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2006-02-03

MACROBIÓTICA 1997

macro-1> autoterapia – lições de ecologia alimentar y-y - noologia yin-yang: da ecologia humana à ecologia alimentar – fichas de discussão

A CONSERVAÇÃO DOS ALIMENTOS - VANTAGEM DO SISTEMA MACROBIÓTICO

1º EXEMPLO: CARNE DE VACA COM HORMONAS

5/2/1997 – A adulteração deliberada que a indústria realiza, no caso da carne, e a que chama «qualidade» do produto (do ponto de vista estritamente industrial, talvez seja «qualidade»), utiliza dois métodos:
a) Injecção de hormonas
b) Uso de finalizadores
Um desses métodos consiste na aplicação de hormonas femininas sintéticas, mediante injecção ou mediante uma cápsula que contém hormonas e sílicone, de tal forma que, ao libertar-se, provocam a engorda artificial do gado.
Segundo algumas autoridades sanitárias, os efeitos provocados no organismo do consumidor por estas hormonas, são, entre outros, o efeminamento nos homens (perda de barba, mudança de voz, etc) e o cancro do útero nas senhoras.
É muito provável que esteja relacionado com este caso o escândalo verificado, há anos, em Itália, em que crianças de ambos os sexos viram crescer-lhe os seios com alarmante rapidez na altura em que comiam habitualmente certa carne de vitela.
O segundo método de adulterar a carne de vaca, dizendo que se melhora a «qualidade», consiste em misturar na ração produtos químicos chamados finalizadores, que fazem aumentar os animais entre 10% e 20% o seu peso real.
No caso do boi, ele ganha 120 quilos de água .
Os edemas conseguidos com este método fazem com que uma vaca velha pareça vitela: na verdade, trata-se de uma anemia galopante do animal, o qual terá de ser abatido antes que decorram quarenta dias, tempo em que iria com certeza morrer de uma desmineralização (descalcificação) selvagem.

2º exemplo: Marisco com Ácido Bórico

Relativamente ao Marisco, também a indústria alimentar tem processos muito expeditos de «melhorar» a «qualidade» do produto.
Como a vida útil do marisco é apenas de 48 horas a partir do momento em que é extraído do mar, pois, transcorridos estes, começa o processo de putrefacção, principalmente pela cabeça, os industriais do ramo tiveram uma ideia genial: pulverizar gambas e demais mariscos com ácido bórico.
O ácido bórico é um veneno, muito usado para matar baratas, sendo uma dose de 7 gramas suficiente para matar uma pessoa.
Ainda que a morte não ocorra imediatamente, o ácido bórico ataca o sistema nervoso e as células pulmonares, já que este veneno não é eliminado do organismo mas nele se acumula.
Espanha e Portugal são países em que o ácido bórico ainda não foi proibido pelas autoridades de fiscalização sanitária.

MUDANÇA DE REGIME ALIMENTAR:UM CASO DE VIDA OU DE MORTE

O que estes dois exemplos, escolhidos entre centenas de outros, ilustram e evidenciam, é que a mudança de regime alimentar não é só uma questão religiosa ou higiénica, ou de escolha de clube: o dos vegetarianos ou o dos carnívoros.
À luz da ecologia humana que estes dois exemplos evidenciam, a mudança de regime alimentar é uma questão de defesa pessoal e, energeticamente falando, de sobrevivência planetária. Um caso de vida ou de morte.
Não se trata de escolher entre carnívoros e vegetarianos, mas de escolher o regime que apresente menos riscos de envenenamento, intoxicação e sequelas patológicas a curto ou médio prazo. Face aos factores ambientais que modernamente condicionam a saúde e produzem doenças, face às doenças de consumo e da poluição, a escolha do regime alimentar deverá levar em conta esses factores de ecologia humana para que possa considerar-se um sistema de ecologia alimentar.
Até agora, é a macrobiótica que, desse ponto de vista, oferece mais garantias e maior margem de segurança. Até porque tem afinidades - através do princípio único, do yin yang - com a medicina ecológica mais antiga do mundo, a acupunctura.
Se o sistema de alimentação a que Jorge Oshawa chamou macrobiótica não tivesse outros argumentos para se impor aos costumes ocidentais e para provar a verdade e rigor dos seus fundamentos energéticos, em consonância com a Ordem do Universo - a eficácia na cura de muitas doenças, por exemplo - , a demonstração dessa eficácia poderia fazer-se evidenciando os erros e absurdos dos outros regimes alimentares, incluindo os que se consideram vegetarianos, ou lacto-ovo-vegetarianos.

