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*DEEP ECOLOGY - NOTE-BOOK OF HOPE - HIGH TIME *ECOLOGIA EM DIÁLOGO - DOSSIÊS DO SILÊNCIO - ALTERNATIVAS DE VIDA - ECOLOGIA HUMANA - ECO-ENERGIAS - NOTÍCIAS DA FRENTE ECOLÓGICA - DOCUMENTOS DO MEP

2006-01-27

HOLÍSTICA 92

92-01-28-ch> = convergência holística - manifes1> revista> - 28/1/1992

HOLÍSTICA:DA PALAVRA À ACÇÃO

28/1/1992 - 1 - Holismo , s.m. - Expressão comum a várias línguas ou a vários dialectos (do grego «holikos», universal).
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Para lá da sua natural elasticidade e mobilidade, para lá da sua antiguidade mas, ao mesmo tempo, da sua quase repentina e renovada modernidade, a palavra «holística» tem a seu favor outro grande mérito: não tem o sufixo «logia», sufixo que integra todas as ciências estabelecidas, e fica por isso e assim livre de vassalagem ou submissão epistemológica a uma raiz científica ortodoxa.
Como a palavra indica, «holística» é o universo do diverso, fica na fronteira de todas as ciências humanas. Tal como a palavra «dialéctica», o dinamismo da palavra «holística» permite, à concepção que expressa, ultrapassar constantemente o imobilismo estático das palavras que carregam consigo o pesado lastro do sufixo «logia».
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[Exemplos de entidades em cuja designação entra a palavra «holística»:
-Instituto Holístico para a Investigação de Doenças Metabólicas e Cancro
-Congresso Mundial de Medicina Holística - 1983 - Ceilão
-Centre Holistique Europeen
-Université Holistique]


HOLÍSTICA - IDEIAS-FORÇA - DA SAÚDE PÚBLICA À ECOLOGIA HUMANA

1- Se o cancro está no ambiente, só mudando o ambiente (inclusive alimentar) do doente se erradicará o cancro; atacar o sintoma é anticientífico e irracional; procurar a causa ambiental é radical, lógico, ecológico e científico
2 - A desastrosa sociedade industrial chama progresso à soma aritmética de retrocessos que são as calamidades e catástrofes industriais, com todos os seus reflexos na saúde das populações (a chamada «saúde pública»): na Idade Média chamavam-se «epidemias», hoje chamam-se «doenças da civilização»
3 - O mais conveniente para a saúde e segurança do consumidor é, infelizmente para ele, o mais impopular em termos de opinião pública e comunicação social: prevenir é sempre mais económico que remediar. O simples é sempre mais barato que o complicado. Não há economia, mesmo de saúde,, enquanto sistematicamente se cultivar o desperdício
4 - Dado que o desenvolvimento económico é feito sempre à custa do subdesenvolvimento humano, deixar ao Estado a defesa do consumidor, em matéria de saúde pública, é o mesmo que entregar a Drácula um banco de sangue
5 - Prevenir é sempre mais económico que remediar. O simples é mais barato que o complicado. Não há economia, especialmente de saúde, enquanto sistematicamente se cultiva o desperdício. por mais óbvios que sejam os princípios desta natureza, os sociólogos querem ir mais longe, exigem dados numéricos
5 - De tal maneira as noções de profilaxia básica se arreigaram nas instituições - desde a escola aos governos - que ninguém vai para a mesa sem lavar as mãos...
Uma direcção geral da inspecção económica, por exemplo, ao defender a saúde pública e os direitos (interesses) do consumidor, é no campo do «asseio» e dos aspectos «sanitários» que actua com maior ênfase.
Da higiene que há um século se preconizava até à ecologia humana que se tornou a ciência angular das sociedades modernas e das respectivas práticas médicas ou terapêuticas, vai um longo e penoso caminho: do monopólio ao pluralismo, do monolitismo despótico à diversificação e liberalização democrática, da barbárie à civilização, do despotismo à liberdade.
5 - Às «grandes» políticas globais e abstractas (ditas macroeconómicas) o técnico holístico de saúde prefere raciocinar em termos de acções concretas e positivas: às «grandes soluções», que pouco ou nada solucionam, prefere o «faça você mesmo», o «small is beautiful» que, em termos de saúde, equivale ao «trate-se a si mesmo» e ao «cure-se a si próprio» das autoterapias
6 - Preconizando para problemas de raiz, soluções radicais, atribuindo, em matéria de saúde, prioridade à estrutura antes da conjuntura, à causa antes do sintoma, ao terreno orgânico antes do órgão, podem eleger-se palavras de ordem tão óbvias como: «diz-me que ar respiras, dir-te-ei quem és; diz-me o que comes dir-te-ei o que pensas; diz-me o que bebes, dir-te-ei o que sentes; diz-me que poluições apanhas e dir-te-ei de que doenças sofres... etc

DA MEDICINA HIPOCRÁTICA À HOLÍSTICA

1 - «Acima de tudo não prejudicar» e «Que o teu alimento seja o teu medicamento»: duas máximas hipocráticas que podem figurar à entrada da mais moderna ciência holística da saúde
2 - Algumas questões de fundo para reflectir:
Quem terá de se curar: os médicos (alguns) ou a medicina natural alternativa que vem desde Hipócrates? A medicina sem saúde ou a medicina que cura?
Autocura não é automedicação: quem poderia, estando de boa fé, pensá-lo?
Combater a doença é precisamente o contrário de conservar e defender a saúde
3 - DA HOLÍSTICA À AUTOTERAPÊUTICA:
DIREITOS E DEVERES

DESCOLONIZAR O DOENTE DA DITADURA MÉDICA
5 pontos vitais:
1 -O seu a seu dono: a medicina para os médicos, a saúde para os doentes
2 -Pela saúde de todos: a cada um o que é de cada um
3 -O direito à saúde começa no dever de a saber conservar
4 -A medicina democratiza-se pelas autoterapêuticas
5 -Nós, consumidores de medicinas, também queremos a palavra
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