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2006-06-19

QUÂNTICA 1996

parapsi-1> da psicologia à naturologia

O SALTO QUÂNTICO DO NOVO PARADIGMA - PARAPSICOLOGIA + POPULAR

19/7/1996 - A ciência chama-lhe Parapsicologia. As grandes culturas do sagrado conhecem-na, desde as origens, por Magia. Os jornais abrem consultórios de cartomância, rabdomância e vigaromância. A bruxaria em geral vende-se bem. As artes divinatórias, tratando-se do totoloto, têm adeptos militantes. Um serial de fascículos e vídeo - «Enciclopédia de Parapsicologia e Ciências Ocultas» - foi lançado pelas edições Alfa. Na Porto Editora, Domingos Gomes Moreira publica um compêndio escolar «Parapsicologia e Vida Mental». E também no Porto, o «Jornal de Notícias» publica aos domingos os fascículos de ma enciclopédia de Astrologia, subintitulada «Nós, as Nossas Estrelas e as artes místicas».
Com toda esta convergência de interesses, não admira que a Fundação Bial criasse, há dois anos, uma bolsa de investigação experimental, realizasse no Porto o primeiro simpósio «aquém e além cérebro» e uma escola superior de Lisboa tenha em carteira um curso universitário de ciências psicológicas. Os dados estão lançados. Caycedo e Quevedo deixam de ser malditos. Estão perdoados. Podem voltar a defender a sua querida parapsicologia na Universidade Católica.
Quando a Fundação Bial anunciava, em Março de 1994, que iria conceder, durante cinco anos, uma bolsa de investigação em parapsicologia/psicofisiologia, houve uma reacção de surpresa, por parte dos que não estavam acostumados a ver a ciência parapsicológica tratada em pé de igualdade com as outras ciências já reconhecidas e admitidas no âmbito académico-universitário.
Pela primeira vez em Portugal, a Parapsicologia era alvo não só da atenção de um departamento farmacêutico mas também de um incentivo pecuniário à sua investigação em laboratório.

AQUÉM E ALÉM CÉREBRO

Entretanto, a mesma Fundação Bial realizava, no Porto, em Abril de 1996, um «Simpósio aquém e além do cérebro», presidido pelo vice-reitor da Universidade do Porto, Prof. Nuno Grande, tendo convidado para participar reputadas figuras de médicos e cientistas de renome internacional.
Por duas vezes, em 1994 e 1996, foram assim atribuídas bolsas de incentivo à investigação experimental em parapsicologia/psicofisiologia: 40 mil contos para dez grupos de cientistas, e, já este ano, um novo pacote de 100 mil contos para investigação na mesma área.
Luís Portela, presidente da Fundação Bial, avisou que o objectivo era «libertar o ser humano de atrofiantes dependências e de práticas místicas entorpecentes».
Além de Luís Portela e Nuno Grande, evidenciaram-se, no simpósio do Porto, Mário Simões, Carlos Silva, Pedro Polónio e Rodriguez Delgado, estes dois últimos, médicos que certamente não desejariam ver os seus nomes misturados com «práticas místicas entorpecentes».
Nuno Grande, que se notabilizou nas campanhas de apoio a Lurdes Pintasilgo, fez o elogio de Pedro Polónio, apresentando-o como um psiquiatra «com uma visão holística da psiquiatria».
A palavra de ordem, para apoiar e dar bolsas à parapsicologia, seria, portanto, «separar o trigo do joio, através da aplicação do método científico aos fenómenos anómalos.»
Mas também a palavra «holística», que implica o total e não só uma parte do total. Que implica todo o espectro energético e não só o espectro electromagnético. Que abrange tudo o que mexe entre macro e microcosmos.
A jornalista Antónia de Sousa, no «Diário de Notícias», sem que a D. Isabel Stilwell soubesse, falava clandestinamente do salto colectivo que é preciso dar para um novo paradigma: «O pensamento novo exige, sempre, a renúncia aos velhos esquemas mentais. Vai ser necessário um salto colectivo da física de Newton para a física das partículas. Onda e partícula a revelarem-se faces da mesma realidade. Quando nos dizem que o observador pode alterar ou modificar o observado, aí somos devolvidos a nós próprios e àquilo que somos como energia psíquica, tão pouco conhecida.»