O ALIBI DA CONSERVAÇÃO

Além de dizer que «melhora» o alimento, a indústria tem ainda um outro grande argumento para manipular, adicionar e quimificar os alimentos: é o argumento da conservação.
Sendo a macrobiótica, inspirada na filosofia taoísta, a arte da simplicidade, podemos avaliar a irracionalidade da moderna sociedade de consumo verificando os extremos de complicação a que conduz. A conservação e manipulação dos alimentos é, na sociedade de consumo, um desses processos de complicação, um dos factores que mais contribuem para degradar a qualidade biológica dos alimentos.
Sempre que possível, a macrobiótica indica e aconselha processos caseiros, domésticos e artesanais de conservação. E utiliza os alimentos com menor nível de perecibilidade.
O cereal integral na dieta macrobiótica, por exemplo, é não só pelas virtudes do cereal (base de muitas civilizações) mas porque a sua conservação acarreta, apesar de tudo, menos problemas.
A ordem alimentar macrobiótica não só é mais económica - evitando desperdício de energia - mas, sendo mais saudável, poupa também em medicamentos e hospitais, evitando a doença e os gastos (astronómicos) com a doença, de que tanto nos fala a crise financeira crónica da chamada Segurança Social.
Sendo mais económica - do ponto de vista energético - a macrobiótica é, também e por isso mesmo, mais ecológica. Ao fundamentar uma economia alimentar que certamente poderia corrigir as desumanas distorções entre o mundo dos muito ricos e o mundo dos muito pobres, a macrobiótica é a imagem da simplicidade e da ordem ecológica, sendo a imagem da eficácia.
Enquanto a ciência médica, por exemplo, complica cada vez mais para justificar uma dependência cada vez maior dos doentes relativamente ao poder médico, a macrobiótica descomplica e acrescenta a independência das pessoas relativamente aos sistemas que controlam o consumidor.
A indústria alimentar, tal como a indústria médica e em articulação com ela, explorando o mesmo mecanismo da complicação , criando ambas a sua própria engrenagem, que tende a auto-reproduzir-se.
É a irracionalidade do sistema o que mais se evidencia na sociedade de consumo. Irracionalidade do desperdício, da degradação biológica, da produção de doenças que são doenças da poluição alimentar.
Baseando-se em meia dúzia de alimentos principais, evitando os supérfluos, os problemas de conservação desses alimentos são menores, poupando-se energia, esforço, estragos inerentes ao longo processo de conservação-manipulação.
A história da conservação dos alimentos é a história de um equívoco: tendo escolhido os alimentos errados e contra a ordem da natureza, o homem moderno não pára de inventar processos para, à força, evitar que eles apodreçam, que se deteriorem.
Foi no século XVIII a aplicação do calor à destruição dos agentes que produzem a deterioração...
Foi no século XIX , o confeiteiro Nicolas Appert com um processo que consistia em encerrar os alimentos em garrafas hermeticamente fechadas (de vidro e folha) .
Foram, no fim do século XIX, com a siderurgia, os americanos Bogel e Coleb, que inventaram a conservação em lata.
O autoclave e os micróbios de Pasteur puseram a esterilização na ordem do dia, ao mesmo tempo que a utilização crescente da Folha de Flandres originava uma rápida expansão da indústria conserveira e assegurava uma tecnologia para a acumulação capitalista de capital.

COMER OU NÃO COMER CARNE:EIS A (FALSA) QUESTÃO

Enquanto alguns apóstolos da higiene alimentar defendem a «regeneração da raça» através de reformas na prática alimentar, outros há que, com mais cinismo (realismo), se limitam a comer e a beber do que lhes aparece, olhando os outros - praticantes de uma comida mais racional ou racionalizada - com olhos de beatífica comiseração.
Que a alimentação faz o carácter - somos o que comemos - parece ser um facto já fora de discussão.
Que nós somos, em boa parte, o que consumimos, parece também ser um dado adquirido para os que estudam ecologia humana e alimentar.
A partir daí, porém, quando se trata de saber o que devemos seleccionar e se devemos seleccionar estes alimentos em detrimento daqueles, a confusão cresce e cresce a controvérsia entre escolas dietéticas, entre, por exemplo, carnívoros e vegetarianos .
Comer ou não comer carne
Comer ou não comer fruta
Comer ou não comer lacticínios
Fumar ou não fumar
Deixar-se ou não vacinar
Tomar ou não tomar antibióticos.
Eis algumas das escolhas a fazer. Mas, para isso, procura-se um sistema alimentar que apresente um critério credível e viável de escolha.
Testado pela prática , o sistema alimentar que garante esse critério de escolha, baseado nos princípios da ecologia humana, é a macrobiótica, o primeiro que falou ao Ocidente em termos de Energia. Alimento é energia.
Em boa verdade, até veneno o corpo aguenta e transmuta (se tiver capacidade energética para transmutar). A questão está em saber as doses que permitem ao organismo adaptar-se-lhe . O mitridatismo levou à perfeição essas práticas, no tempo em que os Neros se entre-envenenavam com amor e carinhosa assiduidade.
O homem adapta-se a tudo, costuma dizer-se: modernamente, é esta a filosofia do mitridatismo no nosso tempo.
Relativamente às energias alimentares, o que a Noologia indica e recomenda é o que indica e recomenda para todas as outras energias: a imunidade aos factores de agressão, sabendo reagir a eles e, sempre que possível, transmutá-los.
O consumidor terá, pois, que jogar com os alimentos que tem à disposição , procurando saber como efectuar a melhor escolha.

