N. BORLAUG 1972
1-1- 72-07-22-ie> sábado, 4 de janeiro de 2003-scan
NORMAN BORLAUG E OS «HISTÉRICOS» DA ECOLOGIA(*)
[22-7-1972]
Falo hoje do telex internacional e de um Prémio Nobel. "Les Beaux esprits se recontrent".
Norman Borlaug, alto funcionário da F.A.O. (Organismo especializado da ONU., dedicado a prolongar a fome no mundo até depois de ano 2.000) pôs as coisas no seu devido lugar no que respeita ao meio ambiente, poluição e outras humorísticas vesânias que ultimamente a Imprensa (atacada de sinistrose) tem vindo a explorar, no nítido propósito de incendiar as consciências e preparar terreno à subversão.
Muito correcta e lucidamente, o Dr. Borlaug, alto funcionário da FAO, denuncia (em notícia que o próprio "Diário do Alentejo" publicou) os "defensores histéricos do meio ambiente" - assim mesmo, sem papas na língua e sem tirar nem pôr - os quais histéricos acham que se deve proibir o uso dos pesticidas e de produtos químicos na Agricultura..
Borlaug denuncia e condena, como deve fazer um homem lúcido deste tempo e mundo. Lá vai o tempo em que o amor da Natureza tinha adeptos tos entre os leitores de Goethe, Garret e Herman Hesse.
Felizmente, com os progressos da Tecnologia que tanta felicidado veio dar ao homem, com o frenezi da industrialização (que tantas benesses poria no nosso lar, desde o autoclismo à válvula para a banheira), os verdadeiros realistas, homens de rija têmpera e ânimo esclarecido, puseram cobro a esses delíquios líricos e românticos, só próprios de sensibilidades femininas de homens pouco viris ou de invertidos declarados.
Agora há um prémio Nobel, o Dr.. Borlaug, homem forte e de barba rija, que definitivamente põe as coisas no seu lugar: "histéricos" é de facto a palavra justa para aplicar aos defensores do meio ambiente, do equilíbrio entre homem e natureza, de alto à poluição e à depredação. "Histéricos", palermas, suicidas e anti-patriotas, acrescentamos nós.
Que todos meditem nas palavras desassombradas de um homem que tendo sido já Prémio Nobel da Química, merecia agora o prémio de melhor vendedor dos produtos marca DDT.
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(*) Este texto de Afonso Cautela deverá ter ficado inédito e foi escrito na data indicada: 22-7-1972
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NORMAN BORLAUG E OS «HISTÉRICOS» DA ECOLOGIA(*)
[22-7-1972]
Falo hoje do telex internacional e de um Prémio Nobel. "Les Beaux esprits se recontrent".
Norman Borlaug, alto funcionário da F.A.O. (Organismo especializado da ONU., dedicado a prolongar a fome no mundo até depois de ano 2.000) pôs as coisas no seu devido lugar no que respeita ao meio ambiente, poluição e outras humorísticas vesânias que ultimamente a Imprensa (atacada de sinistrose) tem vindo a explorar, no nítido propósito de incendiar as consciências e preparar terreno à subversão.
Muito correcta e lucidamente, o Dr. Borlaug, alto funcionário da FAO, denuncia (em notícia que o próprio "Diário do Alentejo" publicou) os "defensores histéricos do meio ambiente" - assim mesmo, sem papas na língua e sem tirar nem pôr - os quais histéricos acham que se deve proibir o uso dos pesticidas e de produtos químicos na Agricultura..
Borlaug denuncia e condena, como deve fazer um homem lúcido deste tempo e mundo. Lá vai o tempo em que o amor da Natureza tinha adeptos tos entre os leitores de Goethe, Garret e Herman Hesse.
Felizmente, com os progressos da Tecnologia que tanta felicidado veio dar ao homem, com o frenezi da industrialização (que tantas benesses poria no nosso lar, desde o autoclismo à válvula para a banheira), os verdadeiros realistas, homens de rija têmpera e ânimo esclarecido, puseram cobro a esses delíquios líricos e românticos, só próprios de sensibilidades femininas de homens pouco viris ou de invertidos declarados.
Agora há um prémio Nobel, o Dr.. Borlaug, homem forte e de barba rija, que definitivamente põe as coisas no seu lugar: "histéricos" é de facto a palavra justa para aplicar aos defensores do meio ambiente, do equilíbrio entre homem e natureza, de alto à poluição e à depredação. "Histéricos", palermas, suicidas e anti-patriotas, acrescentamos nós.
Que todos meditem nas palavras desassombradas de um homem que tendo sido já Prémio Nobel da Química, merecia agora o prémio de melhor vendedor dos produtos marca DDT.
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(*) Este texto de Afonso Cautela deverá ter ficado inédito e foi escrito na data indicada: 22-7-1972
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