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2006-06-18

ECO-OPÇÕES 1991

ecoecon>diario>- [ data do «manifesto alternativo» ] -manifesto do realismo ecológico - - prioridades de uma economia ao serviço do homem

DILEMAS POSTOS À OPÇÃO ECOLOGISTA

18/6/1991 - Uma política ecológica não é propriamente o fim do mundo.
Não é uma remota ficção no horizonte da utopia ou um graal que se procura com muitos dragões pelo caminho.
Uma política ecológica será uma coisa que os jovens hão-de ter que procurar, cada vez mais, à medida que as contradições da sociedade industrial os obrigarem a isso.
A política ecológica, aliás, já existe, mais ou menos dissimulada na política corrente de diversos países.
Só que, em tais casos, aplicam-se apenas pontualmente soluções ou medidas ditas ecológicas e para defesa do Ambiente, num contexto que de ecológico não tem nada.
Em tais casos, não há coerência ecológica entre essas medidas que resultam, portanto, demagógicas ou oportunistas, às vezes, até, eleitoralistas.
Que os governos tomem medidas ditas ecológicas quando elas são directamente simpáticas aos eleitores, até nem é raro e é óbvio. Mas que eles tomem medidas ecológicas de fundo é que constitui raridade.
É para isso -- para uma reconversão ecológica da política -- que os ecologistas têm na sociedade um lugar único, específico, insubstituível.
Eles pressionam o poder, seja ele qual for, a tomar medidas de fundo ecológicas, na certeza de que elas terão de ser tomadas, queiram ou não os governos e as oposições, de direita ou de esquerda, a longo ou a curto prazo, mais tarde ou mais cedo.
Por isso uma estratégia ecológica de desenvolvimento defende:
Prioridade ao sector primário, ao desenvolvimento de pequenas e médias explorações agrícolas, sempre que o dilema seja entre indústria e agricultura;
Prioridade na agricultura às culturas de subsistência, sempre que o dilema seja entre agriculturas industriais esgotantes e culturas alimentares básicas;
Prioridade, nos solos aráveis, a culturas fundamentais, sempre que o dilema seja entre agricultura e turismo, agricultura e parques industriais, agricultura e eucaliptos, agricultura e perímetros militares;
Prioridade ao caminho da autosuficiência alimentar, sempre que o dilema seja entre produzir o que comemos ou importar o que temos de comer;
Prioridade às energias não poluentes, sempre que o dilema seja entre energias que temos e energias que temos de importar;
Prioridade às indústrias menos energívoras e portanto menos poluentes, prioridade às indústrias que gastam menos água;
Prioridade aos direitos das comunidades locais e regionais, sempre que estes entrenm em conflito com os planos nacionais de desenvolvimento;
Para os subscritores do Manifesto Alternativo, trata-se de proclamar a República ecológica, quando estiverem para isso reunidas as condições históricas.
Mas até lá não se trata de manter a mono-arquia do desenvolvimento económico monopolista, logarítmico e exponencial -- apenas com algumas correcções de carácter parcial, pontual ou sectorial.
Pode ser contraproducente -- e desacelerador do processo histórico que conduz à República ecológica -- as soluções de protecção ou defesa, ditas ecológicas, dentro de um contexto totalmente inverso dos princípios ecológicos.
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