J. DE CASTRO 1970
josué-1> notícias do futuro - releituras
JOSUÉ DE CASTRO E A URGÊNCIA DE MUDAR(*)
14-8-1970
Josué de Castro voltará a Lisboa neste mês de Agosto. Cidadão do Mundo, ele é hoje a grande voz da esperança que se levanta para falar ao presente dos futuros possíveis.
Desde que em 1951 escreveu «Geopolítica da Fome», o seu pensamento não cessou de evoluir, de acompanhar os acontecimentos e os pressentimentos, de propor cada vez mais interrogações de índole prospectiva.
E quando em Março último, Josué de Castro pronunciou em Lisboa, na Sociedade de Geografia, a sua comunicação sobre «O Futuro Biológico do Homem», não foi surpresa para nós que nela falasse tanto em mutação e em necessidade de mudança, não foi surpresa que um dos mais lúcidos críticos das trágicas carências do mundo contemporâneo olhasse o futuro e dele nos viesse falar, dele exigisse o método, a via, a solução e a salvação.
Entre a explosão demográfica e o sub-desenvolvimento, Josué de Castro vê agora o Terceiro Mundo como a definitiva aposta do homem. Ou mudamos (Josué de Castro falou insistentemente de mutação biológica) ou sucumbimos. O velho adágio «ou cresce, ou morre» é agora mais verdadeiro do que nunca e para o tornar mais nítido, mais óbvio, basta que à palavra «crescer» se acrescentem os seus mais urgentes sinónimos: desenvolver, progredir, evoluir, mudar.
Sem um esforço prospectivo de mentalização (a que Josué de Castro se consagra hoje com a fé do apóstolo, a inteligência do pensador e o rigor do cientista) para uma política planetária, o homem-enquanto-espécie encontrar-se-á no fosso sem saída de que já se anunciam os mais trágicos sintomas em matéria de destruição dos recursos naturais.
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(*) Este texto foi publicado no diário «O Século» (Lisboa) , na rubrica do autor «Etapas para o Ano 2000», em 14/8/1970, e no diário «Notícias da Beira (Moçambique), na rubrica do autor intitulada «Notícias do Futuro» , em 12/8/1970
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JOSUÉ DE CASTRO E A URGÊNCIA DE MUDAR(*)
14-8-1970
Josué de Castro voltará a Lisboa neste mês de Agosto. Cidadão do Mundo, ele é hoje a grande voz da esperança que se levanta para falar ao presente dos futuros possíveis.
Desde que em 1951 escreveu «Geopolítica da Fome», o seu pensamento não cessou de evoluir, de acompanhar os acontecimentos e os pressentimentos, de propor cada vez mais interrogações de índole prospectiva.
E quando em Março último, Josué de Castro pronunciou em Lisboa, na Sociedade de Geografia, a sua comunicação sobre «O Futuro Biológico do Homem», não foi surpresa para nós que nela falasse tanto em mutação e em necessidade de mudança, não foi surpresa que um dos mais lúcidos críticos das trágicas carências do mundo contemporâneo olhasse o futuro e dele nos viesse falar, dele exigisse o método, a via, a solução e a salvação.
Entre a explosão demográfica e o sub-desenvolvimento, Josué de Castro vê agora o Terceiro Mundo como a definitiva aposta do homem. Ou mudamos (Josué de Castro falou insistentemente de mutação biológica) ou sucumbimos. O velho adágio «ou cresce, ou morre» é agora mais verdadeiro do que nunca e para o tornar mais nítido, mais óbvio, basta que à palavra «crescer» se acrescentem os seus mais urgentes sinónimos: desenvolver, progredir, evoluir, mudar.
Sem um esforço prospectivo de mentalização (a que Josué de Castro se consagra hoje com a fé do apóstolo, a inteligência do pensador e o rigor do cientista) para uma política planetária, o homem-enquanto-espécie encontrar-se-á no fosso sem saída de que já se anunciam os mais trágicos sintomas em matéria de destruição dos recursos naturais.
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(*) Este texto foi publicado no diário «O Século» (Lisboa) , na rubrica do autor «Etapas para o Ano 2000», em 14/8/1970, e no diário «Notícias da Beira (Moçambique), na rubrica do autor intitulada «Notícias do Futuro» , em 12/8/1970
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