CIÊNCIA ENTRE SAGRADO E PROFANO

Conhecer esta energia desconhecida é precisamente o que pretendem alguns métodos actualmente propostos por pensadores que trabalham, em perfeita equidistância, no domínio da ciência e no domínio da Tradição, ou antes: no domínio da ciência profana e no domínio das ciências sagradas. Esse é o salto para um novo paradigma. Esse é o salto que um curso de ciências parapsicológicas terá hoje que efectuar. Esse é o salto realizado por Etienne Guillé. Com ousadia e coragem, com prudência e cautela.
A investigação experimental realizada, nos últimos 50 anos, em países como os Estados Unidos, a ex-Alemanha Federal e a ex-União Soviética, deu à Parapsicologia um novo fôlego mas também contribuiu para a rodear de novas limitações.
Os fenómenos do infra e do supra consciente ganharam o estatuto «científico» mas confinaram-se (reduziram-se), supersticiosamente, àquilo que a tecnologia material pode detectar e analisar em laboratório.
Ora acontece que o ser humano é o teledetector por excelência, o único aparelho, o único medianeiro - médium - capaz de medir, analisar e detectar o espectro total das energias vibratórias, entre macro e microcosmos, como aliás o disseram as grandes tradições e culturas, como aliás o fizeram as ciências sagradas de todos os tempos: alquimia, magia, astrosofia, aritmosofia, kaballah. O ser humano - dizem alguns mais radicais - foi mesmo unica e exclusivamente criado para medianeiro entre macro e microcosmos. «O que está em cima é igual ao que está em baixo» (Hermes Trismegisto).
A ciência, utilizando a tecnologia material mais sofisticada, não consegue detectar mais nenhumas frequências vibratórias além (e aquém) do espectro electromagnético.
Os métodos iniciáticos fazem do ser humano o aparelho de medida de todas as energias, sem discriminação de cor, sexo, idade ou raça... Por isso se diz, desde xamãs da Sibéria a hierofantes egípcios, que a iniciação é vi(d)a árdua e difícil. E nada tem de místico nem de extático (com x).
No Ocidente, a única corrente que colocou o ser humano como «aparelho» mediador entre o micro e o macrocosmos foi o espiritismo de Allan Kardec. Mas a experiência mediúnica do espiritismo nunca pretendeu ser científica e contentou-se com um empirismo vulgar(izante).
Limitado ao corpo astral - um dos 6 corpos subtis, segundo Rudolfo Steiner - as energias de mais alta frequência continuaram a ser-lhe estranhas. Como continuam a ser estranhas para todas as escolas energéticas hoje no mercado.
A Parapsicologia ensina-se já em universidades mas perdeu o halo de maravilhoso e transcendente que lhe é inerente e que a tradição místico-iniciática lhe dera.
Enquanto o estudo das energias se limitar ao espectro electromagnético - único detectável pelos aparelhos de medida experimental - a parapsicologia não vai além de uma psicologia do consciente, do mental, do racional. Pouco mais do que faz a Psicologia já admitida nos manuais escolares e nas clínicas médicas.

PSICOLOGIA ALARGADA

É evidente que o psiquismo humano não se reduz ao consciente: mas também não se limita ao inconsciente que os psicanalistas e surrealistas assinalaram, mesmo o oceânico inconsciente colectivo de Carl Gustav Jung.
A psicanálise redutora de Freud vai até às memórias de infância, quando, como assinala Etienne Guillé, há memórias marcantes no ADN da célula, de pelo menos 7 civilizações, incluindo a pátria delas todas, a Lemúria.
São as memórias ou energias negativas que causam a doença. E a verdadeira parapsicologia deverá mediatizar - mediunizar - essas informações, essas memórias, essas energias, se quiser, verdadeiramente, curar. Foi assim que o ensinaram e fizeram as medicinas sagradas, os métodos iniciáticos das grandes culturas.
O homem ocidental inventou mil aparelhos na área do espectro electromagnético: mas aquém e além do electromagnetismo, só o ser humano é o aparelho possível, o medianeiro holístico entre céu e terra.
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