviços, mas depois é capaz de mandar o escriba de serviço tecer loas heróicas à Confiança, às virtudes da sinceridade, da honestidade, da verticalidade, da inteireza de carácter.
O sistema vive de gerir a Opressão, mas depois invoca a Liberdade de Expressão de Pensamento e, mais uma vez, é capaz de invocar a Carta Universal dos Direitos do Homem.
O sistema vive de incentivar a Caça a todas as espécies animais, nomeadamente as que dão lucros internacionais, como o Elefante ou a Baleia, mas vai com certeza patrocinar, com o mecenato das companhias de Celulose, um Dia de Amor aos Animais, que os jornais, sempre atentos, veneradores e obrigados, ilustram a cores.
O sistema vive de ir matando os ecossistemas, mas todos os servidores impenitentes do sistema, jornalistas e arredores, dão a vida pela Vida, pela Natureza e pelo Ambiente, no Dia Mundial do Ambiente, em favor dos animais, das plantas e dos rios.
O sistema vive de ir pilhando, destruindo e poluindo o Planeta Terra, a que já nem falta a Antárctida, um dos últimos redutos, mas de repente vira defensor da Terra, do Planeta, dos Recursos Naturais.
O sistema vive de incentivar o Cancro -- todo o ambiente hoje é cancerígeno, com os índices crescentes de poluição química e radioactiva -- mas depois diz que está investigando uma nova vacina...contra o Cancro.
O sistema vive de incentivar a Imunodeficiência ( e a imunodepressão, ou imunosupressão) mas depois inventa a sida, causada por um vírus que vem da África e dos Macacos Verdes...
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