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2006-05-04

DOENÇAS 1997

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15-6-1997

DOENÇAS QUE REGRESSAM

«Descrita por Hipócrates, pintada por Boticelii e propagada pelo desenvolvimento industrial, a tuberculose ainda é uma das mais importantes enfermidades sociais da nossa época.»

Isto diz em comunicado de imprensa de 4 de Maio de 1966, a Organização Mundial de Saúde(OMS), que acrescenta:
«Embora em declínio regular, a tuberculose ainda é um importante factor de mortalidade. O número de casos activos desta doença é, actualmente, para todo o mundo, de 10 a 20 milhões em números aproximados. Todos os anos se assinalam 2 a 3 milhões de novos casos e todos os anos morrem de tuberculose 1 a 2 milhões de pessoas. Em certos países assinalam-se entre 30 e 40 casos de morte por cada 100.000 habitantes. »

Informações da Organização Mundial de Saúde salientam o fracasso dos métodos até agora utilizados na luta contra a tuberculose, enquanto investigadores da República Federal da Alemanha assinalam idêntico fenómeno relativamente aos países tropicais.
Um simpósio sobre a tuberculose nesses países, realizado em Dusseldorf, em 1972, concluiu que«enquanto a Quimioterapia, nos últimos dois decénios, permitiu dominar em grande parte as epidemias tropicais anteriormente tão temidas - varíola, cólera, peste e febre amarela - a luta contra a tuberculose continua a ser extremamente difícil.
Nas regiões tropicais da terra, a tuberculose passou em grande parte para o primeiro lugar entre as epidemias; na Índia, por exemplo, quase seis milhões de pessoas sofrem dessa doença. Todos os anos também se regista elevado número de novas infecções, em vários países latino-americanos, sobretudo no Brasil.
Como única das grandes epidemias, a tuberculose sofre a influência positiva ou negativa de um grande número de factores, por exemplo da alimentação e do stress no dia a dia.
O professor Hugo W. Knipping, durante muitos anos director da Clínica Universitária de Colónia, referiu que a tuberculose como epidemia tropical número 1 não é apenas um problema médico-bactereológico mas, sobretudo, um problema social. Em casos de grave subnutrição crónica, mesmo o mais moderno preparado quimioterapêutico - afirma o professor - não pode ganhar terreno na luta contra casos graves.»
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Segundo a OMS, a peste, doença que ameaçou fazer desaparecer a civilização, na Idade Média, constitui ainda hoje um perigo.
A secção regional da OMS para o Pacífico Ocidental, instalada em Manila, avisou que o mundo «está perante a ameaça contínua de surtos explosivos de peste humana.»
Somente em 1966, quase 1330 casos de peste, com 134 mortos, foram anunciados em todo o Mundo. Desse total, 351 casos, incluindo 26 óbitos, foram comunicados do Vietanam do Sul.
A crescente urbanização, com o alargamento das cidades para áreas rurais, onde se encontram animais afectados pela peste, tornou num verdadeiro perigo a disseminação da doença, especialmente nos países em desenvolvimento.
A peste, que é transmitida aos seres humanos pelas pulgas de ratos infectados, tem três formas.
A mais vulgar é a bubónica, encontrada principalmente na fase inicial das epidemias. Os seus sintomas são o inchaço das glândulas linfáticas mais próximas do ponto de mordedura infectada, geralmente nos testículos e nos sovacos.
Outra forma de peste é a pneumónica, assim chamada porque o gérmen invade o organismo através do nariz ou da boca. Esta forma de transmissão «aerotransportada» é geralmente uma fase avançada de uma epidemia.
A forma septicémica, que mata a vítima rapidamente, penetra no organismo através da corrente sanguínea. Foi ela a terrível «morte negra» da Idade Média, porque hemorragias debaixo da pele da vítima causavam pústulas vermelho-escuras de sangue estagnado.
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Segundo a OMS, as doenças venéreas e das vias respiratórias por vírus continuam irradiando pela Europa, não obstante os métodos aplicados para combatê-las.
Sabe-se também segundo o mesmo comunicado que a raiva mostra tendência para se expandir, pelo menos nos países da Europa central. E as infecções intestinais ameaçam gravemente a saúde pública nos países mediterrânicos.
Insiste-se na vigilância sobre os géneros de alimentação.
Os casos de hepatite têm aumentado e não parece até agora terem os médicos conseguido entravar a progressão desta doença. Segundo o parecer de alguns clínicos, a hepatite, tendo embora a presença de um vírus, reputado causador, estaria dependente de alterações do regime alimentar.
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