A SAÚDE DOS NOSSOS BISAVÓS

Argumentam alguns carnívoros que os bisavós deles comeram de tudo e toda a vida se regaram do belo bagaço (por exemplo) chegando aos setenta , oitenta e noventa de boa saúde.
Para lá de ser uma verificação empírica de casos isolados, sem consistência estatística, casos isolados que dependem, ainda por cima, de factores genéticos e ambientais os mais diversos, é um argumento que nada prova contra a macrobiótica ou contra qualquer outro sistema de alimentação racional.
Mesmo que seja verdade que alguns macróbios o tenham sido com grandes orgias de comida e bebida, a constituição dos nossos avós era, em princípio, antes da indústria alimentar ter, com refinados e aditivos, contribuído para a decadência biológica, bem mais sólida do que a das novas gerações, atacadas, à nascença e antes de nascer, com vacinas e outros degenerantes químicos das defesas naturais.
Por outro lado, nos meios rurais, a comida, por razões económicas era mais austera e os consumos mais moderados em função do essencial.
Também a água de beber, embora houvesse riscos de contaminação biológica, não continha os venenos verdunizados que hoje tem nas canalizações da cidade, tratada com cloro ou gás da guerra 14-18...
Os factores de stress urbano não se podem também comparar aos factores que nos meios menos trepidantes existem; isto sem esquecer que a província é hoje, no campo da ruído, por exemplo - causador Número 1 do stress - um flagelo tão perfeito como a cidade.
O capital genético das antigas gerações era também , na generalidade, mais sólido, embora se pretenda dizer o contrário, e se havia muitos problemas patológicos originados por algumas carências, elas foram dominadas pelos muito maiores problemas das carências originadas pela pletora, abundância ou indigestão consumista.
Doces, gelados, chocolates, refrigerantes, pepsis e outros «suaves» costumes da sociedade de consumo, fazem hoje razias na saúde das crianças, como fazem os cereais refinados em farinhas «superfinas» e outras atrocidades alimentares autorizadas e estimuladas pelas autoridades...sanitárias.
À luz disto, é insignificante e irrelevante a controvérsia dos que continuam a gritar contra a carne, contra o tabaco, menos contra a engrenagem que alimenta isso tudo, vive disso tudo, lucra com isso tudo.
A clivagem entre o que mata e o que apenas mói passa pela indústria alimentar e suas responsabilidades na maior parte das patologias que hoje se tornam endémicas, obrigando a Noologia a cunhar uma nova classificação: doenças do consumo. São as doenças de que a medicina diz ignorar as causas...
Os argumentos moralizantes contra a carne perdem consistência - «a carne torna-nos mais violentos e menos dóceis de carácter» dizem alguns vegetarianos bastante violentos e muito pouco dóceis de carácter. A verdade é que os frutos nos tornam gémeos do macaco, sem que disso se queiram aperceber os frugivoristas anti-carnívoros fanáticos.
Dizem os cruzados do anti-tabagismo que o tabaco é muito mau graças a deus, mas não dizem que as vacinas são causa de muitas doenças (ou da doença das alergias) , que os ovos levam toneladas de colesterol e que os lacticínios em especial e as gorduras em geral podem ser responsáveis por um terreno pré-cancerígeno.
É tempo de acabar com os mitos e lendas de que, em «épocas de epidemia os vegetarianos são mais resistentes do que as pessoas que se alimentam de carne».

YIN-YANG E PONTO FINAL

A partir do momento em que se saiba que a doença é não só provocada por um terreno tóxico predisponente mas principalmente por um desequilíbrio energético, cada doença passa a ter sempre, pelo menos, 2 causas possíveis:

a) Uma causa yin: extremo desequilíbrio energético no sentido do potássio, do líquido, do ácido, do frio, do centrífugo
b) uma causa yang, extremo desequilíbrio energético no sentido do sódio , do seco, do sal, do contraído, do centrípeto.
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