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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-02-15

HOLÍSTICA 1986

ciência-2-cc> = contra a ciência = crítica da ciência = «ecologia humana, ciência maldita » - os dossiês do silêncio – inédito de 15/2/1986 - 5 estrelas


DA ABORDAGEM SISTÉMICA À HOLÍSTICA - CIÊNCIAS HUMANAS ANDAM NA LUA - I

- Tudo é ambiente
- Não há ciências humanas sem ecologia humana
- Causalidade e Sintomatologia
- Desintoxicar é subverter o sistema de perversões

15/2/1986 - São pura ficção e fantasia as chamadas "Ciências Humanas" (sic) que assentam as suas premissas em concepções do homem não só abstractas e vagas mas historicamente ultrapassadas.
Ciência do homem que não parta da sua mais concreta e profunda situação real a que se chama Ecologia, só pode conduzir à fantasmagoria que são hoje a Sociologia, a Psicologia, a Antropologia, a Medicina e demais ciências ditas do Homem.
O modelo cartesiano do pensamento continua em vigor e deu à luz essas aberrações da Natureza em que muita gente dita séria ainda acredita.
Como é óbvio e alguns já sabem, nenhuma ciência se poderá hoje reivindicar de humana, se não assentar sobre o real concreto, situado e existencial que são, por exemplo, as "cloacas industriais” modernas ou os "pesadelos urbanos".
O comportamento nessas cloacas altera-se, as patologias multiplicam-se, o quotidiano dos viventes é sistematicamente bombardeado de poluições, agressões e violações de direitos os mais variados. De que homem abstracto falam afinal essas ciências?

MIGRANTES DE MARTE

Quando a ciência, por exemplo, analisa ou psicanalisa o indivíduo, no consultório, esquece as inúmeras condicionantes que nele convergem, como se acabasse de chegar de Marte ou da Lua, como se emanasse de um ambiente liofilizado, normal, limpo, equilibrado, saudável, humano...
No diagnóstico científico esquece-se que, diariamente, aquele "paciente" é alvo privilegiado de um autêntico bombardeamento de insultos, poluições e agressões.
É sempre incompleta a lista (negra) dos factores que condicionam o comportamento humano, sujeito a coordenadas definidas de tempo e de lugar. Indicam-se alguns desses factores, a que alguns (poucos) chamam "fascismos quotidianos":

- publicidade explícita mas principalmente publicidade disfarçada de "informação ao consumidor"
- multas, verdadeiros roubos (assaltos) legais praticados pelas autoridades
- bichas a que se obriga o cidadão, obrigado a prazos para pagar coisas a que o obrigam
- ruído, principal destruidor do sistema nervoso
- fisco e sua actualização electrónica e informática (Cartão do Contribuinte)
- chicana partidária que paralisa a vida do País e narcotiza as consciências
- medicamentos e seus efeitos secundários
- pesticidas e sua escalada de morte, fome, miséria, mas tudo isso em nome da fartura e da produtividade
- sismos provocados por rebentamentos subterrâneos de bombas termo-nucleares que as potências testam constantemente
- boatos de guerra nuclear , guerra de nervos que as superpotências lançam para aniquilar, pelo medo, as consciências muito antes de as destruir pelas bombas

CAUSA DAS ENDEMIAS SOCIAIS

Se um jovem ou um adulto comete homicídio, julga-se e condena-se. A instituição, lépida, só vagamente fala, quando fala, do extracto social a que pertence o condenado e lhe criou uma idiossincrasia criminosa.
Os tribunais não fazem mas os sociólogos deviam fazer, de cada criminoso ou delinquente, a despistagem dos factores que lá o conduziram.

Entre outros réus, quem deve ir a tribunal são:
- A macrocefalia urbana e quem a defende ou fomenta
- O imperialismo industrial e quem o defende ou fomenta
- O gigantismo de situações e construções sem escala humana
- O congestionamento de espaços e transportes
- A cidade-cancro, auge da entropia
- Projectos megalómanos que arrastam projectos megalómanos e quem os promove
- Lógica logarítmica do Desperdício e do Absurdo
- Retrocessos humanos dos chamados progressos industriais

Factores mais remotos mas que igualmente se potencializam em concentracionários urbanos e cloacas industriais ( zonas ditas desenvolvidas) podem ser, entre outros:

- Êxodo rural, sangria de reservas humanas (conspiração secular do Tecnocrata contra o Mundo Rural)
- Quando se fala em desenvolver e tal como se tem visto, a única coisa que se desenvolve é o sub-desenvolvimento
- Crescimento de Catástrofes, Doença e Morte tem sido a outra face do crescimento industrial
- A chamada "delinquência juvenil" é apenas o subproduto da delinquência senil
- Às doenças da Macrocefalia, do Gigantismo e da Desertificação chama-se pomposamente "Doenças da Civilização" (O holocausto quotidiano é - dizem-nos - o preço a pagar em vidas e almas pelo progresso)
- Desenvolver , até agora e conforme o proclamam todos os papagaios do desenvolvimento, tem significado apenas destruir

CAMPOS DE CONCENTRAÇÃO

A estrutura do próprio sistema (concentracionário mais do que autoritário) contribui, desde logo, para um terreno psíquico pré-patológico que a ciência estabelecida não reconhece, porque se encontra ela própria, enquanto instituição, enquadrada por outra ou outras destas instituições:
- Escola colectivista não personalizada
- Burocracia incurável de repartições
- Transportes e comunicações em estado crónico de congestionamento
- Sistema energético centralizado, não permitindo o princípio alternativo da auto-suficiência que cria confiança e sentido da responsabilidade
- Assistência médica em hospitais concentracionários ou em serviços com filas de espera intermináveis

O modelo militar de "internamento" ultrapassou a própria instituição e, combinado com o modelo inquisitorial da Igreja, refinou nas novas instituições da "terceira vaga", que informatizam apenas o campo de concentração que outros se tinham limitado a electrificar. Prisão, Escola, Hospital, Asilo, - são, de facto, formas artesanais de um modelo que leva hoje à perfeição, com a informática, o universo concentracionário.


INDICADORES DE CAUSAS PROFUNDAS

O sistema revela-se ao observador por indicadores que são efeitos de causas instaladas: o fumo de uma fábrica apenas indica que há um criminoso por trás dela a inquinar o ambiente...
Isolar das causas os efeitos, encarar os indicadores como entidades em si próprias sem antecedentes nem consequentes, é a habitual metodologia da ciência e da informação corrente.
Para um investigador holístico, são as causas que interessa analisar quando fica perante um qualquer indicador.
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